A uma semana da visita de Donald Trump à Índia, nos próximos dias 24 e 25, o muro de 400 metros está a ser erguido na cidade indiana de Ahmedabad por motivos de "segurança, embelezamento e limpeza". Mas para os dois mil residentes de um gigante bairro de lata que ficarão por detrás do muro a sensação é a de que as autoridades querem esconder os pobres.
"Porque estão a esconder os pobres? Porque não utilizar o dinheiro para melhorar as condições da nossa favela e providenciar-nos melhores instalações?", questiona, à cadeia britânica Sky News, o residente Keshi Saraniya.
Foram enviadas notificações de despejo para 45 famílias que vivem numa outra favela perto do Estádio Motera, que será inaugurado por Trump na próxima segunda-feira e que tem capacidade para albergar 110.000 espectadores.
Segundo adiantaram os residentes vizinhos do estádio, as pessoas estão a ser notificadas para deixar as casas por causa do evento oficial com a presença do Chefe de Estado norte-americano, o que as autoridades locais negam. "É uma injustiça", desabafa Sanjay Patani, morador na zona. "Vivemos aqui nos últimos 20 anos e agora subitamente estão a despejar-nos porque um qualquer líder importante vem visitar a nossa cidade por um dia".
O porta-voz do governo local, Kishore Varna, disse à Sky News que a terra pertence à autarquia e que os despejos são legais mas não conseguiu justificar porque estão a acontecer tão perto da visita oficial do Presidente dos EUA à Índia.
As autoridades locais gastaram cerca de 10 milhões de euros na visita de Trump à cidade, que deverá durar apenas três horas. Dezoito estradas do aeroporto de Ahmedabad até ao estádio foram ampliadas.
A visita do Presidente dos EUA destina-se a aliviar as tensões entre os dois países depois de a administração Trump ter imposto novas tarifas ao aço e alumínio importados da Índia. A Índia respondeu então com tarifas mais elevadas sobre produtos agrícolas dos Estados Unidos e restrições a equipamentos médicos norte-americanos.
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