O líder do PAIGC jurou (“e jurmentá”) denegrir a imagem da Guiné-Bissau, decidiu prejudicar o seu próprio país, o que mais do que surpreendente, consolidou uma postura política chocante. Numa entrevista que traz o título «O que tem Khadafi a ver com a boa relação do governo português com Embaló?» publicado no jornal português (Público), o líder do PAIGC voltou a surpreender. Novamente, surpreendeu pela negativa.
Domingos Simões Pereira voltou a ‘atacar’ as instituições do Estado português, nomeadamente, para exibir o seu profundo ressentimento com as manifestações de política externa de Portugal face à Guiné-Bissau. O líder do PAIGC não gostou da maneira correta como – nos últimos dois anos - Portugal se tem relacionado com a Guiné-Bissau.
Lembram-se? Domingos Simões Pereira criticou, no passado, o Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa porque não gostou de ver o Chefe de Estado de Portugal a receber, em Lisboa, o seu homólogo guineense, o Presidente da República da Guiné-Bissau, Úmaro Sissoco Embaló. E, depois, Domingos Simões Pereira voltaria a mostrar-se profundamente chocado pelo facto de, a convite do Presidente guineense, o Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa se ter deslocado à Guiné-Bissau numa visita memorável.
Também Domingos Simões Pereira detesta António Costa. E sabem por quê? Porque, para o líder do PAIGC, o Primeiro-ministro de Portugal cometeu o grande pecado de ter visitado a Guiné-Bissau duas vezes nos últimos anos, em missões do Estado português de amizade, solidariedade e cooperação entre Portugal e Guiné-Bissau. “Mâ quê qui líder de PAIGC misti?
Ainda nessa mesma entrevista que agora saiu no jornal Público, há um ponto que não pode ter escapado a atenção de um leitor atento. Que certamente terá dado conta de um significativo momento de diálogo. Foi quando o jornalista resolveu, muito subtilmente, convidar Domingos Simões Pereira a fazer o que o líder do PAIGC tarda muito em fazer:
“... não seria melhor entregar a liderança do partido?” – sugeriu-lhe o jornalista.
Veja-se a resposta incrível do DSP : «Para isso precisamos de ter congresso, onde os militantes terão oportunidade de dizer o que pensam sobre a liderança do partido ». Como assim? Mas o jornalista não perguntou nada aos militantes... Perguntou, sim, ao próprio DSP se não seria melhor ele “entregar a liderança do partido”, diga-se, seguramente para bem da Guiné-Bissau e, muito provavelmente, também deixaria ao PAIGC, procurar reencontrar-se antes que seja demasiado tarde. Ele não quis responder..., o que, no fundo, é também uma resposta: depois de oito anos de turbulência, o homem quer mesmo continuar. Que fazer?
24 de Março de 2022
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