Por Ussumane Grifom Camará
Escrevi no decorrer da legislativa que o PAIGC precisava ganhar com absoluta para garantir a certeza da continuidade do seu governo e, ser ele mesmo o garante da própria estabilidade política e governativa, o que não foi o caso. Para piorar o DSP viu seu nome rejeitado à liderança do governo e, no uso do seu último cartucho, se viu romper o "pato" com o seu mais importante aliado dos últimos quatro anos, o Eng. Cipriano Cassama e está na eminência de perder a aliança com o Nuno Nabiam, outro importante aliado para a continuidade do governo do partido que lidera porque ambos parecem estar a fazer o jogo da oposição. Se quiser entender a motivação desse "êxodo" entre aliados, a derrota do Cipriano no Comitê Central e a "armadilha" para a sua não reeleição como presidente da ANP são as respostas, e quanto ao Nuno fala-se de um suposto "acordo" violado com a apresentação do DSP às presidenciais.
Atingido por ameaças, o PAIGC demonstra não estar confiante na aprovação do seu programa de governação, aliás a correlação de forças exibida na última sessão parlamentar indica claramente que, se tudo manter com estava, o governo liderado por Aristides Gomes está com dias contados: ou cai pela reprovação do seu programa, ou pela moção de censura por causa do escândalo de droga a que se viu mergulhado. Fato que se consumar abrirá outra crise em torno da competência do Chefe de Estado: se vai puder ou não efetivar a queda do governo e a nomeação do (governo) da oposição.
Entretanto, politicamente, o DSP não tem espaço para "confrontos". Se quiser jogar tem que saber (re)negociar!
É claro que a guerra a oposição é afastar o PAIGC do governo e consequentemente da organização do pleito e, desta, ganhar a eleição e, deste modo, afastar o DSP do comando da narrativa política nacional. Ou seja, o alvo da oposição é o DSP e a este não é dado ao luxo de falhar mais do que tem falhado!
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