sexta-feira, 2 de junho de 2023
GUINÉ-BISSAU: A campanha eleitoral para as eleições legislativas de domingo na Guiné-Bissau termina hoje, com os principais partidos a realizarem os comícios finais na capital, Bissau.
Com LUSA 02/06/23
Campanha eleitoral para as legislativas na Guiné-Bissau termina hoje
A campanha eleitoral para as eleições legislativas de domingo na Guiné-Bissau termina hoje, com os principais partidos a realizarem os comícios finais na capital, Bissau.
Estas são as sétimas eleições legislativas desde a abertura ao multipartidarismo a que concorrem 20 partidos e duas coligações.
Os principais concorrentes são o Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15), atualmente no Governo, e a coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka, que inclui o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, na oposição), e que inclui ainda a União para a Mudança (UM), o Partido da Convergência Democrática (PCD), o Movimento Democrático Guineense (MDG) e o Partido Social-Democrata (PSD).
Entre as principais forças políticas estão ainda o Partido de Renovação Social (PRS), que integra o atual Governo de iniciativa presidencial, mas que tem criticado a ação do executivo durante a campanha eleitoral, e o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), de Botché Candé, atual ministro da Agricultura, e que se tem igualmente distanciado dos partidos que integram o Governo.
A Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), do primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam, tem tido uma presença mais discreta na campanha eleitoral e o chefe do Governo perspetivou já que nenhum partido vai conseguir a maioria, sendo necessário um consenso para formar o executivo.
Para estas eleições estão registados 893.618 eleitores, dos quais 17.922 na diáspora em África e 17.894 na Europa, incluindo 7.789 em Portugal.
Segundo a Comissão Nacional Eleitoral (CNE), as urnas abrem às 07:00 locais (08:00 em Lisboa) e encerram às 17:00 (18:00 em Lisboa) e haverá 3.524 mesas de voto, das quais 55 em Áfricae 57 na Europa.
Ao todo estão no país cerca de 200 observadores, ainda de acordo com a CNE, nomeadamente 60 da missão de curta duração da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), liderada pelo ex-presidente cabo-verdiano Jorge Carlos Fonseca, além dos 15 que já estão no terreno, 29 da União Africana, chefiados pelo ex-presidente moçambicano Joaquim Chissano, enquanto a missão da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), composta por 27 elementos, é chefiada pelo ex-vice-ministro dos Negócios Estrangeiros timorense Alberto Carlos.
Leia Também: CAMPANHA: ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2023 - COORDENADOR NACIONAL DE MADEM-G15, BRAIMA CAMARA EM GABU
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A Rússia voltou hoje a atacar, pelo sexto dia consecutivo, a capital ucraniana, utilizando "mais de 30" mísseis e 'drones', derrubados pelas defesas aéreas ucranianas, afirmou a administração militar de Kyiv.
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POR LUSA 02/06/23
Novo ataque russo contra Kyiv com mais de 30 mísseis e 'drones'
A Rússia voltou hoje a atacar, pelo sexto dia consecutivo, a capital ucraniana, utilizando "mais de 30" mísseis e 'drones', derrubados pelas defesas aéreas ucranianas, afirmou a administração militar de Kyiv.
"O terror continua em Kyiv com ataques aéreos. Os terroristas estão desesperados e atacam a capital quase sem parar", indicou a administração militar, em relatório, no qual sublinhou que este é o sexto ataque aéreo contra a capital ucraniana em seis dias.
De acordo com os responsáveis, as forças russas usaram uma combinação de 'drones' (veículos aéreos não tripulados) explosivos Shahed, de fabrico iraniano, lançados de "diferentes direções", e mísseis de cruzeiro disparados por aviões, a partir do mar Cáspio.
Até ao momento, não há informação sobre possíveis vítimas.
O presidente da Câmara de Kyiv, Vitali Klitschko, indicou não terem sido realizadas chamadas para os serviços médicos durante ou após o ataque durante a madrugada.
O relatório diário do Estado-Maior ucraniano referiu que as defesas aéreas ucranianas abateram 15 mísseis de cruzeiro e 18 'drones' Shahed.
A Rússia tem aumentado a intensidade e a frequência dos ataques com 'drones' e mísseis à capital ucraniana desde finais de abril.
Embora os sistemas de defesa ocidentais que a Ucrânia tem instalados em Kyiv derrubem quase a totalidade dos projéteis, várias pessoas morreram nos últimos dias devido à queda de destroços na sequência das interceções.
As forças ucranianas disseram acreditar que, com estes ataques, Moscovo quer desmoralizar a população e esgotar as munições dos sistemas antiaéreos ucranianos.
Kyiv tenta convencer os aliados a enviar mais sistemas de mísseis Patriot para defender melhor o território dos ataques aéreos.
GUERRA NA UCRÂNIA: O antigo chefe de Estado e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, acusou a Ucrânia de "terrorismo", defendo que a única forma de responder a "terroristas" é destruindo-os.
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Notícias ao Minuto 01/06/23
"Nenhum país" pode negociar "com terroristas". "Devem ser destruídos"
Antigo presidente russo lançou ainda farpas aos Estados Unidos e à União Europeia, considerando que entraram "em pé de guerra" com a Rússia.
O antigo chefe de Estado e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, acusou a Ucrânia de "terrorismo", defendo que a única forma de responder a "terroristas" é destruindo-os.
"Este é um ato de terrorismo e não há outra maneira de qualificá-lo. Se for um ato de terrorismo, só há uma maneira de responder. Nenhum país pode se dar ao luxo de negociar com terroristas, os terroristas devem ser destruídos", disse Medvedev, numa conversa com militares num campo de treino, segundo um excerto publicado no seu Telegram e traduzido pela agência estatal russa TASS.
Ao comentar as ações do regime ucraniano, sem ser claro sobre aquilo a que se referia, Medvedev defendeu que a Ucrânia pretende "causar danos" e "prejudicar a população civil de alguma forma".
"E o facto de o nosso inimigo já se estar a comportar como terrorista caracteriza de maneira muito específica tanto o regime ucraniano quanto aqueles que estão por trás dele - em primeiro lugar os americanos e os europeus, que, de facto, entraram em pé de guerra connosco", rematou, reiterando que "os atos terroristas devem acarretar a mais dura retaliação possível".
Recorde-se que a ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A invasão russa, justificada pelo presidente russo com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
quinta-feira, 1 de junho de 2023
Condenação de Ousmane Sonko gera confrontos no Senegal
Por Dw.com
Centenas de jovens saíram às ruas em protesto contra a condenação do líder da oposição. Ousmane Sonko foi condenado a dois anos de prisão por aliciamento de menores, o que o impedirá de concorrer às próximas eleições.
Centenas de jovens saíram, esta quinta-feira (01.06), à rua em várias cidades senegalesas, após o líder da oposição Ousmane Sonko ser condenado a dois anos de prisão por aliciamento de menores, um veredicto que o impedirá de concorrer às próximas presidenciais.
Os protestos ocorreram em diferentes bairros de Dacar, a capital, mas também em algumas cidades como Ziguinchor, Bignona (sul do país), Saint-Louis, Louga (norte), Kaolack (centro-oeste) e Mbour (oeste).
Os manifestantes ergueram barricadas com pneus e veículos em chamas, atiraram pedras às forças policiais e saquearam lojas e edifícios públicos. Em resposta, as autoridades utilizaram gás lacrimogéneo para controlar a situação.
Em declarações, esta tarde, à imprensa, o ministro da Justiça, Ismaïla Madior Fall, afirmou que Ousmane Sonko pode ser detido "a qualquer momento".
"A sentença deve ser executada. Trata-se de um caso de contumácia e a medida pode ser executada em qualquer altura", afirmou.
Sobrevivência do país "em jogo"
Em comunicado, o partido político de Sonko - Patriotas do Senegal para o Trabalho, a Ética e a Fraternidade (PASTEF), declarou que "este veredicto sobre a acusação é a última etapa da conspiração urdida por Macky Sall e os seus acólitos contra o principal opositor deste país".
"Nunca a República do Senegal e as suas instituições foram tão desprezadas, manchadas e profanadas! A sobrevivência do Senegal e do povo senegalês está em jogo!", declarou o PASTEF.
Ousmane SonkoFoto: Fatma Esma Arslan/AA/picture alliance
O partido de Sonko denunciou "energicamente" o veredicto, apelou à mobilização em todo o Senegal e pediu às forças da ordem e ao exército que se colocassem ao lado do povo.
"Povo senegalês, parem todas as atividades e saiam à rua para fazer frente aos excessos ditatoriais e sanguinários do regime de Macky Sall até que ele deixe a chefia do Estado!", lê-se no comunicado.
Dois anos de prisão
Um tribunal de Dacar condenou Sonko a dois anos de prisão por corrupção de menores, depois de ter sido julgado em 23 de maio, após ter sido acusado por uma jovem massagista, Adji Sarr, de "violações repetidas" e "ameaças de morte".
Esta condenação torna o candidato da oposição inelegível para as eleições presidenciais previstas para fevereiro de 2024, de acordo com o Código Eleitoral senegalês.
O veredicto foi anunciado numa altura de protestos dos seus apoiantes, enquanto Sonko está detido em casa desde domingo, rodeado de forças policiais, uma restrição das liberdades que a organização Amnistia Internacional descreveu como ilegal, uma vez que o líder da oposição não tinha sido notificado de "qualquer ato".
Ousmane Sonko foi condenado a dois anos de prisão por aliciamento de menores, esta quinta-feiraFoto: Seyllou/AFP
Esta acusação surge depois de o líder da oposição ter sido condenado, em 08 de maio, a seis meses de prisão suspensa por difamação e calúnia pública de um ministro senegalês, que acusou de corrupção.
Sonko e a sua comitiva denunciaram a "instrumentalização" da justiça por Macky Sall (presidente do país desde 2012 e reeleito em 2019) para o impedir de concorrer às eleições de 2024.
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AUDIÊNCIA COM OBSERVADORES ELEITORAIS
Presidente da República General Umaro Sissoco Embalo, recebeu hoje em audiência os observadores eleitorais:
Observadores da União Africana: Joaquim Alberto Chissano, Chefe de Missão - Ex-Presidente de Moçambique;
Observadores da CEDEAO: Jorge Carlos Fonseca, Chefe de Missão - Ex-Presidente de Cabo Verde
Observadores da CPLP: Alberto Xavier Pereira Carlos – Chefe de Missão, antigo Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste
#Legislativas2023: Assista ao debate eleitoral de 2 de Junho na sua TGB Televisão da Guiné-Bissau a partir das 21h30.
É o quinto e último painel que congrega partidos como Madem G15, PUN, FREPASNA e a Coligação PAI - Terra Ranka.
Debate eleitoral, um momento a não perder nessa sextas-feira.
#TGBKremlin vai construir 'bunker' para altos funcionários do Estado
© REUTERS/Evgenia Novozhenina/File Photo
POR LUSA 01/06/23
O Kremlin encomendou a construção de um novo abrigo antiaéreo para altos funcionários do Estado na capital russa, que esta semana foi alvo de um ataque de 'drones' que Moscovo atribui à Ucrânia.
O 'bunker', que tem um custo inicial de 35 milhões de rublos (cerca de 400.000 euros), ficará concluído em 20 de dezembro, de acordo com o portal de informação Meduza, que cita a página do Governo russo.
A "estrutura de proteção da defesa civil" será construída nos terrenos do Hospital Clínico Central de Moscovo, onde são tratados altos funcionários do Estado, pelo que estará dotado de todo o tipo de equipamento médico.
O contrato inclui a instalação de um sistema de comunicação especial para altos funcionários e também o equipamento técnico necessário "para evitar a fuga de informações secretas".
Na terça-feira, o Ministério da Defesa da Rússia informou o abate de oito 'drones' sobre Moscovo e arredores, que realizaram ataques ação que o Presidente russo, Vladimir Putin, classificou de terroristas e atribuiu às forças ucranianas, dizendo que tinham por objetivo intimidar a população russa.
Putin sublinhou que a defesa antiaérea da capital funcionou bem, mas admitiu que há aspetos a melhorar para proteger a cidade de 13 milhões de habitantes.
O gabinete de Putin situa-se no Palácio do Senado, no edifício do Kremlin, cuja cúpula foi atingida por dois 'drones' inimigos no início de maio.
Em todos esses casos, tal como sucedeu nos recentes ataques na região de Belgorod, Kiev negou ter responsabilidade nas ações.
Leia Também: Kremlin critica ausência de condenação internacional de ataques à Rússia
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UCRÂNIA/RÚSSIA: Kremlin critica ausência de condenação internacional de ataques à Rússia
© Reuters
POR LUSA 01/06/23
O Kremlin criticou hoje a ausência de condenação internacional dos ataques ucranianos à região russa de Belgorod, fronteiriça com a Ucrânia, onde a Rússia afirmou ter repelido esta quinta-feira uma grande ofensiva.
"A comunidade internacional tem todas as oportunidades para ver imagens, ler artigos onde são descritos os ataques a edifícios residenciais, infraestruturas sociais, etc.", declarou à imprensa o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov.
"E ainda não houve uma única palavra a criticar ou condenar o regime de Kyiv por isso", acusou, assegurando que tal ataque não terá "qualquer influência" na forma como está a ser conduzida a campanha militar russa na Ucrânia.
O exército russo indicou hoje ter mobilizado a sua aviação e a sua artilharia para repelir uma ofensiva ucraniana na região fronteiriça de Belgorod, onde bombardeamentos intensos nos últimos dias causaram a fuga de muitos habitantes.
Onze pessoas ali foram hoje feridas, segundo as autoridades locais.
Peskov sublinhou que o Presidente russo, Vladimir Putin, obtém "continuamente" informações dos serviços de segurança e das autoridades no terreno e se ocupa "ativamente" do fornecimento de ajuda aos civis que fogem aos combates.
Na terça-feira, a cidade de Moscovo foi alvo de um ataque de 'drones' (aeronaves não-tripuladas) sem precedentes, que fez dois feridos ligeiros e causou danos materiais menores.
Em reação a esse ataque, um porta-voz da diplomacia norte-americana garantiu que Washington não apoiava "os ataques dentro da Rússia" e se concentrava no fornecimento à Ucrânia de equipamento e treino militares para se defender da guerra de ocupação que Moscovo ali trava e recuperar o seu território.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 463.º dia, 8.895 civis mortos e 15.117 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
PRISÃO: Opositor senegalês condenado a dois anos por "aliciamento de jovens"
© Getty Images
POR LUSA 01/06/23
Um tribunal criminal de Dacar condenou hoje o opositor Ousmane Sonko a dois anos de prisão por "aliciamento de jovens" e absolveu-o de alegada violação, mantendo-se a ameaça de ser impedido de concorrer às presidenciais de 2024.
Sonko teria sido privado em definitivo dos seus direitos eleitorais se tivesse sido condenado à revelia por um crime como a violação.
No entanto, a reclassificação, como um delito, dos factos pelos quais é condenado deixa dúvidas, tendo em conta o código eleitoral, sem afastar a ameaça de inelegibilidade sobre Sonko e o poder candidatar-se à presidência em 2024.
O "aliciamento de menores", que consiste em abordar um jovem ou promover a libertinagem de um jovem com menos de 21 anos, é um delito à luz da lei senegalesa, mas não um crime como a violação, explicou à agência France-Presse um advogado presente na audiência, Ousmane Thiam.
O tribunal também condenou a dois anos de prisão efetiva Ndèye Khady Ndiaye, a proprietária do salão de beleza onde Sonko foi acusado de abusar de uma funcionária, processada por "incitamento à libertinagem, divulgação de imagens contrárias à moral e cumplicidade na violação".
O Ministério Público senegalês tinha pedido dez anos de prisão por violação contra Sonko ou cinco anos por corrupção de menores e pediu mais um ano de prisão efetiva por atos de ameaça de morte.
De acordo com a agência de noticias senegalesa (APS), Sonko foi absolvido das acusações de violação e ameaças de morte e Ndiaye foi absolvida de cumplicidade em ato de violação.
Cada um dos réus foi condenado também ao pagamento de uma coima de 600 mil francos da áfrica ocidental (cerca de 914 euros) e, conjuntamente, de 20 milhões de francos (cerca de 30.480 euros) a título de indemnização à vítima.
Este julgamento contra o opositor, já antes acusado e condenado por outros crimes, ocorreu depois de uma jovem massagista, Adji Sarr, o ter acusado de "violações repetidas" e "ameaças de morte" no início de 2021.
O caso gerou polémica e tensões no país, com os apoiantes de Sonko a protestarem nas ruas por consideram que o processo judicial tem apenas como objetivo afastá-lo da candidatura às eleições presidenciais, agendadas para fevereiro de 2024.
A detenção de Sonko em março de 2021, quando se preparava para comparecer perante um tribunal em Dacar, rodeado por uma multidão de apoiantes, gerou os protestos mais violentos e reprimidos pela polícia, que causaram pelo menos 14 mortes, 12 das quais por balas, segundo a Amnistia Internacional.
Conhecido pelo seu discurso "antissistema", Sonko e os seus apoiantes têm denunciado repetidamente a "instrumentalização" da justiça através do "poder de Macky Sall", Presidente do país desde 2012 e reeleito em 2019, para o impedir de concorrer às eleições de 2024.
O opositor já tinha antes sido condenado, a 8 de maio, a uma pena suspensa de seis meses de prisão por difamação e insultos públicos a um ministro senegalês, num caso em que era também acusado de corrupção.
Sonko está detido em casa desde domingo passado, rodeado pelas forças policiais, uma restrição de liberdades que a Amnistia Internacional descreveu como ilegal, uma vez que não foi notificado "qualquer ato" ao opositor.
"Estaremos de olhos abertos neste processo eleitoral até na contagem dos votos"_ garantiu esta quinta-feira (01.06) o chefe da missão de observadores de CPLP_Alberto Xavier Pereira Carlos, depois do encontro com o Presidente Umaro Sissoco Embalo.
PR Umaro Sissoco Embalo recebeu esta quinta-feira (01.06) em audiência o chefe da missão de observadores da CEDEAO
Guiné-Bissau. Esta decorrer voto antecipadamente desde período de manhã para viajantes e funcionários que estarão em serviço no dia da votação.
GUINÉ-BISSAU/ELEIÇÕES: CEDEAO diz que problemas financeiros estão resolvidos
© Lusa
POR LUSA 01/06/23
O problema da falta de parte da verba prometida pela CEDEAO para apoiar as eleições legislativas de domingo na Guiné-Bissau já foi ultrapassado, anunciou hoje o chefe da missão de observadores daquela organização regional, Jorge Carlos Fonseca.
"Segundo as informações que obtive há pouco, é um problema que já está ultrapassado, há sempre outros problemas que vão sendo resolvidos, mas esse problema financeiro está resolvido", disse o ex-presidente de Cabo Verde, em declarações aos jornalistas no final de um encontro com o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.
O chefe da missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), referiu, no entanto, que há outras questões por resolver como "alguns problemas logísticos" ou um problema de voto antecipado de militares e de forças de segurança, "mas que também estará ultrapassado".
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) marcou para hoje uma reunião para esclarecer as eventuais alterações ao processo de votação dos militares e das forças de segurança.
Jorge Carlos Fonseca considerou ainda que a questão da legitimidade da CNE, cujo presidente foi nomeado presidente do Tribunal Supremo, "foi muito bem resolvida", tendo sido nomeado um secretário-executivo "que será uma espécie de presidente interino que fará as vezes de presidente da CNE" e esta solução foi aceite pelos partidos políticos, "o que quer dizer que não vai haver problema na proclamação dos resultados".
Questionado sobre as preocupações manifestadas pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) de interferência do Presidente na campanha a favor do partido que ajudou a fundar, o Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15), o ex-presidente de Cabo Verde escusou-se a comentar, alegando que está no país como "chefe de uma missão de observação eleitoral".
"Iremos pronunciar-nos sobre aquilo que a gente viu, observou, mas as questões sobre a atuação política do Presidente da República, dos membros do Governo, isso não nos cabe fazer", disse, acrescentando que como cidadão pode ter a sua opinião, mas que não lhe cabe "fazer análises, comentários sobre o funcionamento do sistema de Governo" num país que nem sequer é o seu.
Sobre se estão reunidas as condições para a realização das eleições, Jorge Carlos Fonseca considerou que sim.
"Acho que sim, porque senão não viria cá, sou otimista por natureza, sou antigo chefe de Estado de um país irmão da Guiné-Bissau, nós queremos ajudar na medida das nossas possibilidades para que o processo eleitoral decorra bem, de forma pacífica, que não haja violência, de forma justa e transparente, tendo em conta as limitações que o país tem", disse.
A CEDEAO tem no país um grupo de 15 elementos da missão de longa duração, a que se juntou agora mais uma missão de 60 pessoas da missão de curta duração.
No total, segundo a CNE, estarão no país cerca de 200 observadores eleitorais.
O Presidente guineense recebeu também em audiência o chefe da missão de observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o ex-vice-ministro dos Negócios Estrangeiros timorense Alberto Carlos, e prevê receber o líder da missão da União Africana, Joaquim Chissano.
A porta-voz da CNE, Felisberta Moura Vaz, disse na quarta-feira que aquele órgão estava ainda a aguardar a disponibilização de 300 milhões de francos CFA (457 mil euros) do financiamento total prometido pela CEDEAO para as legislativas de domingo, mas garantiu não estar em causa a realização das eleições.
Esta verba, disse, servirá para "financiar a operação eleitoral", nomeadamente para "pagar às pessoas que vão trabalhar no terreno".
Perto de 900 mil eleitores estão recenseados para votar nas legislativas de domingo, a que concorrem 20 partidos e duas coligações.
A campanha eleitoral termina na sexta-feira.