sexta-feira, 6 de dezembro de 2024
Pescas. ONU realça impacto social da unidade de fabrico de gelo da região de Cacheu
Bissau, 06 Dez 24 (ANG) – A representante do Sistema da Nações Unidas no país realçou o impacto social da Câmara de Produção de Gelo de Cacheu “pelo seu grau de conformidade com as normas de qualidade internacional exigidas no fabrico e manuseio de alimentos e pelo seu modelo de negócio único.
O elogio foi feito pela Coordenadora Residente da ONU, Genevieve Boutin, no final de uma visita efetuada recentemente por uma equipa das Nações Unidas à Câmara de Produção de Gelo de Cacheu, uma iniciativa do Projeto DESPAR, implementado pela Organização das Nações Unidas para Desenvolvimento Industrial (ONUDI).
De acordo com um documento entregue hoje a redação da ANG, o projeto visa fortalecer a pesca artesanal na região de Cacheu e é gerida pela Associação de Pescadores local.
O DESPAR é implementado pela Organização das Nações Unidas para Desenvolvimento Industrial ONUDI e financiado pela União Europeia na Guiné-Bissau, através do Projeto de Melhoria da Competitividade da Cadeia de Valor da Manga na Guiné-Bissau, WACOMP-GB.
No documento lê-se que o referido projecto representa um avanço para a região, através de apoio a economia local, promoção de práticas sustentáveis e aumento da competitividade dos produtos locais.
O documento refere que a visita permitiu a Coordenadora do Sistema da Nações Unidas no país conhecer as necessidades e os desafios da região, monitorar o progresso dos projetos implementados ao longo de anos pelas diferentes agências, como a Câmara de Produção de Gelo e a Unidade de Processamento de Frutas e Legumes.
Ainda permitiu o fortalecimento de laços com as autoridades locais e incentivar o papel das mulheres na economia de Cacheu.
Nesta sua deslocação a região de Cacheu, a Coordenadora da ONU na Guiné-Bissau Genevieve Boutin foi acompanhada por representantes de várias agências da Organização, como o Mohamed Hama Garba, da FAO, Claude Kakule Mukanda, do PAM, a Ana Cristina Andrade, do UNODC, e o Nelson Lopes, da ONUDI.
A delegação reuniu-se com autoridades locais, Agrupamento das Federações, Cooperativas e Associações das Mulheres Transformadoras e Comerciantes de Cacheu e projetos que estão a promover o desenvolvimento sustentável e a capacitação produtiva na região.
Regiões/Populares de Maninha sector de Farim lamentam constrangimentos causados por falta da rede Orange e MTN
Farim, 06 Dez 24 (ANG) – Populares da povoação de Maninha, uma localidade do setor de Farim, região de Oio, norte do país manifestaram preocupações com a falta da rede de telecomunicações das operadoras Orange e MTN, e dizem que essa falta tem criado constrangimentos na comunicação com outras partes do país.
Segundo Samba Sanhá, chefe da povoação de Maninha para se comunicar via telefone os habitantes de maninha são obrigados a se deslocar para povoações que distam mais de um quilómetro.
“Há período em que passam vários dias sem poder comunicar via telefone com outras partes do país. Por isso, muitas pessoas já não usam telefones nessa povoação, disse.
Questionado sobre como fazem em casos de emergência sobretudo doença ou morte para comunicarem ou fazer chegar a mensagem aos familiares ou ao hospital de Farim, Samba disse que a pessoa deve caminhar para outra tabanca a procura da rede se não fizer isso não consegue comunicar.
Este responsável pediu ao governo para não só resolver a situação da comunicação, mas que construa infraestruturas escolares para minimizar a deslocação de crianças para outras zonas para frequentarem as aulas.
A povoação de Maninha pertence a sessão de Bircama e conta com cerca de seis tabancas.
Guiné-Bissau vacina quase 900 mil crianças contra sarampo e rubéola
© Lusa 06/12/2024
Quase 900 mil crianças guineenses vão ser vacinadas nos próximos dias contra o sarampo e rubéola numa campanha nacional que incluiu ainda reforço nutricional e desparasitação e que arranca hoje na Guiné-Bissau.
A iniciativa do Ministério da Saúde Pública, em colaboração com vários parceiros internacionais, decorre até 15 de dezembro em todas as regiões sanitárias do país para vacinar gratuitamente 896.745 crianças dos nove meses aos 14 anos contra o sarampo e a rubéola.
A campanha inclui, também, a administração de suplemento com vitamina a 335.473 crianças dos seis aos 59 meses e a desparasitação com Albendazol de 286.012 crianças dos 12 aos 59 meses, segundo divulgou o Ministério da Saúde Pública.
O Governo guineense está a enviar mensagens via telemóvel a avisar a população da campanha que não se realizava desde 2019 na Guiné-Bissau e que abrange todas as 11 áreas sanitárias do país.
De acordo com a informação disponibilizada, "esta nova campanha visa contribuir para a eliminação do sarampo e da rubéola, reforçando a imunidade das crianças dos nove meses aos 14 anos de idade".
Além disso, "a campanha também busca combater deficiências nutricionais e parasitoses intestinais em crianças menores de 59 meses".
O Governo alerta que "o sarampo e a rubéola são doenças altamente contagiosas que podem levar a complicações graves e fatais" e assegura que "a vacinação é a única forma eficaz de prevenir essas doenças".
A vacinação, acrescenta, "é segura, eficaz e gratuita, protegendo as crianças por toda a vida".
A campanha que hoje começa será realizada em postos fixos nas estruturas sanitárias das regiões, com equipas avançadas em zonas distantes, equipas móveis em zonas de difícil acesso e postos temporários em mercados, escolas, e outros locais públicos.
O Ministério da Saúde Pública agradece o apoio técnico e financeiro dos parceiros, nomeadamente, a Aliança Global para a Vacinação -- GAVI, a Organização Mundial da Saúde -- OMS, Plan International e a Unicef.
"Esta campanha é uma iniciativa crucial para proteger a saúde das nossas crianças e da população em geral, prevenindo doenças graves e promovendo o bem-estar de todos nós", enfatiza.
O Ministério conta "com a participação ativa de todos os pais e cuidadores de crianças para garantir o sucesso desta campanha".
Leia Também: MP guineense pede penas entre 17 e 20 anos para detidos com droga
Peixes ‘escolhem’ o seu próprio aniversário ao decidir quando nascer
Por cnnportugal.iol.pt
Mais de metade dos satélites estão nas mãos de um único homem. Este monopólio está a deixar o mundo preocupado
O futuro das comunicações está a ser moldado por uma constelação de satélites que não conhece fronteiras – e por um homem que decide onde e quando a ligação é permitida. Elon Musk domina 62% do mercado e tem planos para muito mais. "Dezenas de países, exércitos e populações estão a ficar dependentes desta tecnologia. O que acontece se Musk fechar a torneira?"
Milhões assistiam, mas poucos faziam ideia de que estavam a observar o começo de uma revolução. Era o ano de 2015 e a SpaceX, de Elon Musk, acabava de fazer história ao aterrar um foguetão pela primeira vez. Quatro anos depois, em 2019, esse mesmo modelo de foguetão, o Falcon 9, transportava para a órbita da terra os primeiros satélites do programa Starlink com uma promessa ambiciosa: levar internet de alta velocidade a qualquer canto do planeta. Hoje é muito mais do que isso. Para uns representa uma nova esperança de acesso ao mundo, para outros é uma questão de vida ou morte. E isso está a deixar muita gente nervosa, um pouco por todo o mundo. E o perigo da dependência é real, com os especialistas a alertarem que países inteiros correm “um risco muito elevado” de ficar reféns da empresa de um homem que tem mais de metade dos satélites em órbita e acaba de entrar no círculo restrito da política americana.
“É motivo para o mundo ficar preocupado, incluindo para nós na Europa. O que é que acontece a uma sociedade se decidir investir tudo em Elon Musk? É dar o poder a um indivíduo de cortar o sinal a uma nação com quem ele não concorda politicamente. Hoje ele luta pela nossa causa e amanhã pode lutar por outra causa”, alerta o especialista em cibersegurança Nuno Mateus-Coelho, em entrevista à CNN Portugal.
É difícil minimizar a velocidade a que o domínio espacial de Elon Musk se está a fazer sentir. Menos de cinco anos depois de ter lançado o primeiro satélite para o espaço, a SpaceX colocou em órbita mais sete mil satélites, dez vezes mais do que o seu principal rival, dominando 62% do mercado. Estes satélites enviam um sinal de internet de alta velocidade para os terminais em terra. Em média, a empresa avaliada em 255 mil milhões de dólares envia para o espaço três satélites por dia e já opera em 102 países. Mas não quer ficar por aqui. O plano de Musk antevê o envio de 42 mil satélites de baixa órbita nos próximos anos para completar a rede, estando os competidores a uma distância considerável.
Nos corredores de Bruxelas o receio tornou-se palpável. Principalmente após a recente explosão de influência política do dono da SpaceX nos Estados Unidos. Elon Musk, o homem mais rico do mundo, tornou-se um dos principais doadores financeiros da campanha de Donald Trump e acabou por ser nomeado pelo candidato republicano para chefiar um novo corpo do governo destinado a “limpar” as regulações americanas: o Departamento para a Eficiência Governamental.
Só que esta combinação de poder político com um monopólio da economia espacial que depende de contratos bilionários com a NASA está a fazer com que muitos na Europa temam que o bilionário venha a ter poderes comparados ao de um país. Ao mesmo tempo que a proximidade a Trump, a quem Elon Musk doou mais de 134 milhões de euros para a sua campanha, levanta questões acerca de um possível conflito de interesses que pode resultar num círculo vicioso de favores políticos e vantagens regulatórias, os especialistas alertam para o perigo da rede Starlink ser utilizada como ferramenta de política externa americana, prejudicando países rivais ou críticos.
“O futuro mostra que a tecnologia de comunicações mais robusta é a de satélite. Só que isso tem perigos e um deles é entregar tanto poder para as mãos de uma só pessoa, que passa a ter o poder de bloquear o acesso a uma nação inteira. Dezenas de países, exércitos e populações estão a ficar dependentes desta tecnologia. O que acontece se Musk fechar a torneira?”, questiona o especialista em cibersegurança Nuno Mateus-Coelho.
Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, no dia 24 de fevereiro de 2022, o exército de Moscovo conseguiu interferir com sucesso na rede de comunicação dos militares ucranianos, após um gigantesco ciberataque contra o satélite da Viasat utilizado por Kiev. Sem comunicações, qualquer coordenação militar era impossível e a Ucrânia corria o risco de cair. A situação era dramática e o ministro da Transformação Digital ucraniano, Mykhailo Fedorov, recorreu à rede social X, também propriedade de Musk, para pedir ajuda à SpaceX. A resposta de Musk foi rápida e uma lufada de esperança para a luta ucraniana. “O Starlink está agora ativo na Ucrânia. Mais terminais a caminho”, respondeu o empresário. Desde então, mais de 42 mil terminais Starlink foram enviados para a Ucrânia para ajudar no esforço de guerra, desempenhando um papel fundamental para os soldados ucranianos.
A tecnologia de satélites de baixa órbita demonstrou ser bastante resiliente em contexto de guerra. Frustrados com a incapacidade de quebrar as comunicações ucranianas, o exército russo começou a tentar interferir diretamente com os satélites americanos recorrendo a equipamentos cada vez mais fortes e sofisticados. Só que o elevado número de satélites que formam a constelação da Starlink tornam este serviço bastante capaz de resistir a interferência. Quando um satélite individual é interrompido, o terminal em terra conecta-se de imediato com outro satélite da rede.
E o receio de que Elon Musk possa utilizar o monopólio que criou para influenciar os destinos de países inteiros revelou-se durante a guerra na Ucrânia. O empresário restringiu pessoalmente a capacidade da Ucrânia de aceder à rede do Starlink para desempenhar operações militares que considerava perigosas e que podiam escalar o conflito. O principal caso aconteceu em 2023, quando o empresário decidiu recusar um pedido de urgência para a Ucrânia conseguir operar na península ocupada da Crimeia, que tinha como objetivo atacar com drones navais uma aglomeração de navios militares da frota do Mar Negro. Musk terá dito aos líderes ucranianos que o ataque, que descreveu como “um mini Pearl Harbor”, ia “longe demais” e poderia causar “uma derrota estratégica” do Kremlin, podendo levar a uma forte retaliação.
Mais tarde, durante a contraofensiva ucraniana que recuperou uma vasta quantidade de território na região de Kharkiv, outra medida tomada por Elon Musk foi paga com vidas de soldados ucranianos. Isto porque Musk decidiu impor um sistema de geofencing que limitava o acesso do Starlink aos locais ocupados pelos militares ucranianos. Isso acabou por fazer com que, à medida que as unidades mais avançadas do exército ucraniano progrediam, ficavam completamente sem acesso à rede de comunicação. Estas restrições só são possíveis porque a SpaceX tem acesso à localização, movimento e altitude de todos os seus terminais. O contacto só foi reposto depois da intervenção do ministro Mikhailo Fedorov, que pediu para que o serviço fosse reposto.
“Elon Musk não pode ser odiado pelo problema que criou na Crimeia, até porque quem salvou a Ucrânia no início da guerra foi ele. Esta dependência cria riscos, mas, neste momento, não há alternativa”, diz à CNN Portugal o major-general Arnaut Moreira, especialista em geoestratégia, que recentemente publicou o trabalho "Desafios Tecnológicos à Segurança no Sec XXI" no centro de estudos EuroDefense.
Apesar de ter protestado, a Ucrânia pouco pode fazer. Elon Musk tem a última palavra. Só que o coro de críticas cresceu quando se tornou público que o empresário manteve contacto regular por telefone com o presidente russo durante os últimos dois anos. Numa dessas conversas, Vladimir Putin terá apelado ao dono da SpaceX para que não ativasse a cobertura da rede Starlink no arquipélago de Taiwan, de forma a não provocar o aliado russo, Xi Jinping. Durante meses, o governo de Taiwan tentou obter acesso a este serviço, mas sem sucesso.
Só que para o arquipélago, que convive com a constante ameaça iminente de um bloqueio naval da China, uma rede de satélites de baixa órbita pode ser ainda mais crucial do que para a Ucrânia. Pequim reclama a soberania de Taiwan e prometeu anexar este território, até mesmo pela via militar. A liderança militar taiwanesa teme que, em caso de invasão, os cabos subaquáticos que fornecem as comunicações ao arquipélago sejam um dos primeiros alvos de Pequim, deixando a ilha às escuras. Em resposta à intransigência de Musk, que tem na China a maior fábrica de outra das suas empresas, o governo de Taipé optou por construir a sua própria rede de satélites.
Só que o domínio da SpaceX, particularmente no campo do transporte de foguetões reutilizáveis, fez com que a empresa reduzisse drasticamente o preço por lançamento. Mesmo as empresas que tentam competir pelo mercado dos satélites de órbita baixa são obrigadas a recorrer ao serviço de lançamento da SpaceX. Além disso, existem poucas pessoas que conseguem competir com a capacidade de Elon Musk em financiar o projeto da SpaceX através de outras empresas como a Tesla, X, Neuralink ou a Boring Company, que juntas fazem dele o homem mais rico do mundo e lhe dão uma avaliação em bolsa de 323 mil milhões de dólares.
“É preocupante existir uma cobertura espacial com uma dimensão tão grande. Quando falamos destes valores, a capacidade de outras empresas aparecerem e competirem neste mercado reduz-se significativamente. O domínio absoluto do mercado vai dificultar muito a entrada de novas empresas”, avisa o major-general Arnaut Moreira.
As únicas alternativas estão a ser encontradas a nível estatal ou em parcerias com os privados. Um desses casos é o da SpaceSail, uma tentativa chinesa de rivalizar com a empresa americana. Sediada em Xangai e lançada em 2023, conta apenas com 36 satélites em órbita, embora o objetivo seja chegar aos 15 mil até 2030. Em novembro, o governo brasileiro assinou um acordo de cooperação com esta empresa para diminuir a dependência da Starlink, com quem o executivo de Lula da Silva tem cultivado uma relação difícil.
Mas esta alternativa não agrada a todos. Na União Europeia, a China é cada vez mais um rival estratégico e a ideia de trocar a dependência de um sistema privado norte-americano por uma empresa estatal chinesa não é vista com bons olhos. Não só as comunicações europeias por satélite poderiam ficar reféns dos objetivos geopolíticos chineses, como poderiam deixar entreaberto um alçapão a todas as comunicações militares, políticas e económicas que utilizassem essa rede. Um raciocínio semelhante levou praticamente todos os países europeus a colocar fortes restrições sobre os fabricantes chineses nos equipamentos da tecnologia 5G. Só que a opção de não contar com o apoio de uma rede de satélites de baixa órbita, a operar a uma altitude entre os 340 e os 1.200 km da terra, também coloca sérios riscos de segurança aos países da União Europeia numa altura crítica.
No final de novembro, duas ligações cruciais de cabos submarinos que ligam a Suécia à Lituânia e a Alemanha à Finlândia foram deliberadamente cortadas naquilo que os investigadores consideram ter sido um ato de sabotagem russo. Quando os navios militares da NATO chegaram ao local detetaram a presença de um navio cargueiro chinês, que tinha partido de um porto russo e estava a operar com sistema de identificação desligado, e que demonstrava sinais de ter utilizado a âncora da embarcação para prender os cabos e danificá-los. De acordo com as autoridades, o navio arrastou a infraestrutura durante mais de 160 quilómetros.
Em Portugal, por exemplo, este cenário seria particularmente dramático. Nas águas nacionais passam 14 cabos submarinos, incluindo o maior do mundo. O seu corte pode fazer com que centenas de milhares de casas fiquem sem Internet, telemóveis sem redes sociais, hospitais deixem de operar e economias entrem em crise profunda. E existem indícios de que este cenário pode estar em cima da mesa. O chefe do Estado Maior da Armada, o almirante Gouveia e Melo, admitiu que dezenas de navios espiões estão a estudar estas ligações. E o próprio vice-presidente do Conselho de Segurança russo Dmitry Medvedev garante que a Rússia não terá “constrangimentos morais” em destruir cabos de comunicação “inimigos”.
Este panorama, só veio reforçar na Europa a ideia de que é necessário um sistema alternativo, mais robusto a este tipo de interferências. A solução encontrada para quebrar a dependência da rede de Elon Musk é a IRIS² (Infrastructure for Resilience, Interconnectivity and Security by Satellite). Este projeto de 6 mil milhões de euros conta fazer o primeiro lançamento em 2025 e, em 2027, espera ter lançado 170 satélites de baixa órbita. O serviço pretende fornecer aos Estados-membros ligações seguras para uso militar e internet “em todo o lado, incluindo nas regiões mais recônditas da UE e de África”. Mas, acima de tudo, deve permitir “mantê-la em caso de crash das infraestruturas terrestres”.
Foguetão não reutilizável Ariane 6 da Agência Espacial Europeia, antes do seu primeiro lançamento. DR |
Ainda assim, este projeto não aproxima a União Europeia de uma tecnologia fundamental para tornar a indústria espacial lucrativa: a capacidade de reutilizar foguetões após o lançamento. Antes de Elon Musk aparecer, a União Europeia dominava o mercado de lançamentos espaciais. Só que a decisão da Agência Espacial Europeia de não desenvolver tecnologia de foguetões reutilizáveis fez com que a Europa perdesse a sua vantagem. Agora, o velho continente corre atrás do prejuízo, com os planos para criar o Ariane Next, um foguete reutilizável capaz de rivalizar com a tecnologia da SpaceX. “É o nosso Falcon 9”, sugeriu o então ministro da Economia francês, Bruno Le Maire. O objetivo do projeto é reduzir os custos para metade, só que este sistema só deve estar pronto depois de 2030, mais de uma década depois do primeiro sucesso do Falcon 9.
"Na Europa não temos nada igual. É utopia dizer que em 2027, com o lançamento dos primeiros satélites, vamos estar perto de competir. É preciso infraestrutura para criar a infraestrutura. Os resultados só serão visíveis a partir de 2030, mas por essa altura a SpaceX terá mais do dobro do que tem hoje”, sublinha Nuno Mateus Coelho.
Chefe das Forças Armadas britânicas alerta para "terceira era nuclear"... Segundo o responsável, a "terceira era nuclear" será "muito mais complexa", sendo "definida por dilemas múltiplos e simultâneos,
© Andrew Matthews/PA Images via Getty Images Notícias ao Minuto 05/12/2024
O chefe de Estado-Maior das Forças Armadas do Reino Unido, Tony Radakin, alertou, na quarta-feira, que o mundo está "no início de uma terceira era nuclear", que será "muito mais complexa".
Numa conferência no Royal United Services Institute do Reino Unido, o responsável sublinhou que o "mundo mudou" e o "poder global está a mudar", colocando-nos "no início de uma terceira era nuclear".
Radakin explicou, de acordo com um comunicado divulgado no site do governo britânico, que a "primeira era nuclear - a Guerra Fria - foi definida por dois blocos opostos, regidos pelo risco de uma escalada incontrolável e pela lógica da dissuasão". Já a segunda era nuclear "foi regida por esforços de desarmamento e de contra-proliferação".
No entanto, a "terceira era nuclear" será "muito mais complexa", sendo "definida por dilemas múltiplos e simultâneos, pela proliferação de tecnologias nucleares e disruptivas e pela ausência quase total das arquiteturas de segurança anteriores".
O responsável acusou a Rússia de fazer "ameaças selvagens de utilização de armas nucleares táticas, de exercícios nucleares em grande escalas e ataques simuladores contra países da NATO", com o objetivo de "coagir" o Ocidente a "não tomar as medidas necessárias para a estabilidade".
"A não-proliferação nuclear tem sido um dos grandes êxitos da segurança internacional desde o fim da Segunda Guerra Mundial, mas está agora a ser posta em causa", alertou.
No entanto, Radakin considerou que "existe apenas uma hipótese remota de um ataque" à NATO porque a "Rússia sabe que a resposta seria esmagadora, quer convencional quer nuclear".
"A estratégia de dissuasão da NATO está a funcionar. Mas tem de ser mantida forte e reforçada contra uma Rússia mais perigosa", afirmou.
Sublinhe-se que o presidente russo, Vladimir Putin, alertou, em setembro, que a Rússia poderia usar armas nucleares no caso de um "lançamento massivo" de ataques aéreos contra o país e que qualquer ataque realizado por um país não nuclear, como a Ucrânia, mas apoiado por uma potência com armas atómicas, como os Estados Unidos, poderia ser considerado uma agressão "conjunta", exigindo potencialmente o uso de armas nucleares.
Leia Também: Mais de 160 Estados que votaram a favor de uma resolução da Assembleia Geral da ONU para discutir os efeitos dos 'robots assassinos' reclamaram esta quinta-feira um tratado que proíba o seu uso.
Lisboa. Cancro da mama: Na altura de fazer uma mamografia? Se vive em Lisboa, pode ser gratuita
© Shutterstock Notícias ao Minuto 05/12/2024
A marcação da mamografia disponibilizada pela autarquia de Lisboa e pela Fundação Champalimaud é feita através de um número de telefone. Saiba as condições para realizar este exame.
Em parceria com a Fundação Champalimaud, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) disponibiliza um rastreio de mamografias gratuitas para mulheres residentes em Lisboa.
De acordo com a informação partilhada no site da autarquia, é disponibilizado um "rastreio de mamografias gratuitas para mulheres com menos de 50 anos residentes em Lisboa".
"Os novos casos de cancro da mama entre mulheres com menos de 50 anos aumentaram significativamente nas últimas décadas. A identificação precoce de alterações da mama é fundamental para o sucesso do tratamento", apontam os responsáveis da autarquia, dando também uma explicação sobre este exame.
Há também a vertente genética e hereditária, que obrigam a "um acompanhamento mais precoce e cuidadoso quando exista um historial familiar".
Por forma a esclarecer bem tudo o que envolve este exame e como este poder ser gratuito, a CML deu conta de várias perguntas e respostas que, na totalidade, podem ser consultadas aqui - e esclarecidas as dúvidas.
Entretanto, o essencial para perceber do que se trata fica abaixo:
A quem se destina o programa?
"O rastreio destina-se a mulheres jovens entre os 40 e os 49 anos, residentes em Lisboa. Estão abrangidas também as colaboradoras do município e de empresas municipais na mesma faixa etária", escreve a autarquia.
Quais as condições?
Segundo a CML, podem realizar o exame as mulheres que não estejam grávidas e também aquelas que não tenham realizado este exame nos últimos seis meses, salvo indicação médica especial.
Com que frequência se deve realizar?
Este exame deve-se realizar de dois em dois anos e, em casos especiais, o exame pode ser realizado antes deste intervalo.
Será preciso repetir o teste?
Só no caso de a equipa médica (radiologista) necessitar de algum esclarecimento adicional.
Nas perguntas-respostas, a CML dá ainda conta de que em caso de alterações detetadas devem ser contactado o médico de família para o reencaminhamento necessário.
Onde se realiza?
O exame é realizado nos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, localizados na Avenida Afonso Costa 41, em Lisboa, e deverá ser levantado no mesmo local ou, em caso de pedido, os resultados serão enviados.
O que é preciso e como se faz a marcação?
Para realizar o exame deve apenas apresentar o cartão de cidadão, por forma a confirmar a residência. "Para realizar o exame terá de responder a um conjunto de questões a assinar a declaração de consentimento informado.", explica a autarquia, dando conta de que a marcação é feita através do número 800 910 155, e a chamada é gratuita.
Para além do número poder ser usado para as marcações, podem também ser um recurso para clarificações. Em alternativa ao esclarecimento de alguma dúvida, pode ainda ser usado o e-mail rastreio.mama@cm-lisboa.pt.
Leia Também: A covid-19 foi a causa de mais de 40% do excesso de mortalidade por diabetes nos dois primeiros anos da pandemia, período em que morreram devido à diabetes mais 646 pessoas do que era esperado.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2024
Governo da Guiné-Bissau Proíbe Exportação Terrestre de Madeira
Por Tidjane Cande TV VOZ DO POVO
O Ministério do Interior e da Ordem Pública emitiu está quinta-feira, 5 de dezembro de 2024, um despacho proibindo, de forma imediata, a exportação terrestre de madeira em todo o território nacional.
A decisão surge em resposta ao aumento de práticas abusivas e descontroladas relacionadas com o transporte deste recurso sem autorização das entidades competentes.
O despacho, assinado pelo Ministro do Interior, Botche Candé, determina:
- 1. Proibição expressa da exportação de madeira por via terrestre.
- 2. Impedimento à passagem de quaisquer viaturas carregadas com madeira nas fronteiras terrestres do país.
- 3. Apreensão de viaturas envolvidas no transporte irregular de madeira, com a declaração de perda dos bens apreendidos a favor do Estado.
- 4. Cumprimento rigoroso das ordens pelas forças de segurança.
Esta medida visa restaurar a ordem e proteger os recursos naturais do país, conforme as deliberações do Conselho de Ministros e a legislação em vigor. O despacho já está em efeito.
Estão em curso as obras de construção da estrada Fronteira do Senegal-Dungal-Farim, incluindo intervenções de proteção ambiental, financiadas pelo Banco Islâmico de Desenvolvimento.
Por Ministério Das Obras Publicas, Habitação e Urbanismo
Leia Também: CONSTRUÇÃO DA NOVA PONTE SOBRE O RIO CAUR AVANÇA COM CONCLUSÃO PREVISTA PARA FEVEREIRO DE 2025
Leia Também: FARIM: Deu início a construção do troço que liga FARIM / DUGAL. O Ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, José Carlos Esteves, visitou esta quarta-feira (04/12) várias obras de construção de estradas em curso no setor de Farim.
Guiné-Bissau: O Ministério Público da Guiné-Bissau pediu hoje penas entre 17 e 20 anos de prisão para cinco detidos no aeroporto de Bissau com cerca de 2,6 toneladas de droga, estando a leitura do acórdão marcada para dia 27.
© Lusa 05/12/2024
MP guineense pede penas entre 17 e 20 anos para detidos com droga
O Ministério Público da Guiné-Bissau pediu hoje penas entre 17 e 20 anos de prisão para cinco detidos no aeroporto de Bissau com cerca de 2,6 toneladas de droga, estando a leitura do acórdão marcada para dia 27.
Nas alegações finais, proferidas no final da segunda sessão do julgamento que se iniciou na passada segunda-feira, o Ministério Público (MP) pediu ao tribunal que condene com uma pena não inferior a 20 anos dois dos cinco arguidos e a 17 anos os restantes três.
O procurador do MP disse que "ficou provado" que os cinco arguidos incorreram em crimes de "tráfico internacional de estupefacientes, associação criminosa e aterragem irregular de uma aeronave no aeroporto" internacional Osvaldo Vieira, em Bissau.
No dia 07 de setembro, um jato particular aterrou no aeroporto de Bissau com cerca de 2,6 toneladas de cocaína, tendo as autoridades guineenses afirmado na altura que a aeronave era proveniente da Venezuela, mas os arguidos disseram segunda-feira ao Tribunal que vinha do México e que se dirigia ao Mali.
Os cinco membros da tripulação, detidos e constituídos arguidos, são dois cidadãos do México, um colombiano, um cidadão do Equador e um do Brasil.
Por seu turno, nas suas alegações finais, a defesa dos cinco negou as alegações do Ministério Público e insistiu, como defenderam os próprios arguidos, que o avião não tinha como destino a Guiné-Bissau.
"Ficou mais que provado que o avião não tinha como destino o nosso aeroporto, só parou aqui por uma questão de emergência", argumentaram os advogados.
O Ministério Público pediu ainda ao tribunal que confisque "todos os bens" encontrados na posse dos arguidos no dia em que foram detidos pela Polícia Judiciária guineense bem como o próprio avião em que se faziam transportar.
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, já disse, em diversas ocasiões, que o aparelho será vendido e a receita reverterá a favor do Estado.
O tribunal começou por ouvir, na segunda-feira, os suspeitos, que se encontram em prisão preventiva desde setembro, e retomou hoje o julgamento com a audição de cinco das oito testemunhas arroladas pelo Ministério Público.
Este caso é a maior apreensão de droga ocorrida na Guiné-Bissau e no dia 19 de setembro a PJ incinerou o produto perante diversas entidades da comunidade internacional.
No final da sessão de hoje, o coletivo de juízes do Tribunal Regional de Bissau marcou para 27 de dezembro a leitura do acórdão.
Leia Também: O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, estará presente nas cerimónias de reabertura da Catedral de Notre Dame, em Paris, França, no sábado, disse hoje à Lusa fonte da presidência em Bissau.
Aos 74 anos, a ave mais velha do mundo pôs um ovo pela 1.ª vez em 4 anos
© USFWS Pacific Por Notícias ao Minuto 05/12/2024
Esta espécie, que normalmente vive entre 12 e 40 anos, geralmente acasala para toda a vida, mas Wisdom já terá perdido pelo menos três companheiros.
Aave mais velha do mundo pôs um ovo pela primeira vez em quatro anos, depois de ter encontrado um novo parceiro. Wisdom, um albatroz-de-laysan com 74 anos, regressou ao refúgio nacional de vida selvagem Midway Atoll, no arquipélago do Havai, na semana passada.
“Fê-lo novamente”, escreveu o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA (USFWS), na rede social X (Twitter).
A entidade deu conta de que Wisdom, que foi identificada e marcada em 1956, quando tinha cerca de cinco anos, foi vista com um novo parceiro. O antigo, Akeakamai, não dá sinal “há anos”.
Esta espécie, que vive entre 12 e 40 anos, geralmente acasala para toda a vida, mas Wisdom já terá perdido pelo menos três companheiros.
A ave já teve mais de 30 crias, a última das quais em 2021.
O biólogo supervisor da vida selvagem no refúgio, Jon Plissner, disse à BBC que Wisdom é um dos dois a três milhões de albatrozes-de-laysan que viajam para Midway para se reproduzirem, não havendo outro tão velho quanto ela. De facto, o mais próximo tem 45 anos.
O responsável assumiu ainda que há 70 a 80% de hipótese de o ovo eclodir.
Veja o vídeo.👇
Ministério Das Obras Publicas, Habitação e Urbanismo
CONSTRUÇÃO DA NOVA PONTE SOBRE O RIO CAUR AVANÇA COM CONCLUSÃO PREVISTA PARA FEVEREIRO DE 2025
Os trabalhos de construção da nova ponte sobre o rio Caur, situada no PK60 do eixo Ingoré-Farim, estão em fase avançada. A infraestrutura, com 25 metros de extensão, integra-se no Projeto de Transporte Rural, financiado pelo Banco Mundial desde 2022, no âmbito da construção da estrada que liga Bigene a Farim.
Embora o progresso seja significativo, a execução enfrenta constrangimentos relacionados com a disponibilidade de alguns equipamentos, o que requer resolução para garantir o cumprimento do cronograma.
A conclusão da ponte está prevista para fevereiro de 2025, antes do término oficial do contrato do projeto, que expira em maio do mesmo ano.
Esta obra substitui a antiga ponte, construída em 1953, representando um marco importante para melhorar as condições de mobilidade e desenvolvimento económico na região de Oio.