© Lusa
Notícias ao Minuto 12/01/22
O secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG), Júlio Mendonça, admitiu hoje à Lusa que poderá regressar à greve caso o Governo não cumpra com as exigências feitas para melhorar a vida dos funcionários.
"Até final de janeiro vamos tomar a nossa posição, porque vamos fazer uma avaliação da implementação das nossas exigências, que já se encontram no Orçamento Geral do Estado", disse Mendonça.
Segundo o secretário-geral da UNTG, após a interferência da Assembleia Nacional Popular, a central sindical entregou 12 pontos ao Governo, que se resumem a aspetos relacionados com o cumprimento das leis e da melhoria das condições salariais dos funcionários públicos.
"A única coisa que queremos ver por parte do executivo é uma mudança radical na forma de gestão e administração do país", afirmou Júlio Mendonça.
Entre os vários pontos, a UNTG exige a efetivação das pessoas com qualidade e capacidade técnica que trabalham há anos para o Estado sem qualquer vínculo e a indemnização dos que não têm condições para continuar a trabalhar.
"Os que não têm condições devem ser indemnizados na base da lei e criadas condições para que sejam capacitadas para ter um novo emprego. É importante é que o Estado não as ponha na rua sem nada, isso é inconcebível", salientou.
Mas, salientou Júlio Mendonça, o "mais importante" é o salário na função pública.
"O Estado tem obrigação de aumentar este ano os salários", disse o dirigente, sublinhando que a UNTG apresentou agora uma proposta de 95.000 francos cfa (cerca de 144 euros) contra os 100.000 francos cfa (cerca de 150 euros) anteriormente propostos.
Júlio Mendonça disse também que o Estado da Guiné-Bissau não tem salário mínimo nacional.
"O que tínhamos era de 1988, da altura do peso, e nunca foi atualizado. O Governo deve fazer um estudo de mercado para definir o ordenado mínimo nacional. Para nós, é fundamental para proteger também quem trabalha no setor privado", frisou.
Júlio Mendonça precisou que as preocupações da UNTG foram todas apresentadas e que aguarda agora uma "resposta eficaz e eficiente do Governo", insistindo que o que a lei diz não é para ser negociado.
"Não vamos continuar de braços cruzados", avisou, salientando que as condições de vida pioraram nos últimos dois anos e que a classe política não está preparada para governar o país.
"Vamos continuar com a nossa pressão e melhorar a vida dos trabalhadores. É a nossa luta e vamos continuar com ela", concluiu.
A central sindical tem convocado, desde dezembro de 2020, ondas de greves gerais na função pública, para exigir do Governo, entre outras reivindicações, a exoneração de funcionários contratados sem concurso público, melhoria de condições laborais e o aumento dos ordenados.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.