Em entrevista exclusiva à ANG, informou que após a conclusão da primeira fase do projecto que consiste na construção do Cais de atracagem de navios com 60 metros de comprimento, rampa de desembarque de pesca artesanal, mercado de peixe fresco, espaço de remendagem de redes serviços administrativos orçados em cerca de quatro mil milhões de francos CFA, agora estão empenhados na procura do financiamento para a segunda fase.
“Nesta primeira fase o Porto de Pesca de Alto Bandim só pode suportar as embarcações de pesca artesanal e alguns navios de pesca industrial de pequeno porte. Faltam muitas infraestruturas de base para que possa ser considerado um verdadeiro Porto de Pesca”, explicou.
Aquele responsável acrescentou que o governo, através de políticas que adoptou para o sector pesqueiro, já perspectiva a conclusão da segunda fase do projecto com a procura de financiamento para o efeito.
Hugo Nosoline Vieira salientou que o Porto de Pesca é um projecto que advem de finais do ano 90 , acrescentando que é uma infraestrutura criada para uma dimensão muito reduzida mas que agora está a ter outro impacto devido o aumento de fluxo de pessoas atraídas pela pesca.
“Várias entidades parceiras já manifestaram intenções de investir no Porto. Denre eles um consorcio internacional disponibilizou-se para investir 50 à 80 milhões de euros bem com uma empresa chinesa que solicitou uma área de 15 mil metros quadrados para construção de câmaras de conservação de pescado para torná-lo um verdadeiro Porto Industrial”, revelou.
Nosoline disse que graças aos dados fornecidos pelos seus serviços estatísticos, registou-se entre meados de Agosto à Novembro do ano passado uma descarga na ordem de 780 toneladas de peixes frescos entre os da primeira e segunda qualidade, frisando que essa quantidade pode ser triplicada se forem criadas as condições mínimas.
O Director do Porto de Pesca sublinhou que pretendem ainda organizar a componente de venda de pescado para permitir, tanto os pescadores como as mulheres vendedeiras, terem mais rendimento.
Referiu que o Porto de Pesca foi construído mas ainda não foi pavimentado, salientando que o peixe deve ser comercializado num espaço condigno para não contaminar os consumidores.
Hugo Nosoline Vieira explicou que o Porto dispõe de um Laboratório de qualidade o que vai permitir o país iniciar a exportação do pescado, frisando contudo que existem ainda infraestruturas inadequadas e que precisam de ser modernizadas.
Segundo ele, cerca de 30 toneladas do pescado sobretudo os da primeira qualidade são transportados mensalmente para serem comercializados nos países vizinhos concretamente as expécies como bicas, becudas, senapas, simpot, garropa, cor-cor, corvina, bacalhau, entre outros.
Disse que não têm mecanismos para impedir o transporte dos referidos pescados para os países vizinhos, porque os seus custos são elevados e ultrapassam o poder de compra da maioria dos consumidores guineenses.
“Por exemplo um quilo de bica é vendido no mercado nacional num preço de 3500 francos CFA e os potenciais clientes são os funcionários públicos que afluem para o Porto nos dias do fim de semana que são os periodos de maior venda”, explicou.
Informou que nos dias de semana os maiores clientes são as populações residentes nos arredores do Porto e que a maioria não dispõe de poder de compra para adquir peixes de primeira qualidade.
“Perspectivamos construir angares de venda de pescado para as mulheres vendedeiras de forma a rentabilizar ainda mais as suas actividades”, explicou.
Hugo Nosoline Vieira afirmou que no ano passado registou-se uma atracagem de 523 embarcações de pesca artesanal no Porto de Pesca, o que significa que mais de metade das pirogas que operam nas águas do país usam o Porto, o que demonstra que Bissau é o maior centro de consumo.
“Isso demonstra que todos os peixes capturados nas ilhas, nas zonas do sul e no norte são desembracados aqui em Bissau porque dispõe de maior capacidade de compra e de consumo”, afirmou.
Segundo Hugo Nosoline ,a existencia do porto garante emprego há varios extratos das nossas populações.
Enumera que 40 mulheres exercem actividade de venda de comidas e outros alimentos para as refeições dos pescadores e os seus clientes;sessenta e cinco vendedeiras grossistas de pescado que negoceiam directamente com os pescadores revendem aos cerca de 100 retalhistas que comercializam diariamente em diferentes mercados.
Hugo Vieira afirmou que existem ainda um grupo de pessoas que exerce actividades de escamagem do pescado comprado pelos clientes e que cobram 100 francos CFA por cada pescado ainda uma equipa de cerca de 90 mulheres que vendem condimentos para cozinha.
ANG/ÂC/SG