quinta-feira, 10 de agosto de 2023

ABUJA: Níger. CEDEAO aprova ativação de força militar para restaurar democracia

© Ecowas - Cedeao

POR LUSA    10/08/23 

O presidente da comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Omar Alieu Touray, ordenou hoje a "ativação imediata" de uma força regional para "restaurar a ordem constitucional" no Níger.

"Ordeno a ativação da força de prontidão da CEDEAO com todos os seus elementos imediatamente", disse Touray em Abuja, durante uma cimeira extraordinária dos chefes de Estado e de Governo do bloco regional para encontrar uma solução para a crise no Níger na sequência do golpe de Estado de 26 de julho.

O anúncio de envio da força militar consta das resoluções lidas no final da cimeira.

Embora a CEDEAO continue determinada em resolver a crise por meios "pacíficos", o anúncio de Touray na cimeira é um primeiro passo "de facto" para uma eventual intervenção.

O Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, que detém a presidência da CEDEAO, apelou, no seu discurso de abertura dos trabalhos, ao diálogo e a priorizar "todas as vias diplomáticas".

Nas Nações Unidas, o secretário-geral, António Guterres, advertiu contra "qualquer ameaça de ferir o Presidente eleito do Níger", Mohamed Bazoum, detido pela Guarda Presidencial.

O porta-voz do secretário-geral, Farhan Haq, questionado sobre as alegadas ameaças dos golpistas de matar o Presidente Bazoum, caso se concretize uma intervenção militar contra o país, disse: "Iremos opor-nos a isso", sem ser mais específico.

Horas antes, o partido do Presidente Bazoum tinha denunciado que ele e toda a sua família, detidos ilegalmente no próprio palácio presidencial, não dispõem de eletricidade, água, alimentos e medicamentos.

Indiretamente, António Guterres confirmou esta acusação ao emitir uma declaração em que denunciava "as condições de vida deploráveis" em que Bazoum e a sua família se encontram detidos.

Guterres recordou que a detenção de Bazoum pela Guarda Presidencial é arbitrária e apelou novamente à sua libertação imediata, bem como à dos membros do seu governo que ainda se encontram detidos.

O único ponto de ordem de trabalhos da reunião de Abuja, que juntou chefes de Estado e representantes dos 15 países-membros da CEDEAO era o debate sobre a situação criada pelo golpe de Estado e avaliar uma intervenção militar para repor a legalidade constitucional.

Esta foi a primeira reunião dos líderes da CEDEAO desde o termo do seu ultimato aos militares na anterior cimeira da organização, em 30 de julho.

Todos os presidentes do bloco da África Ocidental participam nesta cimeira, com exceção da Gâmbia, da Libéria e de Cabo Verde, que enviaram representantes.

Os presidentes do Burundi e da Mauritânia, que não são membros da CEDEAO, mas foram convidados pela organização, também participam na cimeira e estão igualmente presentes representantes da Argélia, da Líbia, da Organização das Nações Unidas e da União Africana.

A cimeira extraordinária de Abuja realizou-se tendo como cenário o que fazer para enfrentar o quinto golpe de Estado bem-sucedido na região desde 2020, depois dos do Mali (duas vezes), Burkina Faso e Guiné-Conacri.

No total, desde 2020, a África Ocidental registou nove tentativas de golpes de Estado.


Leia Também: Níger. Golpistas ameaçam matar presidente se houver intervenção militar

Níger. Golpistas ameaçam matar presidente se houver intervenção militar

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POR LUSA    10/08/23 

A junta militar no poder no Níger ameaçou matar o Presidente deposto se os países vizinhos consumarem uma intervenção militar, segundo disseram funcionários ocidentais, sob condição de anonimato.

A ameaça, divulgada pela agência Associated Press (AP), foi transmitida à subsecretária de Estado norte-americana Victoria Nuland durante a visita que fez a Niamey esta semana, disse um oficial militar ocidental, sob anonimato devido à sensibilidade da situação.

A junta militar, autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), liderada pelo general Abdourahmane Tiani, ameaçou executar o Presidente eleito, Mohamed Bazoum, se se concretizasse a intervenção militar invocada pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) se não fosse reposta a legalidade constitucional.

Bazoum está detido, na companhia da família, no palácio presidencial desde a sua deposição.

Segundo a AP, um funcionário dos Estados Unidos da América (EUA) confirmou a ameaça transmitida pela junta militar a Victoria Nuland, também sob condição de anonimato, por não estar autorizado a falar com os meios de comunicação social.

Chefes de Estado e representantes dos 15 países-membros da CEDEAO estão hoje reunidos numa cimeira extraordinária em Abuja, sede da organização, em que o único ponto da ordem de trabalhos é o debate sobre a situação criada pelo golpe de Estado de 26 de julho no Níger e avaliar uma intervenção militar para repor a legalidade constitucional.

Esta é a primeira reunião dos líderes da CEDEAO desde o termo do seu ultimato aos militares na anterior cimeira da organização, em 30 de julho.

Todos os presidentes do bloco da África Ocidental participam nesta cimeira, com exceção da Gâmbia, da Libéria e de Cabo Verde, que enviaram representantes.

Os presidentes do Burundi e da Mauritânia, que não são membros da CEDEAO, mas foram convidados pela organização, também participam na cimeira e estão igualmente presentes representantes da Argélia, da Líbia, da Organização das Nações Unidas e da União Africana.

A cimeira extraordinária de Abuja realiza-se tendo como cenário o que fazer para enfrentar o quinto golpe de Estado bem-sucedido na região desde 2020, depois dos do Mali (duas vezes), Burkina Faso e Guiné-Conacri.

No total, desde 2020, a África Ocidental registou nove tentativas de golpes de Estado.


Fundador do principal motor de busca russo condena guerra e Putin

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POR LUSA   10/08/23 

O fundador do Yandex, o principal motor de busca da Internet russo, Arkady Volozh, condenou hoje a guerra contra a Ucrânia, considerando tratar-se de uma "invasão bárbara" promovida pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

"Sou categoricamente contra a invasão bárbara da Rússia na Ucrânia, onde tenho, como muitos, amigos e família. Estou horrorizado com o facto de as bombas caírem todos os dias sobre as casas dos ucranianos", afirmou Volozh, num comunicado citado pelo portal independente Meduza.

O empresário referiu que, embora não viva em solo russo desde 2014, quando ocorreu a anexação da Crimeia e a Rússia apoiou e instigou os rebeldes pró-russos no leste da Ucrânia, sente-se "parcialmente responsável pelas ações do país".

Desde o início da guerra, em fevereiro do ano passado, Volozh tem-se concentrado em apoiar engenheiros russos talentosos que decidiram deixar a Rússia e podem agora começar uma nova vida no estrangeiro.

"Tive de me manter em silêncio por muitas razões. Pode discutir-se a oportunidade desta declaração, mas não a sua substância. Sou contra a guerra", frisou.

O empresário retirou-se do conselho de administração da Yandex e do seu cargo de diretor executivo do grupo empresarial em meados de 2022, pouco depois de ter sido colocado na lista de sanções ocidentais.

Volozh é o quarto empresário na lista da Forbes dos 200 russos mais ricos a manifestar-se abertamente contra a guerra, depois de Mikhail Khodorkovsky, Oleg Tinkov e Andrei Borodin.

Outros 19 empresários na lista da Forbes mostraram-se indiferentes à questão e 11 deles, incluindo Alisher Usmanov, Yevgeny Kaspersky e Oleg Deripaska, até ajudaram a financiar o exército russo na campanha militar ucraniana.

Entretanto, a grande maioria dos russos mais ricos optou por manter o silêncio sobre a guerra.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). ´

A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kyiv e com a imposição a Moscovo de sanções políticas e económicas. 


Leia Também: Os soldados russos mortos em combate na Ucrânia estão a ser "cremados quase continuamente" nos arredores de Melitopol, na região de Zaporíjia, denunciou a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar. 


Níger. Sanções asfixiam economia e agravam pobreza da população

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POR LUSA   10/08/23 

 Os efeitos das sanções económicas ao Níger, após o golpe de Estado de 26 de julho, já se sentem, com atividades paralisadas e a população confrontada com cortes de energia e aumentos elevados de produtos como arroz e petróleo.

O Níger vive uma crise política desde que uma junta militar - autodenominada Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), liderado pelo general Abdourahamane Tiani - deu um golpe de Estado e anunciou a destituição do Presidente eleito, Mohamed Bazoum, e a suspensão da Constituição.

Perante esta situação, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) decretaram uma série de sanções económicas e financeiras, numa reunião em 30 de julho.

Desde então, os preços dos principais géneros alimentícios no Níger dispararam de forma inesperada, com um aumento de 36%, nomeadamente dos produtos importados como o arroz, um produto de grande consumo pelos nigerinos.

Assim, um saco de arroz de 25 quilos, que custava 11.000 francos cfa (cerca de 16 euros), está agora a ser vendido por 15.000 francos cfa (22 euros), enquanto o litro de óleo passou de 1.000 francos cfa (1,5 euros) para 1.250 francos cfa (1,9 euros) em várias mercearias, segundo constatou a agência espanhola Efe.

Assoumana Harouna, proprietário de uma loja em Niamey, explicou que o aumento súbito dos preços se deve à decisão da CEDEAO de fechar as fronteiras terrestres e aéreas dos países-membros com o Níger.

"No dia seguinte ao fecho das fronteiras, os grossistas a quem compramos aumentaram os preços, o que nos obrigou a aumentar também os nossos preços ao consumidor, para conseguirmos uma margem de lucro", lamentou.

Mas Mustafa Kadi, presidente da Rede de Organizações de Consumidores do Níger (Rasconi), criticou estes aumentos, que, segundo disse, "não se justificam" porque os comerciantes ainda estão a utilizar bens armazenados antes da crise.

"A junta militar reuniu-se recentemente com os operadores económicos do país para pedir o seu apoio e sensibilizá-los para a necessidade de não aumentarem os preços aos cidadãos, de modo a não agravar o seu sofrimento", afirmou.

Situado no coração da região do Sahel, o Níger é considerado um dos países mais pobres do mundo.

O nível de pobreza extrema era de 41,8 % em 2021, o que equivale a mais de 10 milhões de pessoas, segundo dados do Banco Mundial.

Entre as sanções decretadas pela CEDEAO está o congelamento dos ativos financeiros e monetários do Estado nigerino no Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) e nos bancos comerciais dos países da UEMOA, bem como a suspensão de todas as transações comerciais e financeiras, incluindo as relacionadas com produtos petrolíferos e eletricidade.

De facto, a Nigéria, que lidera o bloco económico regional, cortou a eletricidade de forma intermitente no Níger durante a última semana, uma medida que teve repercussões "graves" em várias atividades económicas do país, segundo relataram vários operadores económicos.

Zeinabou Abdou, proprietária de um estabelecimento especializado na venda de produtos frescos (peixe, leite e enchidos, entre outros), foi obrigada a fechar a loja devido aos prejuízos que está a sofrer com a suspensão da eletricidade.

"Tenho sete grandes congeladores para armazenar os alimentos que vendo. Tinha quantidades significativas de produtos perecíveis por vender quando começaram os cortes de eletricidade. Tinha um gerador elétrico de média capacidade que se ligava em caso de corte de energia, mas que se avariou com esta pressão", disse, com um ar desanimado.

Abdou sublinhou que esta situação a fez perder mais de 450 mil francos cfa (686 euros) em mercadorias, pelo que decidiu fechar a loja enquanto esperava que a eletricidade voltasse.

O presidente da Rasconi classificou os cortes de eletricidade contra o país como "um abuso flagrante".

"As autoridades nigerinas devem processar a Nigéria e a CEDEAO pela aplicação desta sanção criminosa, que não só inflige um duro golpe à economia do Níger, mas também priva os seus cidadãos de um direito fundamental tão importante como o acesso à água, à alimentação e à saúde", denunciou.

A CEDEAO está a realizar hoje em Abuja, sede da organização, uma cimeira extraordinária para debater a situação criada pelo golpe de Estado e avaliar uma intervenção militar para repor a legalidade constitucional.

A cimeira extraordinária de Abuja realiza-se tendo como cenário o que fazer para enfrentar o quinto golpe de Estado bem-sucedido na região desde 2020, depois dos do Mali (duas vezes), Burkina Faso e Guiné-Conacri.

No total, desde 2020, a África Ocidental registou nove tentativas de golpes de Estado.


Sindicato dos agentes da administração pública teme que o governo de Geraldo Martins seja formado por pessoas que pertenciam ao executivo cessante



Radio TV Bantaba

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, participou hoje, 10 de Agosto de 2023, em Abuja, Nigéria, da Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado convocada pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre a situação política na República do Níger.


 Presidência da República da Guiné-Bissau

Presidente da RENAJ alerta o governo para a priorização da educação para diminuir a fuga dos jovens ao estrangeiro

 Radio TV Bantaba

Portugal exportou mais de 158 milhões de litros de vinho nos primeiros seis meses do ano

O preço do vinho aumentou mais de 10% nos primeiros três meses do ano, sendo que o valor ficou acima da inflação que, na altura, se situava no 8,4%. Apesar da subida dos preços dos vinhos, as exportações e o consumo aumentaram. 

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Níger. Negociação deve ser "pedra angular" da abordagem da CEDEAO

© Olukayode Jaiyeola/NurPhoto via Getty Images

POR LUSA   10/08/23 

O presidente da Nigéria, Bola Tinubu, defendeu hoje em Abuja, que a "negociação diplomática" deve ser a "pedra angular" da abordagem da CEDEAO com a junta militar no poder no Níger.

"É crucial que priorizemos as negociações diplomáticas e o diálogo como base da nossa abordagem", afirmou o Presidente da Nigéria, que detém a presidência rotativa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Na cimeira de hoje em Abuja os chefes de Estado e de Governo têm como único ponto da ordem de trabalhos o debate sobre a situação criada pelo golpe de Estado de 26 de julho no Níger e avaliar uma intervenção militar para repor a legalidade constitucional.

A organização deve envolver "todas as partes envolvidas, incluindo os autores do golpe de Estado, em discussões sérias para os convencer a abandonar o poder e a reintegrar o Presidente Bazoum", continuou.

O Presidente eleito, Mohamed Bazoum, foi derrubado por um golpe militar dirigido pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), liderado pelo general Abdourahamane Tiani.

Esta é a primeira reunião dos líderes da CEDEAO desde o termo do seu ultimato aos militares na anterior cimeira da organização, em 30 de julho.

Nessa ocasião, a CEDEAO ameaçou com uma intervenção militar se a ordem constitucional não fosse restabelecida até 06 de agosto.

"Infelizmente, o ultimato que lançámos na primeira cimeira não produziu os resultados esperados", reconheceu Tinubu.

Acrescentou, no entanto, que era dever da CEDEAO "esgotar todas as vias de diálogo para assegurar um rápido regresso à governação constitucional no Níger".

Todos os presidentes do bloco da África Ocidental participam nesta cimeira, com exceção da Gâmbia, da Libéria e de Cabo Verde, que enviaram representantes.

Após o discurso do Presidente Tinubu, os chefes de Estado e representantes dos 15 países-membros da organização retiraram-se para uma reunião à porta fechada.

Os presidentes do Burundi e da Mauritânia, que não são membros da CEDEAO, mas foram convidados pela organização, também participam na cimeira e estão igualmente presentes representantes da Argélia, da Líbia, da Organização das Nações Unidas e da União Africana.

A cimeira extraordinária de Abuja realiza-se tendo como cenário o que fazer para enfrentar o quinto golpe de Estado bem-sucedido na região desde 2020, depois dos do Mali (duas vezes), Burkina Faso e Guiné-Conacri.

No total, desde 2020, a África Ocidental registou nove tentativas de golpes de Estado.


Leia Também: Junta militar do Níger anuncia governo de transição com 21 ministros

Autoridades do Senegal "sentem-se ameaçadas" por opositor Sonko... Palavras de um dos representantes legais de Ousmane Sonko, Juan Branco.

© Getty Images

Notícias ao Minuto   10/08/23 

Um dos representantes legais de Ousmane Sonko, principal opositor do regime senegalês, argumentou que as autoridades do país "sentem-se muito ameaçadas" pelo caso judicial que está nas mãos do Tribunal Penal Internacional.

Sonko, recorde-se, está atualmente detido no Senegal, onde o seu partido, o Pastef, foi dissolvido pelas autoridades. Por isso, é ainda incerto se a sua vontade de concorrer às eleições presidenciais de 2024 poderá, ou não, concretizar-se.

"O Senegal tem caminhado para um governo autoritário nos últimos [alguns] anos do [presidente] Macky Sall e isso trouxe uma repressão muito séria contra líderes políticos e manifestantes - especialmente aqueles que apoiam Ousmane Sonko", disse Juan Branco (filho do produtor de cinema português Paulo Branco), citado pela BBC.

Branco garante ter provas de crimes contra a humanidade levados a cabo por altos membros do regime senegalês, bem como de prisões políticas e detenções arbitrárias.

Ele próprio foi acusado pela justiça senegalesa de conspiração para espalhar notícias falsas, sendo alvo de um mandado de detenção. Vive, atualmente, em França, onde nasceu.


Leia Também: Advogado de líder da oposição senegalesa foi detido e será deportado

UE ao lado de decisões da CEDEAO mas não pondera sanções para já

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POR LUSA   10/08/23 

A Comissão Europeia insistiu hoje que está ao lado das decisões da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) contra o Níger por causa do golpe militar, mas não estão previstas sanções europeias para já.

"Dissemos desde o primeiro momento que apoiamos as decisões e ações da CEDEAO e assim será", sustentou o porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros Peter Stano, em conferência de imprensa, em Bruxelas.

Na primeira reação ao golpe militar em Niamey, em 26 de julho, que depôs o Presidente Mohamed Bazoum, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, condenou a ação dos militares nigerinos e advertiu que a adoção de sanções pela organização da África Ocidental poderia ser acompanhada por uma decisão semelhante pela União Europeia (UE).

Contudo, Peter Stano não referiu a hipótese de sancionar o Níger e também não está prevista uma reunião extraordinária dos 27 para discutir o assunto.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE reúnem-se no dia 31 de agosto em Toledo, numa reunião ordinária organizada pela presidência espanhola do Conselho da UE.

O líder do autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), o general Abdourahamane Tiani, assinou um decreto com a composição dos membros do novo Governo divulgado esta madrugada pela agência pública de notícias ANP.

O novo Governo é chefiado pelo economista e antigo ministro Mahamane Lamine Zeine, nomeado na segunda-feira, que terá também as pastas da Economia e das Finanças.

A nomeação do Governo provisório ocorre poucas horas antes de uma reunião importante dos líderes da CEDEAO, em Abuja, Nigéria, para analisar a situação no Níger, depois de ter expirado, no passado domingo, o ultimato dado pelo bloco regional aos líderes golpistas para restabelecerem a ordem constitucional, sob a ameaça de uma possível ação militar.


Leia Também: Cinco soldados mortos em suposto ataque terrorista em Níger

França e Mali suspendem emissão de vistos aos cidadãos destes países

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POR LUSA   10/08/23 

A França e o Mali suspenderam a emissão de vistos aos cidadãos destes países pelos respetivos serviços consulares em Bamako e Paris, num contexto de fortes tensões bilaterais e regionais, informaram hoje fontes diplomáticas.

A França foi o primeiro país a suspender a emissão destes vistos no início da semana, depois de ter colocado todo o Mali, incluindo Bamako, numa zona vermelha, "formalmente desaconselhável" para os viajantes, adiantaram as mesmas fontes.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Mali declarou ter tomado conhecimento desta classificação "com surpresa", no final do dia de quarta-feira, através das redes sociais.

Decidiu fazer o mesmo com os serviços malianos competentes em Paris, "em aplicação da reciprocidade".

"No atual contexto de fortes tensões regionais, todas as viagens para o Mali são formalmente desaconselhadas. Os cidadãos franceses no Mali são instados a exercer a máxima vigilância", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês no seu site, numa atualização das suas recomendações por país, datada de segunda-feira passada.

"Esta mudança levou a uma reorganização dos serviços da embaixada de França em Bamako, que deixará de poder emitir vistos até nova ordem", indica a Capago, um prestador de serviços que processa os pedidos de visto antes de serem examinados pelas autoridades francesas.

As relações entre a França, antiga potência colonial empenhada militarmente ao lado do exército maliano contra os terroristas desde 2013, e o Mali deterioraram-se fortemente desde que os coronéis tomaram o poder pela força em Bamako, em agosto de 2020.

A junta expulsou as forças francesas em 2022 e virou-se política e militarmente para a Rússia, além de expulsar o embaixador francês.

Desde então, a França viu outros governos aliados no Sahel serem derrubados pelos militares, no Burkina Faso, em 2022, e no Níger, no final de julho. O conjunto destes três países vizinhos, todos eles confrontados com a expansão terrorista e formando uma vasta área geográfica, está agora numa zona vermelha para a diplomacia francesa.

A França também suspendeu a emissão de vistos pelos seus serviços no Burkina, segundo o site Capago.


Ucrânia. UE diz que Rússia não é parceiro económico de confiança

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 POR LUSA   10/08/23 

A Comissão Europeia considerou hoje que, como parceiro económico, a Rússia é "irrealista, imprevisível", "tem falta de transparência" e que apenas faz o que quer para atingir os seus objetivos políticos.

A atual postura comercial da Rússia "apenas tem demonstrado que é irrealista, imprevisível", afirmou o porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Peter Stano, em conferência de imprensa em Bruxelas.

O representante comunitário apontou ainda "a falta de transparência" de que Moscovo tem "enquanto parceiro económico".

Depois da suspensão, em 17 de julho, do acordo para a exportação de cereais provenientes da Ucrânia pelo Mar Negro, o Kremlin (Presidência russa) tem-se apresentado aos países que mais necessitam destes cereais, em particular os africanos, como o principal fornecedor.

Contudo, para Bruxelas, a saída do acordo que foi negociado com os dois países em guerra, sob mediação das Nações Unidas e da Turquia, demonstra a incapacidade da Rússia para respeitar quaisquer acordos.

"Faz diariamente o que quer para atingir os seus objetivos políticos, reforçando a sua imagem como um parceiro económico e comercial instável", acrescentou o porta-voz.

Peter Stano defendeu que "há um consenso internacional de que é necessário" o regresso da Rússia à iniciativa que vigorava desde julho do ano passado.

"Não é só importante para a Ucrânia, é também para [impedir que aumentem] os preços da alimentação globais", concluiu.


Leia Também: Ucrânia. Ameaças nucleares russas são "especialmente preocupantes"

COREIA DO NORTE: Líder norte-coreano demite chefe do Estado-Maior do Exército

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POR LUSA  10/08/23 

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, demitiu o chefe do Estado-Maior do Exército e pediu um impulso nos preparativos de guerra, nomeadamente um aumento no fabrico de armas e mais manobras militares, noticiaram hoje os 'media' locais.

Os anúncios foram feitos na quarta-feira, durante uma reunião da Comissão Militar Central do país, divulgou hoje a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.

O líder norte-coreano demitiu o chefe do Estado-Maior, Pak Su-il, substituindo-o pelo vice-marechal Ri Yong-gil, de acordo com a KCNA, que não forneceu mais detalhes sobre o assunto.

O líder norte-coreano dirigiu-se aos generais e mostrou mapas, segundo imagens divulgadas pelos meios de comunicação estatais, enquanto falava sobre as "grandes ações militares" contra a Coreia do Sul.

Na semana passada, Kim visitou várias fábricas de armas durante três dias.

Esta reunião militar aconteceu no momento que Seul e Washington preparam a realização das suas principais manobras militares conjuntas anuais, que acontecerão no final de agosto.

Pyongyang vê todos estes exercícios militares como ensaios para uma invasão e, repetidamente, tem alertado que tomará medidas "esmagadoras" para responder a estas manobras conjuntas.

Kim pediu a "todas as fábricas de munições que continuem a produção em massa de equipamentos e armas", acrescentando que é necessário a realização ativa de manobras militares reais.


Sindicato de Base dos Funcionários de Tribunal de Contas: Funcionários de Tribunal de Contas em conferência de Imprensa, acusando o presidente do Tribunal de Contas na tentativa de recrutar mais 30 funcionários naquela instituição.


  Radio TV Bantaba 

NÍGER: Junta militar do Níger anuncia governo de transição com 21 ministros

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 POR LUSA   10/08/23 

A junta militar no poder após o golpe de Estado de 26 de julho no Níger anunciou a formação de um novo Governo de transição composto por 21 ministros, incluindo seis militares.

O líder do autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), o general Abdourahamane Tiani, assinou um decreto com a composição dos membros do novo Governo divulgado esta madrugada pela agência pública de notícias ANP.

O novo Governo é chefiado pelo economista e antigo ministro, Mahamane Lamine Zeine, nomeado na segunda-feira, que terá também a pasta da Economia e das Finanças.

O general Salifou Mody foi escolhido para o Ministério da Defesa e o general Mohamed Toumba para o do Interior, duas figuras importantes da junta.

O coronel Major Amadou Abdramane, porta-voz do CNSP, será responsável pela pasta da Juventude e dos Desportos. Os outros ministérios ocupados pelos militares são a Saúde, os Transportes e a Água, Saneamento e Ambiente.

A nomeação do Governo provisório ocorre poucas horas antes de uma reunião importante dos líderes do Conselho Económico dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), em Abuja, Nigéria, para analisar a situação no Níger, depois de ter expirado, no passado domingo, o ultimato dado pelo bloco regional aos líderes golpistas para restabelecerem a ordem constitucional, sob a ameaça de uma possível ação militar.


Leia Também: Níger. ONU critica "condições deploráveis" em que vive presidente deposto

Rússia diz ter abatido 13 drones, dois tinham Moscovo como alvo

© Reuters

POR LUSA   10/08/23 

O Ministério da Defesa da Rússia disse esta madrugada que abateu 13 drones, incluindo 11 perto da Crimeia e dois que voavam em direção à capital russa, Moscovo, após vários ataques semelhantes nos últimos dias.

"Dois drones que voavam em direção à cidade de Moscovo foram destruídos", declarou o Ministério da Defesa russo, na plataforma de mensagens Telegram.

Uma das aeronaves não tripuladas que visava a capital russa foi abatida pela defesa aérea russa na região de Kaluga e a segunda no distrito de Odintsovsky, informou o ministério, acusando Kiev de ter lançado os aparelhos.

"Perto da cidade de Sevastopol [na Crimeia], dois drones foram atingidos por sistemas de defesa antiaérea em uso, nove outros foram neutralizados por sistemas de guerra eletrónica e caíram no Mar Negro antes de atingirem o alvo", segundo a mesma fonte.

Não se registaram vítimas ou danos, disse o ministério.

Os ataques de drones ucranianos em território russo aumentaram nas últimas semanas, visando frequentemente Moscovo e a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Na quarta-feira, a Rússia anunciou que abatera dois drones ucranianos que se dirigiam para a capital russa. Na segunda-feira, Moscovo afirmou ter destruído outro aparelho ucraniano na região de Kaluga, depois de ter destruído outros sete na mesma zona na quinta-feira da semana passada.

Nas últimas semanas, os drones navais também atingiram navios russos em várias ocasiões, incluindo um petroleiro, no sábado.


Ucrânia. EUA preparam novo pacote de ajuda de 200 milhões de dólares

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POR LUSA   10/08/23 

Os Estados Unidos vão fornecer à Ucrânia mais 200 milhões de dólares em armas e munições, para apoiar a contraofensiva ucraniana que tem encontrado obstáculos significativos para contrariar a defesa russa, adiantaram esta quarta-feira fontes do governo norte-americano.

O mais recente pacote de ajuda militar incluirá mísseis para os Sistemas de Artilharia de Alta Mobilidade (Himars) e o sistema de defesa aérea Patriot, bem como munições para obuses e tanques, 'rockets' Javelin, equipamento de remoção de minas, 12 milhões de cartuchos de munição para armas pequenas e munições de demolição, referiu um responsável dos Estados Unidos, que falou sob a condição de anonimato à agência Associated Press (AP).

Espera-se que o governo liderado por Joe Biden solicite ao Congresso o novo pacote de ajuda suplementar para manter o apoio a Kiev.

A Ucrânia já recebeu mais de 43.000 milhões dos EUA desde que a Rússia invadiu o país no ano passado.

Estes fundos permitiram fornecer sistemas de armas e milhões de cartuchos de munições para lutar contra os militares russos.

O governo Biden está a financiar o esforço de guerra da Ucrânia através de dois programas, um que extrai armas das reservas existentes dos EUA, enquanto o outro, a Assistência à Segurança da Ucrânia (USAI, na sigla em inglês), financia contratos de longo prazo para sistemas de armas maiores, como tanques que precisam de ser construídos ou modificados por empresas de defesa.

Ambos os financiamentos estão garantidos até ao final do ano fiscal, em 30 de setembro.

"Estamos confiantes de que podemos continuar a fornecer à Ucrânia o que necessita no campo de batalha", garantiu, esta terça-feira, a vice-porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh.

As forças ucranianas reivindicaram quarta-feira ter atingido a primeira linha defensiva da Rússia na frente sul, no âmbito da contraofensiva que procura chegar ao litoral e isolar a península da Crimeia ocupada por Moscovo.

O subcomandante das forças ucranianas no sul do país, Serguí Kuzmin, destacou que as suas tropas avançaram várias centenas de metros perto da estratégica aldeia de Robotyne, no coração da região de Zaporijia.

"Chegamos à linha de frente dos ocupantes. A linha de frente é muito difícil, mas os nossos soldados estão a avançar", garantiu, de acordo com o diário Ukrainska Pravda, citado pela agência de notícias Efe.

Kuzmin sublinhou que estas operações têm como alvo a cidade de Melitopol, cuja captura abriria caminho para os ucranianos atingirem o mar de Azov

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Níger: CEDEAO fez sete intervenções militares em três décadas

© NIPAH DENNIS/AFP via Getty Images

POR LUSA     09/08/23 

A CEDEAO realiza na quinta-feira em Abuja, sede da organização, uma cimeira extraordinária para debater a situação criada pelo golpe de Estado de 26 de julho no Níger e avaliar uma intervenção militar para repor a legalidade constitucional.

Criada em 1975, para promover o desenvolvimento económico da região e gerir os conflitos entre os seus membros, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) conta atualmente com 15 Estados: oito francófonos (Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Conacri, Mali, Níger, Senegal e Togo), cinco anglófonos (Gâmbia, Gana, Nigéria, Libéria e Serra Leoa), e dois lusófonos (Cabo Verde e Guiné-Bissau).

A cimeira extraordinária de Abuja realiza-se tendo como cenário o que fazer para enfrentar o quinto golpe de Estado bem-sucedido na região desde 2020, depois do Mali (duas vezes), Burkina Faso e Guiné-Conacri.

No total, desde 2020, a África Ocidental registou nove tentativas de golpes de Estado.

Em 03 de agosto, a chefe da diplomacia senegalesa, Aïssata Tall Sal, deu a justificação para a decisão que pode sair quinta-feira de Abuja: "A convicção do Senegal é que há que pôr fim a estes golpes de Estado".

Esta pode ser a explicação para aquando dos golpes militares no Mali, Burkina Faso e Guiné-Conacri a CEDEAO ter apenas suspendido e imposto sanções àqueles países.

No âmbito dos seus objetivos de integração regional e resolução de conflitos, os 15 Estados-membros da CEDEAO acordaram um Protocolo de Assistência Mútua em Matéria de Defesa, em Freetown, capital da Serra Leoa, em 29 de maio de 1981.

O processo de constituição de uma força militar conjunta surgiu em 1990, quando foi criado o Grupo de Vigilância da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Ecomog, no acrónimo em inglês), uma força armada multilateral para que exércitos de diferentes países trabalhassem em conjunto.

O Ecomog foi largamente formado por pessoal e recursos das Forças Armadas da Nigéria, com unidades de força de sub-batalhão constituídas por outros membros do bloco regional.

Com o golpe de Estado de 26 de julho no Níger, a CEDEAO impôs sanções, como habitualmente fazia, mas fixou a fasquia mais alta ao ameaçar com uma intervenção militar se no prazo de uma semana o deposto Presidente Mohamed Bazoum não fosse reconduzido no poder.

Se essa decisão for adotada, não será a primeira vez que o bloco regional intervém em crises que envolvem países-membros.

Eis a lista de intervenções do Ecomog:

1990: Libéria

Em 1989, Charles Taylor liderou uma milícia contra o Governo da Libéria, o que levou à eclosão de uma guerra civil no país. Consequentemente, o bloco regional tomou uma iniciativa sem precedentes para intervir em 1990. O contingente inicial de 3.000 homens da Ecomog foi formado por efetivos provenientes da Nigéria, Gâmbia, Gana, Guiné e Serra Leoa, tendo o Mali contribuído com soldados adicionais.

As tropas estiveram presentes no país até 1996, altura em que a guerra terminou.

1997: Serra Leoa

A segunda intervenção do Ecomog foi a capital da Serra Leoa, Freetown, em 1997, após o derrube do governo civil eleito de Ahmed Tejan Kabbah pelo major Johnny Paul Koroma num golpe militar.

A força, sob o comando de tropas nigerianas, deslocou parte dos seus efetivos de Monróvia, a capital liberiana, para recapturar Freetown ao grupo rebelde Frente Unida Revolucionária (RUF).

Em fevereiro de 1998, o Ecomog lançou um ataque que levou à queda do regime militar e Kabbah foi reconduzido como líder do país.

1999: Guiné-Bissau

A paragem seguinte do Ecomog foi uma missão de cessar-fogo na Guiné-Bissau, depois de as hostilidades terem rebentado na sequência de uma tentativa de golpe de Estado em 1998.

A luta foi entre as forças governamentais apoiadas pelos vizinhos Senegal e Guiné-Conacri contra os líderes do golpe que tinham o controlo das forças armadas.

As hostilidades foram resolvidas após a assinatura de um acordo de paz, em novembro de 1998, que previa um governo de unidade nacional e novas eleições em 1999, mas um novo surto de conflito, em maio de 1999, veio pôr em causa o acordo.

Em novembro, foi assinado em Abuja um acordo de paz que previa, em parte, a retirada das tropas senegalesas e guineenses e o envio de forças do Ecomog para garantir a paz.

2003: Costa do Marfim

Depois de as forças armadas da Costa do Marfim e os grupos rebeldes terem chegado a um acordo de cessar-fogo em 2003, a CEDEAO enviou tropas como forças da organização na Costa do Marfim (Ecomici) para complementar as tropas das Nações Unidas e da França.

2003: Libéria

A segunda guerra civil na Libéria também exigiu o regresso das tropas regionais. Enquanto a primeira guerra civil levou Charles Taylor ao poder, a segunda guerra civil, entre 1999 e 2003, conduziu à sua saída.

Desta vez, a CEDEAO enviou tropas no âmbito da Missão da CEDEAO na Libéria (Ecomil) com cerca de 3.500 soldados, a maioria dos quais provenientes da Nigéria. Serviram como força de interposição, mantendo as partes beligerantes separadas e facilitando a chegada da Missão das Nações Unidas na Libéria (Unmil).

2013: Mali

Um golpe de Estado em 2012 no Mali levou a uma rutura da ordem e os grupos armados aproveitaram imediatamente o golpe que se seguiu para invadir o norte do país.

A CEDEAO liderou a Missão Internacional de Apoio ao Mali liderada por África (Afisma) para apoiar o Governo do Mali na luta contra os rebeldes em 2013.

A missão foi autorizada por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU e o seu mandato inicial era de um ano.

A Nigéria contribuiu com a maior parte das tropas, mas uma série de outros países da África Ocidental, incluindo o Gabão, a Costa do Marfim, o Níger e o Burkina Faso, também apoiaram a missão.

A Afisma acabou por dar lugar à Missão Multidimensional Integrada de Estabilização da ONU no Mali (Minusma).

2017: Gâmbia

Com o nome de código "Operação Restauração da Democracia", uma operação da CEDEAO liderada pelo Senegal enviou tropas para Banjul para forçar Yahya Jammel, que se tinha recusado a conceder uma derrota eleitoral a Adama Barrow nas eleições presidenciais de 2016 na Gâmbia.

Barrow tomou posse como Presidente na embaixada da Gâmbia em Dacar e solicitou uma intervenção militar da CEDEAO.

As tropas asseguraram a transição em três dias.

O nome da missão foi posteriormente alterado para Missão da CEDEAO na Gâmbia (Ecomig) e durou até dezembro de 2021.


Níger. EUA "profundamente preocupados" com estado de saúde de PR deposto

© Reuters

 POR LUSA    09/08/23 

Os Estados Unidos da América (EUA) manifestaram hoje a sua profunda preocupação com o estado de saúde do Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, detido desde o golpe de Estado de 26 de julho.

"Estamos profundamente preocupados com a sua saúde e segurança e com a da sua família", declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, na sequência de um telefonema entre o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, e o Presidente Bazoum.

O primeiro-ministro deposto, Ouhoumoudou Mahamadou, afirmou recentemente que Mohamed Bazoum continuava detido com a mulher e o filho, sem eletricidade nem água corrente.

O porta-voz Matthew Miller não quis entrar em pormenores sobre a chamada de Antony Blinken, realizada na terça-feira à noite, hora dos EUA.

Mas, segundo Miller, as preocupações dos EUA com a saúde do líder eleito foram uma das razões pelas quais a vice-secretária de Estado em exercício, Victoria Nuland, tentou encontrar-se com o Presidente Bazoum durante uma viagem não anunciada ao Níger na segunda-feira, mas sem sucesso.

"À medida que o tempo passa e ele continua detido em isolamento, a situação torna-se cada vez mais preocupante para nós", frisou o porta-voz.

Em Niamey, o antigo emir de Kano (norte da Nigéria) anunciou hoje que se encontrava na capital nigerina para mediar com o regime militar saído do golpe de Estado, na véspera da cimeira extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre o Níger.

A cimeira, a realizar em Abuja, deverá tomar uma decisão sobre uma intervenção militar para repor a legalidade constitucional.

"Falámos com o chefe de Estado", o general Abdourahamane Tiani, o novo homem forte do Níger, e "vamos regressar à Nigéria para transmitir uma mensagem" do general ao Presidente nigeriano, Bola Tinubu, disse o antigo emir, Sanusi Lamido Sanusi, à estação nacional de televisão do Níger.

"Viemos na esperança de que a nossa chegada abra caminho a verdadeiras discussões entre os líderes do Níger e da Nigéria", acrescentando que não era um "emissário do governo".

Sanusi é conhecido por ser um amigo próximo do Presidente nigeriano Tinubu, antigo governador do estado de Lagos, onde o antigo emir cresceu e trabalhou.

Príncipe da família real do Estado de Kano, Sanusi tornou-se o 14.º emir do território em 2015, após a morte do seu antecessor Ado Bayero, que ostentava o título real de Muhammadu Sanusi II.

No entanto, foi deposto em 2020 após um desentendimento com o governador do Estado de Kano, Abdullahi Umar Ganduje.

Conhecido pela sua franqueza, Sanusi Lamido Sanusi foi também banqueiro e antigo governador do Banco Central da Nigéria de 2009 a 2014, cargo de que foi demitido depois de ter denunciado uma fraude de vários milhares de milhões de dólares na indústria petrolífera.


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A Rada suprema (parlamento) da Ucrânia aprovou hoje uma moção que pede aos governos e parlamentos de países estrangeiros para não reconhecerem as eleições que as autoridades russas pretendem organizar nas regiões separatistas parcialmente ocupadas.

© Reuters

POR LUSA   09/08/23 

 Parlamento ucraniano pede rejeição de eleições em regiões ocupadas

A Rada suprema (parlamento) da Ucrânia aprovou hoje uma moção que pede aos governos e parlamentos de países estrangeiros para não reconhecerem as eleições que as autoridades russas pretendem organizar nas regiões separatistas parcialmente ocupadas.

A Rússia converteu o seu sistema eleitoral "numa ferramenta para justificar a agressão armada contra o país vizinho e a legalização da anexação ilegal dos territórios ocupados de forma temporária e para esmorecer a confiança nas instituições democráticas", indica a moção e numa referência às províncias de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.

O texto solicita aos Estados e organizações internacionais que não reconheçam a legitimidade das eleições, previstas para 10 de setembro, nem de qualquer organismo público com representantes eleitos neste processo.

A Rada também pretende que sejam ignoradas as possíveis petições para o envio de observadores aos territórios do leste e sul da Ucrânia sob controlo russo.

A moção foi aprovada com os votos a favor de 287 deputados (num total de 403), informou através do canal Telegram o deputado Yaroslav Zheleznyak, do partido Voz.

A Rússia tem agendadas para 10 de setembro eleições legislativas, regionais e municipais e que abrangem as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, controladas pelas autoridades locais separatistas russófonas e que em setembro passado foram anexadas à Rússia após referendos contestados internacionalmente.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


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PR da Guiné-Bissau afirma que Bazoum é único chefe de Estado do Níger

©Radio TV Bantaba 

POR LUSA    09/08/23 

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo, afirmou hoje que Mohamed Bazoum "é o único chefe de Estado do Níger, apesar do golpe dos militares" que sofreu em 26 de julho.

De partida para Nigéria, para uma cimeira extraordinária de líderes da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), na quinta-feira, para debater que medidas devem ser adotadas pela organização para obrigar os militares a devolverem o poder a Bazoum, Embaló sublinhou que "Bazoum é o Presidente".

"Até hoje a autoridade válida no Níger é o Presidente Bazoum, porque foi eleito pelo povo nigerino", defendeu o Presidente guineense.

@Radio TV Bantaba  Presidente da República participa na sessão extraordinária dos chefes de estado da CEDEAO em Abuja.

A CEDEAO deu um ultimato aos militares para que reinstalem Mohamed Bazoum, mantido em cativeiro desde o dia do golpe, mas não foi respeitado.

O prazo dado terminou no domingo e a CEDEAO diz ter em cima da mesa a possibilidade de lançar um intervenção militar contra os golpistas no Níger.

"Os militares devem voltar às casernas no Níger", observou Sissoco Embaló, notando, contudo, que "a guerra é último recurso para fazer prevalecer a paz".

O Presidente guineense disse que na quinta-feira será tomada uma decisão final sobre a intervenção ou se se vai privilegiar outra forma de obrigar o retorno ao poder civil no Níger.

Caso seja aprovada a opção armada, Sissoco Embaló adiantou que "imediatamente" irá convocar o Conselho de Defesa Nacional para analisar qual a posição da Guiné-Bissau, se envia ou não militares.

"Neste caso não é preciso passar por parlamento, porque não se trata de uma guerra no país e nem é a Guiné-Bissau que está em guerra", notou Sissoco Embaló.

O Presidente guineense lembrou que a Guiné-Bissau participou em várias missões de manutenção da paz nos países africanos.

"Golpe de Estado deve acabar na CEDEAO", sublinhou Umaro Sissoco Embalo, que estava acompanhado na partida no aeroporto de Bissau pelo novo primeiro-ministro do país, Geraldo Martins.


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EUA: Mágico teletransporta quatro pessoas em Nova Iorque. Eis as imagens... A reação dos apresentadores e dos espectadores não deixou dúvidas. Todos ficaram maravilhados com o número.

© Twitter/ Massimo

Notícias ao Minuto   09/08/23 

O mágico Antonio Díaz, conhecido internacionalmente como 'El Mago Pop', realizou um truque de magia, que surpreendeu todos os que assistiam. Quatro pessoas foram teletransportadas de uma caixa de vidro para outra sem que ninguém esperasse.

O momento ocorreu na sua primeira aparição ao vivo no programa 'Today', na NBC. 

O mágico, de nacionalidade catalã, fez um truque alucinante ao teletransportar quatro pessoas de uma ponta à outra do Rockefeller Plaza, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

O truque, que foi visto por sete milhões de telespectadores, consistia em quatro voluntários, escolhidos ao acaso, que entraram numa plataforma giratória de cristal situada a poucos metros de uma plataforma idêntica, do outro lado da praça.

De seguida, as caixas de cristal foram cobertas e, num ato de magia, teletransportou as quatro pessoas para a segunda plataforma. 

A reação dos apresentadores e dos espectadores não deixou dúvidas. Todos ficaram maravilhados com o número. "Isto é incrível!", gritaram os apresentadores do Today, Hoda Kotb e Carson Daly.

Veja o momento na galeria de imagens acima.☝


Parlamento reativa comissão da revisão da Constituição

Por dw.com   09/08/23

O parlamento da Guiné-Bissau aprovou a reativação da comissão eventual da revisão da Constituição do país, um processo em curso há vários anos e sempre interrompido devido às crises político-militares dos últimos anos.

A reativação da comissão da revisão da Constituição foi aprovada esta quarta-feira (09.08) por unanimidade com o voto dos 96 deputados presentes na sessão, anunciou o presidente do parlamento guineense, Domingos Simões Pereira, no âmbito dos trabalhos extraordinários do órgão.

A comissão irá agora continuar com os trabalhos e apresentar, proximamente, um relatório à plenária da Assembleia Nacional Popular para uma apreciação "mais exaustiva", notou Simões Pereira.

A revisão da Constituição divide a classe política guineense ao ponto de, em 2020, o Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, criar a sua própria comissão de revisão, gerando críticas de vários setores da sociedade que afirmaram que o chefe de Estado não pode ter aquela iniciativa, mas sim os deputados.

A comissão eventual da revisão constitucional é liderada pelo antigo ministro do Interior, o jurista Lassana Seidi, do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que venceu as legislativas de junho passado.

Seidi notou que antes da dissolução do parlamento pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló, em maio de 2022, a comissão já tinha “quase pronto o novo texto constitucional” que, entre outras novidades, disse ter passado de 133 artigos na Constituição em vigor para 309.

País tenta há 26 anos rever Constituição

O presidente da comissão eventual da revisão constitucional explicou aos deputados que o documento foi apresentado “em todas as regiões do país a todos os segmentos da sociedade” para apreciação.

Lassana Seidi adiantou que o documento apenas não foi apresentado à comunidade guineense na diáspora, por falta de meios.

“O trabalho está quase feito na sua totalidade, mas ainda não terminou porque ainda não foi aprovado pelos deputados ao parlamento”, declarou Seidi, esclarecendo que a sua comissão trabalhou na revisão da Constituição, “mas não na criação de um novo texto”.

O jurista afirmou que aquele trabalho também contou com a assessoria de “grandes professores constitucionalistas portugueses” que ajudaram na “afinação da língua portuguesa e na sistematização do texto”.

Lassana Seidi afirmou que o país está desde 1997 a tentar rever a sua Constituição, mas que “é chegada a hora” de ser adotada um novo texto, disse.

O novo parlamento guineense, que entrou em funções no passado dia 27 de julho, terminou hoje a sua primeira sessão extraordinária e deverá retomar os trabalhos no final deste mês, desta feita para apreciar o programa do novo Governo e o Orçamento Geral de Estado.

Funcionários da EAGB exigem pagamento de 34 meses de salário em atraso.


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