sábado, 24 de setembro de 2022

Rússia demite vice-ministro da Defesa... O vice-ministro da Defesa russo, o general do Exército Dmitri Bulgákov, responsável pelo abastecimento e munições, foi demitido do cargo, informou hoje a Defesa, em comunicado.

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Por LUSA  24/09/22 

Para o cargo foi designado o general coronel Mijaíl Mizíntsev, que até agora desempenhava funções como chefe do Centro de Comando Nacional da Defesa.

"O general do Exército Dmitri Bulgákov foi libertado do seu cargo de vice-ministro de Defesa da Rússia, por ter recebido outro destino", refere-se no comunicado, sem mais detalhes.

O novo vice-ministro da Defesa, com 60 anos, comandou operações do Exército russo na Síria e dirigiu o assalto que em maio terminou com a captura da cidade de Mariupol, sueste da Ucrânia.

Esta substituição ocorre numa altura em que o Presidente russo, Vladimir Putin, convocou a "mobilização parcial" de reservistas para reforçar a ofensiva na Ucrânia.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro.

STJ dá 30 dias para partidos da Guiné-Bissau provarem existência legal

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Por: LUSA  24/09/22 

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) deu 30 dias aos partidos políticos da Guiné-Bissau para que "façam a prova de vida" que confirme a sua existência legal, segundo a lei, anuncia o órgão num despacho hoje divulgado.

O despacho, assinado pelo presidente do STJ, José Pedro Sambu, a que a Lusa teve hoje acesso, indica que os partidos devem apresentar-se naquela instância com documentos que provam que possuem sede fixa, realização e atualização dos órgãos e que têm, pelo menos, mil militantes inscritos.

"Compulsados os livros de registos de inscrição de partidos políticos existentes na secretaria-geral deste Supremo Tribunal de Justiça constatou-se que um grande número daqueles não registou qualquer atividade cuja anotação se impõe nos termos da Lei-Quadro dos partidos políticos", assinala-se no despacho de José Pedro Sambu.

O despacho ainda refere que "muitos desses partidos" não têm uma sede conhecida onde possam ser contactadas para entrega de decisões do tribunal.

O presidente do STJ, que na Guiné-Bissau também faz o papel de tribunal eleitoral e constitucional, frisa que a medida vai ao encontro dos preparativos para as eleições legislativas antecipadas, marcadas para 18 de dezembro próximo.

A Guiné-Bissau, com 1,8 milhões de habitantes, dos quais cerca de 700 mil são potenciais eleitores, conta com mais de 50 partidos políticos.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU E PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DA CEDEAO E DA ALMA CONTINUA EM NOVA IORQUE A CUMPRIR UMA SOBRECARREGADA AGENDA.

O General Úmaro Sissoco Embaló recebeu em audiência o Director Executivo de Banco Mundial para 23 países de África incluindo Guiné-Bissau commo a qual analusou os impactos financeiros no país e no conjunto dos países wue integram a CEDEAO.

Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

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RÚSSIA/UCRÂNIA: Autoridades russas estarão a planear recrutar 1,2 milhões de pessoas

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Notícias ao Minuto  24/09/22 

Número é amplamente superior ao anunciado pelo Ministério da Defesa, que apontava para a mobilização de 300.000 reservistas.

As autoridades russas planeiam recrutar 1,2 milhões de pessoas para a mobilização militar parcial anunciada por Vladimir Putin para a guerra na Ucrânia. A notícia é avançada pelo jornal independente russo Meduza, que cita fontes próximas do Kremlin. 

Segundo as fontes citadas pelo jornal, as autoridades recomendaram "manter o recrutamento no mínimo" nas capitais regionais e apostar em pessoas "nas áreas rurais, onde não há média, oposição e onde há mais apoio à guerra".

Deverão ser recrutados até 16 mil cidadãos em Moscovo e cerca de 3.200 de São Petersburgo. 

Recorde-se que os números oficiais apontados pelo Kremlin indicavam que iriam ser mobilizados 300 mil reservistas. 

Desde a mobilização anunciada pelo presidente russo na quarta-feira, milhares de russos estão a abandonar o país. Há voos esgotados e longas filas nas fronteiras.

Guterres discute crises na África Ocidental com PR guineense

Por LUSA  24/09/22 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, reuniu-se, na sexta-feira, com o Presidente da Guiné-Bissau para discutir a paz e a segurança na África Ocidental, onde ocorreram vários golpes de Estado nos últimos anos.

"O secretário-geral e o Presidente discutiram os recentes desenvolvimentos na África Ocidental, incluindo as transições políticas e os esforços para enfrentar os desafios regionais de paz e segurança", refere a ONU, em comunicado divulgado na sexta-feira à noite sobre o encontro com o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, também presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Desde 2020, a região da CEDEAO, que conta 15 países-membros, tem assistido a uma onda de golpes de Estado, nomeadamente no Mali, na Guiné-Conacri e no Burkina Faso e alarmada com o risco de contágio a outras nações da zona tem multiplicado mediações e pressões para o regresso do poder aos civis nestes países.

Reunidos numa cimeira extraordinária na quinta-feira à noite, em Nova Iorque, à margem da Assembleia-Geral da ONU, os dirigentes dos Estados da África ocidental decidiram aplicar "sanções progressivas" contra a junta militar no poder na Guiné-Conacri.

A decisão foi tomada perante a inflexibilidade dos militares em reduzir o período de transição do poder para os civis, previsto em 36 meses, para 24.

Na quarta-feira, Sissoco Embaló tinha advertido que a junta militar na Guiné-Conacri poderia enfrentar "pesadas sanções" se insistisse em permanecer no poder por mais três anos.

A junta militar qualificou no mesmo dia as afirmações do presidente da CEDEAO como "mentiras grosseiras" e acusou-o de fazer "diplomacia fantoche".

Reunidos durante várias horas, os líderes da CEDEAO, com exceção do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, países dirigidos por juntas militares e suspensos da organização, exigiram também a libertação de 46 soldados da Costa do Marfim, detidos no Mali.

No encontro de sexta-feira, Guterres e Sissoco Embaló discutiram ainda a situação na Guiné-Bissau, "incluindo os esforços de recuperação socioeconómica em curso após a covid-19".

"O secretário-geral reafirmou o empenho das Nações Unidas em continuar a apoiar as prioridades de construção da paz e desenvolvimento sustentável da Guiné-Bissau, bem como os esforços regionais mais amplos de paz e estabilidade", refere-se na nota da ONU.

JOACINE KATAR MOREIRA: Instabilidade na Guiné-Bissau deve-se a "cultura de masculinidade"

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Por LUSA  24/09/22 

A instabilidade política na Guiné-Bissau, que celebra hoje 48 anos de independência e onde nenhum Governo terminou o mandato, está ligada a uma cultura de masculinidade exacerbada, com origens na luta pela independência, defende a historiadora Joacine Katar Moreira.

"Entre os mil motivos [da instabilidade] que os académicos, os consultores, os organismos internacionais, têm sucessivamente identificado, como o tráfico de droga, o tráfico de armas, conflitos ou tensões étnicas, há um elemento que une tudo isto, que é a cultura de masculinidade", disse a investigadora luso-guineense.

Em entrevista à Lusa a propósito do seu livro "Matchundadi: Género, Performance e Violência Política na Guiné-Bissau", cuja segunda edição foi recentemente lançada, a historiadora, ativista e ex-deputada à Assembleia da República Portuguesa defendeu que a "enorme instabilidade política e governativa" guineense está relacionada com a cultura de 'matchundadi'.

O conceito, conhecido de "todos os guineenses", é definido pela autora como "uma masculinidade exacerbada, hiperbolizada, com o objetivo de capturar o poder e manter o poder".

"Captura-se antes, mas imediatamente é necessário encontrar mecanismos de manutenção do poder, porque o mais difícil na política guineense não é uma pessoa aceder ao poder, é manter-se lá", disse, lembrando que nenhum executivo, em 48 anos de independência, conseguiu concluir os quatro anos de mandato.

No livro, que resulta da sua tese de doutoramento, Katar Moreira recupera a história dessa 'matchundadi' e explica-a com a época da luta pela independência, quando foi preciso unir mais de 20 etnias que coabitavam "num espaço pouco maior do que o Alentejo".

"Havia uma grande diversidade étnica que impossibilitava dizer-se 'somos um único Estado, uma única nação'. Mas havia um elemento unificador: a masculinidade".

Perante os ataques que o sistema colonial fazia às masculinidades dos homens africanos, os independentistas diziam: 'Vai admitir que o português ocupe a sua terra, leve as suas filhas, pegue a sua mulher?', exemplificou.

Amílcar Cabral e o seu Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) conseguiram assim "algo único: a união, não apenas das várias etnias, mas das várias classes" sociais do país.

Esta exacerbação das masculinidades étnicas guineenses "originou guerrilheiros implacáveis, violentos" que levou a que a Guiné fosse a única colónia a vencer a guerra colonial e a declarar unilateralmente a independência.

No entanto, esse espírito de guerrilha não terminou com o alcançar da independência e foi transposto para a edificação do Estado independente, mantendo-se até hoje, o que constitui o foco de conflitos, instabilidade e violência, em que impera a lei do mais forte e do mais violento.

Nesse contexto, o adversário é olhado como inimigo, como um obstáculo a abater, porque enquanto ele existir o poder do líder está ameaçado.

E, segundo o conceito de 'matchundadi', a única maneira de um homem recuperar a sua masculinidade é afetar a masculinidade do indivíduo que afetou a sua, o que normalmente se faz "através da eliminação física do outro".

Mas, para Katar Moreira, a origem desta cultura "é a ilusão do sistema de justiça".

"Só existe cultura de 'matchundadi' porque não existe sistema de justiça, porque existe um ambiente de impunidade em que, entre dezenas e dezenas de assassínios de figuras políticas nunca houve um julgamento na Guiné-Bissau. Foi assassinado um Presidente da República, ao mesmo tempo que o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, foram assassinados ministros, desapareceram governantes e, em 48 anos, nunca houve acusação, muito menos julgamento".

A erosão do sistema de justiça contribui para que, quem tem mais energia, mais capacidade de intimidação e mais força, mais facilmente tem acesso ao poder político.

Enquanto antes no início da construção do Estado independente esse papel era assumido por quem tinha armas, hoje há outra maneira de afirmação das masculinidades: o acesso ao dinheiro.

"Quem tem dinheiro tem capacidade de redistribuição, que é um elemento constituinte da masculinidade", disse a investigadora, sublinhando que esta é uma caraterística, não só da Guiné-Bissau, mas de África, da Europa, do Ocidente...

Para a historiadora luso-guineense, se desaparecesse a 'matchundadi', desapareceria também "o sumo que tem regado a política guineense" e a única forma de quebrar o ciclo de instabilidade no país é reforçando o sistema de justiça, sem o qual não existe "Estado de direito", e investir na Educação, desde a básica à universitária.

FPA // VM. Lusa/Fim

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Por LUSA  24/09/22 

A historiadora luso-guineense Joacine Katar Moreira alerta que a Guiné-Bissau vive hoje uma "época perigosíssima", em que a sociedade está dividida "como nunca" por questões políticas.

"Estamos numa época perigosíssima, em que há uma divisão da sociedade guineense como eu nunca assisti", disse a investigadora, em entrevista à Lusa, quando a Guiné-Bissau celebra 48 anos de independência.

Autora do livro "Matchundadi: Género, Performance e Violência Política na Guiné-Bissau", cuja segunda edição foi recentemente lançada, Joacine Katar Moreira diz que os guineenses estão divididos, com famílias desavindas e "irmãos que não conseguem comunicar", independentemente de viverem ou não no país.

"Tenho imenso receio de que entremos num buraco sem saída ou que -- porque sou otimista e não acredito que não haja saída - para sairmos dali vamos magoar-nos uns aos outros como nunca nos magoámos".

Para a historiadora e ativista, ex-deputada na Assembleia da República Portuguesa, vive-se atualmente "um retrocesso politico" na Guiné-Bissau.

"Deveríamos estar com óticas renovadas do século XXI e não com óticas do início do século XX", lamentou Katar Moreira, para quem a atual elite politica guineense "não é refrescante em termos das ideias, da ótica para o país", o que se nota, nomeadamente, na ausência de políticas para a juventude, que corresponde a mais de metade da população.

Recordando as eleições legislativas de 2014 como um período de "muita esperança", em que os guineenses esperavam uma mudança no rumo da política guineense, a historiadora vê o momento atual como "uma decapitação de todos os desejos" e lamenta que o povo guineense ande há antes entre "ilusão e desilusão".

Questionada sobre as eleições legislativas antecipadas marcadas pelo Presidente guineense para 18 de dezembro, Katar Moreira disse que os guineenses "não têm receio de novas eleições", porque vão a votos "de dois em dois anos há mais de 40 anos".

"O que está em causa é saber se essas eleições irão ser eleições transparentes e justas. E isso, eu não sei", afirmou.

A historiadora questionou ainda o papel dos observadores internacionais, que "consideram todas as eleições justas e transparentes".

"Estou a falar das eleições gerais em África, em que a comunidade internacional considera que houve eleições transparentes e justas, o que às vezes impossibilita a exigência de uma recontagem dos votos, limita a reivindicação de algo", alertou.

Katar Moreira alertou ainda ser uma falácia que as eleições sejam uma solução para a instabilidade política.

"A instabilidade política não se resolve com eleições. A violência política não se resolve com eleições. O autoritarismo não se resolve com eleições. Porquê? Porque normalmente é uma época de grande tensão", disse a investigadora, lembrando que isto não acontece só em África, mas também no resto do mundo.

Exemplificou com as campanhas eleitorais nos Estados Unidos, em que "qualquer coisa é usada. Quem tem mais capacidade de meter o outro para baixo, usa a sua capacidade para pôr o outro lá para baixo", seja acusações de corrupção, orientação sexual, casos familiares.

"As épocas de eleições não são épocas de paz em nenhuma parte do mundo".

O caso da Guiné-Bissau "é paradigmático", porque um dos elementos da constituição de um sistema democrático é o multipartidarismo, que existe, outro é a rotatividade política, que não falta.

"Nós correspondemos a todos os preceitos de um sistema democrático, exceto a parte da separação dos poderes, porque oficialmente existe, mas que na prática o poder político sobrepõe-se ao legislativo e ao judicial".

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu a Assembleia Nacional Popular no passado mês de maio, formou um Governo de iniciativa presidencial e marcou eleições legislativas antecipadas para 18 de dezembro.

A oposição guineense e organizações não-governamentais têm acusado as autoridades da Guiné-Bissau de perseguição política, detenção, rapto e espancamento de opositores, assim como de ataques à liberdade de imprensa.

EUA querem ajudar a promover paz, segurança e crescimento na Guiné-Bissau

Por LUSA  24/09/22

Os Estados Unidos manifestaram hoje o compromisso de promover a paz, segurança e crescimento da Guiné-Bissau e em toda a região da África Ocidental, numa mensagem sobre o aniversário da independência do país africano.

"Neste dia especial, reiteramos o nosso compromisso de expandir os laços entre os Estados Unidos e a Guiné-Bissau para que possamos promover melhor os nossos interesses comuns em paz, segurança e crescimento na Guiné-Bissau e em toda a região", refere-se numa nota do Departamento de Estado norte-americano.

Na nota, o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, apresenta "saudações e felicitações ao povo e ao Governo da Guiné-Bissau pelo 49.º aniversário" da independência, que se assinala hoje, deseja "prosperidade nos próximos anos" e reafirma "os fortes laços" entre os dois países.

Os EUA felicitaram ainda o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, pela nomeação como presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), manifestando apoio "neste papel vital".

O chefe de Estado guineense encontrou-se, na sexta-feira, em Nova Iorque, com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para discutir o terrorismo em África, o conflito na Ucrânia e a cooperação entre os dois países.

Numa publicação na rede social Facebook, Embaló referiu que durante o encontro foram discutidas as "relações de amizade e de cooperação, bem como as grandes questões políticas e económicas", que "são hoje os problemas mais cadentes da atualidade internacional agravados pelo confronto militar entre a Rússia e Ucrânia".

Num discurso hoje à Nação sobre a comemoração da independência, Sissoco Embaló afirmou que, nos dois últimos anos, desde que tomou posse, o país recuperou a soberania e a credibilidade internacional.

"Em pouco mais de dois anos de mandato presidencial, a Guiné-Bissau conseguiu fazer um percurso internacional notável. De facto, nós restaurámos plenamente a imagem do nosso país em África, e no conjunto da comunidade internacional", afirmou o Presidente guineense.

Para Sissoco Embaló, resolver os "problemas e atrasos" que o país acumulou exigia que "fosse reabilitado o próprio Estado na sua soberania e credibilidade internacional, na sua capacidade de falar e de ser ouvido".

Segundo o Presidente, os esforços diplomáticos tiveram impacto na forma de governação, que conseguiu diversificar o programa para "mudar o país no bom sentido".

A Guiné-Bissau proclamou a independência unilateralmente de Portugal em 24 de setembro de 1973.

Especial 24 de setembro: MOTORISTAS CRITICAM A DETERIORAÇÃO DAS ESTRADAS E A INVASÃO DE ESTRANGEIROS AO SETOR DOS TRANSPORTES

Por: Filomeno Sambú JORNAL ODEMOCRATA  24/09/2022 

O secretário-geral da Federação Nacional das Associações dos Motoristas e Transportadores da Guiné-Bissau, Caram Samba Lamine Cassamá, criticou duramente o estado de deterioração das infraestruturas rodoviárias nacionais um pouco por todo o país, denunciando também aquilo que considera de invasão de estrangeiros ao setor dos transportes, que diz que “estão a desorganizá-lo a cada dia”.

“Estamos há meio século independentes, o país não conseguiu implementar nenhuma modernização no setor. As estradas que herdamos a data da   independênciatinham até melhores condições que as que temos hoje. Portanto, não temos infraestruturas rodoviárias em condições para a circulação. A única coisa visível é a construção de duas pontes: Amílcar Cabral, em João Landim, e a Euro Africana de São Vicente. Todas as estradas financiadas pela União Europeia estão praticamente num estado avançado de degradação”, disse o sindicalista na entrevista ao Jornal O Democrata para falar dos avanços e recuos registados nesse setor, 49 anos da independência nacional.

A Guiné-Bissau proclamou unilateralmente a independência a 24 de setembro de 1973, pela voz do lendário comandante, João Bernardo Vieira, depois de 11 anos de luta sangrenta contra as forças portuguesas.   

Sobre a deterioração das infraestruturas rodoviárias do país, assegurou que deve-se à ausência de uma política de manutenção das estradas e à falta de capacidade de resposta das pessoas que já dirigiram o setor, apelando ao executivo a redobrar esforços e procurar mecanismos para desenvolver os transportes.

“Não é justo, em quase meio século de independência, que o país não tenha infraestruturas capazes de alavancar o setor, nomeadamente caminhos de ferro para comboios, barcos para fazer ligações para as ilhas. No setor dos transportes aéreo, o país não dispõe de nenhum meio. O governo não tem transportes públicos para os cidadãos, é absurdo”, lamentou.

Relativamente à circulação de motorizadas (táxis motos) na Guiné-Bissau, afirmou que a circulação de motorizadas ou “Táxis Motos” como meios de transporte está a constituir um grande perigo à segurança rodoviária, porque as autoridades do setor admitiram-nos.

“Hoje é oficial. Motorizadas circulam por todos os cantos de Bissau e do interior sem nenhuma legislação que definia as rotas para circulação. 

O país corre risco de perder o controle da situação e está na iminência de arcar com as consequências dessa medida, como acontece neste momento no Mali, na Costa de Marfim e no Burkina Faso. Estes países perderam o controlo da situação e não estão a conseguir encontrar alternativas. São milhares de motas que circulam nesses países e cada dia acontecem acidentes mortais”, criticou.  

“Se quisermos seguir os passos desses países vizinhos em termos de ocidentes, podemos avançar. Mas seria bom que a ocidentalização fosse implementada, respeitando as realidades internas, caso contrário será um falhanço enorme”, disse, sublinhando que existe cumplicidade dos governantes guineenses que assinam documentos sem cumprir acordos.   

Caram Samba Lamine Cassamá disse que o setor dos transportes não registou nenhuma evolução e cada vez mais tende a deteriorar-se.

Perante estes fatos, a federação propõe para o futuro que haja harmonia, paz social no setor dos transportes terrestres, cumprimento de obrigações por todos, melhorias de alguns troços, nomeadamente: Safim/Impak, Safim/Sul e Safim/Leste, porque “se forem alcatroados, haverá uma circulação saudável das pessoas e bens, bem como permitirá escoar produtos agrícolas das zonas de difícil acesso para os principais centros comerciais”.

Outra recomendação deixada pelos motoristas é a definição de um plano nacional de segurança rodoviária que permitirá capacitar os motoristas nacionais e aaplicação da carteira de aptidão profissional (CAP), porque é de conhecimento público que a emissão de cartas de condução é feita de forma descontrolada.

“Com aplicação da CAP, os motoristas podem ser reavaliados para descobrir se passaram pela escola de condução ou não”, salientou.  

Braima Camará: Parabéns Guiné-Bissau 🇬🇼 e glória aos nossos combatentes da liberdade da pátria.

 Braima Camará 

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA E PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DA CEDEAO E DA ALMA E A PRIMEIRA DAMA DINÍSIA REIS EMBALÓ RECEBERAM AS PRIMEIRAS DAMAS DA GÂMBIA E DA NAMÍBIA PRESENTES IGUALMENTE EM NOVA IORQUE PARA PARTICIPAREM TODAS COMO PAINELISTA À MARGEM DA ASSEMBLEIA-GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O FIM DA FÍSTULA OBSTÉTRICA NA ÁFRICA OCIDENTAL E CENTRAL ATÉ 2030,

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

A Primeira Dama da República da Guiné-Bissau painelista de alto nível num evento à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o fim da Fístula Obstétrica na África Ocidental e Central até 2030, Organizado pelo UNFPA, intitulado 𝐑𝐮𝐦𝐨 𝐚𝐨 𝐅𝐢𝐦 𝐝𝐚 𝐅𝐢́𝐬𝐭𝐮𝐥𝐚 𝐎𝐛𝐬𝐭𝐞́𝐭𝐫𝐢𝐜𝐚 𝐚𝐭𝐞́ 𝟐𝟎𝟑𝟎: 𝐔𝐦 𝐀𝐩𝐞𝐥𝐨 𝐚̀ 𝐓𝐫𝐚𝐧𝐬𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐞 𝐏𝐚𝐫𝐜𝐞𝐫𝐢𝐚𝐬 𝐄𝐬𝐭𝐫𝐚𝐭𝐞́𝐠𝐢𝐜𝐚𝐬. 

Na foto da esquerda para a direita: 1ª dama da República da Guiné-Bissau, 1ª dama da República da Gâmbia, Ministro da Saúde da Costa do Marfim, 1ª dama da Namíbia, Diretora-Executiva adjunta do UNFPA.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA E PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DA CEDEAO E DA ALMA, GENERAL ÚMARO SISSOCO EMBALÓ, PRESENTE EM NOVA IORQUE PARA PARTICIPAR NOS TRABALHOS DA 77ª ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS CONTINUA A MANTER UMA AGENDA PARALELA DE TRABALHO, MANTENDO CONTACTOS QUE CONSIDERA ÚTEIS A SUA MISSÃO, QUER EM NOME E NOS SUPERIORES INTERESSE DA GUINÉ-BISSAU, COMO IGUALMENTE PARA A NOSSA REGIÃO OCIDENTAL COMO TAMBÉM EM RELAÇÃO AO COMBATE QUE AO NÍVEL CONTINENTAL SE IMPLEMENTA CONTRA A MALÁRIA.

O Chefe de Estado guineense recebe em audiência o Secretário Geral Adjunto das Nações Unidas para as Operações de Paz, Jean Pierre Lacroix acompanhado dos seus mais directos colaboradores.



O Chefe de Estado guineense recebe em audiência o Chefe da Diplomacia argelina, um país que o Presidente visitou muito recentemente.


O Chefe de Estado guineense conversa com o Ministro guineense dos Negócios Estrangeiros e aquém transmite conselhos para a necessidade de cumprirem as recomendações formuladas pela CEDEAO em relação à Guiné Conakry.



O Chefe de Estado guineense recebe o seu homólogo da Sérvia, um país dos Balcãs com o qual a Guiné-Bissau pretende reforçar os laços de amizade e cooperação.


24 de Setembro - Mensagem do Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo, aluviso ao 49º aniversário da indepência do País

HNSM ASSINA CONVÉNIO COM OS PAISES BAIXOS E PASSA A DISPÔR DE PROTOCOLO DOS MÉDICOS QUE PERMITIRÁ A UNIFORMIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

PM | SESSÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO DE MINISTROS... 2️⃣2️⃣ 0️⃣9️⃣ 2️⃣0️⃣2️⃣2️⃣

Confira as deliberações da Reunião Ordinária do Conselho de Ministros, reunidos hoje em sessão ordinária sob presidência, por videoconferência de Sua Excelência o Primeiro-Ministro, Eng. Nuno Gomes Nabiam.

Nuno Gomes Nabiam- Primeiro Ministro da República da Guiné-Bissau

O PRESIDENTE ÚMARO SISSOCO EMBALÓ ACTUAL LÍDER EM EXERCÍCIO DA CEDEAO E DA ALMA MANTEVE ESTA MANHÃ UM ENCONTRO COM O SECRETÁRIO-GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS.

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

A ACTUALIDADE POLITICA INTERNACIONAL, CONTINENTAL E REGIONAL, COM A GUERRA RÚSSIA-UCRÂNIA, PROBLEMAS DE POBREZA E DE AMBIENTE E A ACTUAL CRISE NO MALI, BURKINA FASO E GUINÉ-CONAKRY DOMINARAM ESTE ENCONTRO EMBALÓ-GUTERRES.

NO FINAL DO ENCONTRO, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU E PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DA CONFERÊNCIA DOS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA CEDEAO E  DA ALMA, GENERAL ÚMARO SISSOCO EMBALÓ ASSINOU O LIVRO DE HONRA DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS.

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Hoje, o Chefe de Estado guineense recebeu Mahamadou Issoufou, ex-Presidente do Níger e Mediador designado da cedeao  para o Burkina Faso com o qual analisou aspectos relacionados com a situação política nesse país e noutros, nomeadamente, o Mali e à Guiné-Conakry alvos de sanções impostas pela CEDEAO.

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Sissoco Embaló reúne-se com Biden e Lavrov

DW.COM  23.09.2022

PR guineense, Umaro Sissoco Embaló, encontrou-se, em ocasiões diferentes, com o seu homólogo norte-americano Joe Biden e o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, à margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.

O chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, reuniu-se esta sexta-feira (23.09) em Nova Iorque com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para discutir terrorismo em África, o conflito na Ucrânia e a cooperação entre os dois países.

Numa publicação na rede social Facebook, Umaro Sissoco Embaló referiu que durante o encontro foram discutidas as "relações de amizade e de cooperação, bem como as grandes questões políticas e económicas", que "são hoje os problemas mais cadentes da atualidade internacional agravados pelo confronto militar entre a Rússia e Ucrânia".

No encontro, os dois presidentes falaram sobre as consequências daqueles problemas, nomeadamente o aumento dos preços da energia e dos bens de primeira necessidade, "altamente" gravosos para o continente africano. O terrorismo em África dominou também o encontro.

Sissoco Embaló também encontrou-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov. No entanto, até ao momento não foram divulgados detalhes da reunião, apenas fotos partilhadas na sua página no Facebook.

Discurso na ONU

No discurso proferido quinta-feira (22.09) na 77.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Umaro Sissoco Embalo defendeu que o combate ao terrorismo, ao extremismo violento e ao crimes transnacional em África deve envolver a comunidade internacional e, em particular, as Nações Unidas.

"Precisamos da ajuda internacional para travar o avanço do terrorismo na África Ocidental e em toda a zona do Sahel", salientou o Presidente guineense.

Segundo Umaro Sissoco Embaló, o terrorismo, o extremismo violento e a criminalidade transnacional são ameaças à "paz e segurança internacionais que, para ser eficazmente combatida, deve necessariamente envolver toda a comunidade internacional e a ONU, em particular".

Ucrânia. União Europeia denuncia "mentiras" da Rússia às Nações Unidas

© Getty Images

Por LUSA  23/09/22 

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, aproveitou hoje o seu discurso perante a Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) para denunciar as "mentiras" da Rússia sobre a Ucrânia e o efeito da guerra a nível mundial.

"O Kremlin está a conduzir uma guerra híbrida que combina violência armada com o veneno das mentiras", disse Michel, que acusou Moscovo de usar todo tipo de falsidade para justificar a sua invasão.

Assim, o presidente do Conselho Europeu insistiu que o Governo russo se mobilizou contra um "inimigo invisível" que supostamente o ameaça, quando a realidade é que "ninguém ameaçou, atacou ou invadiu a Rússia" e "ninguém na Europa queria um conflito".

Michel também atacou o argumento russo de que teve que intervir na Ucrânia para evitar um suposto genocídio contra os russófonos, algo que o Kremlin tem repetido muitas vezes e que para a União Europeia é algo inventado.

O político belga também criticou a insistência da Rússia em falar numa "operação militar especial" e não de guerra: "É uma guerra, uma agressão não provocada, ilegal, injustificada, que busca mudar pela força fronteiras reconhecidas internacionalmente e isso não é aceitável".

Segundo Michel, a recente mobilização parcial de reservistas anunciada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, só confirma isso.

O presidente do Conselho Europeu defendeu as sanções impostas pelos Vinte e Sete como algo "inevitável" para deter o Kremlin e destacou que o grupo não é de forma alguma responsável pela crise de abastecimento de alimentos e fertilizantes que o mundo enfrenta, como sustenta Moscovo.

"Isso é falso. Foi a Rússia que, ainda antes da guerra, decidiu unilateralmente reduzir o nível das suas exportações de cereais e fertilizantes", sublinhou Michel, que lembrou que foi também Moscovo que impôs um bloqueio naval ao Mar Negro que impediu durante meses a saída de grãos da Ucrânia.

O político belga pediu que o mundo inteiro se una para evitar que "as ações destrutivas" de um país - a Rússia- arruínem todo o trabalho de resposta aos grandes problemas globais.

Segundo disse, a União Europeia não pede a ninguém que escolha entre o oriente e o ocidente, ou entre o norte e o sul, mas é preciso tomar uma posição e a posição da Europa é defender o respeito pelas fronteiras e pela cooperação, face às agressões e ameaças.

Michel alertou para as crescentes fraturas internacionais e disse que a Europa quer ser líder, mas através da cooperação, ouvindo o resto do mundo e sem pregar a ninguém.

A semana de alto nível da Assembleia Geral das Nações Unidas começou na terça-feira, na sede da ONU em Nova Iorque, e irá prolongar-se até à próxima segunda-feira, com a presença de dezenas de chefes de Estado e de Governo, entre eles o primeiro-ministro português, António Costa.

Esta é a primeira Assembleia Geral desde o início da guerra na Ucrânia e a primeira em formato presencial desde o início da pandemia.

O evento decorre sob o tema "Um momento divisor de águas: soluções transformadoras para desafios interligados", e terá como foco a guerra na Ucrânia e as crises globais a nível alimentar, climático e energético.

UCRÂNIA/RÚSSIA - Ameaça nuclear? "A Rússia tem tudo a perder e nada a ganhar"

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Por LUSA  23/09/22 

O anúncio de referendos sobre a anexação em províncias do leste da Ucrânia e a mobilização parcial de tropas, anunciadas por Moscovo, poderão ser insuficientes para contrariar a recente contraofensiva ucraniana, considera o International Crises Group (ICG).

"[O Presidente russo Vladimir] Putin acredita que a promessa de novas forças e a ameaça nuclear podem inverter a vontade da Ucrânia e forçar a um recuo do ocidente, mas esta noção parece exagerada" considera este instituto de reflexão com sede em Bruxelas, vocacionado para a análise de crises globais, numa declaração hoje divulgada.

"As tropas que vão ser mobilizadas parecem incapazes de alterar o curso da batalha, em particular devido ao tempo que o exército necessita para as preparar de forma adequada e os concomitantes problemas de logística e material. Kiev poderá redobrar os esforços para a reconquista de território antes da chegada de forças adicionais russas ao campo de batalha", considera o IGG, fundado em 1995 e que se define como uma organização não-governamental (ONG) sem fins lucrativos.

Numa referência ao eventual uso de armas nucleares em caso de ameaça à integridade territorial da Rússia, também esgrimido por Putin no seu discurso de quarta-feira passada, o ICG recorda que "a Ucrânia e os seus apoiantes ocidentais" não recuaram face a anteriores ameaças nucleares de Putin, e não demonstram sinais de cedências na atual situação.

"Os países da NATO deverão prosseguir a política promovida até agora -- apoiar a Ucrânia com armas e dinheiro, evitar a escalada retórica que alimentam a narrativa de Putin de que esta guerra é com o ocidente, e deixar espaço à Rússia para que procure um acordo ao entender que falhou na sua última tentativa de garantir supremacia", aconselha o ICG.

Na sequência da resposta russa à contraofensiva ucraniana -- em particular através do bombardeamento de infraestruturas em particular na cidade de região do Kharkiv (nordeste) -- e destinada a desmoralizar a população e liderança ucranianas, o Instituto sublinha a reação "desafiante" de Kiev.

"O Presidente Volodymyr Zelensky disse que a Ucrânia preferiria ficar sem energia, sem gás e sem eletricidade, enquanto também pudesse ficar sem a Rússia", indica o texto.

A recente escalada do conflito pode significar que a Rússia ainda não está preparada para um compromisso ou acordo, apesar de ainda não ser claro se vão significar uma alteração substancial da trajetória da guerra, prossegue o ICG.

"A contraofensiva ucraniana revelou que uma grande impreparação das forças russas (...). Assim, e mesmo que a Rússia consiga mobilizar uma grande quantidade de homens, terá dificuldades nos abastecimentos. Talvez a principal questão resida naquilo que significam os recentes sinais de Moscovo sobre até onde poderá ir para evitar uma derrota na Ucrânia e como definirá uma vitória aceitável".

Ao recordar não ter sido a primeira vez que o líder do Kremlin recordou dirigir um país com armas nucleares, não é de prever que Kiev decida "uma pausa" e inverta o atual curso militar, e caso continue a garantir progressos territoriais.

"A Rússia tem tudo a perder e nada a ganhar de escalar para o uso do nuclear. Ataques nucleares em resposta a contra-ataques ucranianos não têm sentido na lógica militar. Também poderiam ocasionar riscos nucleares para as forças russas e a própria Rússia. Um ataque nuclear é provavelmente a única ação que Moscovo poderia tomar e que implicaria uma resposta ocidental direta", e que a Rússia encararia como "uma ameaça existencial".

Numa referência às perspetivas que se colocam num futuro próximo, o ICG sublinha a "incerteza da trajetória da guerra" mas admite dois cenários possíveis.

"Um seria uma pausa de curto prazo nos combates que permitisse a Moscovo mobilizar e recuperar, e depois reverter os recentes ganhos ucranianos. O outro seria a consolidação do controlo das áreas que detém pela Ucrânia e prosseguir a pressão enquanto a Rússia prosseguir a mobilização, deslocação e os respetivos fornecimentos. Outros cenários, como um impasse de longo prazo com os dois exércitos a tentarem novos sucessos, são também possíveis, e como os últimos sete meses demonstraram, mais surpresas podem estar nas cartadas".

Ao recordar uma vez mais a decisão do Kremlin numa escalada do conflito, em resposta às contraofensivas militares ucranianas e cujo sucesso é associado ao fornecimento de novos armamentos pelos ocidentais (em particular Estados Unidos e Reino Unido), a ONG assegura que Putin está preparado para prosseguir os esforços para impedir um falhanço militar.

"Quando mais tempo a guerra prosseguir sem que a Rússia obtenha óbvios progressos, mas difícil será para o Kremlin prosseguir com a narrativa de que atingiu os seus objetivos".

No entanto, o ICG também emite um alerta dirigido à outra parte do conflito. "Os Estados ocidentais que apoiam a Ucrânia devem ser cuidadosos -- a maioria tem-no sido nos últimos meses -- para não alimentar a narrativa de Moscovo que de os russos estão envolvidos numa guerra existencial com o ocidente, e que o país não pode sobreviver a uma derrota militar na Ucrânia".

E acrescenta. "Isso significa evitar a retórica, que ganhou alguma aceitação em diversos círculos de análise, e ações onde se sugerem que pretendem uma mudança de regime ou o colapso do Estado".

O ICG também se mostra convencido da rápida resposta dos diplomatas ocidentais caso a Rússia promova oficialmente a anexação de partes do leste da Ucrânia, em particular nos fóruns internacionais e em particular na ONU, "para afirmar a integridade territorial da Ucrânia e denunciar a decisão de Moscovo".

Apesar de o Instituto considerar que, no atual momento, "as conversações sobre um acordo parecerem estar fora de questão", sugere que "as capitais da NATO, e ainda outros", podem "preparar o terreno" para uma futura resolução do conflito, sem deixar de recordar o envolvimento da Turquia e do secretário-geral da ONU, António Guterres, na resolução da designada crise dos cereais.

Prosseguir a política ocidental adotada até ao momento face ao conflito constitui a receita do Instituto.

"Ajudar a Ucrânia, com armas e dinheiro, para impedir uma vitória russa que teria implicações mais grave para a Ucrânia e a paz internacional e a segurança global que o atual conflito. E fazê-lo de uma forma que minimize os riscos de uma vasta e potencial guerra nuclear com a Rússia. Deixar a porta aberta para que Moscovo aceite um acordo no qual a Ucrânia possa existir, e permanecerem atentos a qualquer sinal credível das partes sobre a disponibilidade para conversações sérias".

"Com a guerra e entrar no que pode ser a sua fase mais significativa e perigosa até ao momento, uma abordagem equilibrada decerto que não será fácil de obter, mas permanece a melhor opção disponível", conclui o ICG.