domingo, 18 de dezembro de 2016

PR Guiné-Bissau diz que organização sub-regional "está mal informada" sobre situação do país

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, afirmou que os líderes da comunidade da Africa Ocidental (CEDEAO) estão "completamente desinformados" sobre a situação no país onde garante não existir "nenhum problema, tirando a politiquice".


Em declarações aos jornalistas, na sua chegada ao país na última madrugada, vindo da Nigéria, José Mário Vaz, comentava a posição da cimeira dos chefes de Estado e de governos da Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) que recomendou o entendimento entre a classe política guineense.

A organização fez uma exortação expressa no seu comunicado final ao Presidente guineense no sentido de cumprir e fazer cumprir o chamado Acordo de Conacri, instrumento com o qual a CEDEAO acredita que a Guiné-Bissau poderá sair da crise política em que se encontra mergulhada há mais de 16 meses.

"A preocupação dos outros chefes de Estado e de governos com o nosso país é normal, mas eu continuo a dizer que o nosso país não tem problema nenhum. O nosso país está calmo, o único problema que há é esse desentendimento entre os atores políticos", defendeu José Mário Vaz.

O Presidente guineense admite que o país se encontra "numa situação difícil" mas se os cidadãos se empenharam no trabalho sério rapidamente a Guiné-Bissau poderá mudar para passar a ser um país normal, disse.

José Mário Vaz admite ter tido divergências com o presidente da comissão da CEDEAO, Marcel de Souza, quando este afirmou que na Guiné-Bissau "havia greves em todos os setores e que os salários não são pagos" aos funcionários públicos.

"Estão completamente desinformados" sobre a realidade guineense, observou José Mário Vaz, convidando os cidadãos do país a trabalharem mais.

Sobre a posição da CEDEAO que recomendou a implementação do Acordo de Conacri, o líder guineense sublinhou que há divergências de entendimento sobre o assunto, frisando que na falta de consenso entre os partidos com assento parlamentar decidiu nomear Umaro Sissoco Embaló, primeiro-ministro.

Notou que governo de Sissoco Embaló já está em funcionamento e que a questão agora é que consiga fazer aprovar no Parlamento o seu plano de ação conforme manda a lei guineense para que tudo decorra na normalidade constitucional.

José Mário Vaz explicou aos jornalistas que nomeou Sissoco Embaló primeiro-ministro porque pareceu-lhe ser a única figura que reúne consenso entre "a nova maioria no Parlamento", constituída pelos deputados do Partido da Renovação Social (41 mandatos) e o grupo dos 15 deputados dissidentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

MB // MSF
Lusa/Fim

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