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POR LUSA 09/07/23
Responsáveis miliares ucranianos reclamaram hoje avanços na frente de Bakhmut, na região de Donetsk (leste), onde o exército russo está retido em alguns pontos, mas admitiram que a situação continua difícil no sul.
"Na frente de Bakhmut, estamos a ter sucesso, as forças de defesa estão a avançar e o inimigo está preso em alguns lugares", escreveu o comandante das Forças Terrestres Ucranianas, Oleksandr Sirski, no Telegram.
Sirski acompanhou as suas palavras com um vídeo mostrando o "excelente trabalho" do grupo Privid (Fantasma) da Brigada Presidencial Separada Hetman Bogdan Khmelnitski.
"Um francoatirador com o pseudónimo "Alfa" está em ação. Ele matou o inimigo com um tiro de 1.200 metros de distância", escreveu, acrescentando que enquanto o atirador trabalhava, o grupo estava a ser perseguido por um 'drone' russo, que também foi abatido.
Bakhmut foi tomada há cerca de um mês pelos mercenários do Grupo Wagner, na mais longa e sangrenta batalha desde o início da invasão da Ucrânia, à custa de elevadas baixas dos dois lados, antes de a empresa privada liderada por Yevgeny Prigozhin abandonar o local e ceder as suas posições ao exército regular russo e de empreender uma rebelião falhada contra as lideranças militares de Moscovo.
As forças ucranianas não desistiram porém de Bakhmut, e, após a sua queda, tentam reconquistá-la em curtos avanços pelo norte e sul da cidade, tornada num símbolo para Kiev e Moscovo, numa luta, que, além de meios aéreos e de artilharia, envolve uma guerra de trincheiras, e que remonta a agosto do ano passado.
A porta-voz do Comando Sul das Forças Armadas Ucranianas, Natalia Gumeniuk, sublinhou durante um noticiário nacional que "a situação continua bastante difícil", dado que "o inimigo, procurando sem sucesso a direção para um impacto máximo [dos seus ataques}, tenta bombardear todas as áreas povoadas ao longo da linha de frente".
O exército russo continua a usar bombas aéreas teleguiadas, inclusive na frente de Berislav, na região sul de Kherson, acrescentou, citado pela agência Ukrinform.
Ao mesmo tempo, "a intensidades dos bombardeamentos diminuiu ligeiramente", possivelmente em resultado da destruição de depósitos de munições russos por forças ucranianas na semana passada, referiu.
"Devido à destruição de cinco desses depósitos de munição ao longo da margem esquerda, o número de ataques caiu para 70 no último dia, a partir de mais de 90 anteriormente", afirmou em relação à evolução do curso dos combates, cujas informações, de parte a parte, não podem ser confirmadas no imediato por fontes
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).