quarta-feira, 3 de maio de 2023

Polícia detém homem suspeito de matar a tiro cinco vizinhos nos EUA

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POR LUSA  03/05/23 

A polícia do estado do Texas, no sul dos Estados Unidos, anunciou ter detido o suspeito de ter matado a tiro cinco vizinhos após um deles se ter queixado do barulho, na sexta-feira.

Francisco Oropeza, 38 anos, foi detido na terça-feira, quatro dias depois, na cidade de Cleveland, a cerca de 72 quilómetros a norte da capital do estado, Houston, disse o xerife do condado de Montgomery, Rand Henderson.

O suspeito, de nacionalidade mexicana, foi detido sem incidentes, disse Henderson. O xerife não mencionou se Oropeza estava armado nem como as autoridades descobriram onde se encontrava o suspeito.

Mais de 250 agentes de várias forças de segurança, assim como drones e cães, participaram na caça ao homem por Oropeza, que incluiu vasculhar uma floresta densamente arborizada a alguns quilómetros do local do tiroteio.

O governador do Texas Greg Abbott tinha no fim de semana oferecido uma recompensa de 50 mil dólares (45 mil euros) a qualquer pessoa que tivesse informações que levassem à detenção de Oropeza.

Ao anunciar a recompensa, o republicano descreveu todas as cinco vítimas, de nacionalidade hondurenha, como "imigrantes ilegais", uma afirmação falsa que originou críticas e levou o gabinete de Abbott a pedir desculpas públicas na segunda-feira.

Oropeza tinha sido deportado quatro vezes para o México, de acordo com as autoridades de imigração dos EUA, a última das quais em janeiro de 2012.

O suspeito era conhecido na vizinhança de Cleveland porque gostava de disparar armas no jardim da sua casa e a polícia já tinha sido chamada a intervir algumas vezes, disse no sábado o xerife do condado de San Jacinto, Greg Capers.

Na noite de sexta-feira, o homem estava novamente a disparar quando foi abordado por um vizinho que lhe pediu que parasse porque já era tarde e estavam a tentar adormecer um bebé.

O suspeito respondeu invadindo a casa dos vizinhos, onde viviam dez pessoas naturais das Honduras, e matando cinco delas, incluindo uma criança de 9 anos, como se fosse uma "execução", descreveu Capers.

De acordo com o Gun Violence Archive (GVA), um projeto sem fins lucrativos que regista eventos de violência armada nos Estados Unidos, houve 176 tiroteios em massa desde o início de 2023

O Texas enfrentou vários tiroteios em massa nos últimos anos, incluindo o ataque do ano passado numa escola em Uvalde, que vitimou 19 alunos e dois professores.

Os líderes republicanos do Texas têm rejeitado repetidamente os apelos a novas restrições ao porte e uso de armas de fogo, inclusive este ano, em protestos liderados por várias famílias cujos filhos foram mortos em Uvalde.

Na segunda-feira, a Casa Branca voltou a pedir ao Congresso que aprove leis que restrinjam o uso de armas de fogo.


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REPÓRTERES SEM FRONTEIRAS: Sete em cada 10 países tem um ambiente jornalístico mau

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POR LUSA  03/05/23 

O ambiente do jornalismo é mau em sete em cada 10 países, revela a 21.ª edição do Índice Mundial de Liberdade de Imprensa, hoje divulgado pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

No Dia Mundial da Liberdade, que hoje se celebra, o relatório da RSF - que analisa a situação em 180 países ou territórios - diz que a situação é "muito má" em 31 países, "má" em 42 países, "problemática" em 55 e "boa" ou "razoavelmente boa" em 52 países.

Pelo sétimo ano consecutivo, a Noruega aparece como o país com melhor ambiente para o jornalismo, mas o segundo lugar não é ocupado por um país nórdico (o que é invulgar em relação às recentes edições do inquérito), surgindo aí a Irlanda, que subiu quatro posições, ficando à frente da Dinamarca.

Portugal aparece em nono lugar, a primeira posição no patamar dos países com a classificação de ambiente "razoavelmente bom", a uma posição do patamar de "bom", atrás da Estónia e à frente de Timor-Leste, Liechtenstein e Suíça.

Nos três últimos lugares do 'ranking' da RSF aparecem apenas países asiáticos: Vietname (um país acusado de ter expulsado todos os jornalistas independentes), China (que caiu quatro posições no último ano) e Coreia do Norte (que é considerado um dos maiores exportadores de propaganda).

O relatório revela ainda que o cenário de desinformação global tem sido favorável para o aumento de propaganda na Rússia, que aparece no lugar 164 da lista, depois de cair nove lugares no último ano.

Os Estados Unidos também caíram três posições nos últimos 12 meses, com registo de um ambiente mais problemático para os jornalistas a nível da imprensa regional, nomeadamente por causa de situações de violência sobre repórteres.

"O Índice Mundial de Liberdade de Imprensa mostra uma enorme volatilidade, com grandes subidas e quedas e mudanças inéditas, como a ascensão do Brasil à 18ª posição e a queda de 31 lugares do Senegal. Essa instabilidade é resultado do aumento agressividade por parte das autoridades em muitos países e da crescente animosidade contra jornalistas nas redes sociais e no mundo físico", comentou Christophe Deloire, secretário-geral da RSF.

A edição deste ano do Índice sublinha ainda os efeitos dramáticos provocados pelo impacto do ecossistema digital, nomeadamente as redes sociais digitais, no fluxo informativo.

Em 118 países, a maioria dos inquiridos por este inquérito relataram situações em que os atores políticos nos seus países foram sistematicamente envolvidos em campanhas massivas de desinformação nas redes sociais.

Por outro lado, este documento da RSF destaca que a fronteira entre o que é verdadeiro e o que é falso, entre o real e o fictício é cada vez mais ténue e difícil de aferir.

A organização antecipa que esta situação pode agravar-se nos próximos anos, com a emergência de mecanismos de Inteligência Artificial (IA) no terreno da produção de conteúdos informativos, alavancada pelas recentes evoluções.

"A IA está a digerir conteúdo e a regurgitá-lo de forma sintética com regras que desrespeitam os princípios de rigor e fiabilidade", concluem os analistas do Índice hoje divulgado.


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Frente Cívica pede a Marcelo que exonere o atual Governo

Por cnnportugal.iol.pt,  03/05/23

O pedido da associação surge depois de o Presidente da República ter mostrado a sua discordância em relação à recusa do primeiro-ministro, António Costa, em aceitar o pedido de demissão do ministro João Galamba

A associação Frente Cívica exortou na terça-feira o presidente da República a exonerar este Governo na sequência da recusa do primeiro-ministro em aceitar a demissão do ministro das Infraestruturas, João Galamba.

Numa nota, a associação revelou que escreveu a Marcelo Rebelo de Sousa para lhe pedir que demita o Governo, sugerindo ainda que “o líder do partido mais votado, que dispõe de uma maioria absoluta clara e que resulta de um resultado eleitoral ainda recente, deverá apresentar uma nova proposta de Governo e submeter o respetivo programa à Assembleia da República”.

O pedido da associação surge depois de o Presidente da República ter mostrado a sua discordância em relação à recusa do primeiro-ministro, António Costa, em aceitar o pedido de demissão do ministro das Infraestruturas, João Galamba, na sequência de uma polémica com um seu ex-adjunto a propósito do caso TAP.

“Em síntese, o comportamento deplorável que ocorreu no Ministério das Infraestruturas não configura para o primeiro-ministro uma situação suficientemente grave para a exoneração do ministro. Esta atuação choca os portugueses e configura, em nosso entender, um irregular funcionamento das instituições”, defende, na carta enviada a Marcelo, a associação.

Nos últimos dias, o ministro das Infraestruturas tem estado envolvido em polémica com o seu ex-adjunto Frederico Pinheiro, que demitiu há uma semana, sobre informações a prestar à Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP.

O caso envolveu denúncias contra Frederico Pinheiro por violência física no Ministério das Infraestrutura e furto de um computador portátil, já depois de ter sido demitido, e a polémica aumentou quando foi noticiada a intervenção do Serviço de Informações e Segurança (SIS) na recuperação desse computador.

Na terça-feira, durante a manhã, o primeiro-ministro recebeu o ministro João Galamba na residência oficial de São Bento. Depois, de tarde, esteve no Palácio de Belém, entre cerca das 17:00 e as 18:45, numa audiência que solicitou ao Presidente da República.

Perto das 20:20, o ministro das Infraestruturas divulgou um comunicado a informar que "no atual quadro de perceção criado na opinião pública" tinha apresentado o seu pedido de demissão ao primeiro-ministro, "em prol da necessária tranquilidade institucional" – que António Costa recusaria cerca de meia hora depois.

António Costa considerou que a João Galamba não é "imputável pessoalmente qualquer falha" e disse que mantê-lo como ministro é uma decisão que o "responsabiliza integralmente" como primeiro-ministro, tomada provavelmente contra a opinião da maioria dos portugueses e certamente contra os comentadores.

Numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, depois de António Costa anunciar a decisão de não aceitar o pedido de demissão de João Galamba, o Presidente da República assumiu uma discordância em relação ao primeiro-ministro "quanto à leitura política dos factos" que o levaram a manter João Galamba "no que respeita ao prestígio das instituições".

"O Presidente da República, que não pode exonerar um membro do Governo sem ser por proposta do primeiro-ministro, discorda da posição deste quanto à leitura política dos factos e quanto à perceção deles resultante por parte dos portugueses, no que respeita ao prestígio das instituições que os regem", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.


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Costa assume que não demitir Galamba vai contra a maré da opinião pública

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POR LUSA   02/05/23 

O primeiro-ministro assumiu hoje que a sua decisão de não demitir o ministro João Galamba contraria a maré da opinião pública, mas contrapôs que recusa violentar a sua consciência e alimentar "a dança" dos populismos.

António Costa fez estas declarações em São Bento, depois de confrontado com a possibilidade de a sua decisão de não exonerar o ministro das Infraestruturas poder alimentar o radicalismo político no país e isolar o seu Governo.

Perante os jornalistas, o líder do executivo assumiu que, "porventura", estará a contrariar "o sentimento da opinião pública" ao não demitir João Galamba das funções de ministro das Infraestruturas no caso que o envolve com o seu ex-adjunto Frederico Pinheiro por causa de informação a prestar `à comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão da TAP.

Mas logo a seguir discordou que essa sua posição possa alimentar o radicalismo político no país.

"Alimentar o radicalismo e o populismo é adequarmos o nosso comportamento ao populismo. Se violentasse a minha consciência para fazer aquilo que a opinião pública acha que deve ser feito, para fazer aquilo que os comentadores acham que deve ser feito, então estaria talvez não só a violentar a minha consciência, mas a dançar a dança populismo", sustentou.

Para António Costa, contrariar "a dança do populismo exige que em determinados momentos se saiba ser firme mesmo quando se sente que se está a ir contra a força da maré".

"Quem é primeiro-ministro não pode andar ao sabor da maré. E tem de saber que muitas vezes tem de resistir com pé firme contrariando a maré. Não é contrariar por contrariar, não é um exercício de teimosia, é um exercício de consciência", advogou.

António Costa insistiu que, caso demitisse João Galamba, sentir-se-ia desconfortável com a sua consciência.

"A responsabilidade é minha, só minha, exclusivamente minha", acentuou.

De acordo com António Costa, ao longo dos últimos dias e, sobretudo, durante o dia de hoje, apurou factos diferentes daqueles que têm sido veiculados para a opinião pública em relação aos episódios que opõem João Galamba e o seu ex-adjunto Frederico Pinheiro, demitido na quarta-feira.

"Sei que aquilo que tem sido dito repetidas vezes é o contrário daquilo que apurei. Tem sido dito que o ministro quis ocultar informação à comissão parlamentar de inquérito, mas é falso; e diz-se que deu ordem aos serviços de informações ou quis utilizá-los, também é falso", considerou.

O primeiro-ministro concluiu então que não conseguiu corroborar "a essência das acusações que têm sido dirigidas ao ministro das Infraestruturas".

"Portanto, em consciência, não posso aceitar a sua demissão", frisou, já depois de ter pronunciado sobre o cenário de, mais tarde, o ministro revelar objetivamente que falhou no exercício das suas funções.

"O tempo permitirá revelar um excelente ministro das Infraestruturas. Se assim não for, a responsabilidade, naturalmente, é minha, porque é a mim que me cabe propor a nomeação e exoneração dos membros do Governo, e pelos seus atos e omissões sou eu que respondo", disse.

Mas António Costa foi ainda mais longe neste ponto, advertindo que "nem sempre é fácil tomar decisões".

"Seria seguramente muito mais fácil seguir a opinião unânime dos comentadores, seria seguramente mais fácil aceitar este pedido de demissão, seria seguramente mais fácil ouvir o que a generalidade dos agentes políticos tem dito. Mas entre a facilidade e a minha consciência, lamento desiludir aqueles que vou desiludir, mas dou primazia à minha consciência", acrescentou.


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Desinformação é ameaça e "sem imprensa não há liberdade", diz ONU

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POR LUSA   02/05/23 

 A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou hoje o crescimento da desinformação e o aumento da censura e dos ataques contra jornalistas, alertando que "sem imprensa não há liberdade".

A organização antecipou o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, assinalado a 03 de maio, com um evento na sua sede para comemorar o 30.º aniversário do início desta celebração anual e analisar os principais problemas que os meios de comunicação enfrentam.

E o cenário é bastante preocupante, segundo as mensagens expressas hoje por dirigentes, especialistas e jornalistas das Nações Unidas.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou numa mensagem de vídeo que a "verdade está ameaçada" por aqueles que procuram apagar "as linhas entre factos e ficção, entre ciência e conspiração".

Guterres denunciou também a "crescente concentração dos meios de comunicação em poucas mãos", o colapso financeiro que eliminou uma variedade de títulos independentes, a par do aumento das regulamentações que limitam o trabalho dos jornalistas e ampliam a censura e os ataques sofridos pelos repórteres.

"Jornalistas independentes e a liberdade de imprensa estão a ser atacados em todo o mundo. Sem jornalistas a fornecer notícias e informações nas quais as pessoas possam confiar, temo que continuaremos a ver os laços cívicos a desfazer-se, as normas democráticas corroídas e prejudicada a confiança em instituições e pessoas, que são tão essenciais para a ordem mundial", alertou Arthur Gregg Sulzberger, presidente e editor do The New York Times.

Sulzberger comparou a difícil situação com a "esperança" que existia há 30 anos, quando foi instituído o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, quando o fim da Guerra Fria sugeria a expansão das liberdades e em que os grandes meios de comunicação gozavam de força económica.

No entanto, o advento da Internet - com os danos ao modelo tradicional de negócio e a fácil disseminação da desinformação - transformou essa era em algo passageiro e resultou num período de "debilidade para a imprensa" que desestabilizou as democracias e beneficiou autocratas, observou.

O responsável pelo jornal nova-iorquino, que proferiu um dos discursos centrais da conferência de hoje, alertou para a difícil situação enfrentada em países onde as liberdades de imprensa eram robustas e noutros onde já eram débeis ou inexistentes.

No primeiro caso, disse Sulzberger, os jornalistas enfrentam agora campanhas sistemáticas que minam a sua credibilidade e ataques às proteções legais que garantem a realização do seu trabalho.

No segundo, os profissionais de comunicação sofrem crescentes níveis de assédio e violência, com números recorde de homicídios e prisões.

Sulzberger chamou a atenção para ataques à imprensa em países como China, Hungria, Egito, Nicarágua ou Rússia.

"Há um ataque global aos jornalistas, ao seu trabalho e ao direito do público de saber", insistiu.

A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, alertou para a ameaça que isso representa para todos os habitantes do planeta.

"Sem a imprensa não há liberdade", disse, citando a jornalista filipina Maria Ressa, vencedora do Prémio Nobel da Paz em 2021.

Guterres também insistiu nessa ideia: "Basicamente toda a nossa liberdade depende da liberdade de imprensa", sublinhou.


terça-feira, 2 de maio de 2023

Costa do Marfim. Governo e oposição assinam acordo de reconciliação

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POR LUSA   02/05/23 

O partido no poder na Costa do Marfim e um partido da oposição assinaram hoje, em Abidjan, um "acordo de parceria" para a "reconciliação nacional, coesão social e democracia" num país com um historial recente de violência política.

"Todos nós constatamos que as feridas não estão todas saradas, porque não conseguimos levar a cabo um processo de reconciliação sincero", afirmou Pascal Affi N'Guessan, antigo amigo do ex-presidente Laurent Gbagbo e líder da formação da oposição Frente Popular da Costa do Marfim (FPI, na sigla em francês).

"É claro que a Costa do Marfim não está a arder, mas as brasas não estão extintas. E enquanto houver uma brasa, toda a gente sabe, o fogo pode recomeçar se alguém soprar com habilidade", acrescentou Affi N'Guessan, para justificar a assinatura do acordo com o União dos Houphouëtistes pela Democracia e a Paz (RHDP), do Presidente, Alassane Ouattara.

Segundo este dirigente político, "a reconciliação exige o perdão para ultrapassar as lágrimas e as tragédias do passado".

"Seja o que for que tenha acontecido no passado, a exigência de um futuro comum deve prevalecer sobre o desejo de vingança", acrescentou.

Porta-voz de uma parte da oposição que não reconheceu a reeleição do Presidente Alassane Ouattara para um terceiro mandato controverso nas eleições presidenciais de 31 de outubro de 2020, Pascal Affi N'Guessan chegou a participar na proclamação de um Conselho Nacional de Transição, que visava substituir o regime.

Detido em novembro de 2020, permaneceu na cadeia durante quase dois meses e foi acusado com outros opositores por "conspiração contra a autoridade do Estado", "movimento insurrecional", "assassínio" e "atos de terrorismo".

Dez anos após a violência ligada à primeira vitória de Ouattara numa eleição presidencial contestada por Laurent Gbagbo em 2010-2011 -- de que resultaram cerca de 3.000 mortos -, a violência marcou também a eleição presidencial de 2020, tendo nessa ocasião sido registados 85 mortos e meio milhar de feridos no período de agosto a novembro.

Ibrahim Cissé Bacongo, secretário-executivo do RHDP, elogiou o "espírito elevado" de Pascal Affi N'Guessan e o "sentido de Estado" de Alassane Ouattara.

"Foram capazes de pôr de lado muitas coisas que os opunham, de falar um com o outro, de se encontrarem, de trocarem impressões", o que permitiu que os seus dois partidos fizessem o mesmo para chegar a este acordo, acrescentou.

A poucos meses de eleições regionais e municipais marcadas para 02 de setembro, Affi N'Guessan afirmou que "a parceria" assinada hoje não era "um acordo eleitoral".

"Mas esta parceria não nos impede de nos reunirmos de novo, se acharmos que é necessário" nessa altura, afirmou.


Ataques, sabotagens e contraofensiva aumentam alerta em Moscovo

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POR LUSA   02/05/23 

Os últimos ataques e sabotagens em território russo e na Crimeia e os anúncios da contraofensiva iminente de Kyiv aumentaram o nível de alerta na Rússia, a uma semana do desfile militar de 09 de maio na Praça Vermelha.

"Estamos cientes de que o regime de Kyiv está por detrás de uma série de ataques terroristas e planeia continuar as suas ações. Todos os nossos serviços especiais estão a fazer tudo o necessário para garantir a segurança e um trabalho intensivo está em andamento", disse o porta-voz da Presidência russa, Dimitri Peskov.

As autoridades russas já fecharam a Praça Vermelha, onde será realizado o desfile por ocasião da vitória soviética sobre a Alemanha nazi em 1945.

Nos últimos dias, aumentaram ataques e sabotagens nas regiões russas e na Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo à Ucrânia em 2014.

Na madrugada de sábado, um ataque com um 'drone' provocou um incêndio num tanque de combustível no porto de Sebastopol, base da Frota do Mar Negro, descrito pela Ucrânia como "castigo de Deus" pela morte de mais de 20 civis na cidade? ?de Umán na última sexta-feira.

Na segunda-feira, dez vagões de um comboio com destino à Bielorrússia descarrilaram na região de Briansk, na Rússia, na fronteira com a Ucrânia, devido a um dispositivo que explodiu nos carris da ferrovia.

No mesmo dia, na região de São Petersburgo, foi aberta uma investigação por suspeita de sabotagem na explosão de um poste de alta tensão.

Por questões de segurança, os desfiles militares russos nas regiões de Kursk e Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, bem como na Crimeia e Sebastopol foram cancelados, mas o Kremlin decidiu manter o de Moscovo.

A Rússia tem tido escassos progressos no campo de batalha na Ucrânia desde janeiro em Soledar, sendo Bakhmut a principal frente há largos meses, com elevadas baixas de ambas as partes.

O próprio líder do grupo mercenário russo Wagner, Yevgeny Prigojin, admite que a batalha por Bakhmut provoca uma média de cem mortes por dia, indicando que a contraofensiva está para breve.

"O Exército ucraniano está pronto para uma contraofensiva. Foi retardada pelo mau tempo e talvez por alguns problemas internos que precisavam resolver. Talvez em 09 de maio eles nos deem algum alívio, mas em 15 de maio a ofensiva será a 100%", disse Prigojin.

Nem a Rússia nem a Ucrânia divulgam números dos seus soldados mortos.

A Casa Branca disse no domingo que 20.000 soldados russos foram mortos na Ucrânia desde dezembro, metade dos quais mercenários, e 80.000 ficaram feridos.

O Kremlin qualificou estes números de "absolutamente fabricados", apontando, por sua vez, que o Exército da Ucrânia "perdeu mais de 15.000 soldados" no último mês de combates, "apesar da ajuda militar sem precedentes" por parte dos aliados de Kyiv.

O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, disse que "está tudo pronto" para a contraofensiva e que agora só depende do Estado-Maior, do comandante em chefe, Volodymyr Zelensky, e da sua equipa determinar "como, onde e quando" iniciarão a operação, e que será "grande importância" a continuidade do apoio dos parceiros ocidentais.

Segundo o 'site' independente Meduza, o Kremlin preparou um manual para os seus agentes de propaganda, no qual pede que não subestimem publicamente a contraofensiva ucraniana, no que pode ser interpretado como uma forma de preparar a população para eventuais sucessos de Kyiv.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.709 civis mortos e 14.666 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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Ministério da Saúde do Senegal anuncia morte de doente com febre do Congo

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 POR LUSA  02/05/23 

Uma pessoa morreu no Senegal de febre hemorrágica da Crimeia-Congo, conhecida como febre do Congo, uma doença viral transmitida por carraças, anunciou hoje o Ministério da Saúde, que afirmou que o caso foi circunscrito.

O caso em causa é o de um talhante de serviço no matadouro de Dacar, declarado doente em 21 de abril e que morreu no dia seguinte, disse Boly Diop, coordenador da luta contra a febre do Congo no Ministério da Saúde, citado pela agência France-Presse.

"Era um caso isolado. Depois investigámos no meio familiar, profissional e de saúde (da vítima) porque a doença é contagiosa. Foram identificados casos de contacto e fizemos o seu acompanhamento. Todas as amostras deram negativo", acrescentou o médico.

Este caso fatal é o primeiro registado este ano no Senegal, que registou cinco casos de febre do Congo em 2022, incluindo uma morte, detalhou Diop.

A doença do Congo é uma zoonose e a transmissão desta febre hemorrágica a seres humanos ocorre "quer através da picada de carraças, quer através do contacto com sangue ou tecidos de animais infetados, durante ou imediatamente após o abate", segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

A maioria dos casos ocorre entre as pessoas que trabalham no setor da pecuária, agricultores, empregados de matadouros e veterinários, de acordo com uma ficha informativa do Ministério da Saúde do Senegal.

Entre os seres humanos, a transmissão da doença "pode ocorrer após contacto direto com sangue, secreções, órgãos ou fluidos biológicos de indivíduos infetados", segundo a OMS.

O vírus da febre hemorrágica provoca a morte em 10 a 40% dos casos.


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👇Coligação liderada pelo PAIGC na Guiné-Bissau entrega documentação com novo símbolo

 DW Português para África 

A coligação de cinco partidos às eleições legislativas na Guiné-Bissau liderada pelo PAIGC entregou hoje no Supremo Tribunal de Justiça a documentação com um novo símbolo e denominação.

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) solicitou na sexta-feira à coligação a mudança do símbolo e a denominação, alegando que aqueles elementos remetiam apenas para um único partido, o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde). 

Além do PAIGC, que lidera a oposição guineense, a coligação é integrada pelos partidos União para a Mudança (UM), Partido da Convergência Democrática (PCD), Movimento Democrático Guineense (MDG) e Partido Social-Democrata (PSD). 

A coligação denominava-se PAIGC -- CE (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, Coligação Eleitoral). 

O novo símbolo da coligação passará a integrar os logótipos dos cinco partidos, e da denominação. 

O voto favorável da China numa resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) que menciona a "agressão" da Rússia contra a Ucrânia em termos condenatórios foi saudada por Kiev, mas é desvalorizado por analistas de relações internacionais.

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POR LUSA  02/05/23 

 Apoio da China dúbio em resolução da ONU que refere "agressão" russa

O voto favorável da China numa resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) que menciona a "agressão" da Rússia contra a Ucrânia em termos condenatórios foi saudada por Kiev, mas é desvalorizado por analistas de relações internacionais.

A votação da resolução, que não tinha como foco o conflito da Rússia na Ucrânia, aconteceu menos de uma semana após o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter falado pela primeira vez, por telefone, com seu homólogo chinês, Xi Jinping, desde o início da invasão russa.

"A China votou a favor de uma resolução da ONU que se refere à Rússia como um (Estado) agressor", saudou Iryna Konstankevych, vice-presidente do comité de informação do Parlamento ucraniano, segundo o 'site' da instituição.

Konstankevych lembrou que, além da China, países "considerados amigos da Rússia", como Cazaquistão, Arménia, Índia e Brasil, também votaram a favor da resolução, que foi promovida por países democráticos europeus e dedicada à cooperação entre as Nações Unidas e o Conselho da Europa.

Na visão do embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, a Rússia "fracassou" na sua "tentativa de remover desta resolução a menção de agressão contra a Ucrânia".

A resolução refere-se aos "desafios sem precedentes que a Europa enfrenta atualmente após a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia, e anteriormente contra a Geórgia, e o fim da participação da Federação Russa no Conselho da Europa".

Contudo, apesar do otimismo das autoridades ucranianas, analistas desvalorizaram o voto de Pequim, sublinhando o caráter não vinculativo da resoluçõa.

"Acho que a importância do voto da China está a ser exagerada. A minha intuição é que a China decidiu apoiar a resolução, pois viu que a maioria dos membros da ONU era a favor de adotá-la. A China não gosta de parecer isolada na ONU", disse à Lusa o analista Richard Gowan, do International Crisis Group.

"Não estou convencido de que a votação pretendia enviar um sinal político significativo à Rússia. No final de contas, trata-se de um parágrafo de uma resolução não vinculativo da ONU. Isso não vai manter o Presidente russo acordado à noite de preocupação", avaliou Gowan.

Ainda segundo este especialista no sistema das Nações Unidas, Conselho de Segurança e em operações de manutenção da paz, durante toda a guerra na Ucrânia, a China tentou mostrar a outros membros da ONU que não apoia totalmente a agressão da Rússia, mas sem apoiar alguma penalização direta à Rússia na ONU.

"Acho que esta votação é outro exemplo dessa tendência. É uma maneira razoavelmente barata de fazer isso politicamente. A China sabe que a Rússia terá apenas que aturar esse pequeno contratempo e aceitá-lo. Não tem nenhum custo político para Pequim", advogou Gowan.

Na rede social Twitter, Francisco Pereira Coutinho, especialista em Direito Constitucional da União Europeia e Direito Internacional Público, também desvalorizou o voto favorável de países como China e Índia.

"Eu não atribuiria grande importância ao significado de um voto favorável chinês e indiano a uma anódina resolução da Assembleia Geral da ONU sobre a cooperação com o Conselho da Europa que inclui, numa das declarações preambulares, uma referência incidental à agressão russa à Ucrânia e à Geórgia", avaliou.

A diplomacia ucraniana trabalha ativamente há meses para que a China não apoie a Rússia com armas e defenda o princípio da integridade territorial na Ucrânia.

A conversa de Zelensky com Xi Jinping foi interpretada por Kiev como um sinal positivo nas relações com Pequim.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da missão da China junto da ONU não fez comentários.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.709 civis mortos e 14.666 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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A Governadora de Gabú viajou até Bissau à procura de solução para comercialização da castanha de caju e o abastecimento de setor de Boé em produtos alimentícios.

Elisa Pinto Tavares foi recebido pelo Ministro do Comércio, Abás Djaló precisamente no final da reunião com a CCIAS, Alfândegas e DGCI para escoamento da castanha a Bissau.


Moradores de Cintra em Bissau, estão preocupados, com lixo amontoado na estrada que liga paragem de Nhacra a retunda segunda esquadra na capital guineense.

A preocupação dos moradores foram transmitidas hoje, (02.05) durante uma reportagem da RTB Bantaba.

 Radio TV Bantaba

Associação das Viúvas de Combatentes da Liberdade da Pátria inauguraram hoje terça-feira (02.05) a nova sede em Bissau. A Cerimónia da Abertura presidida pelo Secretário de Estado de Combatentes da Liberdade da Pátria o Augusto Nhaga.

 Radio Voz Do Povo

MADEM-G15 I VONTADE DI POVO. AMERICO djunto ku Grupo MANCHIIDA CUMA CÈ 2 PÈ FIRMA TCHAM NA MADEM-G15


 Chia Almeida 




PESCA ILEGAL NA GUINÉ-BISSAU:QUATRO PIROGAS DA GUINÉ-CONACRI APREENDIDAS EM CACHEU

Por Rádio Jovem Bissau

As Autoridades da Fiscalização e Controlo das Atividades de Pescas (FISCAP) apreenderam quatro pirogas da Guiné-Conacri no passado dia 29 de abril. As pirogas em causa estavam a pescar ilegalmente nas águas do país.

As pirogas estão ancoradas ao largo do porto de cidade de Cacheu, norte do país.

As informações foram transmitidas à Rádio Jovem Bissau, por uma fonte junto da delegação das pescas naquele localidade histórica da Guiné-Bissau.

Segundo a explicação da mesma fonte, as quatro embarcações foram apreendidas na zona de ilha de Caravela, última ilha do arquipélago dos Bijagós.

A fonte refere ainda que os responsáveis das pirogas estão a aguardar as multas que serão aplicadas pelas autoridades nacionais.

Cacheu é igualmente apontada como uma das zonas mais afectadas pela pesca ilegal.

Dados do Ministério das Pescas, citados pela Rede de Jornalistas sobre Mercado e Economia Ilícita, indicam que o sector pesqueiro emprega directamente 6 mil e 134 pessoas e indiretamente 26 mil guineenses.

Mas, “os países vizinhos, sobretudo o Senegal e a Guiné Conacri, assim como os da União Europeia, beneficiam mais dos recursos pesqueiros da Guiné-Bissau por via da pesca ilegal ou mediante acordos bilaterais”.

Recorde-se que a Guiné-Bissau tem uma grande extensão de costa marítima.


| 𝗙𝗢𝗜 𝗘𝗡𝗖𝗢𝗡𝗧𝗥𝗔𝗗𝗢 𝗦𝗘𝗠 𝗩𝗜𝗗𝗔 𝗢 𝗝𝗢𝗩𝗘𝗠 𝗗𝗘𝗦𝗔𝗣𝗔𝗥𝗘𝗖𝗜𝗗𝗢 𝗡𝗢 𝗥𝗜𝗢 𝗗𝗘 𝗜𝗟𝗢𝗡𝗗É

Por Rádio Jovem Bissau

O corpo de serviço de Bombeiros Humanitária de Bissau, encontrou o corpo de jovem esta manhã que desapareceu ontem nas águas durante comemorações do primeiro de maio (dia dos trabalhadores).

O corpo do malogrado já foi entregue aos familiares para cerimónias fúnebres.

Segundo informações disponíveis, o falecido é estudante de último ano na Escola Superior da Educação Física, com 24 anos de idade.

Putin poderá ser detido caso marque presença na cimeira dos BRICS... Em causa está o mandado de detenção emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em março.

© GAVRIIL GRIGOROV/SPUTNIK/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto  02/05/23 

O presidente russo, Vladimir Putin, poderá ser detido caso marque presença na cimeira de líderes dos BRICS, que decorrerá em agosto, na África do Sul.

Em causa está o mandado de detenção emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em março, segundo avançou o jornal sul-africano Sunday Times, esta terça-feira.

O presidente Cyril Ramaphosa terá, por isso, estabelecido uma comissão especial para analisar o caso, tendo o organismo concluído que o país não terá outra opção a não ser deter o chefe de Estado russo, caso este viaje para a África do Sul.

Contudo, a presença de Putin na cimeira de líderes do grupo de economias emergentes, composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, não foi, até ao momento, confirmada pelo Kremlin.

Ainda assim, o governo sul-africano está, agora, a equacionar a possibilidade de o presidente russo participar através de conferência, de forma a ultrapassar a questão.

De notar que Pretória confirmou, no final de março, ter convidado Putin para a cimeira, apesar do mandado de detenção que pende sobre si.

"O presidente Putin é um dos líderes dos BRICS e é convidado para a cimeira, embora eu pense que o mandado [de detenção] do TPI é motivo de preocupação", disse a chefe da diplomacia sul-africana, Naledi Pandor, na altura.

Recorde-se ainda que o TPI acusa Putin de responsabilidade pessoal em sequestros de crianças na Ucrânia, durante a escalada da invasão russa naquele país.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.534 civis desde o início da guerra e 14.370 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.


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Balanço de 1° de Maio: No Hospital Nacional Simão Mendes foi registados um obito, no total de 40 casos de acidentes de aviação 4 agressões físicas, na sequência da festividade de 1 de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores.

 Radio Voz Do Povo

Botche Candé, Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural recebeu no fim de semana último uma equipa dos empresários indianos que trabalham na produção de cebola e batata.

Radio TV Bantaba

MoAC Biss começa e decorre durante maio.

A Moransa di Kultura lança MoAC Biss, “Mostra de Arte e Cultura da Guiné-Bissau”, através da Agenda que envolve todos os centros culturais da capital, bem como algumas praças e jardins.
 Radio Voz Do Povo

Confronto Rússia-Ocidente vai além da guerra com Kyiv, diz analista

© Getty Images

POR LUSA  02/05/23 

Um analista do grupo de reflexão International Crisis Group considerou hoje que o novo conceito de política externa da Rússia, divulgado em 31 de março, mostra que o confronto com o Ocidente poderá ir além da Ucrânia.

Numa análise publicada hoje pelo 'think tank' com sede em Bruxelas, Oleg Ignatov considerou que o documento divulgado pelo chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, "diz em voz alta todas as partes silenciosas" do que tem sido o discurso de Moscovo.

Ignatov argumentou que "a inimizade crescente contra Washington e a esperança de que os países não alinhados com o Ocidente se juntassem à Rússia na luta contra os Estados Unidos - está agora escrito a preto e branco".

"Realista ou não, o novo conceito da Rússia pretende transmitir que Moscovo espera continuar o confronto com o Ocidente a longo prazo, e não apenas na Ucrânia", concluiu o analista sénior sobre assuntos russos.

No novo conceito de política externa, divulgado na véspera de a Rússia assumir a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, Moscovo declarou os Estados Unidos e o Ocidente como a fonte de ameaças à existência do país.

Lavrov declarou, na altura, os Estados Unidos como "o principal instigador e líder da linha antirrussa".

Ignatov considerou que a Rússia está empenhada em atrair outros países para a disputa com o Ocidente, embora sem definir os pormenores dessa estratégia do Presidente Vladimir Putin.

"A falta de definição pode ser um mau presságio para os seus planos", segundo Ignatov.

O analista qualificou o novo conceito como preocupante, "sobretudo devido aos danos que o Estado russo pode causar ao tentar pôr em prática as palavras do Kremlin", a Presidência russa.

Defendeu, por isso, que tanto os adversários designados por Moscovo no Ocidente como aqueles que espera envolver devem estar preparados para mais desinformação e mais atividades secretas.

Devem esperar "mais esforços para aproveitar todas as oportunidades que se apresentem para fazer avançar" a agenda de Moscovo, prosseguiu o analista.

Segundo Ignatov, o novo conceito define como objetivo "privar o Ocidente da capacidade de prosseguir" o desígnio de pôr em causa a existência da Rússia.

"Esta posição representa uma rutura com o passado", defendeu, referindo que os anteriores documentos políticos russos "falavam da construção de um espaço de segurança comum com os países europeus".

"Para os ocidentais que há muito argumentam que a Rússia está determinada a minar a ordem global liderada pelo Ocidente, a nova linguagem deste conceito oferece provas novas e convincentes das intenções de Moscovo", afirmou.

Ignatov considerou também que o novo conceito apresenta falhas que "podem refletir a natureza ainda incipiente da abordagem evolutiva da Rússia às relações internacionais".

"Talvez sem surpresa, dado o desejo de Putin de projetar força e confiança, o documento ignora os verdadeiros desafios militares e económicos da Rússia, incluindo os danos financeiros, políticos e militares causados pela sua decisão de invadir a Ucrânia", notou.

O documento também nada diz "sobre a correspondente perda de influência de Moscovo a nível global e local", segundo o analista do International Crisis Group.

No novo documento, Moscovo privilegia a Eurásia, mas não reconhece que os países mais próximos das fronteiras russas "parecem ver o Kremlin cada vez mais como perigoso e pouco fiável", escreveu.

O analista considerou ainda que o documento "representa um afastamento radical" do anterior conceito de política externa, de 2016.

"Confirma o que muitos analistas há muito consideram ser a ambição subjacente à visão do mundo de Moscovo, estabelecendo objetivos abrangentes para o seu papel como potência euro-asiática", argumentou.


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Líder de seita queniana suspeito da morte de 110 pessoas acusado de terrorismo

Agência Lusa02/05/23

Os principais líderes da seita exortaram os seus seguidores a jejuar até à morte, com a promessa de que se encontrariam com Jesus Cristo numa nova vida

O líder de uma seita suspeito de causar a morte de pelo menos 110 pessoas no Quénia foi novamente detido esta terça-feira pelas autoridades e acusado de terrorismo, imediatamente depois de um tribunal ter encerrado um primeiro processo contra ele.

Paul McKenzie, líder da Igreja Internacional da Boa Nova, que estava detido desde 14 de abril, compareceu perante um tribunal queniano no início do dia para ouvir a acusação pedir que o processo contra ele fosse encerrado.

O tribunal aceitou a petição e ordenou a sua libertação, embora tenha sido imediatamente detido juntamente com outros seis suspeitos com vista ao novo julgamento, uma decisão aplaudida pelas famílias das vítimas e pelas organizações da sociedade civil, segundo o jornal queniano The Standard.

As primeiras autópsias aos corpos encontrados em valas comuns num terreno utilizado pela seita numa zona arborizada em Shakahola, no condado de Kilifi, sul do Quénia, confirmaram que as vítimas morreram de fome, embora algumas estivessem asfixiadas.

A descoberta dos primeiros corpos resultou das escavações feitas pelas autoridades, em 21 de abril, no terreno utilizado pela seita.

Até ao momento, as autoridades quenianas recuperaram do local os corpos sem vida de 110 pessoas, embora os trabalhos continuem na zona e se espere que aquele número aumente.

Os principais líderes da seita exortaram os seus seguidores a jejuar até à morte, com a promessa de que se encontrariam com Jesus Cristo numa nova vida.

O presidente do Quénia, William Ruto, classificou McKenzie como um "criminoso terrível", e a Cruz Vermelha do Quénia começou a trabalhar para tentar localizar cerca de 210 pessoas - incluindo 110 crianças - que foram dadas como desaparecidas em ligação com as atividades da seita.

As primeiras autópsias realizadas segunda-feira a 10 das 110 vítimas encontradas na floresta revelaram mortes causadas pela fome, mas também por asfixia, anunciou o chefe das operações forenses.

No primeiro dia, os médicos autopsiaram nove corpos de crianças com idades entre 1 e 10 anos e um de uma mulher, declarou aos jornalistas o chefe dos serviços forenses nacionais, Johansen Oduor.

"A maior parte deles tinha características de fome. Vimos características de pessoas que não comiam, não havia comida no estômago, a camada de gordura era muito fina", detalhou.

Após a audiência desta terça-feira, Paul Mackenzie foi transferido para Mombaça, a segunda maior cidade do país, a cerca de 100 quilómetros de distância, onde existe "um tribunal com poderes para tratar de casos ao abrigo da Lei de Prevenção do Terrorismo", disse a procuradora Vivian Kambaga.

O tribunal deverá deferir o pedido do Ministério Público para manter o líder da seita em prisão preventiva durante 30 dias, enquanto são efetuadas investigações sobre o seu possível envolvimento no que ficou conhecido como o "massacre da floresta de Shakahola".

O caso de Mackenzie surgiu na mesma altura em que um outro caso de extremismo religioso saltou para as páginas dos jornais quenianos, o referente ao líder religioso queniano Ezekiel Odero, que admitiu no sábado que 15 pessoas morreram durante as suas "intervenções espirituais" no centro religioso de Malindi.

Odero admitiu a morte dos seus seguidores do Centro de Oração e Igreja para uma Nova Vida, se bem que os seus advogados estejam a vincar a ideia que os falecidos já estavam "em estado crítico" quando chegaram ao centro.

"Quando as pessoas morrem, a polícia é informada; não houve nenhum caso de mortes em que as forças de segurança não tenham sido informadas", disseram os advogados do evangelista, em declarações ao jornal The Nation, citadas pela Efe.

A polícia, no entanto, não parece convencida com estes argumentos e está a ligar diretamente Odero e Mackenzie devido às suas ligações empresariais, incluindo a participação no capital social de uma cadeia de televisão que ambos usavam para transmitir "mensagens radicais aos seus seguidores".

A investigação sobre Odero deverá levar a acusações de homicídio, sequestro, radicalização, genocídio, crimes contra a humanidade, crueldade infantil, fraude e lavagem de dinheiro.

Enquanto a Ucrânia prepara uma contraofensiva, a Rússia parece confusa

CNN,   02/05/23 

A tão esperada contraofensiva da Ucrânia parece iminente - e a forma como cada lado se está a preparar diz muito sobre a sua prontidão.

As linhas da frente de Kiev estão a fervilhar de movimento de veículos e ataques de artilharia, com explosões regulares a atingir alvos russos vitais nas áreas ocupadas.

O seu ministro da Defesa afirmou que os preparativos estão "a chegar ao fim" e o presidente Volodymyr Zelensky garantiu que uma contraofensiva "vai acontecer", embora tenha hesitado em indicar uma data exata para o seu início.

Pode já ter começado; pode estar a semanas de distância. Não sabemos - e esse facto é uma forte medida do sucesso da Ucrânia neste início.

Moscovo, por outro lado, está na fase final da sua guerra. Depois de ter perdido Kharkiv e Kherson, teve pelo menos sete meses para preparar o próximo alvo provável do ataque ucraniano: Zaporizhzhia.

Isso aconteceu, com vastas redes de trincheiras que podem ser vistas do espaço. Este reconhecimento da sua enormidade não é necessariamente um elogio em 2023. São grandes, sim, mas também são algo que qualquer pessoa pode ver no Google. O que não é muito bom numa era de mísseis precisos e blindados rápidos.

Mas foram as últimas 72 horas que talvez mais tenham revelado a falta de prontidão da Rússia.

Primeiro, o aparente despedimento do vice-ministro da Defesa responsável pela logística, Mikhail Mizintsev. O Ministério da Defesa russo não explicou a sua demissão, limitando-se a emitir um decreto segundo o qual Aleksey Kuzmenkov ocupa agora o seu lugar.

Tropas ucranianas na linha da frente em Donetsk, a 24 de abril de 2023. Muhammed Enes Yildirim/Anadolu Agency/Getty Images

O "carniceiro de Mariupol", como Mizintsev é conhecido, teve certamente falhas suficientes durante a desastrosa guerra da Rússia para merecer o seu despedimento. Mas isso não responde à pergunta: porquê agora?

Ao demitir ministros importantes no momento em que o seu exército enfrenta o contra-ataque da Ucrânia, Moscovo envia uma mensagem de desordem.

E depois há a nova ronda de críticas de Yevgeny Prigozhin. O senhor da guerra, mercenário da Wagner, escolheu domingo para dar mais uma longa entrevista, na qual pôs a nu a dimensão dos problemas que os seus homens enfrentam.

De acordo com o líder da Wagner, os seus combatentes têm tão poucas munições que poderão ter de se retirar de Bakhmut - a cidade estrategicamente sem importância em que desperdiçaram milhares de vidas a tentar conquistar.

(Uma advertência: Prigozhin não é a fonte mais fiável e fornece poucas provas do que diz. Mas este tipo de discussão pública não é algo que Moscovo encoraje neste momento delicado).

A falta de provisões de munições da Rússia era conhecida há muito tempo, mas sugerir um fracasso iminente mesmo antes da contraofensiva parece ser uma grande tentativa de desviar as culpas.

O resultado final é que as horas que antecedem os movimentos da Ucrânia estão a diminuir. O que sabemos sobre o seu estado emocional, ou objetivo, é quase nulo. E a dimensão da indecisão interna, das rivalidades e da desunião de Moscovo só aumenta.

União Europeia alerta para ameaças à liberdade de imprensa

© Philipp von Ditfurth/picture alliance via Getty Images

POR LUSA   02/05/23 

A União Europeia (UE) sublinhou hoje que "a liberdade de imprensa está em causa na maior parte do mundo", quer devido a ameaças e ataques físicos, quer por causa da desinformação.

Num comunicado hoje divulgado a propósito do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, salientou que "embora a preservação de meios de comunicação social livres, independentes e pluralistas seja vital para democracias resistentes e saudáveis, a liberdade de imprensa está hoje em causa na maior parte do mundo".

O Alto representante para a Política Externa da UE referiu que os jornalistas "enfrentam cada vez mais o descrédito, as ameaças e os ataques, nomeadamente através da desinformação".

Borrell disse ainda que as mulheres jornalistas, tendo, refere o comunicado, uma maioria de 73% destas sido já vítimas de ameaças, abusos e assédio, havendo um número recorde de profissionais detidas.

A UE, referiu também, continuará a "colaborar com os governos, os meios de comunicação social e a sociedade civil, tanto nas instâncias internacionais como a nível local, para tomar iniciativas e reforçar a liberdade de imprensa em todo o mundo".


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