Em Bissau, Félix Tshisekedi, disse hoje que vai fazer tudo ao seu alcance para levantar as sanções contra militares da Guiné-Bissau, impostas pelas Nações Unidas.
"Vou pedir para que as sanções sejam levantadas porque hoje a Guiné-Bissau é uma democracia, tem um Presidente eleito democraticamente, e que tem feito para melhorar o quotidiano dos seus compatriotas", afirmou Félix Tshisekedi, Presidente da República Democrática do Congo e em exercício da União Africana, em Bissau.
O estadista falava na Fortaleza da Amura, após ter depositado uma coroa de flores no Mausoléu de Amílcar Cabral, no âmbito de uma visita oficial que iniciou no sábado (17.07) à Guiné-Bissau.
"Vou pedir para levantarem as sanções e farei o que for necessário para o seu levantamento", insistiu o Presidente em exercício da União Africana.
Em maio de 2012, na sequência de um golpe de Estado na Guiné-Bissau, o Conselho de Segurança da ONU aplicou sanções a 11 oficias guineenses envolvidos na alteração da ordem constitucional, que ainda não foram levantadas.
Relações com Conacri
Questionado sobre as relações entre o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e o Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, Tshisekedi disse não saber que "havia um problema".
"A Guiné-Bissau e a Guiné-Conacri são dois países irmãos, os povos são irmãos e para mim isso é que é essencial. Estive ontem com o Presidente Alpha Condé que me mandou enviar cumprimentos ao seu filho Umaro Sissoco Embaló", salientou.
A Guiné-Conacri decretou, a 29 de setembro de 2020, o encerramento das suas fronteiras com a Guiné-Bissau, Senegal e Serra Leoa por razões de segurança e no contexto da campanha eleitoral para as presidenciais de 18 de outubro, que acabaram por ser ganhas pelo atual Presidente, Alpha Condé, depois de alterações na Constituição, que lhe permitiram concorrer a um terceiro mandato.
Já em outubro, o ministro da Segurança e Proteção Civil da Guiné-Conacri, Damantang Albert Camará, disse ter informações "seguras e fidedignas" sobre uma suposta entrada no seu país de armas de uso militar, provenientes da Guiné-Bissau, que as autoridades de Bissau sempre recusaram.
No início de julho, o chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou que "não há inimigos permanentes"e admitiu dialogar com o seu homólogo da Guiné Conacri, mas salientou não ter problemas com Alpha Condé e que a fronteira da Guiné-Bissau com o país vizinho sempre esteve aberta.
Reforçar a cooperação com a RDC
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, defendeu hoje o reforço da cooperação bilateral com a República Democrática do Congo.
"Queremos estreitar as nossas relações de cooperação em todos os domínios de interesse comum e criar as condições apropriadas com vista a mais intercâmbios e melhor aproveitamento das nossas respetivas potencialidades económicas e humanas", afirmou Umaro Sissoco Embaló.
O chefe de Estado guineense falava depois de ter condecorado o Presidente da República Democrática do Congo e em exercício da União Africana, Félix Tshisekedi, com a medalha Amílcar Cabral, a mais alta distinção honorífica da Guiné-Bissau.
"Gostaria de ver estabelecida um quadro institucional de cooperação bilateral, tal como uma comissão mista que no permita assentar a nossa cooperação em bases estruturadas e sólidas", salientou Embaló.
Félix Tashisekedi agradeceu em seu nome e em nome do povo congolês pela "honra" e defendeu a importância de uma África unida para o desenvolvimento.
Félix Tashisekedi, que termina hoje a visita a Bissau, está a realizar uma viagem a vários países africanos, após ter assumido a presidência em exercício da União Africana.
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