sábado, 11 de maio de 2013

África deve preocupar-se com regresso de instabilidade - analista

África deve preocupar-se com o ressurgimento, nos últimos anos, da instabilidade no continente, depois de ter registado, há cinco anos, uma tendência para a estabilidade política, econômica e social, disse hoje (sábado), o docente de Relações Internacionais, Fernando Ribeiro.

Entrevistado pela Angop para se debruçar sobre a situação atual no Mali e do continente africano, o analista disse que a partir de Março de 2012, a estabilidade registada no continente começou a ser posta em causa com eclodir de vários conflitos em muitas regiões, fundamentalmente, como conseqüência da Primavera Árabe.

Para Fernando Ribeiro, a região da África Central como na zona Oriental, a semelhante ao Norte do continente eram partes estáveis, no entanto, têm sido assolados por conflitos e pela insegurança, nos últimos tempos.

Curiosamente, segundo a fonte, a África subsaariana que era mais instável durante muitos anos, exceptuando o conflito da RD Congo e da República Centro africana, é que começa a tornar-se segura.

Sublinhou que na causa dessa nova vaga de conflitos, diferendos levantamentos populares, golpes de Estados, entre outros, está em primeiro lugar questões ligadas as divisões étnicas que ainda vão existindo em muitos países.

“Se olharmos para o Mali, a República Centro Africana, na RD Congo se olharmos hoje para a situação da Nigéria, continua esta questão de divisão étnica ou religiosa que faz muitas vezes eclodir conflitos e dividir países, levando em confronto facções umas contra outras”, sustentou.

Disse que está também na base desses conflitos a questão religiosa que continua a suscitar discórdia porque não há um diálogo ecuménico entre as diferentes religiões em África, parece há uma disputa que não contribuiu para a pacificação, apenas acirando querelas entre alas.

De acordo com a fonte, numa simples leitura para a situação em África, consta-se que, quando normalmente um determinado grupo étnico ou uma rebelião chega ao poder, coloca de parte outros grupos, não conseguindo criar uma unidade, harmonia, diálogo entre as diferentes etnias que compõem o país.

 “Quem está no poder domina tudo e ostraciza todo o resto, o que cria uma situação de revanchismo aos excluídos, levando a golpes de Estados, rebeliões, levantamentos populares ou em último caso a guerras”, lamentou.  

 A falta de uma cultura que leva os governos a criar condições para que tantas etnias vivam em harmonia, em paz e igual oportunidade, prosperidade, desenvolvimento, valorizando o empenho de cada um em fazer avançar o país, tem sido na opinião de Fernando Ribeiro, a fonte de tantos conflitos em África.

AP

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