sexta-feira, 26 de janeiro de 2024
Embaixador israelita acusa ONU de ser "arma dos nazis modernos"
© Lev Radin/Pacific Press/LightRocket via Getty Images
POR LUSA 26/01/24
O embaixador israelita junto da ONU, Gilad Erdan, acusou hoje toda a estrutura das Nações Unidas de se ter "convertido numa das armas do arsenal dos nazis modernos" contra Israel.
Com uma enorme estrela amarela na lapela - como a imposta aos judeus na Alemanha nazi - Erdan foi um dos principais oradores na cerimónia da ONU em memória das vítimas do Holocausto, e aproveitou o seu discurso para criticar as Nações Unidas e todos as seus agências num tom muito irritado.
A partir da tribuna da Assembleia-Geral, Erdan comparou o Holocausto ao ataque que o grupo islamita Hamas realizou em 07 de outubro passado contra Israel, e sublinhou a natureza "genocida" desse ataque contra o povo judeu, mas reservou as suas maiores críticas contra a própria ONU.
"Até hoje, nenhuma instituição da ONU condenou os ataques", alegou Erdan, embora a Organização o tenha feito em numerosas ocasiões.
O diplomata referiu-se posteriormente ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) em Haia, que hoje ordenou a Israel que evite um genocídio em Gaza e anunciou que vai avançar com uma investigação às acusações de genocídio contra a população palestiniana no enclave.
"Mesmo o Tribunal Internacional de Justiça (...) não se sentiu moralmente obrigado a condenar este massacre bárbaro contra as nossas crianças e o nosso povo. Este silêncio é insondável", afirmou.
Erdan considerou simbólico que no mesmo dia em que se comemora o Dia Internacional em Memória do Holocausto tenha sido exposto que alguns funcionários da agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) poderão ter participado nos ataques de 07 de outubro, o que resultou na abertura de uma investigação ao mais alto nível nas Nações Unidas.
"A ONU não está apenas armada para deslegitimar a nossa existência, mas também para nos exterminar fisicamente", alegou o embaixador, que durante meses tem aproveitado todas as suas intervenções para desacreditar o trabalho da ONU na sua totalidade.
"Só podemos tirar uma conclusão: a ONU falhou na sua missão. Falhou", concluiu, num discurso dirigido aos quadros superiores das Nações Unidas e na sequência do pronunciamento do próprio secretário-geral, António Guterres.
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns, dos quais mais de 100 permanecem em cativeiro.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 112.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 26.083 mortos, 63.740 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome.
REINO UNIDO: O homem, que responde também pelo nome Adam Mendes, foi condenado na sexta-feira a passar o resto da sua vida num hospital de alta segurança, após os procuradores britânicos terem aceitado a sua confissão de homicídio involuntário.
© Getty Images
Notícias ao Minuto 26/01/24
Luso-guineense condenado a reclusão em hospital por ataque em Nottingham
O homem, que responde também pelo nome Adam Mendes, foi condenado na sexta-feira a passar o resto da sua vida num hospital de alta segurança, após os procuradores britânicos terem aceitado a sua confissão de homicídio involuntário.
Valdo Calocane, um homem com nacionalidade portuguesa e guineense acusado de ter matado três pessoas num ataque em Nottingham, no Reino Unido, foi condenado a cumprir pena de prisão num hospital de alta segurança. No entanto, a sentença poderá remetida para o Tribunal de Recurso após o procurador-geral britânico ter recebido queixas de que a pena era "demasiado branda", segundo a Sky News.
O crime remonta a 13 de junho de 2023, quando Calocane, de 32 anos, esfaqueou Barnaby Webber e Grace Kumar, ambos com 19 anos, pelas 4h00. Após o crime, o agressor atacou Ian Coates, de 65 anos, um funcionário escolar que estava a ir para o trabalho.
O homem, que responde também pelo nome Adam Mendes, foi condenado na sexta-feira a passar o resto da sua vida num hospital de alta segurança, após os procuradores britânicos terem aceitado a sua confissão de homicídio involuntário.
A Sky News revela que os peritos concordaram que o luso-guineense sofria de esquizofrenia paranoica e, por isso, não era totalmente responsável pelos seus atos.
No entanto, as famílias das vítimas consideraram que "a verdadeira justiça não foi feita" e a decisão poderá ser revertida por um Tribunal de Recurso. "Este homem [Calocane] ridicularizou o sistema e safou-se com um homicídio", acusou, em tribunal, James, filho de Ian Coates.
De acordo com o Daily Telegraph, os pais de Valdo Calocane, originários da Guiné-Bissau, trabalharam na ilha da Madeira e obtiveram a nacionalidade portuguesa. O casal ter-se-á mudado mais tarde para o Reino Unido com os três filhos e o suspeito terá o estatuto de residente enquanto cidadão europeu.
Na altura, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, afirmou estar em contacto com as autoridades britânicas.
O Ministro da Administração Territorial e Poder Local, Marciano Silva Barbeiro conferiu posse hoje, sexta-feira, 26 de Janeiro, aos novos Governadores Regionais.
Tratam-se de Martinho Moreira, para a região de Oio, Aminata Sila Cassamá, para a região de Tombali, Ramiro Bubacar Embaló, para a região de Bolama Bijagós, Mustafa Soares Cassamá, para a região de Bafatá, Elisa Maria Tavares Pinto, para a região de Gabú, António Mustafa Jaló, para a região de Quinará, Braima Camará, para a região de Cacheu e Salome A. L. dos Santos Allouche para a região de Biombo, respetivamente.
Ministério da Administração Territorial e Poder Local da Guiné-Bissau
O Sindicato de Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social da Guiné-Bissau (SINJOTECS) lançou hoje um apelo aos presidentes de Portugal e de França para ajudarem o homólogo guineense a mudar a relação com a imprensa.
Por rtp.pt/ 26/01/2024
Sindicato pede ajuda a Marcelo e Macron para mudar relação do Presidente guinenese com a imprensa
O Sindicato de Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social da Guiné-Bissau (SINJOTECS) lançou hoje um apelo aos presidentes de Portugal e de França para ajudarem o homólogo guineense a mudar a relação com a imprensa.
A posição do sindicato surge na sequência de declarações públicas do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, que disse, na terça-feira, que os jornalistas são "todos da oposição" e ameaçou acabar com a audição de analistas, concretamente na RTP, sobre a situação política do país.
O órgão que representa a classe reagiu com "estupefação" ao que considerou de "ataques feitos" pelo chefe de Estado e, pela voz da presidente, Indira Correia Baldé, apelou à intervenção dos Presidentes de Portugal e de França.
"Em nome dos profissionais da Guiné-Bissau apelamos ao Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa - o Presidente da República da Guiné-Bissau fala quase todos os dias dele, que são amigos -, pedimos aqui, a partir da Guiné-Bissau, a partir da Casa dos Direitos, que nos acuda, que sensibilize o seu homólogo para como lidar com a imprensa e a importância de uma imprensa livre, a importância da informação como bem público", disse.
O apelo seguiu também para o Presidente francês, Emmanuel Macron, a quem o chefe de Estado guineense se refere também como amigo, "para que use a sua influência, que ajude o presidente Umaro Sissoco Embaló".
"Ele precisa de ajuda em termos da relação com a imprensa. Não é possível o Presidente dar instruções ao Ministério do Interior para monitorizar os órgãos de comunicação social e para que quem fizer algum pronunciamento que é contra ele ou o Estado ser detido", afirmou a presidente do sindicato.
"Em que mundo estamos, que tipo de informação agora vamos fazer. Se alguém [jornalista] fizer algo que não está certo, há tribunais para isso, agora instruir os polícias para fazerem isso, em que Estado estamos, que tipo de Democracia temos?", questionou.
A presidente do Sindicato dos Jornalistas guineense disse que os profissionais estão "cansados" e insistiu no pedido de ajuda exterior, dirigindo-se também ao parlamento português.
Indira Correia Baldé agradeceu "a prontidão dos colegas do sindicato dos Jornalistas de Portugal", que repudiou as declarações do chefe de Estado guineense e expressou solidariedade aos profissionais guineenses.
"Não estamos só, sabemos disso, recebemos várias outras mensagens de solidariedade dos nosso camaradas, vamos continuar a lutar, mas queremos que os homólogos do Presidente Umaro Sissoco Embaló nos ajudem para lhe fazer mudar o seu relacionamento com a imprensa , é fundamental", declarou.
Indira Baldé vincou que os jornalistas não são "opositores de ninguém, que "em todos os órgãos que ele (Presidente da República) frisou como exemplo, de países como Cabo Verde, Angola, Moçambique, França, Senegal, [em] todos esses países, todos os jornais apresentam após os noticiários análises e comentários".
Acrescentou que o chefe de Estado "imputa sempre a responsabilidade aos jornalistas" sobre a imagem do país, mas que é o Presidente que "está cada vez mais a colocar a imagem do país em causa, porque este ataque tem o seu peso para a imagem do país".
"Nós somos reprodutores dos factos que acontecem na nossa sociedade, daquilo que os políticos produzem, então que os políticos façam um bom trabalho e nós vamos reproduzir", afirmou.
EUA suspende fundos a agência da ONU suspeita de cumplicidade com Hamas
© Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images
POR LUSA 26/01/24
Os EUA anunciaram hoje que vão suspender temporariamente futuros financiamentos à agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), após alegações de funcionários envolvidos no ataque do Hamas em 07 de outubro.
"Os Estados Unidos estão extremamente preocupados com as alegações de que 12 funcionários da UNRWA podem ter estado envolvidos no ataque terrorista do Hamas contra Israel em 07 de outubro", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, num comunicado.
Em resposta, o Departamento de Estado suspendeu o financiamento adicional ao UNRWA, enquanto analisa as alegações sobre esse envolvimento, bem como as medidas que as próprias Nações Unidas estarão a ponderar aplicar.
No comunicado, Miller esclareceu que o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, já conversou sobre este assunto com o secretário-geral da ONU, António Guterres, na quinta-feira, "para sublinhar a necessidade de uma investigação completa e rápida".
"Saudamos o anúncio da ONU de uma investigação 'abrangente e independente' à UNRWA", disse o porta-voz, referindo-se a necessidade de se responsabilizar todos os que participaram no ataque a Israel.
Os Estados Unidos reconhecem que a UNRWA desempenha "um papel fundamental na prestação de assistência vital aos palestinianos, incluindo alimentos essenciais, medicamentos e abrigo".
No comunicado, o Departamento de Estado norte-americano informa ainda que o Governo de Israel já foi contactado para obter mais informações sobre as alegações de envolvimento de membros da UNRWA no ataque de outubro.
O ataque de 07 de outubro causou a morte de mais de 1.140 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelitas.
Cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, segundo as autoridades israelitas.
Cerca de cem foram libertadas no final de novembro, durante uma trégua em troca de prisioneiros palestinianos, e 132 reféns continuam detidos no território palestiniano, 28 dos quais terão morrido.
Em resposta ao ataque de 07 de outubro, Israel prometeu aniquilar o Hamas, no poder em Gaza desde 2007, e lançou uma vasta operação militar que causou 26.083 mortos, na sua grande maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde do movimento islamita palestiniano.
Leia Também: O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou-se hoje horrorizado com o alegado envolvimento de funcionários da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) nos ataques de 07 de outubro a Israel e pediu uma rápida investigação.
ISRAEL/PALESTINA: ONU despede funcionários por alegada cumplicidade em ataque do Hamas
© REUTERS/Ronen Zvulun
Notícias ao Minuto 26/01/24
A decisão foi tomada depois de alegações de que vários funcionários em Gaza terão participado no ataque levado a cabo pelo grupo islamita em Israel a 7 de outubro.
A Organização das Nações Unidas (ONU) despediu vários funcionários em Gaza, esta quinta-feira, devido à alegada participação no ataque de 7 de Outubro, que marcou o início do conflito entre Israel e o Hamas.
"Por forma proteger a capacidade da Agência de prestar assistência humanitária, tomei a decisão de rescindir imediatamente os contratos destes funcionários e de abrir um inquérito para apurar a verdade sem demora", anunciou o diretor da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês), Philippe Lazzarini.
O responsável adiantou ainda na nota, citada pela agência France-Presse (AFP), que qualquer funcionário que tenha estado envolvido nestes atos "será responsabilizado".
"A UNWRA reitera a sua condenação, nos termos mais veementes, dos abomináveis ataques de 7 de outubro e apela à libertação imediata e incondicional de todos os reféns israelitas e ao seu regresso em segurança às respectivas famílias", refere ainda Philippe Lazzarini.
O diretor da agência notou ainda que estas alegações, feitas por Israel, surgem numa altura em que mais de dois milhões de pessoas em Gaza depende de assistência humanitária vinda da UNRWA. "Quem trai os valores fundamentais das Nações Unidas trai também aqueles que servimos em Gaza, na região e em todo o mundo", declarou.
A UNRWA foi fundada em 1949 por forma a prestar assistência humanitária e proteção aos refugiados palestinianos. Desde aí que já contratou cerca de 30 mil funcionários, a maioria dos quais são palestinianos.
Segundo a AFP, um relatório conhecido o ano passado concluiu que várias escolas geridas pela agência tinham glorificado o ataque que aconteceu a 7 de outubro.
Leia Também: Embaixador de Israel em Lisboa reage à acusação de genocídio
Leia Também: Conheça as medidas decretadas pelo TIJ para prevenir genocídio em Gaza
PRESIDENTE DA RÉPUBLICA DESPEDE-SE DE MÉDICOS NACIONAIS BOLSEIROS DE ESPECIALIZAÇÕES NA VENEZUELA
O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, despediu-se de mais de oitenta médicos nacionais, bolseiros a caminho da Républica Bolivariana de Venezuela, para especializaçāo em difrentes areas, acompanhados do Ministro de Saúde, Domingos Malu, Embaixador da Venezuela, Eldan Dominguez Fortyy.
Os bolseiros fizeram questão de agradecer o chefe de Estado pela sua intervenção pessoal junto do seu homólogo Venezuelano, Nicolás Maduro, para a atribuição de bolsas. O chefe de Estado manifestou o seu apreço aos médicos pelos serviços prestados à nação e lembrou aos bolseiros de que estarão em dívida com a nação, um compromisso que deve ser honrado com patriototismo, numa clara alusão ao regresso ao país para contribuir positivamente para o sistema nacional de saúde. 🇬🇼🇻🇪
quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Primeira-dama da sul-coreana recebe 'presente envenenado'. Eis a polémica... Imagens podem vir a prejudicar os resultados eleitorais do partido do presidente, que vai a votos daqui a três meses.
© Samir Hussein/WireImage
Notícias ao Minuto 25/01/24
Um ‘presente envenenado’ destinado à primeira-dama da Coreia do Sul, Kim Keon Hee, pode fazer tremer a liderança do país já daqui a uns meses.
Em causa está uma mala da marca de luxo Dior, no valor de três milhões de won (cerca de dois mil euros euros) e a polémica veio ao de cima com a divulgação de imagens partilhadas por um pastor.
O responsável em causa, Choi Jae-young, terá gravado as imagens em questão com uma câmara embutida no seu relógio.
Segundo a BBC, as imagens mostram Choi Jae-young a entrar numa loja para comprar uma mala de pele acinzentada e, num momento posterior, numa visita do pastor à primeira-dama. “Por que razão me traz estas coisas?”, questiona. Os media sul-coreanos apontam que as imagens são de 2022.
O vídeo não mostra a mulher do presidente Yoon Suk Yeol a aceitar explicitamente o objeto, mas o jornal Korea Herald referiu, citado pela imprensa britânica, que o gabinete presidencial confirmou que recebeu a mala e disse que “estava a ser administrada e armazenada como propriedade do governo”.
Já agência de notícias Yonhap diz que o presidente planeia falar sobre o caso “ainda este mês”.
Mas por que razão esta prenda é polémica… e o que pode daí vir?
Segundo explica a BBC, é ilegal que os responsáveis com cargos públicos e os seus cônjuges recebam presentes no valor de um milhão de won (690 euros), de uma só vez, ou um total de três milhões de won (2072 euros) num ano fiscal.
Após as imagens serem conhecidas, foi feita uma sondagem que, de acordo com a BBC, mostra de 69% dos eleitores sul-coreanos querem uma explicação sobre esta situação. Uma outra sondagem, realizada ainda em dezembro, mostrava que 53% dos inquiridos achava que a situação era inadequada.
Alguns analistas citados pela BBC adiantam que esta situação pode prejudicar o partido de Yoon Suk Yeol, que vai a eleições daqui a três meses.
No entanto, não foi só entre o eleitorado que esta situação terá criado problemas, mas também dentro do seu partido – já que o líder do Partido do Poder Popular terá sido pressionado pelo presidente, depois de este ter dito que a situação “podia ser um caso de interesse público”.
"Basicamente, tratou-se de uma armadilha planeada com uma câmara de espionagem. No entanto, houve vários erros na forma como as questões foram tratadas", afirmou Han Dong-hoon.
Já há algumas semanas, um outro dirigente do partido tinha comparado a primeira-dama a Maria Antonieta, rainha que era conhecida na corte francesa pelas suas extravagâncias.
Também a oposição já acusou a primeira-dama de estar envolvida na manipulação de preços de ações, mas o presidente já vetou um projeto de lei que pedia que esta fosse investigada.
Leia Também: Deputada sul-coreana agredida com pedra. É o 2.º ataque este mês
"Inacreditável". Encontro entre Lavrov e Guterres gera indignação
© Maxim Shipenkov/Pool via REUTERS
POR LUSA 25/01/24
O encontro, esta semana, entre o chefe da diplomacia russa e o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, causou indignação junto de ucranianos e políticos europeus, que criticaram António Guterres por receber Sergei Lavrov.
Os detalhes do encontro entre ambos os líderes vieram da parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, que, na quarta-feira, no seu 'site', divulgou uma fotografia do aperto de mãos entre Guterres e Lavrov, gerando reações adversas nas redes sociais.
"Inacreditável", escreveu na plataforma X (antigo Twitter) o ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, partilhando também ele uma fotografia do momento do aperto de mãos.
O deputado neerlandês Ruben Brekelmans foi outro dos políticos a juntar-se às críticas, considerando o momento "uma chapada na cara dos ucranianos".
"Dia 700 da guerra de agressão russa na Ucrânia, com mais um bombardeamento de alvos civis. Ótima oportunidade para Guterres tirar uma bela foto com Lavrov. Completamente desnecessário e uma chapada na cara dos ucranianos", avaliou.
De acordo com o Governo russo, o encontro aconteceu na terça-feira e resultou numa "discussão substantiva sobre vários aspetos da cooperação entre a Rússia e a ONU, assim como sobre questões-chave da agenda internacional".
"Ambas as partes salientaram a importância de reforçar ainda mais o papel central de coordenação das Nações Unidas na política global, tendo em conta toda a gama de opiniões dos seus Estados-membros", diz o comunicado.
Serguei Lavrov também "enfatizou que é imperativo que todos os membros do Secretariado da ONU observem rigorosamente os princípios de imparcialidade e equidistância, em total conformidade com a Carta da ONU", tratado fundamental das Nações Unidas que a Rússia é acusada de romper com a invasão da Ucrânia.
O encontro entre os dois líderes já havia sido anunciado na semana passada pelo porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, que, na ocasião, não adiantou os assuntos que seriam abordados. Contudo, ao longo dos três dias que passou em Nova Iorque, Lavrov participou em reuniões sobre as guerras no Médio Oriente e na Ucrânia e manteve reuniões bilaterais e entrevistas.
Entre os ucranianos a quem este encontro não agradou está Anton Gerashchenko, antigo conselheiro do Ministério da Administração Interna da Ucrânia, que questionou: "Como é que um representante de um Estado terrorista assassino é aceite na ONU ao mais alto nível?".
Lavrov aproveitou a sua passagem pelas Nações Unidas, concluída na quarta-feira, para reiterar críticas à Ucrânia e Estados Unidos, mas também para tentar 'sossegar' os países-membros quanto às intenções de Moscovo.
O ministro advogou que a Rússia não tem a necessidade de atacar ninguém, considerando que declarações feitas em sentido contrário por vários políticos europeus e da NATO são "absurdas".
Sobre o conflito em Gaza, Serguei Lavrov rejeitou a utilidade de uma conferência de paz no Médio Oriente e disse que seria "uma perda de tempo" se não for alcançada através de uma união prévia de todas as alas palestinas.
Serguei Lavrov aproveitou ainda a atenção internacional para acusar a Ucrânia de um "ataque terrorista" ao abater um avião militar russo que transportaria dezenas de soldados ucranianos capturados para uma troca de prisioneiros.
O ministro anunciou que Moscovo convocou uma sessão de emergência no Conselho de Segurança da ONU sobre o incidente, prevista para se realizar na tarde de hoje.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Leia Também: Israel acusou hoje a Organização Mundial de Saúde de conivência com o Hamas, alegando que a OMS ignorou as provas israelitas de que o movimento islamita palestiniano utilizou os hospitais da Faixa de Gaza "para fins terroristas".
Guiné-Bissau apresenta dia 1 candidatura dos Bijagós a Património Mundial
© Lusa
POR LUSA 25/01/24
A Guiné-Bissau vai apresentar a 01 de fevereiro à UNESCO a candidatura dos Bijagós a Património Mundial, numa segunda tentativa de ver reconhecido o valor excecional e universal da biodiversidade das emblemáticas ilhas, foi hoje divulgado.
O anúncio da data da oficialização da candidatura foi feito pela diretora-geral do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas, Aissa Regalla de Barros, numa sessão que juntou várias entidades e representantes das comunidades locais, na sede do instituto em Bissau.
Uma década depois de a primeira candidatura ter sido indeferida pela organização das Nações Unidas para a Cultura, Ciência e Educação (UNESCO, a Guiné-Bissau reviu o processo e elaborou um novo dossiê que concentra o propósito em três das 88 ilhas dos Bijagós, que são parques naturais, concretamente João Vieira e Poilão, Orango e Urok e a ligação entre esses três parques.
A diretora-geral do IPAB explicou à Lusa que as restantes ilhas representam a zona tampão do bem candidato à UNESCO, que reconheceu o conjunto dos Bijagós como Reserva Mundial da Biosfera em 1996.
Os responsáveis guineenses querem conquistar o estatuto de Património Mundial concentrando-se na zona mais relevante do ponto de vista da biodiversidade nas ilhas e ilhéus onde desovam tartarugas, habitam hipopótamos e se alimentam aves migratórias.
A candidatura será entrega na sede da UNESCO, em Paris, a 01 de fevereiro pelo ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, pela diretora-geral do IBAP e pela Embaixada da Guiné-Bissau em França.
O dossiê "já foi finalizado, está na fase de tradução de português para francês e, na segunda-feira 29 de janeiro" estará pronto para a entrega oficial, segundo Aissa de Barros.
A diretora-geral do IPAB esclareceu que nesta candidatura tentaram evitar abarcar toda a Reserva da Biosfera que abrange as 88 ilhas.
"Era uma zona muito vasta e temos, a nível económico, muita pouca capacidade de gestão de área, por isso é que nós nos concentramos nas áreas protegidas e em dois corredores de conectividade entre essas áreas porque houve estudos científicos que demonstraram que algumas espécies utilizam esses corredores", sustentou.
Esta candidatura a Património Mundial dos "ecossistemas costeiros e marinhos do arquipélago dos Bijagós" é, segundo disse, "muito mais robusta" que a indeferida em 2013.
Foram trabalhadas as 12 recomendações anteriores da UNESCO em relação ao limite do bem candidato, ao estatuto jurídico, à governação, ao desenvolvimento de outros setores e das ameaças, assim como ao envolvimento de todas as estruturas guineenses no processo de elaboração do processo.
"Criámos um comité de pilotagem, fizemos várias reuniões setoriais e com as comunidades, principalmente as comunidades Bijagós para que saibam o que é um sítio de património e porque é que queremos apresentar a candidatura à lista do património mundial", referiu.
Nas comunidades persistem dúvidas, nomeadamente entre os pescadores, às quais responde que vão "continuar as negociações, as discussões com os diferentes atores para ver onde é que a pesca é permitida, que tipo de engenho deve ser utilizado".
A diretora-geral salientou que foi retirada da candidatura "a parte terrestre porque existem atividades ligadas à agricultura, cajucultura" e por entenderem que "era mais viável porque o valor excecional de valor universal também se concentra mesmo nos mangais, nas espécies migradoras e nas interações ecossistémicas existentes dentro da parte marinha e costeira".
Os três parques naturais abrangidos são apontados como "a parte central da biodiversidade", como "zonas que permitem uma grande produtividade, que têm impactos além-fronteira".
Servem de "zona de alimentação para as aves que vêm de longe, às comunidades, às pescas", e permitem "a reprodução de um ciclo importante da biodiversidade ameaçada, como as tartarugas marinhas, tubarões e raias".
Estão, também, na rota migratória de aves do Atlântico Leste.
O arquipélago dos Bijagós é uma parte do território marinho e costeiro da Guiné-Bissau, constituída por 88 ilhas e ilhéus, 20 das quais habitadas, numa extensão de 2,6 quilómetros quadrados, albergando cerca de 33 mil habitantes.
Leia Também: Reforçado apoio alimentar às crianças das escolas da Guiné-Bissau
HUMAN RIGHTS WATCH: Ataques com drones contra civis mataram 60 pessoas no Burkina Faso
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POR LUSA 25/01/24
Três ataques de drones militares no Burkina Faso, que o Governo alegou terem como alvo fundamentalistas islâmicos, mataram pelo menos 60 civis em dois mercados e num funeral desde agosto, denunciou hoje a organização Human Rights Watch (HRW).
"O exército do Burkina Faso usou uma das armas mais precisas do seu arsenal para atacar grandes grupos de pessoas, causando a perda de numerosas vidas civis em violação das leis da guerra", disse Ilaria Allegrozzi, investigadora sénior da HRW para o Sahel.
Para esta ONG dedicada à promoção dos direitos humanos, "o Governo deve investigar com urgência e imparcialidade estes aparentes crimes de guerra, responsabilizar os culpados e prestar apoio adequado às vítimas e às suas famílias", refere-se no comunicado.
Na sua investigação, que ocorreu de setembro a novembro, a HRW entrevistou 30 pessoas por telefone e pessoalmente, incluindo 23 testemunhas dos ataques, e sete membros de organizações não-governamentais nacionais e internacionais. A ONG analisou, ainda, 11 fotografias e um vídeo enviados diretamente aos investigadores por testemunhas que mostram pessoas feridas e o rescaldo dos ataques, e três vídeos publicados online que mostram os ataques de drones, bem como imagens de satélite dos três locais.
Após concluírem a hipótese de se estar perante um crime de guerra, em 20 de dezembro, a Human Rights Watch enviou uma carta ao ministro da Justiça do Burkina Faso, partilhando as suas conclusões e solicitando respostas. A Human Rights Watch não recebeu qualquer resposta.
A organização documentou vítimas e danos consistentes com os efeitos de explosão e fragmentação criados pelo uso dessas munições guiadas em concentrações de pessoas, mas os meios de comunicação social controlados pelo Governo afirmaram que os três ataques mataram combatentes islamistas e não fizeram qualquer referência a vítimas civis.
As violações das leis da guerra cometidas com intenção criminosa, ou seja, deliberadamente ou de forma imprudente, são crimes de guerra. A utilização de armas de alta precisão, como os drones Bayraktar TB2 com bombas guiadas por laser, sugere fortemente que os mercados e os funerais eram os alvos pretendidos.
"As forças armadas do Burkina Faso efetuaram repetidamente ataques com drones em áreas com muita gente, com pouca ou nenhuma preocupação com os danos causados aos civis", afirmou Allegrozzi. "Os governos que transferem armas para o Burkina Faso que os militares utilizam com flagrante desrespeito pela vida dos civis arriscam-se a ser cúmplices de crimes de guerra", acrescentou.
O Burkina Faso, governado por uma junta militar desde o golpe de Estado de janeiro de 2022 contra o então Presidente Roch Marc Kaboré, tem vivido numa insegurança crescente desde 2015.
A junta militar no poder naquele país é agora liderada por Ibrahim Traoré, que protagonizou em setembro uma revolta, considerada como um golpe 'palaciano', contra o que até então era o seu líder, Paul-Henri Sandaogo Damiba.
Os ataques contínuos no país, levados a cabo tanto pela filial da Al-Qaida como pelo Estado Islâmico na região, também contribuíram para aumentar a violência intercomunitária e fizeram surgir grupos de autodefesa.
A deterioração da segurança causou uma onda de deslocados internos e refugiados para outros países da região.
Ministro israelita responsabiliza o Qatar pelo ataque de 7 de outubro
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POR LUSA 25/01/24
O ministro das Finanças de Israel, de extrema-direita, acusou hoje o Qatar, um dos principais intervenientes nas negociações com o movimento palestiniano Hamas, de ser responsável pelo atentado de 07 de outubro do ano passado.
"O Qatar é um país que apoia e financia o terrorismo", afirmou Bezalel Smotrich, acusando diretamente Doha.
O emirado "é o patrocinador do Hamas e é o principal responsável pelos massacres cometidos pelo Hamas contra cidadãos israelitas", declarou ainda , líder do partido Sionismo Religioso que integra o Governo de Israel.
"Uma coisa é certa: o Qatar não se envolverá de forma alguma no que acontecer em Gaza depois da guerra", acrescentou o ministro através de uma mensagem divulgada através da rede social X.
O debate em Israel sobre a melhor forma de garantir a libertação dos reféns ainda detidos pelo Hamas está a aumentar à medida que as operações militares se intensificam no sul da Faixa de Gaza.
O Qatar, o Egito e os Estados Unidos estão a tentar mediar a situação para obter uma nova trégua, permitir a libertação dos reféns ainda detidos e fornecer mais ajuda humanitária ao território palestiniano.
Na quarta-feira, o Canal 12 de Israel difundiu uma gravação de um diálogo do primeiro-ministro israelita com familiares dos reféns, na qual Benjamin Netanyahu descreve o papel de Doha como "problemático".
"Não tenho ilusões em relação a eles", declarou Netanyahu no mesmo registo sonoro, acusando o emirado de financiar o movimento islamita palestiniano.
O Qatar disse estar "chocado, classificando os comentários de Netanyahu como "irresponsáveis e prejudiciais aos esforços para salvar vidas inocentes".
Doha acolhe a liderança política do Hamas e, nos últimos anos, concedeu centenas de milhões de dólares em ajuda destinada à população de Gaza, que está sob o controlo do movimento desde 2007.
A guerra em curso foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, a 07 de outubro do ano passado, que causou a morte de mais de 1.140 pessoas, na maioria civis, segundo uma contagem da agência France-Presse (AFP) com base em dados oficiais.
Cerca de 250 pessoas foram raptadas, das quais uma centena foi libertada no final de novembro durante uma trégua.
De acordo com a mesma contagem da AFP, 132 reféns ainda se encontram no território e 28 dos quais terão morrido.
Israel jurou aniquilar o Hamas e lançou uma vasta operação militar que matou 25.700 palestinianos, na maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde do movimento que controla o enclave.
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Comunicado do Conselho de Ministros_25.01.24.
China condena passagem de contratorpedeiro dos EUA por Estreito de Taiwan
© Gallo Images / Orbital Horizon/Copernicus Sentinel Data 2019
POR LUSA 25/01/24
A China condenou hoje a passagem de um contratorpedeiro norte-americano pelo Estreito de Taiwan como uma provocação que "prejudica a paz e a estabilidade" na região, afirmando que as suas forças militares monitorizaram o navio e responderam aos movimentos.
"O [contratorpedeiro] Arleigh Burke USS John Finn navegou pelas águas do Estreito de Taiwan em 24 de janeiro com o objetivo de provocar problemas e procurar notoriedade", disse hoje o porta-voz Shi Yi, numa declaração publicada na conta oficial do Teatro de Operações Oriental do exército chinês na rede social Weibo.
Shi disse que o Exército de Libertação Popular da China organizou tropas para seguir e avistar o navio norte-americano e atuou "de acordo com a lei e os regulamentos".
O porta-voz acusou os EUA de "frequentes atos de provocação" que "minam maliciosamente a paz e a estabilidade regionais". Ele assegurou ainda que as forças do Comando do Teatro Oriental da China estão "sempre em alerta" e "defenderão resolutamente a soberania e a segurança nacionais e a paz e a estabilidade regionais".
O porta-voz do ministério da Defesa chinês, Wu Qian, afirmou hoje que as Forças Armadas chinesas efetuaram recentemente patrulhas conjuntas de rotina no espaço aéreo e marítimo em torno de Taiwan.
O porta-voz afirmou que os exercícios militares têm como objetivo "elevar o nível de treino realista das tropas e reforçar a capacidade de defender a soberania e a integridade territorial do país".
Wu sublinhou que a situação real no Estreito de Taiwan é que "a soberania e o território da China nunca foram divididos, e o estatuto legal e o facto de Taiwan fazer parte da China nunca mudaram".
A passagem do USS John Finn pelo Estreito de Taiwan marca o primeiro movimento de um navio de guerra norte-americano na zona desde 13 de janeiro, data em que se realizaram eleições presidenciais na ilha, nas quais o candidato o atual vice-presidente William Lai venceu com 40% dos votos.
A questão de Taiwan é uma das principais fontes de conflito entre a China e os Estados Unidos, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar no caso de um conflito militar com a República Popular da China.
Pequim considera Taiwan uma província rebelde desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para lá em 1949, depois de terem perdido a guerra civil contra o exército comunista.
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Kim jong-Un admite "fracasso" na gestão económica da Coreia do Norte
SIC Notícias 25/01/2024
O líder da Coreia do Norte assumiu que o Governo não consegue garantir as "necessidades básicas de vida" à população, principalmente em áreas rurais. Defendeu um investimento na indústria regional como forma de resolver a situação.
O líder da Coreia do Norte, Kim jong-Un, reconhece que o país está a atravessar uma situação económica terrível e que o Governo não está a ser capaz garantir as necessidades básicas de grande parte da população.
“Hoje, o fracasso em fornecer satisfatoriamente às pessoas, nas áreas locais, as necessidades básicas de vida, incluindo condimentos, alimentos e bens de consumo, surge como uma questão política séria que o nosso partido e Governo nunca poderão evitar”, disse Kim jong-Un durante a reunião da cúpula do partido no poder no país.
O líder norte-coreano diz que é preciso avançar com vários planos para desenvolver a economia na próxima década, principalmente nas zonas fora da capital Pyongyang.
Kim jong-Un sublinhou que “a economia regional em geral se encontra numa situação terrível, sem condições elementares” e com “graves desequilíbrios e enormes disparidades entre as regiões em termos de circunstâncias geográficas, potencial económico e condições de vida” é preciso “garantir que novas fábricas industriais regionais modernas sejam construídas em todas as cidades e condados do país”.
A Coreia do Norte tem sofrido vários momentos de escassez alimentar ao longo das últimas décadas, uma situação que foi também agravada pela pandemia de covid-19. A reabertura do comércio com a China poderá ajudar a superar esta escassez.
Pegadas humanas mais antigas no norte de África descobertas em Marrocos
© Scientific Reports
POR LUSA 25/01/24
Uma equipa de investigadores marroquinos, espanhóis e franceses encontraram 85 pegadas humanas com 100 mil anos numa praia rochosa de Larache, no norte de Marrocos, sendo as mais antigas impressões fossilizadas no norte da África e sul do Mediterrâneo.
As pegadas são de Homo Sapiens e foram deixadas por pelo menos cinco indivíduos, entre crianças, adolescentes e adultos, referiu, em comunicado, o chefe da equipa de investigação, Mouncef Sedrati, diretor do laboratório Geo-Ocean da Bretagne Sud University.
Segundo Sedrati, estas pegadas estão orientadas principalmente para o mar e dão uma ideia de como deve ter sido a procura de recursos marinhos pelos Homo Sapiens que habitaram a costa de Larache há 100 mil anos, noticiou a agência Efe.
As pegadas foram descobertas a algumas centenas de metros acima do nível do mar e estavam distribuídas por uma superfície rochosa com cerca de 2.800 metros quadrados que não possuía material arqueológico ou paleoantropológico, pode ler-se no comunicado, que adianta que esta investigação foi publicada na terça-feira na revista científica Nature.
"Estas pegadas surgiram na orla marítima de um banco de areia que formava a parte superior da praia há cerca de 100 mil anos. Foram então rapidamente preservadas graças a uma camada de sedimentos finos durante uma fase de ondas baixas combinada com um período de maré baixa", frisou Sedrati, citado na nota de imprensa.
O investigador marroquino sublinhou ainda a necessidade de preservar este património "mesmo que esteja ameaçado pela subida do nível do mar".
Sedrati destacou ainda que acredita que a curto prazo serão descobertos outros vestígios, à medida que os sedimentos forem sofrendo erosão.
Supremo Tribunal dos EUA autoriza a primeira execução com gás nitrogénio
© iStock
POR LUSA 25/01/24
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos autorizou quarta-feira a primeira execução com gás nitrogénio do país, prevista para quinta-feira no Alabama, perante críticas internacionais para que as autoridades americanas intervenham a tempo.
Kenneth Eugene Smith, de 58 anos, condenado à morte por um homicídio em 1988, travou uma batalha legal para impedir a sua execução por este método nunca antes testado, alegando que está a ser tratado como uma cobaia. No entanto, o Supremo Tribunal recusou dar provimento aos argumentos de Smith, que deve ser executado na quinta-feira, após as 18h00 locais (00h00 de sexta-feira em Lisboa).
A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, afirmou estar "seriamente preocupada" com o novo método e apelou ao estado do Alabama para que "suspenda a execução" e "se abstenha de efetuar mais execuções deste tipo".
A Amnistia Internacional, por sua vez, advertiu que "este novo método não testado pode ser extremamente doloroso" para o prisioneiro, "em violação dos tratados internacionais de direitos humanos que os Estados Unidos ratificaram".
O Estado do Alabama, que trabalha há anos num protocolo para matar com esta nova técnica de asfixia por azoto, argumentou em tribunal que se trata do "método de execução mais indolor e humano que se conhece".
Os reclusos serão equipados com uma máscara que substitui o oxigénio por gás nitrogénio, o que, em teoria, provocará a morte em poucos minutos.
Mas este argumento não convenceu a defesa de Smith, que, depois de um juiz federal ter dado luz verde à execução na semana passada, interpôs recursos para o Tribunal de Recurso do 11º Circuito e para o Supremo Tribunal, alegando que o seu cliente é uma cobaia. Ao contrário do Supremo Tribunal, o Tribunal de Recurso ainda não tomou uma decisão.
Nos casos de execução, é comum os juízes só se pronunciarem no último minuto ou mesmo depois da hora marcada para a execução.
O Alabama é o primeiro estado a desenvolver uma alternativa às injeções letais - o método mais comum nas últimas décadas -, dada a dificuldade para adquirir os medicamentos nos últimos anos, devido à recusa das empresas farmacêuticas em utilizá-los para este fim.
Smith está no corredor da morte pelo assassinato, em 1988, de uma mulher, Elizabeth Sennett, em nome do marido, Charles Sennett, que procurava obter uma indemnização. Smith e um cúmplice, John Forrest Parker, receberam 1.000 dólares cada um.
Charles Sennett cometeu suicídio uma semana após o crime, quando se apercebeu que era considerado suspeito pelas autoridades, enquanto Parker foi também condenado à morte e executado em 2010 por injeção letal.
O Alabama tentou executar Smith em novembro de 2022, mas não foi possível inserir as injeções intravenosas. No âmbito de um acordo de confissão subsequente, o Alabama comprometeu-se a nunca mais tentar matar Smith por injeção letal.
A defesa argumenta que o seu direito a não ser sujeito a penas cruéis, consagrado na Oitava Emenda da Constituição, foi violado.
Rússia: único adversário espera que presidenciais sejam "início do fim de Putin"
Por SIC Notícias 25/01/2024
Boris Nadezhdine, pouco conhecido do grande público, tem despertado um entusiasmo inesperado nos últimos dias. Um segundo lugar atrás de Putin significará "um país completamente diferente" na ressaca das eleições.
O único opositor à ofensiva na Ucrânia a tentar avançar com uma candidatura às presidenciais de março na Rússia frisou que espera que estas eleições marquem o "início do fim" para o atual chefe de Estado Vladimir Putin.
Boris Nadezhdine, pouco conhecido do grande público, tem despertado um entusiasmo inesperado nos últimos dias, noticiou a agência France-Presse (AFP).
Dezenas de milhares de russos mobilizaram-se para assinar a petição necessária para registar a sua candidatura à votação, que decorrerá durante três dias, de 15 a 17 de março.
Tem poucas ilusões, pois a reeleição de Putin, no poder desde 2000, parece óbvia.
"Sei muito bem que será difícil derrotar Putin em 17 de março deste ano. A força está do seu lado, o sistema de segurança está do seu lado e um número significativo de pessoas que nunca viram nada além de Putin na televisão está do lado dele", salientou o opositor, de 60 anos.
“Talvez o fim, o início do fim da era Putin”
"Mas espero que o dia 17 de março marque talvez o fim, o início do fim da era Putin", acrescentou, numa entrevista à AFP na sua habitação, num edifício soviético da década de 1980, em Dolgoproudny, um pequena cidade a vinte quilómetros de Moscovo, onde era autoridade local eleita.
Para Boris Nadezhdine, um segundo lugar atrás de Putin significará "um país completamente diferente" na ressaca das eleições.
"Serei alguém apoiado por dezenas de milhões de pessoas", lembrou, explicando que avançou para a candidatura em outubro porque nenhuma figura mais famosa que ele arriscou.
Segundo o opositor, se cerca de 120 mil russos assinaram a sua petição de apoio, é porque um grande segmento da população quer mudança.
E assinar a favor da sua candidatura é uma forma legal de protestar num país onde a repressão impiedosa recaiu sobre os críticos do Kremlin, especialmente desde que o ataque à Ucrânia começou, há dois anos.
"Sou o único candidato ainda na disputa que critica sistematicamente as políticas do Presidente Putin e que é a favor do fim da operação militar especial", realçou, utilizando a expressão necessária para se referir à ofensiva na Ucrânia, pois os termos 'guerra' e 'invasão' são puníveis com prisão.
O opositor garante que, como presidente, poria fim ao conflito, negociaria uma solução com Kiev e também com o Ocidente, poria fim à militarização da Rússia e libertaria "todos os presos políticos".
No entanto, não comenta o futuro dos territórios ucranianos, cerca de 20% do país, dos quais Putin reivindicou a anexação.
Surpreendido com o apoio, este antigo conselheiro de Boris Nemtsov, um opositor assassinado em 2015, questionou qual seria a dimensão se pudesse falar nas televisões.
Nadejdine tem até 31 de janeiro para apresentar pelo menos 100.000 assinaturas de apoio à Comissão Eleitoral, mas esta pode rejeitar a sua candidatura se considerar que estas listas de apoio são erradas ou falsificadas.
Opositor de Putin desde 2003, Boris Nadejdine diz não ter confiança no sistema eleitoral, mas observou que quanto mais cidadãos votarem, mais difícil será falsificar o resultado.
"Não conheço outra boa maneira senão as eleições para mudar um país, para mudar o poder".
Questionado sobre a razão pela qual não foi alvo da máquina repressiva russa, Nadezhdine diz que não sabe, mas assume que o Kremlin não o vê como uma ameaça.
"Acho que eles sabem quem eu sou e aparentemente não me consideram uma ameaça terrível. Mas só posso presumir", referiu.