quinta-feira, 24 de março de 2022

Um mês depois do início da invasão, são já 4,3 milhões as crianças deslocadas devido à guerra

 Mãe e filho na estação de Przemyśl, na Polónia (AP Images/Petros Giannakouris)

Cnnportugal.iol.pt

Cerca de 1,8 milhões de crianças cruzaram a fronteira da Ucrânia para buscar refúgio em países vizinhos e 2,5 milhões estão deslocadas internamente, revela UNICEF

Mais da metade das crianças ucranianas, cerca de 4,3 milhões, deixaram as suas casas para fugir da insegurança e dos combates desencadeados pela invasão da Rússia iniciada a 24 de fevereiro, indicou esta quinta-feira a UNICEF.

"Um mês de guerra na Ucrânia deslocou 4,3 milhões de crianças, mais da metade da população infantil do país, estimada em 7,5 milhões", referiu o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em comunicado.

Cerca de 1,8 milhões de crianças cruzaram a fronteira da Ucrânia para buscar refúgio em países vizinhos e 2,5 milhões estão deslocadas internamente.

"A guerra causou um dos deslocamentos de crianças em larga escala mais rápidos desde a Segunda Guerra Mundial", disse a diretora-geral da UNICEF, Catherine Russell.

"É uma triste realidade que corre o risco de ter consequências duradouras para as gerações vindouras. A segurança das crianças, o bem-estar e o acesso a serviços essenciais estão ameaçados por uma violência horrível e ininterrupta", declarou.

Pelo menos 81 crianças foram mortas na Ucrânia e 108 ficaram feridas, segundo o balanço divulgado na quarta-feira pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), que assinalou que os números reais são provavelmente muito maiores.

A guerra também teve consequências devastadoras na infraestrutura civil e no acesso a serviços básicos, pelo que 1,4 milhões de pessoas não têm acesso à água potável.

A UNICEF indicou ainda que mais de 450.000 crianças de seis a 23 meses precisam de apoio alimentar adicional.

A agência da ONU já observou uma redução na cobertura vacinal de rotina e infantil, incluindo sarampo e poliomielite, e teme que isso leve rapidamente a epidemias, especialmente em locais lotados, onde as pessoas se refugiam para escapar da violência.

"Em apenas algumas semanas, a guerra causou tanta devastação nas crianças da Ucrânia", lamentou a diretora-geral da UNICEF.

"As crianças precisam urgentemente de paz e proteção. Elas precisam dos seus direitos. A UNICEF continua a pedir um cessar-fogo imediato e a proteção das crianças. A infraestrutura crítica da qual as crianças dependem, incluindo hospitais, escolas e prédios que abrigam civis, nunca deve ser atacada", afirmou a responsável.

A UNICEF e os seus parceiros estão a trabalhar para levar ajuda humanitária às crianças na Ucrânia e nos países vizinhos e esta agência da ONU já entregou material médico a 49 hospitais em nove regiões, incluindo Kiev, Kharkiv, Dnipro e Lviv, e continua a distribuir água e produtos de higiene em comunidades sitiadas.

Nas próximas semanas, a organização pretende começar a entregar transferências em dinheiro para as famílias mais vulneráveis e criar espaços para crianças em locais especiais por todo o país.

No entanto, “apesar dos intensos esforços para garantir um acesso humanitário seguro, rápido e sem obstáculos, continuam a existir dificuldades nas zonas mais afetadas do país”, assinalou Catherine Russell.

O chefe da diplomacia europeia considera que o presidente russo, Vladimir Putin, pretende cercar a costa do Mar Negro até à fronteira com a Moldávia, a fim de privar a Ucrânia do acesso ao mar.

Ochefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, acusou esta quinta-feira a Rússia de não querer negociar um cessar-fogo com a Ucrânia até atingir o seu objetivo - ocupar o território ucraniano.

Segundo o responsável, em entrevista à estação espanhola TVE, o presidente russo, Vladimir Putin, pretende cercar a costa do Mar Negro até à fronteira com a Moldávia, a fim de privar a Ucrânia do acesso ao mar.

“Neste momento, a Rússia não se quer sentar e negociar. O que quer é ocupar o território”, considerou Borrell. “Ele [Putin] só quer negociar quando tiver assegurado uma posição de força”...Ler Mais


O Governo alemão anunciou hoje a possibilidade de "suspender" o encerramento de algumas centrais a carvão para substituir o gás russo, mas mantém o objetivo de deixar esta energia fóssil em 2030.

"Oencerramento de centrais a carvão pode ser suspenso até nova ordem, após exame da Agência Federal de Recursos", indica-se num acordo assinado entre os partidos da coligação de Olaf Scholz, hoje divulgado.

"Mantemos o objetivo de uma saída do carbono, idealmente até 2030", a meta fixada pelo Governo aquando da sua entrada em funções, no final de 2021.

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, os preços do gás atingiram recordes no continente europeu...Ler Mais

O que quer o líder do PAIGC?


O líder do PAIGC jurou (“e jurmentá”) denegrir a imagem da Guiné-Bissau, decidiu prejudicar o seu próprio país, o que mais do que surpreendente, consolidou uma postura política chocante. Numa entrevista que traz o título «O que tem Khadafi a ver com a boa relação do governo português com Embaló?» publicado no jornal português (Público), o líder do PAIGC voltou a surpreender.  Novamente, surpreendeu pela negativa. 

Domingos Simões Pereira voltou a ‘atacar’ as instituições do Estado português, nomeadamente, para exibir o seu profundo ressentimento com as manifestações de política externa de Portugal face à Guiné-Bissau. O líder do PAIGC não gostou da maneira correta como – nos últimos dois anos -  Portugal se tem relacionado com a Guiné-Bissau. 

Lembram-se? Domingos Simões Pereira criticou, no passado, o Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa porque não gostou de ver o Chefe de Estado de Portugal a receber, em Lisboa, o seu homólogo guineense, o Presidente da República da Guiné-Bissau, Úmaro Sissoco Embaló. E, depois, Domingos Simões Pereira voltaria a mostrar-se profundamente chocado pelo facto de, a convite do Presidente guineense, o Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa se ter deslocado à Guiné-Bissau numa visita memorável. 

Também Domingos Simões Pereira detesta António Costa. E sabem por quê? Porque, para o líder do PAIGC, o Primeiro-ministro de Portugal cometeu o grande pecado de ter visitado a Guiné-Bissau duas vezes nos últimos anos, em missões do Estado português de amizade, solidariedade e cooperação entre Portugal e Guiné-Bissau.  “Mâ quê qui líder de PAIGC misti?

Ainda nessa mesma entrevista que agora saiu no jornal Público, há um ponto que não pode ter escapado a atenção de um leitor atento. Que certamente terá dado conta de um significativo momento de diálogo. Foi quando o jornalista resolveu, muito subtilmente, convidar Domingos Simões Pereira a fazer o que o líder do PAIGC tarda muito em fazer:

“... não seria melhor entregar a liderança do partido?” – sugeriu-lhe o jornalista.  

Veja-se a resposta incrível do DSP : «Para isso precisamos de ter congresso, onde os militantes terão oportunidade de dizer o que pensam sobre a liderança do partido ». Como assim? Mas o jornalista não perguntou nada aos militantes... Perguntou, sim, ao próprio DSP se não seria melhor ele “entregar a liderança do partido”, diga-se, seguramente para bem da Guiné-Bissau e, muito provavelmente, também deixaria ao PAIGC, procurar reencontrar-se antes que seja demasiado tarde.  Ele não quis responder..., o que, no fundo, é também uma resposta: depois de oito anos de turbulência, o homem quer mesmo continuar. Que fazer?

24 de Março de 2022 

Julia Melamed

Japão afirma que míssil norte-coreano lançado hoje caiu em zona económica exclusiva

Foto Shutterstock

www.dnoticias.pt  24 mar 2022 

O projétil disparado hoje pela Coreia do Norte, suspeito pelas autoridades japonesas de ser um míssil balístico intercontinental, caiu na zona económica exclusiva marítima do Japão, anunciou o Ministério da Defesa nipónico.

"As nossas análises indicam que o míssil balístico voou durante 71 minutos e caiu cerca das 15:44 [06:44 em Lisboa] na zona económica exclusiva, no mar do Japão, a cerca de 150 quilómetros a oeste da península de Oshima", ilha norte de Hokkaido, declarou o "número dois" do Ministério da Defesa, Makoto Oniki, acrescentando que podia tratar-se de um míssil balístico intercontinental (ICBM).

"Dado que o míssil balístico voou a uma altitude de mais de seis mil quilómetros, o que é bem mais elevado que o ICBM Hwasong-15, que foi lançado em novembro de 2017, pensamos que este de hoje seja um novo ICBM", salientou.

Oniki indicou que o Ministério da Defesa japonês não tinha recebido qualquer informação relativa a danos causados em navios ou aviões, mas o responsável sublinhou que este disparo representa uma "ameaça séria" para a segurança do Japão.

"Numa altura em que o mundo se depara com a invasão da Ucrânia pela Rússia, a Coreia do Norte continua os disparos que agravam unilateralmente as provocações contra a comunidade internacional, o que é absolutamente imperdoável", declarou Oniki.

As forças armadas sul-coreanas anunciaram, em comunicado, que a Coreia do Norte disparou um "projétil não identificado para o mar de Leste [nome dado nas duas Coreias ao mar do Japão]".

De acordo com Washington e Seul, Pyongyang está a testar um novo míssil balístico intercontinental (ICBM), chamado Hwasong-17, alegadamente com maior alcance e poder destrutivo.

Forças russas começam a estabelecer posições defensivas em várias frentes

© Niall Carson/PA Images via Getty Images

Notícias ao Minuto  24/03/22 

O Exército russo recuou mais de 30 quilómetros a leste de Kyiv nas últimas 24 horas e começou a estabelecer posições defensivas em várias frentes na Ucrânia, revelou na quarta-feira um alto funcionário do Departamento de Estado (Pentágono) norte-americano.

"Os ucranianos conseguiram repelir os russos a 55 quilómetros a leste e nordeste de Kyiv", revelou à imprensa um alto funcionário do Pentágono que pediu anonimato.

Segundo a mesma fonte, as forças russas começaram a criar trincheiras e estabelecer posições defensivas em vários pontos.

"Não significa que não estão a avançar. Significa que eles não estão a tentar avançar, estão a estabelecer posições defensivas", vincou.

As forças russas também continuam 'estagnadas' a 10 quilómetros do centro de Chernihiv, a nordeste de Kyiv, segundo estimativas do Pentágono.

Nesta região, o Exército russo está mesmo a ceder, movendo-se na direção oposta, embora pouco, salientou.

Já em Kharkiv, no leste, onde os combates continuam intensos, as forças russas ainda estão entre 15 a 20 quilómetros do centro da cidade e enfrentam uma resistência "muito firme" dos ucranianos.

A autoridade do Departamento de Defesa dos EUA referiu que os militares russos estão agora a priorizar as regiões separatistas pró-Rússia de Lugansk e Donetsk, no leste.

"Estão a despender muita mais energia na região do Donbass, especialmente em torno de Lugansk", adiantou.

"Consideramos que estão a tentar bloquear as forças ucranianas mobilizadas desde 2014 na linha da frente com as regiões separatistas, para que não possam ser usadas em outros locais", disse ainda.

A sul, o Pentágono analisou que a Marinha russa está a usar o porto de Berdyansk, no mar de Azov, para reabastecer.

Berdyansk é uma das poucas cidades que as forças russas conseguiram controlar, quando já decorreram 28 dias de conflito.

Os norte-americanos não observaram mudanças em Odessa.

Depois de vários mísseis terem sido disparados desde navios russos no início da semana naquela localidade costeira, na terça e quarta-feira isso não se sucedeu, apontou a fonte do Pentágono.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,60 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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© Reprodução

Notícias ao Minuto  24/03/22 

Recorde-se que Berdyansk é um ponto estratégico importante, visto dar acesso ao mar de Azov.

A marinha ucraniana avançou esta quinta-feira ter destruído o navio ‘Orsk’ da frota russa, em Berdyansk, cidade ocupada pela Rússia desde 27 de fevereiro. Imagens partilhadas nas redes sociais mostram o porto da cidade em Zaporizhzhya, no sudeste da Ucrânia, com uma enorme coluna de fumo.

“O grande navio ‘Orsk’ da frota dos invasores foi destruído no porto de Berdyansk, ocupado pelos russos. Glória à Ucrânia!”, avançou a marinha ucraniana, numa publicação na sua página do Facebook.

Os residentes reportaram grandes explosões por volta das 18h40, ouvidas em toda a cidade, segundo o meio de comunicação ucraniano Ukrinform. A mesma fonte adianta que o navio transportava equipamento militar.

“Explosões em Berdyansk, ocupada pelos russos”, confirmou o conselheiro do Ministério do Interior ucraniano, Anton Gerashchenko, numa publicação no Telegram, acompanhada por uma fotografia do fumo denso.

Noutra publicação, na qual o vídeo que pode ver na galeria em cima foi partilhado, o responsável exclama que “Berdyansk é a Ucrânia!”, onde os “ocupantes russos estão a arder no fogo”.

A cidade localiza-se a cerca de 75 quilómetros de Mariupol, um dos maiores teatros da invasão russa. Recorde-se que Berdyansk é um ponto estratégico importante, visto dar acesso ao mar de Azov.

O dia de hoje, 24 de março, marca um mês desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,60 milhões para os países vizinhos, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas.

Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, diz a ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.


O secretário-geral da NATO disse esperar que os aliados concordem hoje em acelerar os investimentos em defesa, no atual contexto do regresso da guerra à Europa, "a mais grave crise de segurança numa geração".

"Constato um novo sentido de urgência entre os aliados. Todos percebem que é preciso fazer mais. Enfrentamos a mais grave crise de segurança numa geração, pelo que temos de investir mais na nossa segurança. E os aliados compreendem que a única forma de o fazer é destinar mais dinheiro para os orçamentos nacionais de defesa", disse Jens Stoltenberg, à chegada ao quartel-general da Aliança Atlântica, em Bruxelas, para uma cimeira extraordinária de líderes da NATO, exatamente um mês depois do início da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Stoltenberg disse então esperar que os 30 membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) "concordem em acelerar a implementação dos compromissos" e afirmou-se "satisfeito por vários aliados já terem feito anúncios sobre o aumento de investimentos"...Ler Mais

Conflito de Casamança: PAIGC E OS SEUS ALIADOS DESAFIAM O ESTADO MAIOR A ESCLARECER O ENVOLVIMENTO DOS MILITARES

O DEMOCRATA  23/03/2022 

O Espaço de Concertação dos Partidos Democráticos exige do Estado maior general das Forças Armadas a realização urgente de um inquérito, visando esclarecer a veracidade ou não do envolvimento e morte de militares guineenses no conflito de Casamança. 

Em comunicado assinado na quarta-feira, 23 de março de 2022, por Domingos Simões Pereira, do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo – Verde (PAIGC), Agnelo Augusto Regalla, da União para a Mudança (UM), Vicente Fernandes, do Partido da Convergência Democrática (PCD), António Samba Baldé, do Partido Social Democrata (PSD), Silvestre Alves, do Movimento Democrático Guineense (MDG), e Aristino João da Costa, do Movimento Patriótico (MP), os signatários do comunicado repudiaram “veementemente” a decisão da Cimeira dos chefes de Estado da CEDEAO, “sob  forte pressão do Senegal”, de enviar uma força militar que qualificam como “dita” de estabilização para a Guiné-Bissau, com o único objetivo de proteger o “regime autocrático de Umaro Sissoco Embaló”.

“Estamos preocupados com a eventual chegada ao país de uma delegação interministerial da CEDEAO para tratar do envio de uma força militar desta organização regional, a pedido do senhor Umaro Sissoco Embaló, sem consulta prévia à Assembleia Nacional Popular, como manda a Constituição da República” pode ler-se no documento, afirmando que o objetivo do atual poder “inconstitucional” é a instauração no país de um “regime ditatorial e a imposição” de uma nova Constituição da  República, à revelia da Assembleia Nacional Popular.

Os signatários denunciaram “a vergonhosa manipulação” a que se prestam certos setores da magistratura judicial, deixando “claro e manifesto os níveis de corrupção” de que enferma a justiça guineense.

Para além de condenarem a “ação brutal e criminosa” das forças policiais contra os dirigentes e militantes do PAIGC, o Espaço de Concertação dos Partidos Democráticos encorajou o partido a prosseguir esforços no sentido da realização do seu Xº congresso.

Por.: Tiago Seide





UE apresenta ao Governo guineense programa multianual orçado em 112 milhões de euros

Por LUSA

A União Europeia (UE) apresentou hoje ao Governo da Guiné-Bissau o seu programa indicativo para o período 2021-2027, orçado em 112 milhões de euros, a serem empregues no desenvolvimento humano, economia verde e inclusiva e boa governação e estabilidade.

O acordo para a execução do programa foi rubricado entre o vice-primeiro-ministro guineense, Soares Sambú, e a embaixadora da UE em Bissau, Sónia Neto, na presença dos embaixadores da Espanha, França e Portugal, bem como de vários ministros do Governo da Guiné-Bissau.

Na sua intervenção, Soares Sambú, que também coordena as áreas económicas do Governo guineense, sublinhou o facto de o programa indicativo multianual da União Europeia ser um documento de cooperação "com importância estratégica" para a edificação na Guiné-Bissau dos "desígnios de estabilidade, boa governança e de desenvolvimento sustentável".

Realçando o facto de a cooperação entre a Guiné-Bissau e a União Europeia estar prestes a completar 50 anos, Sambú destacou também que o programa indicativo multianual ser "uma feliz interpretação" das prioridades do país e em linha com a agenda de Desenvolvimento da África (2020-2063) bem como do Desenvolvimento sustentável 2020-2030.

O vice-primeiro-ministro guineense enalteceu igualmente a cooperação do país com a União Europeia, particularmente no domínio das Pescas, em que a Guiné-Bissau recebe uma compensação anual de 15,6 milhões de euros, e a formação de quadros.

Nesse sentido, Soares Sambú destacou os trabalhos em curso para permitir que a Guiné-Bissau tenha o seu primeiro laboratório de certificação do pescado, permitindo a exportação para o mercado europeu.

A embaixadora da União Europeia em Bissau, Sónia Neto destacou também a importância do acordo de parceria no domínio das Pescas para assinalar que este ano completa 15 anos, sendo a Guiné-Bissau o terceiro país com a qual os "27" mantêm o entendimento na matéria com maior volume, a seguir à Mauritânia e Marrocos.

"A União Europeia e os seus Estados-Membros estão empenhados em apoiar o desenvolvimento económico e integrado do setor das pescas, bem como, o desejo legítimo das autoridades nacionais da Guiné-Bissau, em obter a acreditação do seu laboratório nacional", que irá permitir a certificação e exportação, observou Sónia Neto.

A embaixadora da UE na Guiné-Bissau referiu que o programa hoje lançado tem um enfoque político reforçado por ter sido "pensado e discutido" com as autoridades e a sociedade civil guineenses.

Neto sublinhou que o programa teve em conta os mecanismos de busca de desenvolvimento e as prioridades estratégicas do país bem como os objetivos geoestratégicos da União Europeia.

De acordo com a embaixadora da UE em Bissau, dos 112 milhões de euros, previstos para executar o programa indicativo multianual, 34% serão gastos em projetos ligados ao eixo Desenvolvimento Humano, 40% no eixo Economia Verde e Inclusiva e 18% em projetos do eixo Boa Governação e Estabilidade.

Uma avaliação de execução a meio percurso será feita em 2025 e caso se fizer necessário, serão alocados mais recursos para o programa, disse Sónia Neto, frisando que a União Europeia pretende reforçar o seu papel na Guiné-Bissau.

Combates em Casamansa originam fuga de 5.600 pessoas para a Gâmbia numa semana

Banjul, 23 mar 2022 (Lusa) - Os combates entre o exército do Senegal e os rebeldes que lutam pela independência da região senegalesa de Casamansa, na fronteira com a Gâmbia, forçaram mais de 5.600 gambianos a deixar as suas casas desde dia 13.

De acordo com cita fontes da Agência Nacional de Gestão de Desastres da Gâmbia, citadas pela agência Efe, a violência obrigou dezenas de escolas e centros educativos a fecharem as suas portas, interrompendo as aulas de mais de sete mil alunos na última semana.

"Desde segunda-feira que vivemos com medo, estamos a receber mais pessoas, refugiados e deslocados internos, e a situação é preocupante", disse o chefe tradicional da localidade de Kampant, Modou Faal Bojang.

Os habitantes dizem que os projéteis das Forças Armadas do Senegal estão a cair em território gambiano, o que reduz a cinzas as hortas de muitos civis, numa região onde a agricultura é o principal meio de subsistência.

"Todos os nossos meios de subsistência foram destruídos, estamos desamparados e abandonados", afirmou o agricultor Musa Bojang, culpando os bombardeamentos do Senegal pela destruição.

"Desde ontem [terça-feira], o exército do Senegal bombardeia sem parar, com os seus aviões, muitas zonas perto das nossas casas", acrescentou Bojang.

Além dos deslocados internos na Gâmbia, o Governo adiantou que cerca de 700 senegaleses cruzaram a fronteira com a Gâmbia como refugiados, mas devido à ausência de campos de acolhimento, muitas destas pessoas foram acolhidas pelas famílias da região de Foni, na Gâmbia.

"O Governo faz um apelo enérgico a todos os parceiros e amigos da Gâmbia para que ofereçam assistência imediata à população afetada", disseram as autoridades gambianas num comunicado divulgado hoje.

Casamansa, no sul do país entre a Gâmbia e a Guiné-Bissau, tem sido o cenário de um dos conflitos mais antigos do continente desde que os combatentes da independência tomaram as ruas com armamento rudimentar após a repressão de uma marcha do MFDC, em dezembro de 1982.

quarta-feira, 23 de março de 2022

Chumbada resolução humanitária da Rússia no Conselho de Segurança da ONU

© Lusa

noticiasaominuto.com  23/03/22

Uma resolução "humanitária" sobre a Ucrânia apresentada pela Rússia no Conselho de Segurança da Organização da Nações Unidas (ONU) foi hoje chumbada, sem surpresas, com dois votos a favor e 13 abstenções.

A favor da resolução votaram a Rússia (autora do projeto) e a China, sendo que os restantes diplomatas se abstiveram, não tendo sido registado nenhum voto contra.

A resolução "humanitária" sobre a Ucrânia elaborada pela Rússia foi vista por vários diplomatas como uma "hipocrisia", tendo em conta que foi a própria Rússia a causar "esta guerra ilegal", estando condenada ao "fracasso" devido à falta de apoio.

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A Ucrânia decidiu equipar-se com "um sistema de telefonemas automáticos para a Rússia", usando o reconhecimento facial para revelar aos russos a dimensão das suas perdas militares, anunciou hoje o vice-primeiro-ministro ucraniano, Mykhailo Fedorov.

"Hoje, estamos a usar a inteligência artificial para pesquisar perfis de soldados russos nas redes sociais com base [em imagens] dos seus corpos, no sentido de relatar a sua morte a amigos e familiares", explicou no Facebook o governante.

De acordo com Mykhailo Fedorov, a Ucrânia está a "montar um sistema de telefonemas automáticos para a Rússia para dizer a verdade sobre os assassinos russos"...Ler Mais

A Alemanha vai entregar 2.000 armas antitanque adicionais à Ucrânia para apoiá-la contra a invasão russa, disse hoje uma fonte parlamentar, depois de Berlim ter já enviado cerca 500 mísseis terra-ar Strela dos 2.700 prometidos.

Afonte, que quis manter o anonimato, confirmou a informação que circula na imprensa alemã à agência de notícias AFP.

As forças ucranianas já receberam 1.000 armas antitanque e 500 lançadores de mísseis terra-ar do tipo Stinger retirados das reservas do Exército alemão...Ler Mais

Também em Chernihiv, os ucranianos estão a recuperar território, tendo as tropas russas recuado em direção à Bielorrússia.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse hoje, em conferência de imprensa, que as tropas russas estariam a recuar a norte da capital ucraniana e, consequentemente, a assumir uma posição mais defensiva.

Segundo um correspondente do Pentágono, que esteve presente na conferência, as tropas russas recuaram nos últimos dias cerca de 56 km.

Segundo um outro correspondente da Voice of America, o Pentágono anunciou que a Rússia terá disparado 1200 mísseis...Ler Mais


O #FALAMADEM G-15 já começou na tela da Facebook.

#FAMILIAS!

Boa noite! O #FALAMADEM G-15 já começou na tela da Facebook. Quem ai está acompanhando as notícias do MADEM G-15 a nível Nacional com essas jovens maravilhosas? 🤩

 Madem Anunbara / FALA MADEM G-15  

Première réunion Cip-Uemoa 2022 - L'apports du député Bissau-guinéen Julio Mamadou Badé sur le rapport

Por ActuMonde TV

Aerorozvidka, a unidade de drones ucranianos que destrói tanques russos enquanto os soldados dormem

Pesados e personalizados, os drones octocopter utilizados pela Aerorozvidka são uma joia do arsenal da Ucrânia
Observador.pt  23 mar 2022

Quando a noite cai na Ucrânia e os soldados da Rússia vão dormir, a Aerorozvidka dedica-se a destruir o armamento dos invasores com drones capazes de destruir a blindagem russa.

A unidade de elite de drones Aerorozvidka destruiu desde o início da guerra dezenas de “alvos prioritários”, como tanques russos, camiões e veículos que transportam equipamento eletrónico.

Quando a noite cai na Ucrânia, esta unidade do exército especializada em reconhecimento aéreo ataca as forças russas e destrói o armamento dos invasores enquanto os soldados dormem.

Ao utilizarem drones octocopter, que são modificados para lançar granadas antitanque e para ser possível ver com câmaras térmicas, a escuridão passa a ser a maior vantagem dos ucranianos.

Pesados e personalizados, os octocopter são uma joia do arsenal da Ucrânia. Com um tempo de voo de 40 minutos, um alcance de quatro quilómetros e a capacidade de lançar bombas de cinco quilos, os drones conseguem destruir a blindagem russa.

Nós atacamos à noite, quando os russos dormem”, afirma Yaroslav Honchar, comandante da unidade, citado pelo jornal The Times.

Na escuridão, as forças russas permanecem estáticas com medo de possíveis ataques ucranianos. Porém, os tanques imóveis são os principais alvos na mira da Aerorozvidka, que tem 50 esquadrões de pilotos de drones especializados.

Acertamos com precisão [nos alvos russos] e podemos fazê-lo muito bem, com danos colaterais muito baixos”, afirma um militar ucraniano que não quis ser identificado ao The Times. “Pode-se ficar muito mais perto à noite”.

A unidade, que realiza até 300 missões por dia, viu-se obrigada a procurar métodos alternativos para operar devido à instabilidade da internet com o início da invasão da Ucrânia.

A Aerorozvidka utiliza o Starlink, sistema que foi doado por Elon Musk e quer disponibilizar internet ao mundo através de uma constelação de satélites, para detetar alvos russos.

O sistema de inteligência Delta, apoiado pela NATO, também é utilizado para identificar alvos, recolher informações de satélites e sensores no campo de batalha.

Nas últimas duas semanas, muitos drones regressaram à base da Aerorozvidka com marcas de tiros de fuzis russos. A unidade precisa urgentemente de peças, especialmente de visão noturna e câmaras térmicas, refere o jornal britânico.

A Aerorozvidka foi criada por entusiastas de aeromodelismo em 2014 e desde o sucesso das operações contra as forças russas na Crimeia foi integrada no exército ucraniano. Agora, a unidade de elite está empenhada em defender a Ucrânia dos avanços da Rússia.

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Anatoly Chubais with President Putin, whom he helped to bring to power, in 2016  MIKHAIL SVETLOV/GETTY IMAGES

A Kremlin powerbroker who plucked Vladimir Putin from obscurity and secured his path to the presidency has become the highest-ranking official to flee Russia since the invasion of Ukraine.

Anatoly Chubais, 66, was said to have given his opposition to the war as his reason for leaving the country. One of the principal architects of Boris Yeltsin’s economic reforms of the 1990s, Chubais has held senior business and political roles under Putin, most recently taking the job of special envoy to international organisations since 2020.

In 1996 he plucked a young Putin from obscurity in St Petersburg and gave him his first Kremlin job, at the presidential property department. Chubais later became part of the so-called “Family” of advisers around an ailing Yeltsin, who backed... Continue reading

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Anatoly Chubais with President Putin, whom he helped to bring to power, in 2016  MIKHAIL SVETLOV/GETTY IMAGES

Notícias ao Minuto  23/03/22 

Esta será a primeira pessoa próxima de Vladimir Putin a manifestar-se contra a ofensiva do presidente russo.

Um alto funcionário do Kremlin demitiu-se da sua posição, sendo a primeira pessoa a manifestar-se abertamente contra a invasão russa na Ucrânia.

Anatoly Chubais, que foi antigo chefe de gabinete do antecessor de Putin, o presidente Boris Yeltsin e era representante presidencial russo para o desenvolvimento sustentável "renunciou e foi embora", segundo uma fonte à agência TASS.

De acordo com a agência Reuters, após a demissão, o funcionário abandonou o país. 

A demissão do respeitado conselheiro de Putin, que foi enviado climático do Kremlin, foi confirmada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. 

Peskov recusou comentar os relatos de que o alto funcionário, de 66 anos, tinha deixado a Rússia. "Se ele deixou ou não o país - isso é uma questão pessoal", disse Peskov , segundo a agência de notícias estatal RIA Novosti.

O anúncio da demissão foi feito numa carta deixada aos colegas e amigos na terça-feira. A notícia coincide com as informações sobre a saída da Rússia de vários representantes do mundo cultural e empresarial, contra a guerra na Ucrânia.

O diário russo Kommersant, avançou que Chubais foi visto na terça-feira em Istambul. Chubais, que desempenhou funções de responsabilidade nos últimos 30 anos, ocupava o cargo de representante presidencial desde dezembro de 2020.

A invasão russa à Ucrânia chegou esta quarta-feira ao 28.º dia tendo Zelensky adiantado ontem, terça-feira, que as negociações pela paz têm se revelado "muito difíceis". 


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O comportamento recente do líder russo mostra aquele que poderá ser o seu estado mental, indica Allan Pease, especialista que ensinou linguagem corporal ao presidente da Rússia.

Chama-se Allan Pease e conheceu o presidente russo há cerca de 30 anos, quando Vladimir Putin tinha 39 anos. Este homem australiano foi o responsável por treinar o líder russo em linguagem corporal.

As técnicas ensinadas por Allan foram rapidamente apreendidas pelo chefe de Estado da Rússia, até, pelo menos, 2014, altura em que o australiano viu o presidente pela última vez. O comportamento recente de Putin, mostra, no entanto, aquele que poderá ser o seu estado mental.

Segundo afirmou em entrevista dada ao jornal britânico The Sun, "o cérebro doente de Putin pode destruir o mundo"...Ler Mais 

Mulheres do PAIGC da Guiné-Bissau pedem intervenção da ONU

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Notícias ao Minuto  23/03/22 

Um grupo de mulheres do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) pediu hoje às Nações Unidas, em Bissau, que intervenha no sentido de facilitar a que seja possível a realização do 10.º congresso do partido.

O grupo entregou hoje uma carta aberta na sede da ONU na capital guineense para ser remetida ao secretário-geral, António Guterres, a quem pedem que faça a mediação entre o partido e as autoridades, a quem acusam de impedir a realização do congresso.

Nhama Na Kofa, secretária-geral da União Democrática das Mulheres (UDEMU) afirmou que o PAIGC "é vítima de injustiças" por parte das autoridades guineenses daí que pede a intervenção das Nações Unidas.

"É uma situação complicada. De cada vez que há um congresso do PAIGC há problemas que nem sabemos porquê. Foi assim no nosso último congresso. Os outros partidos fizeram o seu congresso sem problema. Não se percebe o porquê de tudo isso contra o PAIGC", referiu a dirigente da organização de mulheres do partido, em declarações aos jornalistas.

Nhama Na Kofa referiu ainda que o partido "é alvo de falta de respeito" que, disse, só as Nações Unidas poderão fazer parar.

"Podíamos ter ido para uma outra embaixada, decidimos vir aqui à sede das Nações Unidas por ser a maior organização do mundo. Queremos que as Nações Unidas ponham cobro às injustiças contra o PAIGC", observou Na Kofa.

Na delegação também se encontrava a veterana da luta armada pela independência da Guiné-Bissau, Teodora Inácia Gomes que apelou a António Gomes no sentido de "resolver o problema".

A veterana disse ainda que o partido não pretende enveredar pela violência.

"Nós não queremos violência, se fosse essa a nossa intenção há muito que já havia sangue a derramar, ou mortes", sublinhou Inácia Gomes, frisando ainda que o PAIGC não lutou contra o colonialismo português para "ver a Guiné-Bissau desta maneira".

O PAIGC viu-se obrigado a suspender a realização do seu 10.º congresso que deveria ter lugar no último fim de semana, após dois adiamentos sucessivos, na sequência de uma intervenção da polícia que impediu o acesso de militantes à sede do partido em Bissau.

A polícia, que tem um dispositivo de vigilância no imóvel, diz que está lá para cumprir ordens de um juiz que está a apreciar uma providência cautelar intentada contra o partido por um militante que alegadamente afirma ter sido impedido injustamente de tomar parte no 10.º congresso.

O PAIGC considera aquelas diligências judiciais como estratégia dos atuais elementos do poder na Guiné-Bissau para inviabilizar a reunião magna.


Leia Também: Líder do PAIGC da Guiné-Bissau acusa Presidente por ataques ao partido


ESTOU AQUI NA EMBAIXADA DA GUINÉ-BISSAU EM LISBOA. ONDE É QUE ESTÃO DITOS PROTECTORES DA EMBAIXADA?


Fonte: Gervasio Silva Lopes

Greenpeace acusa UE de financiar guerra com compra de petróleo russo

© Reuters

Notícias ao Minuto  23/03/22 

Segundo noticia a Reuters, o protesto decorreu esta quarta-feira, no Mar Báltico.

Ativistas da Greenpeace nadaram, esta quarta-feira, diante de um petroleiro russo no Mar Báltico, numa iniciativa de protesto contra as importações de petróleo russo para a União Europeia - que, na ótica do grupo ambientalista, tem vindo a financiar a guerra na Ucrânia, reporta a Reuters.

O protesto surge depois do bloco europeu ter imposto pesadas sanções contra a Rússia, que incluíam o congelamento dos bens do banco central do país. Porém, as importações de petróleo e de gás natural para a União Europeia não foram proibidas.

"Na quarta semana da guerra de Putin, ainda há navios que chegam à Europa vindos da Rússia, transportando petróleo que está a financiar a guerra de Putin na Ucrânia", referiu a Greenpeace, em comunicado, citado pela Reuters.

No seguimento deste protesto, a organização não-governamental instou os legisladores do bloco europeu a acordarem uma proibição dessas compras durante as cimeiras da NATO e da União Europeia, agendadas para esta quinta-feira. Nelas, espera-se que seja discutido um eventual endurecimento das medidas sancionatórias a aplicar a Moscovo.

Na segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia discordaram sobre a aplicação de sanções ao setor energético russo, na sequência da invasão do país sobre a Ucrânia.


Leia Também: 

"Nenhum membro tem o direito de expulsar outro país", defende o porta-voz da diplomacia chinesa Wang Wenbin após os EUA e países aliados terem sugerido a exclusão russa do G20.

A China manifestou-se esta quarta-feira contra a exclusão da Rússia da próxima cimeira do G20, uma sugestão avançada pelos Estados Unidos e os países aliados após a invasão da Ucrânia.

“A Rússia é um importante país membro [do G20]. Nenhum membro tem o direito de expulsar outro país”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa Wang Wenbin, em conferência de imprensa...Ler Mais

O vice-ministro da Energia da Rússia, Alexandre Novak, disse hoje que se os "ocidentais" decidirem embargar os hidrocarbonetos russos o mercado pode cair e os preços podem ser conduzidos para "terrenos desconhecidos".

"É evidente que sem os hidrocarbonetos russos - se as sanções foram aplicadas - os mercados do gás e do petróleo vão cair. A subida dos preços em relação aos recursos energéticos pode ser imprevisível", disse Novak perante a Câmara Baixa do Parlamento russo (Duma), em Moscovo.

"Na União Europeia onde há (...) uma subida dos preços e falta de recursos energéticos, sob a pressão dos Estados Unidos, recusaram colocar em funcionamento o gasoduto Nord Stream 2 já construído para prejuízo dos consumidores europeus", acrescentou o vice-ministro da Energia, citado pelas agências de notícias da Rússia, considerando "absurdo" o encerramento da ligação...Ler Mais

ÁFRICA - Estudo: Países africanos fazem progressos na violência de género

© Reuters

Por LUSA  23/03/22 

Os países africanos estão a fazer progressos na luta contra a violência de género, incluindo a mutilação genital feminina, mas a falta de recursos e de um compromisso político forte impedem mais avanços, revela um estudo hoje publicado.

O relatório "Uso da Abordagem Multissetorial para Acabar com a Violência Baseada no Género e a Mutilação Genital Feminina em África" foi realizado pela organização de defesa dos direitos das mulheres Equality Now, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) e a Spotlight Initiative.

O estudo baseia-se em 11 países africanos onde foi implementada a Spotlight Initiative, uma parceria entre a União Europeia, a União Africana e as Nações Unidas para eliminar todas as formas de violência contra as mulheres e as meninas - Burkina Faso, Etiópia, Guiné-Conacri, Quénia, Libéria, Mali, Senegal, Serra Leoa, Somália, Tanzânia, e Uganda.

No geral, os investigadores concluíram que nos 11 países os Governos fizeram esforços para implementar uma abordagem multissetorial, mas ainda há muito a fazer porque a violência de género (VDG) e a mutilação genital feminina (MGF) estão enraizadas em normas sociais, pelo que para as erradicar será preciso mudança social.

"Embora haja evidências de progressos em mudanças nas normas sociais nos países, será necessária uma sinergia mais forte de diferentes setores a longo prazo", concluem os autores do relatório.

O estudo concluiu que, embora todos os países estudados tenham integrado a VDG e a MGF nos seus planos nacionais de desenvolvimento, a forma mais eficaz de cimentar a proteção das mulheres e das meninas é ter legislação contra a MGF, porque isso ajuda a acelerar os esforços de erradicação, fornece recursos e acesso à justiça e garante a alocação de fundos.

Dos 11 países estudados, apenas sete -- Burkina Faso, Etiópia, Guiné-Conacri, Quénia, Senegal, Tanzânia e Uganda - criminalizaram a MGF nas suas legislações e por isso alocaram orçamentos para programas de erradicação daquela prática.

A responsável pelo programa de Erradicação de Práticas Prejudiciais na Equality Now, Asenath Mwithigah, lamentou que países com uma prevalência especialmente elevada de MGF como a Libéria, o Mali, a Serra Leoa e a Somália ainda não tenham leis específicas contra esta prática.

"Se conseguirmos ter o compromisso político necessário para garantir que as estruturas anti-VDG estão refletidas nas leis, políticas, orçamentos e planos nacionais de desenvolvimento, então conseguiremos verdadeiramente eliminar a MGF", afirmou.

A mutilação genital feminina -- que consiste na retirada total ou parcial de partes genitais, com consequências físicas, psicológicas e sexuais graves, podendo até causar a morte -- ainda é uma prática comum em três dezenas de países, sobretudo africanos, estimando-se que ponha em risco três milhões de meninas e jovens todos os anos e que cerca de 200 milhões de mulheres e meninas tenham já sido submetidas à prática.

Dados do FNUAP estimam que cerca de 68 milhões de meninas - 50 milhões das quais em África - estejam em risco de MGF até 2030 se se mantiverem os atuais níveis de intervenção.


AFEGANISTÃO - Talibãs mantêm escolas secundárias encerradas a raparigas

© Reuters

Por LUSA  23/03/22 

Os talibãs vão manter a interdição do acesso de raparigas ao ensino secundário, apesar da promessa do regime afegão de que as escolas voltariam a permitir, a partir de hoje, o regresso das adolescentes às aulas.

"As escolas para as raparigas adolescentes entre o 7.º e 12.º anos (dos 12 aos 18 anos de idade) continuam fechadas", afirmou à agência de notícias EFE o porta-voz adjunto do Governo dos talibãs, Inamullag Samangani, no mesmo dia em que as escolas reabrem após as férias de Inverno.

Dezenas de milhares de raparigas deviam regressar ao ensino secundário, mais de sete meses depois do regime talibã ter subido ao poder e restringido os direitos das mulheres à educação e ao trabalho.

O Ministério da Educação afegão tinha anunciado o reinício das aulas para raparigas em várias províncias, incluindo em Cabul.

"Não estamos a reabrir escolas para agradar à comunidade internacional, nem para obter o reconhecimento do mundo", disse o porta-voz do Ministério Aziz Ahmad Rayan.

"Estamos a fazer isto como parte da nossa responsabilidade de proporcionar educação e instalações educativas para os nossos estudantes", acrescentou.

O regime talibã tinha insistido precisar de tempo para garantir que as adolescentes eram separadas dos rapazes e que as escolas funcionassem de acordo com os princípios islâmicos.

Em sete meses de governo, os talibãs impuseram várias restrições às mulheres, que se viram excluídas de muitos empregos públicos, controladas na forma de vestir e proibidas de viajar sozinhas para fora da cidade onde vivem.

O grupo islâmico também deteve várias ativistas que se manifestaram pelos direitos das mulheres.

Apesar do anúncio do regresso das raparigas à escola, que entretanto não se verificou, muitas famílias continuam a desconfiar do regime vigente no Afeganistão e mostram-se relutantes em deixar as filhas sair de casa.

A organização não governamental de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) também questionou a motivação das raparigas para estudar.

"Porque é que você e a sua família fariam enormes sacrifícios para estudar, se nunca poderão ter a carreira que sonharam", questionou Sahar Fetrat, investigador assistente da HRW.

O Ministério da Educação reconheceu enfrentar o problema da falta de professores, muitos dos quais se encontravam entre as dezenas de milhares de afegãos que fugiram do país quando os talibãs subiram ao poder.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou hoje profundamente o anúncio do Governo afegão de suspensão das aulas para raparigas a partir do sexto ano, até nova ordem.

Guterres manifestou "profundo desapontamento" com a decisão do Governo afegão e considerou que provoca "danos profundos" ao Afeganistão.

"A recusa da educação não só viola a igualdade de direitos das mulheres e crianças no acesso à educação, também compromete o futuro do país", afirmou o secretário-geral das Nações Unidas numa declaração hoje divulgada...Ler Mais