Por SIC Notícias 06/07/23
A diretora de Recolha de Fundos e Parcerias da UNICEF Portugal explica à SIC a situação de crise global da água e como se pode ajudar a UNICEF a desenvolver projetos que forneçam água segura às zonas mais remotas e secas do planeta.
Dois mil milhões de pessoas vivem sem acesso a água potável, entre elas, 600 milhões serão crianças. Estes são números da UNICEF que se encontra a promover uma recolha de água para distribuir pelos países que mais sofrem com os efeitos da seca extrema e a falta de acesso a água potável. A SIC falou com Luísa Mota, diretora de Recolha de Fundos e Parcerias da UNICEF Portugal.
Em primeiro lugar é preciso compreender a dimensão global e onde é mais alarmante, dado que os números são consideráveis e “graves”:
“Os casos de situações de seca extrema são cada vez mais frequentes e, na verdade, isso já provocou uma crise global da água que põe em risco as crianças e famílias. Dois mil milhões é uma em cada quatro pessoas, é um número alarmante”, constata a diretora.
Da mesma forma, Luísa Mota acrescenta ainda que quatro mil pessoas morrem todos os dias devido a doenças provocadas pela falta de acesso a água segura e que mais de mil são crianças com idade inferior a cinco anos.
Mais. 80% das famílias que vivem nesta situação dão a atarefa de procurar água a mulheres e crianças, na Nigéria 90% das raparigas que têm esta tarefa já sofreram algum tipo de violência.
Por isto, e por muito mais, a UNICEF lança uma campanha “Última gota: doe água” para colmatar estas dificuldades.
“Ainda agora começou o verão e prevemos que seja um dos mais secos. Por isso lançamos já esta campanha de angariação de fundos para projetos da UNICEF que tenham a ver com o acesso à agua, saneamento e de higiene”, explica a diretora.
Para além da angariação de fundos, a UNICEF, como informa a diretora Luísa Mota, aplica os seus fundos em vários projetos que tentam minimizar o impacto da ausência de água em certas regiões e na população mais afetada.
“Temos projetos para utilizando as nossas equipas especializadas e tecnologias em que conseguimos encontrar água em grandes profundidades nas zonas mais remotas e secas no planeta. Temos construção de infraestruturas de água e saneamento em escolas e hospitais, movidos a energia solar, e temos também em situações de emergência que, logo às primeiras horas, a preocupação é entregar água ou ainda entregamos pastilhas que se pode por em água que não é própria para consumo e torna-se segura para beber”, detalha.
As maiores preocupações que a ausência de água suscita é a subnutrição, sendo que “quando não há água, impossibilita criação de gado e leva a deslocações em massa, sujeitas a mais violência”.
Para além disso, a falta de acesso à escola no caso das crianças que passam os dias a ir buscar água.
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