Mãe e filho na estação de Przemyśl, na Polónia (AP Images/Petros Giannakouris)
Cerca de 1,8 milhões de crianças cruzaram a fronteira da Ucrânia para buscar refúgio em países vizinhos e 2,5 milhões estão deslocadas internamente, revela UNICEF
Mais da metade das crianças ucranianas, cerca de 4,3 milhões, deixaram as suas casas para fugir da insegurança e dos combates desencadeados pela invasão da Rússia iniciada a 24 de fevereiro, indicou esta quinta-feira a UNICEF.
"Um mês de guerra na Ucrânia deslocou 4,3 milhões de crianças, mais da metade da população infantil do país, estimada em 7,5 milhões", referiu o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em comunicado.
Cerca de 1,8 milhões de crianças cruzaram a fronteira da Ucrânia para buscar refúgio em países vizinhos e 2,5 milhões estão deslocadas internamente.
"A guerra causou um dos deslocamentos de crianças em larga escala mais rápidos desde a Segunda Guerra Mundial", disse a diretora-geral da UNICEF, Catherine Russell.
"É uma triste realidade que corre o risco de ter consequências duradouras para as gerações vindouras. A segurança das crianças, o bem-estar e o acesso a serviços essenciais estão ameaçados por uma violência horrível e ininterrupta", declarou.
Pelo menos 81 crianças foram mortas na Ucrânia e 108 ficaram feridas, segundo o balanço divulgado na quarta-feira pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), que assinalou que os números reais são provavelmente muito maiores.
A guerra também teve consequências devastadoras na infraestrutura civil e no acesso a serviços básicos, pelo que 1,4 milhões de pessoas não têm acesso à água potável.
A UNICEF indicou ainda que mais de 450.000 crianças de seis a 23 meses precisam de apoio alimentar adicional.
A agência da ONU já observou uma redução na cobertura vacinal de rotina e infantil, incluindo sarampo e poliomielite, e teme que isso leve rapidamente a epidemias, especialmente em locais lotados, onde as pessoas se refugiam para escapar da violência.
"Em apenas algumas semanas, a guerra causou tanta devastação nas crianças da Ucrânia", lamentou a diretora-geral da UNICEF.
"As crianças precisam urgentemente de paz e proteção. Elas precisam dos seus direitos. A UNICEF continua a pedir um cessar-fogo imediato e a proteção das crianças. A infraestrutura crítica da qual as crianças dependem, incluindo hospitais, escolas e prédios que abrigam civis, nunca deve ser atacada", afirmou a responsável.
A UNICEF e os seus parceiros estão a trabalhar para levar ajuda humanitária às crianças na Ucrânia e nos países vizinhos e esta agência da ONU já entregou material médico a 49 hospitais em nove regiões, incluindo Kiev, Kharkiv, Dnipro e Lviv, e continua a distribuir água e produtos de higiene em comunidades sitiadas.
Nas próximas semanas, a organização pretende começar a entregar transferências em dinheiro para as famílias mais vulneráveis e criar espaços para crianças em locais especiais por todo o país.
No entanto, “apesar dos intensos esforços para garantir um acesso humanitário seguro, rápido e sem obstáculos, continuam a existir dificuldades nas zonas mais afetadas do país”, assinalou Catherine Russell.
O chefe da diplomacia europeia considera que o presidente russo, Vladimir Putin, pretende cercar a costa do Mar Negro até à fronteira com a Moldávia, a fim de privar a Ucrânia do acesso ao mar.
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Segundo o responsável, em entrevista à estação espanhola TVE, o presidente russo, Vladimir Putin, pretende cercar a costa do Mar Negro até à fronteira com a Moldávia, a fim de privar a Ucrânia do acesso ao mar.
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O Governo alemão anunciou hoje a possibilidade de "suspender" o encerramento de algumas centrais a carvão para substituir o gás russo, mas mantém o objetivo de deixar esta energia fóssil em 2030.
"Oencerramento de centrais a carvão pode ser suspenso até nova ordem, após exame da Agência Federal de Recursos", indica-se num acordo assinado entre os partidos da coligação de Olaf Scholz, hoje divulgado.
"Mantemos o objetivo de uma saída do carbono, idealmente até 2030", a meta fixada pelo Governo aquando da sua entrada em funções, no final de 2021.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, os preços do gás atingiram recordes no continente europeu...Ler Mais
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