sexta-feira, 30 de maio de 2025

Moscovo garante que Kyiv está "à beira da derrota total"... A Rússia garantiu hoje no Conselho de Segurança das Nações Unidas que as suas Forças Armadas poderão "continuar e intensificar" os combates na Ucrânia "pelo tempo necessário", frisando que um cessar-fogo é insuficiente para terminar a guerra.

© YUKI IWAMURA/AFP via Getty Images    Lusa  30/05/2025 

Naquela que foi a segunda reunião da semana sobre este conflito no Conselho de Segurança da ONU, o embaixador russo, Vasily Nebenzya, acusou os aliados europeus da Ucrânia de quererem prolongar a guerra e advogou que Kyiv está "à beira da derrota total". 

"Queremos repetir novamente que os objetivos da nossa operação especial podem ser alcançados tanto pacificamente quanto militarmente. As nossas Forças Armadas são capazes de continuar e aumentar as operações de combate pelo tempo que for necessário", afirmou.

"Basta olhar para qualquer relatório militar, mesmo os mais tendenciosos em relação à Rússia, para se convencer de que as tropas russas estão a avançar com sucesso por quase toda a linha de frente", acrescentou.

As declarações de Nebenzya surgem num momento que a segurança na Ucrânia está "significativamente pior", em comparação com o ano passado, com o número de mortes civis no primeiro trimestre de 2025 a ser 59% superior ao período homólogo de 2024, indicou na quinta-feira a ONU.

Por três noites consecutivas no último fim de semana, as Forças Armadas russas atacaram cidades e vilas ucranianas com números recorde de mísseis de longo alcance e drones, matando e ferindo dezenas de civis.

Segundo o diplomata russo, um simples cessar-fogo não é suficiente para acabar com o conflito, insistindo que uma resolução sustentável e de longo prazo deverá abordar as "causas básicas" da guerra e acrescentando que os direitos da população de língua russa na Ucrânia são violados diariamente.

Nebenzya disse existir "um grupo inteiro de pessoas que não está interessado" em acabar com o conflito, nomeando o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que "tem medo de perder o poder", e aliados europeus que "têm vindo a implementar o projeto 'anti-Rússia' na Ucrânia desde 2014". 

Acusou ainda Londres, Bruxelas, Paris e Berlim de recorrerem a "provocações e mentiras" sobre a Rússia para "forçar o Presidente americano", Donald Trump, a voltar a apoiar incondicionalmente a Ucrânia.

"Os Estados europeus continuam descaradamente a sua guerra por procuração com a Rússia, esperando sair impunes", disse, numa reunião onde a maioria dos 15 Estados-membros do Conselho de Segurança não se fez representar pelos seus principais embaixadores.

No entanto, Nebenzya não rejeitou totalmente a ideia de adotar um cessar-fogo, indicando que essa via poderia levar a uma "resolução sustentável das causas profundas do conflito". 

Para isso, "no mínimo", os países ocidentais precisam de parar de fornecer armas ao regime de Kyiv e a Ucrânia tem de interromper a mobilização, apelou.

Uma reunião entre as delegações russa e ucraniana é esperada em Istambul na segunda-feira para negociar o fim da guerra, embora haja pouco otimismo em relação aos resultados.

A Rússia anunciou que apresentará as suas condições para a deposição de armas na mesma reunião em Istambul, enquanto a Ucrânia --- que já comunicou a sua posição aos russos --- exige receber o documento com antecedência para poder analisá-lo antes de se sentar para negociar.

Na reunião de hoje, os Estados Unidos recordaram que a Ucrânia tem afirmado repetidamente que está pronta para aceitar um cessar-fogo imediato, incondicional e abrangente.

"Foi a Rússia que rejeitou este apelo", afirmou o diplomata norte-americano.

Os Estados Unidos frisaram ainda que a Ucrânia, enquanto país soberano, tem o direito de se defender de agressões e que os aliados têm o direito de fornecer a Kyiv os meios para o fazer.

No total, desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, pelo menos 13.279 civis, incluindo 707 crianças, foram mortos.

O número confirmado de civis feridos é de 32.449, incluindo 2.068 crianças, reportou na quinta-feira a ONU.


14.000 soldados, 100 mísseis balísticos e milhões de munições: o que a Coreia do Norte enviou para a Rússia

Por  CNN

"Estas formas de cooperação ilícita entre a Coreia do Norte e a Rússia contribuíram para ataques dirigidos a infraestruturas civis críticas”. E: estas ações “permitem que a Coreia do Norte ganhe experiência em primeira mão na guerra moderna”

Coreia do Norte enviou soldados e milhões de munições, incluindo mísseis e rockets, para a Rússia durante o ano passado, de acordo com o relatório de um organismo internacional de vigilância - que detalha até que ponto Pyongyang ajudou Moscovo a “aterrorizar” a população da Ucrânia durante a guerra que começou há três anos.

O relatório foi divulgado na quinta-feira pela Equipa Multilateral de Monitorização das Sanções (MSMT), uma iniciativa composta por 11 membros das Nações Unidas, formada depois de a Rússia ter forçado a dissolução de um anterior painel da ONU que monitorizava a aplicação de sanções contra a Coreia do Norte.

Embora algumas das descobertas da equipa já tenham sido bem documentadas - como o facto de a Coreia do Norte ter enviado tropas para lutar pela Rússia -, o relatório expõe o âmbito e a escala impressionantes do armamento enviado por Pyongyang desde a invasão russa da Ucrânia.

Isso inclui até nove milhões de cartuchos de artilharia e munições em 2024; mais de 11.000 soldados no ano passado e outros 3.000 soldados nos primeiros meses deste ano; lançadores de foguetes, veículos, armas de autopropulsão e outros tipos de artilharia pesada; e pelo menos 100 mísseis balísticos “que foram posteriormente lançados sobre a Ucrânia para destruir infraestruturas civis e aterrorizar áreas povoadas, como Kiev e Zaporizhzhia”, conclui o relatório, citando os estados participantes.

“Estas formas de cooperação ilícita entre a Coreia do Norte e a Rússia contribuíram para que Moscovo pudesse aumentar os seus ataques com mísseis contra cidades ucranianas, incluindo ataques dirigidos a infraestruturas civis críticas”, refere o relatório.

Em troca, a Rússia forneceu à Coreia do Norte várias peças valiosas de armamento e tecnologia, incluindo equipamento de defesa aérea, mísseis antiaéreos, sistemas de guerra eletrónica e petróleo refinado, segundo o relatório.

Moscovo também forneceu feedback sobre os mísseis balísticos de Pyongyang, ajudando a melhorar o desempenho da orientação dos mísseis, segundo o relatório.

Estas ações “permitem que a Coreia do Norte financie os seus programas militares e desenvolva os seus programas de mísseis balísticos, que são proibidos por várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU, e ganhe experiência em primeira mão na guerra moderna”, segundo o relatório.

O relatório afirma que as suas conclusões baseiam-se nos Estados participantes na MSMT e cita provas de apoio do Open Source Centre (OSC), uma organização sem fins lucrativos sediada no Reino Unido que utiliza informações acessíveis ao público para investigação, e da Conflict Armament Research (CAR), uma organização de investigação do Reino Unido.

Tanto a Rússia como a Coreia do Norte estão a violar o embargo ao armamento imposto pela ONU e a transferir armas e equipamento militar através de intervenientes e redes que escapam às sanções, alega o relatório. Os dois países continuarão provavelmente a sua cooperação militar “pelo menos num futuro previsível”, acrescenta o documento.

Numa declaração conjunta, os países membros do MSMT - Austrália, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Países Baixos, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos - instaram a Coreia do Norte a “empenhar-se numa diplomacia significativa”.

Os governos ocidentais estão cada vez mais preocupados com as implicações a longo prazo do que parece ser uma parceria estratégica cada vez mais profunda entre Rússia e Coreia do Norte.

Nos últimos meses, os EUA alertaram para o facto de a Rússia poder estar prestes a partilhar tecnologia espacial e de satélites avançada com a Coreia do Norte em troca de apoio contínuo à guerra na Ucrânia.

O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu em abril, pela primeira vez, que soldados norte-coreanos participaram nos combates para recuperar o território russo após a incursão da Ucrânia na região de Kursk, no ano passado. A Coreia do Norte também confirmou, em abril, pela primeira vez, a presença de tropas na região.

Embora as tropas norte-coreanas tenham sido destacadas para Kursk desde pelo menos novembro, retiraram-se das linhas da frente em janeiro, após relatos de baixas em massa, segundo as autoridades ucranianas.

Ambos os países negaram que Pyongyang esteja a fornecer armas a Moscovo, apesar das provas irrefutáveis. No entanto, no âmbito de um pacto de defesa histórico celebrado no ano passado, ambos se comprometeram a utilizar todos os meios disponíveis para prestar assistência militar imediata em caso de ataque do outro. Putin avisou que forneceria armas a Pyongyang se o Ocidente continuasse a armar a Ucrânia.

Nas últimas semanas, os aliados da Ucrânia levantaram a proibição de Kiev disparar mísseis de longo alcance contra a Rússia, depois de dias em que a Rússia bombardeou a capital ucraniana e outras regiões com ataques aéreos maciços e à medida que os EUA se sentem cada vez mais frustrados com Putin devido à falta de um acordo de paz.

Memorando para a paz? "Ucrânia não recebeu qualquer documento" ... O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje Moscovo de se recusar a partilhar o memorando com as suas condições para um acordo de paz e evitou confirmar a participação de Kyiv na ronda negocial prevista para segunda-feira em Istambul.

© Leon Neal/Getty Images   Lusa  30/05/2025

"Durante mais de uma semana, os russos não conseguiram apresentar este chamado 'memorando'", criticou o Presidente ucraniano na rede X.

Zelensky lamentou mais uma vez que, "infelizmente, a Rússia está a fazer tudo o que pode para garantir que uma potencial reunião futura não produza quaisquer resultados".

Depois de receber o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, em Kyiv, o líder ucraniano afirmou que o Kremlin permanece em silêncio, depois de se ter comprometido a preparar o documento, logo a seguir à troca de mil prisioneiros de cada lado, já realizada.

"A Ucrânia não recebeu qualquer documento deles. Nem a Turquia", insistiu Zelensky nas redes sociais depois de receber Fidan, que anteriormente visitou Moscovo.

O Presidente ucraniano não confirmou se enviará representantes para Istambul, sublinhando que a agenda deve ser conhecida com antecedência "para garantir que não é uma reunião vazia".

A Rússia propôs a reunião para segunda-feira em Istambul, que já acolheu a primeira ronda negocial, em 16 de maio.

Ao mesmo tempo, rejeitou hoje uma reunião proposta pela Turquia ao mais alto nível, com Zelensky e os homólogos russo, Vladimir Putin, e norte-americano, Donald Trump, condicionando qualquer cimeira deste tipo à obtenção de resultados nas negociações com Kyiv.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, também afirmou que a Rússia enviará uma delegação para a cidade turca, mesmo que Kyiv ainda não tenha confirmado formalmente a sua participação.

"A nossa delegação de negociadores partirá para Istambul. E está disposta, a partir da manhã de segunda-feira, a continuar as conversações, a segunda ronda de negociações", disse Peskov na sua conferência de imprensa telefónica diária.

Ambas as partes confirmaram que já estão prontos os memorandos de acordo que concordaram preparar após uma conversa telefónica entre Putin e Trump, no dia 19.

"Esperamos que ambos os projetos, o russo e o ucraniano, sejam abordados na segunda ronda", disse hoje Peskov.

A imprensa internacional divulgou que a Rússia quer que a NATO se comprometa por escrito a deixar de se expandir para as fronteiras russas, ou seja, a renunciar à adesão da Ucrânia, Geórgia e Moldova.

Entre as exigências russas para um cessar-fogo, Moscovo pretende que os países ocidentais suspendam o fornecimento de armas a Kyiv, que acordou esta semana com a Alemanha o fabrico conjunto de armamento e mísseis de longo alcance.


Leia Também: Rússia reivindica ocupação de 13 localidades ucranianas na última semana ...   O Ministério da Defesa russo indicou hoje que as suas forças capturaram 13 localidades ucranianas na última semana, quatro delas na região nordeste de Sumy, onde Moscovo pretende criar uma "zona de segurança" na fronteira com a Ucrânia.

Guiné-Bissau regularizou dívida em atraso nas Nações Unidas... A Guiné-Bissau regularizou hoje a sua dívida em atraso nas Nações Unidas, uma situação que poderia impedir o país de ter direito de voto na próxima Assembleia Geral, disseram à Lusa fontes oficiais em Bissau.

© Lusa   30/05/2025

De acordo com fonte da presidência guineense, a situação do pagamento das dívidas "foi tratada esta manhã", dia 30, através do Ministério das Finanças.

Fonte do Governo liderado pelo primeiro-ministro, Rui Duarte de Barros, também indicou à Lusa que "a situação já está resolvida", sem especificar o valor da dívida em causa.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, tem repetido que o país tem de pagar todas as contribuições internacionais para que, "nunca deixe de usar da palavra ou votar" por falta de pagamento.

A Guiné-Bissau era um dos quatro países não autorizados a votar na Assembleia Geral da ONU devido a atraso nas contribuições financeiras para a organização. 


Leia Também: Sobe para 88 o número de mortos na sequência de inundações na Nigéria

O número de mortos nas inundações que atingiram na quarta-feira à noite a cidade de Mokwa, na Nigéria, subiu de 36 para 88, afirmaram hoje as autoridades locais.


Rússia recebe milhões com venda de combustíveis e aliados da Ucrânia estão a contribuir para isso..... O valor que o país está a ganhar com as exportações de petróleo e gás é três vezes superior ao que a Ucrânia tem recebido em ajuda dos aliados. Tudo porque os países da União Europeia continuam, de forma indireta, a comprar os combustíveis russos.

Por  sicnoticias.pt    30/05/2025

Moscovo continua a arrecadar milhões com a venda de gás e petróleo ao Ocidente. Desde que invadiu a Ucrânia, ganhou três vezes mais do que aquilo que Kiev recebeu em ajuda dos aliados.

O petróleo e o gás correspondem a quase um terço das receitas do Estado russo. São indispensáveis para alimentar a máquina de guerra, representando mais de 60% das exportações do país.  

E os aliados da Ucrânia estão a contribuir para o cenário. São responsáveis por cerca de 24% da receita total arrecadada por Moscovo, nos últimos três anos.

Petróleo russo é revendido por outros países

Depois da invasão em larga escala, a União Europeia proibiu as importações de petróleo russo por via marítima, mas o combustível continua a chegar através de países terceiros, como a Índia - onde é refinado e revendido. 

A proibição está também a ser contornada por países pró-Putin, como a Eslováquia e a Hungria, que importam o combustível via oleoduto. Com o gás natural liquefeito acontece praticamente o mesmo. 

Metade das exportações russas têm como destino a União Europeia e, só nos primeiros dois meses deste ano, o volume que chegou à Europa através da Turquia aumentou quase 27%.  

Os números mostram o impacto limitado das sanções. Revelam que, em 2024, apesar dos esforços do Ocidente, as receitas da Rússia com combustíveis fosseis caíram apenas 5% em relação ao ano anterior. 

Os dados foram recolhidos por um centro de pesquisa sediado na Finlândia e analisados pela BBC. A cadeia de televisão e rádio britânica conclui que, desde o início da invasão, os aliados de Kiev pagaram à Rússia três vezes mais por combustíveis fósseis do que enviaram para a Ucrânia em assistência financeira.

Cerca de 104 mil eleitores foram inscritos durante a atualização dos cadernos eleitorais a nivel nacional. Assim anunciou hoje, o Diretor Geral do GTAPE, Gabriel Djibril Baldé quando apresentava os resultados dos trabalhos realizados durante 75 dias.

 

PR Umaro Sissoco Embaló preside a Cerimônia de Lançamento do Centro de Serviço Integrado de Transportes e Novo Sistema Matrícula Nacional de Veículos a motor

Estudo: Plantar árvores ajuda a arrefecer o planeta, mas não o suficiente... Replantar florestas pode ajudar a arrefecer o planeta, especialmente nos trópicos, mas mesmo que se atinjam níveis do século XIX, o seu efeito não compensaria o aquecimento global, de acordo com um novo estudo.

© Getty Images    Lusa  30/05/2025

Num novo estudo de modelação publicado na Communications Earth & Environment, investigadores da Universidade da Califórnia, em Riverside, Estados Unidos, mostraram que restaurar as florestas ao seu tamanho pré-industrial poderia reduzir a temperatura média global em 0,34 graus Celsius. Isto representa cerca de um quarto do aquecimento que a Terra já sofreu.

A investigação baseia-se num aumento da área florestal de cerca de 12 milhões de quilómetros quadrados, o equivalente a 135% da área terrestre dos Estados Unidos, e é semelhante às estimativas do potencial global de restauração de árvores de um trilião de árvores.

Pensa-se que o planeta perdeu quase metade das suas árvores (cerca de 3 triliões) desde o início da sociedade industrializada, noticiou na quinta-feira a agência Europa Press.

"A reflorestação não é uma solução mágica. É uma estratégia eficaz, mas deve ser acompanhada por reduções significativas das emissões", frisou Bob Allen, cientista climático da UC Riverside e principal autor do artigo, citado num comunicado.

Embora os estudos anteriores se tenham centrado principalmente na capacidade das árvores de absorver carbono da atmosfera, esta investigação incluiu outra dimensão crucial. As árvores também influenciam a composição química da atmosfera, amplificando o seu efeito de arrefecimento.

As árvores libertam naturalmente compostos conhecidos como compostos orgânicos voláteis (VOCB) biogénicos. Estes interagem com outros gases para formar partículas que refletem a luz solar e promovem a formação de nuvens e ambos contribuem para o arrefecimento da atmosfera.

A maioria dos modelos climáticos não tem em conta estas interações químicas.

No entanto, os benefícios da reflorestação não são distribuídos uniformemente. O estudo constatou que as florestas tropicais produzem efeitos de arrefecimento mais intensos com menos desvantagens.

As árvores destas regiões absorvem carbono de forma mais eficiente e produzem maiores quantidades de VOCB. Apresentam também menos escurecimento da superfície, o que pode provocar aquecimento nas árvores de latitudes mais elevadas.

Para além da temperatura global, a reflorestação pode também afetar a qualidade do ar regional. Os investigadores observaram uma redução de 2,5% de poeira atmosférica no Hemisfério Norte no seu cenário de reflorestação.

Nos trópicos, o aumento das emissões de VOCB teve efeitos díspares na qualidade do ar. Foram associados a uma pior qualidade do ar com base em material associado ao aumento da formação de aerossóis, mas a uma melhor qualidade do ar com base em medições de ozono.

Estes efeitos localizados, sublinharam os investigadores, sugerem que os esforços de reflorestação não precisam de ser massivos para serem significativos.

Os investigadores reconheceram também que o cenário previsto no estudo dificilmente se concretizará.

O estudo pressupõe que as árvores possam ser restauradas em todas as áreas onde antes cresciam, o que exigiria a recuperação de empreendimentos como habitações, terrenos agrícolas e pastagens. Isto levanta questões sobre a segurança alimentar e as prioridades de utilização da terra.

"Há 8 mil milhões de pessoas para alimentar. Devemos tomar decisões cuidadosas sobre onde plantar árvores. As melhores oportunidades estão nos trópicos, mas estas são também as áreas onde a desflorestação continua até hoje", apontou Allen.


Ucrânia? Macron evoca "teste de credibilidade" para os Estados Unidos... O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou hoje que a decisão de sancionar ou não a Rússia caso Moscovo recuse um cessar-fogo na Ucrânia é um "teste de credibilidade" para os Estados Unidos.

 YOAN VALAT/POOL/AFP via Getty Images   Lusa  30/05/2025 

Se a Rússia confirmar que "não está pronta para fazer a paz", Washington deve confirmar o compromisso de sancionar Moscovo, disse Macron à imprensa, durante uma visita a Singapura, salientando que "é um teste de credibilidade para os norte-americanos".

"Conversei há 48 horas com o Presidente [norte-americano Donald] Trump, que demonstrou impaciência. A questão agora é: o que fazemos? Nós [europeus] estamos prontos", sublinhou o líder francês, que falava ao lado do primeiro-ministro de Singapura, Lawrence Wong.

Macron deve proferir esta noite o discurso de abertura do Diálogo de Shangri-La, o maior fórum asiático para as áreas da segurança e da defesa, no qual participou no ano passado o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

O dirigente francês e outros líderes europeus da "coligação de voluntários" ameaçaram Moscovo este mês, em Kyiv, com sanções massivas caso a Rússia não concorde com um cessar-fogo imediato, um anúncio que até hoje não teve efeito.


Leia Também: Os Estados Unidos e dez aliados afirmaram que a cooperação militar entre Rússia e Coreia do Norte viola flagrantemente as sanções da ONU e tem ajudado Moscovo a intensificar os ataques com mísseis contra cidades ucranianas.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

AIMA esclarece que estão concluídas 85% das manifestações de interesse dos imigrantes

Por Agência Lusa, 29/05/2025

Existem 69 mil pedidos a aguardar decisão

A AIMA esclareceu hoje que estão concluídos 85% dos 440.000 pedidos referentes a manifestações de interesse que estavam pendentes há um ano, quando entrou em vigor o Plano de Ação para as Migrações, existindo 69.000 a aguardar decisão.

“Depois de atendidos e processados todos os processos de manifestação de interesse, cerca de 37 mil encontram-se a finalizar o processo de instrução e cerca de 32 mil estão na fase final de decisão pela AIMA. Este número representa, assim, cerca de 15% do total de mais de 440 mil processos pendentes, já tendo os restantes 85% o processo concluído”, indicou a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).

Este esclarecimento da AIMA surge depois do presidente do organismo, Pedro Portugal Gaspar, ter afirmado, durante a manhã, que a agência já analisou os 440 mil pedidos referentes a manifestações de interesse que estavam pendentes há um ano, tendo indicado que havia ainda perto de 130 mil a aguardar decisão.

De acordo com o esclarecimento da AIMA, o presidente do Conselho Diretivo queria dizer que são 69 mil e não 130 mil.

“O desafio relativamente à questão da manifestação de interesse está cumprido”, resumiu o presidente do Conselho Diretivo da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), em declarações aos jornalistas à margem da inauguração do Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM) na Musgueira, Lisboa.

As novas regras para os imigrantes em Portugal entraram em vigor há cerca de um ano, em 04 de junho, e uma das 41 medidas do Plano de Ação para as Migrações implicava o fim das manifestações de interesse, mas cerca de 440 mil pedidos estavam ainda pendentes, tendo sido criada uma estrutura de missão para resolver pendências.

Segundo Pedro Portugal Gaspar, da totalidade dos pedidos pendentes naquela altura, 170 mil foram arquivados por ausência de resposta.

Os restantes já foram apreciados e cerca de metade instruídos, a maioria dos quais deferidos e 4.500 que, por não cumprirem os requisitos, resultaram na notificação dos requerentes para abandonar o país.

Fazendo um curto balanço do primeiro ano de vigência do Plano de Ação para as Migrações, Pedro Portugal Gaspar destacou ainda o alargamento da rede dos centros locais de apoio à integração de migrantes e a implementação do Pacto de Migração Laboral Regulada, mas apontou desafios.

“A AIMA tem também desafios internos organizacionais, no sentido de reforçar a sua equipa e melhorar as ferramentas tecnológicas para dar uma melhor resposta ao cidadão. Isso é uma matéria que está em construção”, referiu.

De acordo com o responsável, no último ano, a AIMA aumentou em cerca de 5% os seus recursos humanos, um reforço que considera positivo, mas ainda insuficiente.

“Vamos tentar, como objetivo para este ano, termos um aumento de 25% a 30%. Veremos se conseguimos”, afirmou, apontando que, por outro lado, também o alargamento das redes de apoio colaborativo com outras entidades permite aumentar a capacidade de resposta.

O novo Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM), inaugurado hoje nas instalações da Associação Nasce e Renasce na Musgueira, Lisboa, vai integrar uma rede de mais de 170 centros no país, com funções de acolhimento, informação e apoio a cidadãos migrantes.


Veja Também: Revisão constitucional "não é uma prioridade do Governo", diz Montenegro após ser indigitado por Marcelo...    Marcelo Rebelo de Sousa indigitou, esta quinta-feira, Luís Montenegro como primeiro-ministro de Portugal. Este foi o discurso do líder da AD após a reunião com o Presidente da República.

DESPACHO! E PROVISORIAMENTE DADA POR FINDA A COMISSÃO DE SERVIÇO DA SINHORA (FATUMATA BALDE), NA CARGO DE DIRECTORA GERAL DA FLORESTA E FAUNA....


Porque tem a Suíça mais bunkers nucleares do que qualquer outro país... Na Suíça, há mais de 370 mil bunkers, com espaço para abrigar toda a população. Mas num cenário de crise a sério, se chegasse a acontecer, estariam os abrigos à altura da missão? Ainda não, para já

Abrigo nuclear Suíça (Getty Images)   cnnportugal.iol.pt

Em fevereiro de 2022, quando a Rússia começou a bombardear Kiev, Zora Schelbert, diretora operacional do bunker nuclear Sonnenberg — que é um dos maiores abrigos nucleares civis do mundo —, em Lucerna, na Suíça, viu multiplicar-se o número de perguntas sobre aquele lugar. “Queriam até mais saber que medidas tomar, onde se deveriam refugiar”, conta Schelbert, ao The Guardian. No início, esta diretora pensou tratar-se de um engano. Mas não era. Contudo, é normal a estranheza. Dela, da diretora. 

O que é para os europeus uma curiosidade, entre admiração e incredulidade, para os suíços é uma realidade de décadas: a de garantir a cada um, cada residente, cada cidadão, um lugar num bunker que o proteja do pior. Com quase nove milhões de habitantes, a Suíça lidera o mundo em bunkers por habitante — uma política que consolida desde 1963 e que obriga a que todos os novos edifícios incluam uma estrutura subterrânea ou financiem um espaço público próximo.

Durante a Guerra Fria, os bunkers eram a resposta clara à ameaça nuclear. Mais recentemente, o interesse (dos suíços) oscilava entre o cepticismo e a indiferença. Muitos viam-nos como um luxo dispendioso e pouco prático, espaços que, em tempos de paz — e até de longuíssima neutralidade suíça —, serviam mais até para guardar vinho, esquis ou prática de paintball — sim, diversão. Só que a invasão da Ucrânia mudou por completo isso. “A nossa perceção pública mudou profundamente”, confirma ao The Guardian Silvia Berger, historiadora da Universidade de Berna. “Estamos no meio de uma transformação.”

Bunker num edifício perto de Genebra, na Suíça. FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images

O sistema suíço de proteção civil é, no mínimo, singular. São 370 mil abrigos — desde pequenas divisões para famílias até verdadeiros bunkers para centenas e centenas de pessoas. Todos, ou quase, equipados com ventilação que neutraliza radiações — e agentes químicos ou biológicos —, estes espaços ainda se mantêm operacionais, embora muitos como vimos funcionem (ou funcionassem) como armazéns para objetos esquecidos ou sem utilidade, o chamado “mamarracho” lá de casa.

Existem ainda centros de comando subterrâneos — portanto, pequenas “cidades” subterrâneas, com cozinhas industriais, duches ou internet. Impressiona, mas importará esta referência: é que mesmo estas estruturas revelam as suas limitações. Nos recentes testes já feitos, as equipas (de proteção civil) demoraram semanas a preparar o espaço e não conseguiram fechar as portas blindadas, fundamentais para segurança em caso de radiação nuclear, na totalidade.  

Mas falemos do que importa — e aqui o título o trouxe, leitor —, “por que é que a Suíça tem mais bunkers nucleares do que qualquer outro país”. A Suíça não é apenas um exemplo de engenharia civil irrepreensível; é até mais uma cultura. “Os bunkers fazem parte da identidade da Suíça,” explica Guillaume Vergain, de novo ao The Guardian, ele que é o responsável pela proteção civil em Genebra. “Isto é o nosso ADN.”

Esta mentalidade nasceu durante a Segunda Guerra Mundial, quando o país, rodeado por potências do Eixo, preparou o denominado Réduit Suíço, ou “refúgio fortificado”, na tradução livre, uma série de fortificações nos Alpes, dezenas de bunkers, casamatas e posições de artilharia escavadas na rocha que, em caso de invasão estrangeira, permitiria resistir por tempo indeterminado. A experiência de ver as cidades europeias (e vizinhas) devastadas por bombardeamentos tornou imperativo proteger os civis do país.

Este programa reflete uma crença profunda na defesa total da nação — não só militar, mas ideológica: na democracia, na neutralidade, na independência. Na Suíça, um refúgio subterrâneo é prudência e não medo. Os bunkers nas cidades são extensões naturais do plano para os Alpes, espaços seguros, não cavados na rocha, mas cavados nos solos.

Mas a eficácia destes abrigos depende da catástrofe, claro. Falemos de nuclear, por exemplo. Uma explosão nuclear deixa radiações que se dissipam em semanas — para isso foram pensados estes bunkers. Porém, acidentes como Chernobyl mostram outros limites: zonas contaminadas por séculos onde o bunker não basta.

Há também quem pergunte se estes custos valem a pena, ou se a diplomacia e prevenção seriam investimentos mais sensatos. Ainda assim, não ignorando, mas acreditando nele, a Suíça mantém o seu modelo de anos, de décadas, enquanto outros países reavaliam políticas e ainda tardam em se precaver. Já tardaram mais, na verdade. Na Europa, o regresso do medo da guerra traz de volta o interesse pela proteção civil — da Noruega, que voltou a exigir ter abrigos em novas construções, à Alemanha, onde o tema ressurgiu no debate público.

No fim de contas, os bunkers suíços são mais do que betão e aço. São hoje (como antes) um manifesto: preparar-se para o pior para que este não aconteça. 


Leia Também: Rearmamento dos países da NATO ameaça metas climáticas globais

Estudo coloca Cabo Verde acima da média de África na prestação de serviços... Cabo Verde tem 51,69 pontos em 100, acima da média do continente africano (45,39), na primeira edição do Índice de Prestação de Serviços Públicos (PSDI, sigla inglesa), divulgado hoje pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

© Getty Images   Lusa   29/05/2025

Nas cinco dimensões avaliadas, "a prestação de serviços é mais elevada na inclusão socioeconómica (66,81). Seguem-se a energia e eletricidade (64,21), industrialização (47,32), integração regional (45,94) e soberania alimentar (39,58).

O estudo, relativo a 2024, incluiu um inquérito e os agregados familiares em Cabo Verde classificaram a qualidade e a prestação de serviços como "moderadamente satisfatórias".

Os desafios do arquipélago incluem "a produção agrícola fragmentada, a elevada exposição às alterações climáticas, a baixa qualidade da produção e a deficiente logística de transporte interilhas", indica. 

As tecnologias "obsoletas e vulneráveis" ao clima contribuem para uma baixa produtividade na agricultura, enquanto no setor industrial os desafios incluem "o elevado custo da eletricidade, a insuficiência de tecnologia e qualificação".

Entre os 53 países avaliados, Cabo Verde é o melhor classificado dos lusófonos (12.º do continente, com 51,69 pontos), num 'ranking' em que as ilhas Maurícias ficaram em primeiro lugar com 59,96 pontos, seguindo-se o Egipto (58,99) e a África do Sul (58,89).

O BAD apresentou o PSDI como "um recurso inovador que oferece informações valiosas para ajudar a impulsionar mudanças positivas na prestação de serviços públicos essenciais".

"A urgência em abordar a prestação de serviços públicos em África é salientada pelo ritmo lento de melhoria da qualidade de vida dos africanos. No entanto, a qualidade dos serviços raramente é avaliada" e é essa "lacuna" que o novo índice pretende preencher, explicou a instituição.

Elaborado pelo Instituto Africano de Desenvolvimento -- o ponto focal do grupo BAD para apoio ao desenvolvimento de capacidades institucionais nos seus países-membros regionais -- em parceria com partes interessadas, o relatório pretende servir de "ponto de partida para discussões sobre como melhorar a transparência e a prestação de contas na prestação de serviços públicos. Será revisto e reformulado nos relatórios bienais subsequentes", concluiu.

*** A Lusa viajou a convite do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) ***


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Rearmamento dos países da NATO ameaça metas climáticas globais

Tropas francesas em exercícios da NATO na Estónia (AP)    cnnportugal.iol.pt

Investigadores alertam que o reforço militar da NATO poderá fazer disparar as emissões em até 200 milhões de toneladas de CO₂ por ano — o equivalente à pegada de um país como o Paquistão. E o ciclo é vicioso: o agravamento da crise climática alimentará novos conflitos

Numa altura em que o planeta regista o maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial, os países da NATO preparam-se para aumentar drasticamente o investimento em defesa e com isso poderão contribuir para uma escalada das emissões de gases com efeito de estufa na ordem dos 200 milhões de toneladas por ano, segundo uma nova investigação partilhada em exclusivo pelo The Guardian.

A análise, conduzida por Ellie Kinney, do Conflict and Environment Observatory (“Observatório do Conflito e Ambiente”), e Lennard de Klerk, da Initiative on the GHG Accounting of War (“Iniciativa para a Contabilização dos Gases com Efeito de Estufa na Guerra”), traça um cenário preocupante: a militarização acelerada pode "comprometer gravemente" o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 13 da ONU — que é sobre a “ação climática” — e criar um ciclo "autoalimentado" de crise. Ou seja: mais armamento gera mais emissões; mais emissões agravam as alterações climáticas; e estas, por sua vez, alimentam conflitos.

“Estamos a sacrificar a segurança de longo prazo pela ilusão de segurança imediata”, afirma Kinney, alertando para o risco de decisões políticas "míopes". “Aumentar a segurança militar agora é contribuir para um mundo mais inseguro daqui a uma década", acrescenta. 

Em 2023, os gastos militares globais atingiram o valor recorde de 2,46 biliões de dólares. Só na União Europeia, o investimento em armamento subiu mais de 30% entre 2021 e 2024. E a tendência não deverá abrandar: o plano “ReArm Europe”, delineado pela UE em março, prevê um reforço orçamental de 800 mil milhões de euros, impulsionado por receios em torno da reeleição de Donald Trump e do seu recuo no apoio à Ucrânia.

Os investigadores centraram a análise na NATO — não por ser o foco pretendido, mas por ser a aliança militar mais transparente quanto aos seus gastos — e calcularam o impacto de um aumento de dois pontos percentuais no peso do orçamento militar face ao PIB. Excluindo os EUA, que já lideram destacadamente o investimento em defesa, a estimativa aponta para um acréscimo anual de emissões entre 87 e 194 megatoneladas de CO₂ equivalente.

Essa pegada extra, dizem os autores do estudo, terá um custo económico "monumental". Tendo por base o valor médio do “custo social do carbono” — cerca de 1.347 dólares por tonelada —, a fatura ambiental da NATO poderá ascender a 264 mil milhões de dólares por ano. E isto sem contar com o impacto de países fora da aliança. “A nossa amostra representa apenas 9% das emissões mundiais”, nota Kinney. “A verdadeira dimensão do problema é muito maior.”

A análise sublinha ainda o impacto orçamental do reforço militar: cada euro gasto em armas é um euro que não é canalizado para políticas de mitigação climática.

No Reino Unido, Bélgica, França ou Países Baixos, o aumento da despesa em defesa foi compensado com cortes na ajuda externa. Uma escolha que mina a confiança entre o Norte e o Sul globais, como ficou patente na última cimeira climática. “Em espaços como a COP29, países como Cuba apontaram com razão o paradoxo: há dinheiro para tanques, mas não há fundos para o clima", pode ainda ler-se no trabalho de Kinney e de Klerk. 


PAIGC exige respeito pela Medalha Amilcar Lopes Cabral, e anuncia regresso de Domingos Simões Pereira. Disse esta quinta-feira [29-05-2025], a Vice-Presidente do partido, Dan Yala, durante um encontro mantido com a Juventude Africana Amilcar Cabral "JAAC" na sede do partido.

Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, reage à imprensa sobre os passaportes da Guiné-Bissau apreendidos no aeroporto de Lisboa.


Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, preside esta Quinta-Feira, [29-05-2025], no Palácio da Justiça, Cerimónia de tomada de posse do Presidente do Supremo Tribunal, Venerando Arafam Mané e o seu Vice-Presidente, Venerando João Mendes Pereira, eleitos no passado dia 16 deste mês.

O Presidente da República, na qualidade de Primeiro Magistrado da Nação, presidiu à cerimónia de tomada de posse do novo Presidente e Vice-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e do Conselho Superior da Magistratura Judicial.

A cerimónia, revestida de solenidade de Estado, contou com a presença de altas entidades nacionais e representantes do corpo diplomático.


Casamento: Maioria dos universitários chineses desvaloriza casamento e filhos... Um relatório publicado hoje pelo Instituto de Psicologia da Academia Chinesa de Ciências indica que mais de metade dos estudantes universitários chineses não considera o casamento e a paternidade relevantes.

© Lusa  29/05/2025

O documento, que faz parte de um relatório nacional sobre o desenvolvimento da saúde mental no período 2023-2024, baseia-se em inquéritos a cerca de 56.000 estudantes universitários.

De acordo com os resultados, 51,8% dos estudantes inquiridos indicaram que o casamento não era importante para eles e 59,4% disseram o mesmo sobre ter filhos.

As diferenças entre os géneros são notórias: o número de jovens mulheres que afirmam que o amor não é importante é 26% superior ao dos seus colegas masculinos.

No caso do casamento, a diferença entre os dois grupos foi de 38%, enquanto para ter filhos a diferença atingiu os 35%, em ambos os casos com as mulheres a darem menos importância.

De acordo com o estudo, publicado pelo jornal oficial China Daily, os estudantes de meios menos abastados tendem a adiar ou a desistir da ideia de ter filhos devido às dificuldades em conseguir um emprego estável e em obter segurança financeira.

As mulheres consideram ainda os possíveis efeitos da maternidade nas suas oportunidades de carreira.

Os filhos de casamentos problemáticos, segundo o estudo, tendem a evitar constituir família.

Os estudantes cujos pais têm um elevado nível de educação revelam uma maior tendência para adiar ou renunciar a ter filhos, possivelmente influenciados por valores centrados no desenvolvimento pessoal, de acordo com o estudo.

Os autores do relatório sugerem a introdução de conteúdos sobre relações pessoais nos currículos educativos para fomentar uma visão baseada na igualdade e no respeito, bem como políticas económicas de apoio, como subsídios à habitação, à parentalidade e à educação, e serviços públicos de acolhimento de crianças e recursos de aconselhamento sobre relações familiares.

A China, que cedeu o título de nação mais populosa do mundo à Índia em 2023, de acordo com a ONU, aboliu a política de filho único em 2016, mas a taxa de fertilidade continua a cair e, de acordo com analistas locais, situa-se em cerca de um filho por mulher, colocando a China acima apenas da Coreia do Sul neste indicador.

Os casais chineses citam o elevado custo da educação de uma criança e a prioridade dada às suas carreiras como alguns dos fatores que os impedem de decidir ter filhos.

De acordo com as estatísticas oficiais, o número de casamentos na China foi de 6,1 milhões em 2024, o valor mais baixo desde 1980.


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Tribunal bloqueia tarifas e acusa Trump de ter ultrapassado limites do poder

 SIC Notícias/Com Lusa.  29/05/2025

A administração Trump já informou que vai recorrer da decisão. Um dos conselheiros do Presidente diz que o país está a assistir a um golpe judicial. Em sentido contrário, dirigentes democratas já elogiaram a decisão.

Um tribunal comercial norte-americano bloqueou a entrada em vigor das tarifas de Donald Trump. A Justiça diz que o Presidente dos Estados Unidos terá ultrapassado os limites do próprio poder.

A Constituição determina que o Congresso tem autoridade exclusiva para regular o comércio com outros países, mas Trump afirma ter o poder de agir porque os défices comerciais do país representam uma emergência nacional.

Os autores do processo contra Trump defendem que o défice comercial não cumpre o requisito legal de que uma emergência seja desencadeada apenas por uma “ameaça invulgar e extraordinária”.

A administração Trump já informou que vai recorrer da decisão. Um dos conselheiros do Presidente diz que o país está a assistir a um golpe judicial.

Em sentido contrário, dirigentes democratas já elogiaram a decisão, considerando que esta é uma vitória para as famílias trabalhadoras.

As tarifas de Trump

Desde que regressou à Casa Branca, Trump anunciou medidas tarifárias contra a grande maioria dos parceiros comerciais dos Estados Unidos, algumas das quais foram suspensas temporariamente até 9 de julho, devido à reação negativa dos mercados.

As medidas em vigor incluem tarifas de 25% sobre o aço, o alumínio e os seus derivados, 25% sobre os automóveis importados e certas peças automóveis, juntamente com uma tarifa de base de 10% aplicável a todos os seus parceiros comerciais.

Para a União Europeia (UE), esta tarifa de 10% poderá aumentar para 20% após o termo da atual pausa dos Estados Unidos em julho.


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Musk de saída do governo dos EUA após desilusão com plano fiscal de Trump... O magnata Elon Musk anunciou a saída do Governo de Donald Trump, após expressar deceção com o megaprojeto fiscal e orçamental do republicano, que diz prejudicar o trabalho que desempenha como assessor na área da eficiência.

© Lusa  29/05/2025

"Agora que o meu tempo programado como funcionário especial do Governo chega ao fim, quero agradecer ao Presidente Donald Trump pela oportunidade de reduzir os gastos supérfluos", disse Musk na noite de quarta-feira (esta madrugada em Lisboa) numa breve mensagem na rede social X.

O empresário acrescentou que a missão do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), uma iniciativa focada na redução de burocracia e gastos federais, "vai fortalecer-se com o tempo, à medida que se tornar um modo de vida em todo o Governo".

Musk já tinha dado conta, nos últimos dias, da intenção de deixar o Governo e concentrar-se nas empresas que detém, especialmente a aeroespacial SpaceX, que realizou, na terça-feira, o nono voo de teste de um foguetão com o objetivo de levar a humanidade a Marte.

Nesse dia, o empresário norte-americano Elon Musk disse, ao programa televisivo CBS Sunday Morning, estar dececionado com o projeto fiscal e orçamental promovido por Donald Trump, alegando que o projeto de lei aumenta o défice e eleva a despesa pública.

Musk, que nos últimos meses serviu como conselheiro especial de Trump, à frente do DOGE, criticou o projeto de lei orçamental, que foi aprovado pela Câmara dos Representantes, na semana passada, e enviado para apreciação do Senado dos EUA.

"Francamente, fiquei dececionado ao ver o enorme projeto de lei de despesas, que aumenta o défice orçamental (...) e prejudica o trabalho que a equipa do DOGE está a fazer", disse Musk, de acordo com excertos de uma entrevista divulgados pela cadeia de televisão antes da transmissão no próximo domingo.

"Acho que um projeto de lei pode ser grande ou bonito, mas não sei se pode ser as duas coisas. Essa é a minha opinião pessoal", reforçou.

A aprovação da proposta orçamental representou uma vitória para os republicanos na Câmara dos Representantes, apesar de várias vozes dissidentes dentro do partido tentarem aprofundar os cortes nas despesas e acelerar a sua implementação.

Agora, o projeto de lei orçamental enfrenta uma batalha difícil no Senado, apesar da maioria republicana na câmara alta do Congresso.

O projeto de lei orçamental procura alargar os incentivos fiscais decretados por Trump durante o primeiro mandato (2017-2021) e acrescentar novos cortes de impostos, juntamente com um maior financiamento para a gestão de fronteiras e a aplicação da política dura de imigração do Presidente.

Para compensar o aumento de despesa, o projeto de lei propõe cortes na segurança social e nos programas de assistência.

Embora se tenha mantido muito próximo do Presidente antes e depois da tomada de posse de Trump, em janeiro passado, Musk afastou-se gradualmente do trabalho no polémico DOGE, que levou à demissão de milhares de funcionários federais e recomendou uma redução das operações governamentais.

Em abril, o magnata anunciou que iria reduzir as responsabilidades como consultor do Governo a partir de maio - uma decisão anunciada pouco depois de a sua empresa automóvel Tesla ter reportado uma queda de 71% no lucro líquido no primeiro trimestre do ano.