sábado, 14 de dezembro de 2019

A INCOERÊNCIA DO FRANCISCO JOSÉ FADUL

Por Hotna Cufuk Na Doha 

Nós que vivemos em Bissau, soubemos qual foi a tortura a que o Senhor Francisco José Fadul foi submetido durante o consulado do CADOGO, enquanto Primeiro -Ministro do governo do PAIGC, o mesmo partido que agora apoia DSP, o qual ele próprio (o Fadul), em tempos não muito longinquos, chamou de fera, numa intrevista no programa conversa ao sul.

Compreende-se, perfeitamente, a sua revolta contra o Carlos Domingos Gomes Junior , como deixou bem claro no seu áudio. Nós até solidarizamo-nos com a sua causa e repudiamos o tratamento a que foi submetido no passado.

O que não compreendemos e nem o podemos acompanhar até as últimas consequência, é a sua incoerência de chamar um partido retrógrado, que diaboliza a qualquer um que se aproxima dele, por mais santo que seja. E ainda não ter passado um ano sobre a data desta sua declaaração, estar a beatificar, ainda viva, a fera. Ou esqueceu-se que quem está a suportar a candidatura do DSP é a tal fera (e o próprio DSP é quem manda e desmanda nessa fera)? 
Talvez não sabe que a pessoa se conhece através dos seus amigos? "Diz-me com quem tu andas, dir-te-ei quem tu és", reza o ditado popular.

Para nós que cá vivemos, tivemos a sorte de experimentar os dois lados em concorrência e podemos pesar na balança da governação o peso de cada um.

Se olharmos com olhos da objectividade, sem qualquer pendor subjectivo, nada confirma a propaganda de que USE é imaturo, como afirmou o Fadul no seu áudio, antes o Embalo se comportou à altura da sua responsabilidade.

Sem orçamento aprovado pelo parlamento, devido aos bloqueios orquestrados pelo PAIGC, o USE conseguiu arrancar rasgados elogios das instituições financeiras de Breton wood.

Pagou toda dívida às instituições internacionais de que a Guiné-Bissau é membro;

Pagou salários atrasados às embaixadas da Guiné-Bissau espalhadas pelo mundo fora;

Pagou com regularidade e sempre com receitas internas, os salários dos funcionários públicos;

Financiou, com receitas internas, a reparação do Hospital Nacional Simão Mendes e fez outras despesas no valor total de dois biliões de franco cfa;

Ainda assim, fechou o ano económico com oito biliões de francos cfa nos cofres do Estado. Ao contrário dele Fadul que varreu os cofres do Estado, para pagar subsídio de sete milhões a cada membro do seu governo e a ele próprio, que ficou com a parte leão do bolo.

Que mais outro governo conseguiu semelhante proeza?

Além do mais entregou, pela primeira vez na história da nossa democracia, um milhão de dólares para financiar o processo eleitoral.

Alguém com este perfil será impreparado para ser Presidente da República.

Ora bolas ou ora debles pa, digam-me outra coisa que não esta!

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