quinta-feira, 27 de abril de 2023

GUERRA NA UCRÂNIA: Putin manda criar museus sobre invasão russa da Ucrânia

© GAVRIIL GRIGOROV/SPUTNIK/AFP via Getty Images

POR LUSA  27/04/23 

O Presidente Rússia, Vladimir Putin, decidiu hoje criar museus que incluam os principais momentos da invasão russa na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.

Putin deu aos ministérios da Cultura e da Defesa, entre outros, um prazo até ao final do ano para constituir esses museus, segundo o Kremlin.

Os museus devem incluir não apenas os principais momentos do que Moscovo chama "operação militar especial", mas também "os feitos dos seus participantes".

O líder do Kremlin também ordenou a avaliação da recolha de objetos ligados à guerra a destinar a esses novos centros supostamente culturais.

Putin sustenta que a intervenção militar no país vizinho permitirá restaurar a justiça, pois considera que tanto a península da Crimeia, anexada em 2014, como as quatro regiões ucranianas incorporadas em setembro de 2022 em referendos também não reconhecidos, são territórios históricos da Rússia.

Embora o Presidente da Rússia considere os objetivos traçados nesta campanha como nobres, o Exército russo não revela as baixas nas suas fileiras - estimadas em dezenas de milhares - e permitiu que o grupo mercenário Wagner usasse ex-presidiários nas suas unidades de assalto, em concreto em Bakhmut (leste da Ucrânia), onde se trava uma sangrenta batalha há longos meses.

As tropas russas e o grupo Wagner são acusados ??de crimes de guerra e o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão contra Putin devido à transferência forçada de crianças ucranianas para a Rússia.

Recentemente, o Ministério da Educação anunciou o desenvolvimento de um novo manual de história para o último ano do ensino médio com capítulos dedicados à campanha na Ucrânia.

A imprensa independente denunciou que as referências positivas à Ucrânia desapareceram em várias descrições históricas, especialmente a "Rússia de Kiev", o primeiro reino eslavo medieval e que tanto russos como ucranianos consideram o precursor original dos respetivos estados.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.574 civis mortos e 14.441 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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Entrega dos materiais para campanha eleitoral, nas diferentes Sedes do Círculo/28.

Por Movimento Flor de Esperança de C/28   Bxo:27.04.2023

Conheça a primeira cerveja em pó do mundo

Primeira cerveja em pó do mundo, produzida na Alemanha. Foto: Reuters

Por terra.com.br

Cervejaria alemã, Klosterbrauerei Neuzelle, foi a responsável pelo feito; saiba detalhes

Já possuímos café instantâneo, suco instantâneo e agora, para a surpresa (ou espanto) dos cervejeiros, temos também a cerveja instantânea. 

Uma cervejaria monástica chamada Klosterbrauerei Neuzelle, perto de Munique, na Alemanha, afirma ter criado a primeira cerveja em pó do mundo. Segundo matéria do News Atlas, tudo que você precisa fazer é colocar algumas colheres de pó em um copo, adicionar água e mexer. O mais impressionante é que até colarinho ela tem.

A cerveja em pó está em seu último estágio de desenvolvimento e, por enquanto, ainda é sem álcool. Mas, depois de dois anos de pesquisa, é esperado que esteja pronta para o mercado até o final de 2023.

Apesar de ser zero álcool, a bebida é rica em dextrina, fabricada segundo métodos convencionais e depois é processada e transformada numa cerveja em pó ou granulada, solúvel em água.

Para os curiosos, Stefan Fritsche, gerente geral da Klosterbrauerei Neuzelle, contou para o site Metro UK que a cerveja “tem gosto de uma Pilsner. E depois vai ter gosto de Schwarze Abt, de Bockbier”. E ainda afirmou: “queremos fazer praticamente tudo em forma de pó”.

Uma cerveja mais sustentável

De acordo com Stefan Fritsche a cerveja em pó tornaria água, garrafas, engradados e barris obsoletos na logística internacional de cerveja, o que faria com que o peso e o consumo de combustível reduzirem consideravelmente. Ele ainda afirma que segundo os cálculos da cervejaria, com essa nova forma de consumir cerveja seria possível economizar cerca de 3 a 5 por cento das emissões de CO2 apenas na Alemanha.

“Bilhões de litros de água são transportados para consumidores em todo o mundo, porque a cerveja é composta por até 90% de água. Do ponto de vista ambiental, já estamos economizando no transporte, mas ainda não no uso de recursos e nos custos de produção”.

“Sabemos que os apreciadores e entusiastas da cerveja, especialmente na Alemanha, ficarão desconfiados em relação ao nosso produto no início”, disse o gerente geral.

“Não se trata apenas de lançar um novo produto no mercado, mas de interromper o modelo de negócio de cerveja. Portanto, não vemos nosso principal grupo-alvo principalmente como o clássico consumidor final alemão, mas como revendedores globais, que não precisam necessariamente ter conhecimento em fabricação de cerveja, mas que podem tornar os grânulos adequados para a aplicação do consumidor final”.

O intuito da cervejaria é começar a enviar a bebida em pó para mercados distantes, como Ásia e África, onde estima-se que os custos com transporte são mais altos e o preconceito com a cerveja em pó, provavelmente, será menor que na Alemanha, que possui consumidores muito tradicionais e conservadores quando o assunto é cerveja.

Não há previsão para a chegada do produto ao Brasil. Porém, se a cerveja em pó fizer sucesso deve vir para o nosso país, já que possuimos um grande mercado consumidor para a bebida. Segundo levantamento da empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International, para o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), o consumo de cerveja no Brasil cresceu 8% no último ano, alcançando o volume de quase 16 bilhões de litros a mais que os 7,7% de 2021. 


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Processo eleitoral: SOCIEDADE CIVIL PREOCUPADA COM AS DECLARAÇÕES DOS LÍDERES PARTIDÁRIOS

Por  JORNAL ODEMOCRATA  27/04/2023 

O porta-voz do Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil, Gueri Gomes Lopes, disse esta quinta-feira, 27 de abril de 2023, que está preocupado com as declarações de líderes partidários carregadas de elevada dose de intolerância, o que poderá pôr em causa a paz social e incentivar atitudes de violência no período eleitoral e, consequentemente, beliscar a reputação da Guiné-Bissau que tem granjeado apoios por conduzir os seus processos eleitorais na base da paz com valores e princípios democráticos.

Na sua comunicação à imprensa realizada na casa dos direitos, à margem do fórum das organizações da sociedade civil que visou analisar a atual situação política, Gueri Lopes apelou aos líderes dos partidos políticos para a maior contenção e tolerância nas suas comunicações, investindo mais nos seus projetos de desenvolvimento.

Neste particular, exortou os órgãos responsáveis pela gestão do processo eleitoral a conduzi-lo com maior responsabilidade, transparência e imparcialidade, para que no final deste processo seja garantida a estabilidade política e governativa.

“Queremos que o processo eleitoral que se avizinha corra na maior tranquilidade. Ao poder judicial alertamos que desempenhe plenamente o seu importante papel no processo eleitoral.

Aos órgãos de comunicação social, Gueri Lopes pediu maior colaboração em não passar as mensagens que possam criar instabilidade ou que ponham em causa a união durante o período das eleições.

Por: Epifânia Mendonça

Foto: EM

Forças ucranianas terão tentado assassinar Putin no domingo... O alvo seria um parque industrial recém-construído, perto de Moscovo, que Putin deveria visitar.

© Reuters

Notícias ao Minuto  27/04/23 

Os serviços secretos da Ucrânia terão tentado assassinar o presidente russo, Vladimir Putin, no passado domingo, com recurso a um drone kamikaze.

Ainda que falhada, esta alegada tentativa de assassinato está a ser encoberta pelo Kremlin, segundo avançou o jornal alemão Bild, na quarta-feira.

O alvo seria um parque industrial recém-construído, perto de Moscovo, que Putin deveria visitar.

Aliás, segundo os meios de comunicação russos, um drone UJ-22 terá caído perto de Voroskogo, a cerca de 20 quilómetros do Parque Industrial Rudnevo.

De acordo com o Kremlin, Putin estaria a planear uma visita ao local, tendo transeuntes publicado imagens nas redes sociais dos preparativos, que incluíram pintar o terreno de verde e aplicar uma camada de cimento em frente ao edifício principal.

Contudo, o dia da visita do chefe de Estado não era claro e, até agora, Putin não visitou o local.

Além disso, o ativista ucraniano Yuriy Romanenko revelou, na rede social Twitter, que os “oficiais de inteligência receberam informações sobre a viagem de Putin ao Parque Industrial Rudnevo”, planeando, assim, o ataque.

“Quando, de manhã, se ficou a saber do lançamento do drone no Kremlin, começou uma grande confusão. [Dmitry] Peskov deu conta da nova agenda de Putin – que trabalharia no Kremlin”, complementou.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.534 civis desde o início da guerra e 14.370 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.


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Mali recebe equipamento militar chinês comprado com orçamento

© Shutterstock

POR LUSA  27/04/23 

A junta do Mali recebeu hoje um raro lote de equipamento militar da China, "adquirido exclusivamente a partir do orçamento militar" do país, disse o ministro da Defesa, Sadio Camara, numa cerimónia oficial no campo de Kati.

O Mali vive uma grande instabilidade desde 2012 com a propagação do terrorismo e uma grave crise de segurança, política e humanitária. Os coronéis que tomaram o poder pela força em 2020 romperam a aliança militar com a França e os seus parceiros em 2022 e voltaram-se para a Rússia.

As entregas de equipamento militar russo aconteceram em março e agosto de 2022 e em janeiro de 2023. Em março, o exército do Mali recebeu vários aviões da Rússia e 'drones' da Turquia. As entregas de armas da China são mais raras.

"Peço-lhe que transmita às mais altas autoridades do seu país os sinceros agradecimentos do povo maliano", disse o ministro Sadio Camara ao encarregado de negócios chinês, na presença do líder da junta militar no poder no Mali, coronel Assimi Goita.

"A qualidade do vosso equipamento e as competências dos instrutores que colocam à nossa disposição para nos formar, aceleram a ascensão e a capacitação das forças armadas do Mali", acrescentou.

A entrega de hoje é constituída por veículos blindados e táticos, camiões logísticos, ambulâncias médicas, armas individuais e coletivas, e equipamento individual para combatentes, especificou Sadio Camara.

A junta afirma ter tomado a iniciativa contra os terroristas, mas especialistas contestam as suas decisões militares.


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Contraofensiva ucraniana contra tropas russas já "avança lentamente"

© Mustafa Ciftci/Anadolu Agency via Getty Images

POR LUSA  27/04/23 

A esperada contraofensiva da Ucrânia contra as forças russas "já avança lentamente, com passos pequenos mas seguros", afirmou hoje a porta-voz do Comando Sul do Exército Ucraniano.

A Ucrânia está atacar a logística das forças russas na margem esquerda do rio Dnieper, uma estratégia que já funcionou no final do ano passado, na reconquista de Kherson, região sul, mas as autoridades ucranianas tentam ao mesmo tempo gerir as expectativas de sucesso.

Nataliya Humeniuk, porta-voz do Comando Sul do Exército Ucraniano, garantiu que as forças ucranianas minam as capacidades de combate do inimigo, destruindo os seus depósitos de munições e pontos de concentração de militares.

Segundo a porta-voz, estas atividades já fazem parte das ações no âmbito da contraofensiva "que todos esperam".

O Instituto para o Estudo da Guerra norte-americano (ISW) também indicou que o contra-ataque ucraniano possivelmente já está em andamento na margem esquerda do rio Dnieper, para onde as tropas russas se retiraram em novembro.

No entanto, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, já veio a público conter as expectativas da contraofensiva.

"Toda a gente quer uma nova vitória, que antes não se acreditava. Antes, queriam que a Ucrânia sobrevivesse de alguma forma e pelo menos parte do país fosse preservada", afirmou ao canal RBC Ucrânia.

Após vários sucessos, inclusive em Kharkiv e Kherson, todos "querem outra vitória", afirmou Reznikov, frisando que "é normal, são emoções e esperanças de sucesso".

O Washington Post informou anteriormente, com base em dados dos serviços de informações dos Estados Unidos tornados públicos, que a contraofensiva ucraniana poderia terminar com "ganhos territoriais moderados".

Entretanto, Moscovo, segundo o mesmo jornal, poderá financiar a guerra "pelo menos mais um ano".

Ao mesmo tempo, de acordo com o comandante do Comando Supremo Aliado na Europa, Christopher G. Cavoli, as forças ucranianas estão agora em "boa posição" para contra-atacar.

Segundo fontes russas, Kiev planeia contra-atacar também na região de Zaporijia, no sul do país.

Ao mesmo tempo, antes de partir para o ataque, as Forças Armadas ucranianas "pretendem realizar uma série de manobras de distração", disse Vladimir Rogov, líder do movimento "Juntos com a Rússia" em Zaporijia.

Segundo Rogov, o golpe principal será na parte central da frente de Zaporijia, entre as cidades de Orekhov e Guliaipolé, a que se seguirá um ataque na parte ocidental da região.

Entretanto, o líder russo de Donetsk (leste), Denis Pushilin, afirmou que as forças de Moscovo tomam "medidas exaustivas" para que o "inimigo não consiga nada" durante a contraofensiva.

Pushilin também se referiu à possível data para o início do contra-ataque e duvidou que seja no início de maio, como sugerido anteriormente pelo chefe do grupo mercenário Wagner.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse hoje que os estados-membros da Aliança e os países parceiros entregaram mais de 98% dos veículos de combate prometidos à Ucrânia.

O dirigente norueguês explicou que a percentagem se traduz em mais de 1.550 viaturas blindadas, 230 tanques e outros equipamentos, incluindo grandes quantidades de munições.

Stoltenberg acrescentou que mais de nove novas brigadas blindadas ucranianas foram treinadas e equipadas, o que coolocará a Ucrânia "numa posição forte para continuar a retomar o território ocupado".

No plano político, o Kremlin negou hoje que a conversa entre os presidentes da China, Xi Jinping, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, vá influenciar os objetivos da intervenção militar, que já leva 428 dias.

"Congratulamo-nos com tudo o que possa aproximar o fim do conflito e que a Rússia alcance todos os seus objetivos", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.

Por sua vez, Zelensky defendeu após a conversa com Xi que agora há uma oportunidade de usar a influência política de Pequim para restaurar a paz.

"Costuma-se dizer que essas negociações abrem oportunidades. Agora há uma oportunidade de dar um novo impulso às nossas relações: Ucrânia e China", disse o líder ucraniano.


Guiné-Bissau precisa de 3,5 milhões de dólares para viabilizar eleições

© iStock

POR LUSA  27/04/23 

A Guiné-Bissau precisa de 3,5 milhões de dólares para viabilizar as eleições legislativas de 4 de junho e aguarda que a comunidade internacional mobilize este valor, disseram à Lusa fontes ligadas ao processo eleitoral.

Fontes do Governo guineense admitiram à Lusa a existência "desse défice", mas lembraram "o esforço do país" que permitiu suportar, até aqui, 70% de todo o financiamento estimado para a realização de eleições.

Na segunda-feira, o Governo, representado pelo vice-primeiro-ministro, Soares Sambu, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e parceiros internacionais debateram, num comité de pilotagem ao processo eleitoral, a questão do défice do orçamento e solicitaram ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) que contacte a comunidade internacional no sentido de mobilizar e disponibilizar os 3,5 milhões de dólares (cerca de 3,18 milhões de euros).

Fontes do processo eleitoral indicaram à Lusa que o PNUD alertou para a dificuldade em mobilizar aquele valor "em curto espaço de tempo", mas prometeu contactar os parceiros internacionais da Guiné-Bissau no sentido de se encontrar um mecanismo que possa viabilizar as eleições.

As mesmas fontes precisaram à Lusa que um dos mecanismos em análise foi solicitar a Portugal que avançasse com 3,5 milhões de dólares, como parte dos cinco milhões de euros que Lisboa anunciou como apoio orçamental à Guiné-Bissau nos próximos três anos.

Uma fonte da comunidade internacional admitiu à Lusa que o Governo guineense não coloca objeção a este mecanismo desde que seja aprovado por Portugal.

Assim que os parceiros desembolsarem os apoios prometidos para as eleições legislativas guineenses, o PNUD reporia os 3,5 milhões de dólares avançados por Portugal, explicou a mesma fonte.

O argumento do PNUD é de que "tecnicamente é impossível" mobilizar os 3,5 milhões de dólares tendo em conta a data das eleições, 4 de junho, e os atos prévios que devem ser custeados.

Fonte do Governo guineense observou que o cronograma eleitoral "ainda não está em causa", frisando que ainda hoje os cadernos eleitorais foram entregues pelo Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE) à Comissão Nacional de Eleições (CNE) e que Portugal vai enviar "brevemente" alguns materiais para o dia da votação.

Como tem sido hábito nas eleições democráticas na Guiné-Bissau, Portugal disponibiliza boletins de voto, frascos de tinta indelével, formulários de ata síntese, entre outros materiais.

A mesma fonte adiantou que, por outro lado, o PNUD já mandou encomendar, na Dinamarca, as urnas e as cabines de voto e que aqueles materiais deverão chegar à Bissau "proximamente".

O PNUD e o Governo da Guiné-Bissau assinaram em março o Projeto de Apoio ao Ciclos Eleitorais, para o período entre 2023 e 2025, no valor de 5,3 milhões de euros.

As eleições legislativas da Guiné-Bissau estão orçadas em 7,9 mil milhões de francos cfa (cerca de 12 milhões de euros), segundo o ministro das Finanças guineense, Ilídio Té.

De acordo com o ministro, até ao início de fevereiro, o Estado guineenses já tinha disponibilizado 5,7 mil milhões de francos cfa (cerca de 8,6 milhões de euros).

No início de janeiro, o ministro da Administração Territorial, Fernando Gomes, tinha afirmado que o Governo guineense já tinha financiado 70% do valor do orçamento para a realização das eleições legislativas, esperando que os restantes 30% fossem apoiados pelos parceiros internacionais.



"Rússia pode ter esperança de importar russos para áreas da Ucrânia"

© Reuters

Notícias ao Minuto  27/04/23 

O 'think thank' norte-americano Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês) reitera ainda que a ideia de "limpeza étnica" levada a cabo pela Rússia foi confirmada esta semana pela vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Malyar.

O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês) analisou, esta quinta-feira, a "campanha deliberada de despovoamento" que a Rússia parece estar a levar a cabo nas áreas ocupadas da Ucrânia.

De acordo com o 'think thank' norte-americano, tudo indica que Moscovo está também a tentar repovoar estas áreas com cidadãos russos.

"A Rússia pode ter esperança de importar russos para preencher as áreas despovoadas da Ucrânia, por forma a integrar as áreas ocupadas na Rússia, na medida social, administrativa, política e económica", escrevem os responsáveis do ISW num relatório publicado hoje.

Segundo os especialistas, esta estratégia pode "complicar as condições" para a eventual reintegração destes territórios na Ucrânia.

No relatório, o ISW reitera ainda que estas campanhas de despovoamento e repovoamento "podem ser equivalentes a um esforço de limpeza étnica deliberado e uma aparente violação da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio", adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, e em vigor desde o início de 1951.

O 'think thank' nota ainda que esta ideia da "limpeza ética foi confirmada ainda esta semana pela vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Malyar, que, na quarta-feira, referiu que Moscovo "estava a tentar mudar a composição étnica" levando a cabo uma transferência das pessoas mais pobres e que vivem em zonas remotas da Rússia para território ucraniano.

Ainda durante a sua análise, os os analistas referem que comentários feitos por alguns oficiais russos nos últimos tempos continuam a mostram uma "ansiedade generalizada sobre potenciais ações contraofensivas ucranianas".

"A retórica cada vez mais desanimada e em pânico de fugiras proeminentes sugere que o espaço de informação russo ainda não estabelecer uma linha sobre como abordar preocupações significativas e crescentes sobre o futuro", remataram.


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Bissau e Cabo Verde reafirmam vontade de reforçar cooperação na agricultura

© Nações Unidas Cabo Verde / United Nations Cabo Verde

POR LUSA  27/04/23 

Os primeiros-ministros da Guiné-Bissau e de Cabo Verde reafirmaram hoje a vontade de reforçar a cooperação bilateral em diversas áreas, com destaque para a agricultura, onde Bissau vai oferecer terrenos à Praia para a prática dessa atividade.

A vontade foi manifestada pelos dois chefes de Governo em intervenções durante a cerimónia de abertura da segunda Conferência Internacional de Parceiros de Desenvolvimento, que está a decorrer na ilha da Boa Vista.

"Pelos laços históricos que unem os povos da Guiné e de Cabo Verde, pela identidade de desafios partilhados ao longo dos anos pelos dois países irmãos, pela necessidade do reforço de cooperação Sul-Sul, quer a nível da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental], quer a nível da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], a Guiné-Bissau reconhece a necessidade do reforço de cooperação", afirmou Nuno Nabian.

O primeiro-ministro guineense, que participa no evento a convite do seu homólogo cabo-verdiano, considerou que, em "áreas como turismo, agricultura, economia digital, transportes marítimos, transição energética e transportes aéreos", a Guiné-Bissau "terá muito a ganhar nesta relação de partilha de experiências".

Relativamente ao projeto no setor agrícola, Ulisses Correia e Silva reafirmou o "interesse e compromisso" do seu país para que seja "uma grande referência" na cooperação Sul-Sul, e disse que a ideia é Cabo Verde aproveitar aquilo que a Guiné tem e que o seu país não tem, que são terrenos férteis, chuvas e água.

"Nós estamos a desenvolver algo muito interessante, com a participação do BAD [Banco Africano de Desenvolvimento], relativamente à produção de cereais, e fazer com que, a partir dessa produção, possamos ter a economia dos dois países a funcionar", disse o primeiro-ministro cabo-verdiano, que está "expectante" para concretizar esse "grande projeto".

Relativamente à cooperação nas outras áreas, o primeiro-ministro cabo-verdiano prometeu fazer com que possa acontecer e "ser o mais fortificado possível".

Na semana passada, a secretária de Estado das Comunidades da Guiné-Bissau, Salomé Allouche, manifestou, na Praia, a disponibilidade do seu país em oferecer terrenos a Cabo Verde para a prática da agricultura.

"É uma possibilidade muito boa, temos terrenos para isso, estamos abertos para isso", admitiu a governante, em conferência de imprensa, no primeiro de dois dias de visita a Cabo Verde e após um encontro de trabalho com o ministro das Comunidades cabo-verdiano, Jorge Santos.

A secretária de Estado disse que, ao chegar a Bissau, a primeira coisa que iria fazer seria falar com o ministro da Agricultura para mostrar o interesse de Cabo Verde em querer criar essa parceria na agricultura.

"E nós estamos abertos a empresários de Cabo Verde poderem ir trabalhar nas terras como querem, porque, uma vez que nós temos terras e empresários aqui talvez não tenham terra suficiente para trabalharem, nós estamos disponíveis", insistiu.

"Porque, na verdade, nós somos irmãos e porque não ajudar com o espaço, se nós não podemos fazer, os nossos irmãos têm condições de fazer e nós estamos disponíveis para dar terra para eles cultivarem e trabalharmos em conjunto", completou Salomé Allouche.

O ministro das Comunidades cabo-verdiano disse que a cooperação na agricultura já está a ser discutida entre os dois governos e é um processo que vai envolver a CEDEAO e o BAD, no âmbito do "Corredor Rodoviário Dacar-Abidjan".

Neste sentido, Jorge Santos entendeu que implica o desenvolvimento de empresas de transformação agroalimentar, mas também de transportes, dando conta que já existem iniciativas nesse sentido.

A Guiné-Bissau acolhe uma grande comunidade cabo-verdiana e a comunidade guineense continua a representar a maior comunidade estrangeira residente em Cabo Verde (33,7%), de acordo com os dados preliminares do primeiro inquérito sobre população estrangeira e imigrante em Cabo Verde, publicados em dezembro, que estima a existência de cerca de 11 mil imigrantes ou estrangeiros no país.

Em 24 de março, o parlamento de Cabo Verde aprovou a adesão ao tratado que em 2017 criou o "Corredor Rodoviário Dacar-Abidjan", projeto multimodal de 3.164 quilómetros, após a garantia da incorporação da componente marítima "Praia-Dacar", de 500 quilómetros.

O tratado com vista à implementação deste projeto foi adotado em junho de 2017, em Monróvia, por sete Estados-membros CEDEAO, casos da Costa do Marfim, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Serra Leoa e Senegal.


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Hoje, vai decorrer a entrega dos materiais para campanha eleitoral, nas diferentes Sedes do Círculo/28.

Por  Movimento Flor de Esperança de C/28   Bxo:27. 04.2023


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Quénia detém religioso suspeito da morte de dezenas de crentes

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POR LUSA  27/04/23 

Um influente líder religioso foi detido no Quénia por ser suspeito de várias mortes que ocorreram na sua quinta, que alberga também um centro religioso, anunciaram as autoridades quenianas.

O diretor do Centro de Oração e Igreja Nova Vida, Ezequiel Odero, foi detido na cidade costeira de Malindi por suspeita de "mortes ocorridas na sua propriedade", disse Rhoda Onyancha, a porta-voz da polícia regional, acrescentando também que "foram tomadas medidas e o centro de oração foi encerrado".

Odero foi detido vestido de branco e com uma Bíblia na mão, tendo sido levado para a sede da polícia regional, em Mombaça, para ser interrogado.

As autoridades não estão a estabelecer qualquer ligação com a detenção de Paul Mackenzie Nthenge, o líder da seita que defendia o jejum extremo como forma de aproximação a Deus, e cujos 98 seguidores foram encontrados mortos na floresta de Shakahola, perto de Malindi, desde a semana passada.

A maioria dos corpos exumados é de crianças e a polícia receia que o número de mortos possa aumentar ainda mais.

Pelo menos 22 pessoas foram detidas no âmbito deste caso e o Governo prometeu uma repressão mais rigorosa dos cultos que surgiram no país predominantemente cristão.

No entanto, os esforços para controlar os cultos falharam no passado, sobretudo em nome da liberdade religiosa num país onde existem mais de 4.000 igrejas no Quénia, um país com cerca de 50 milhões de habitantes.


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Gtape entrega a CNE cadernos e ficheiros eleitorais dos dados definitivos de 893 mil e 618 eleitores já recenseados.



Radio Voz Do Povo 

O Ministério da Saúde recebe apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros em materiais médicos.

 Radio Voz Do Povo


GTAPE divulga resultados definitivos do recenseamento eleitoral, cujos cadernos e ficheiros são entregues a Comissão Nacional das Eleições_ CNE.

 Radio Voz Do Povo 

FUMIO KISHIDA: Japão quer 30% de mulheres em cargos executivos em grandes empresas até 2030

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Notícias ao Minuto  27/04/23 

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, pediu hoje ao seu Governo que implemente um plano de trabalho para aumentar em pelo menos 30% a presença de mulheres em cargos executivos de grandes empresas até 2030.

"Queremos que a proporção de mulheres entre os executivos seja de 30% ou mais até 2030 nas principais empresas cotadas na bolsa de valores de Tóquio", disse Fumio Kishida durante uma reunião sobre igualdade de género.

De acordo com um estudo realizado por uma entidade governamental, as mulheres representavam 11,4% dos executivos das principais empresas cotadas na bolsa japonesa em 2022.

"Garantir a diversidade estimulará a inovação e a economia", argumentou Kishida.

O Japão apresenta uma forte desigualdade de género, especialmente na política e em cargos de liderança corporativa. A diferença salarial entre homens e mulheres também é muito significativa.

As mulheres japonesas têm acesso a níveis de educação muito altos e estão bem representadas na população ativa, mas o país ainda está mal classificado no Relatório Global de Diferença de Género do Fórum Económico Mundial. Em 2022, o Japão ficou em 116.º lugar entre 146 países.


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Brasil quer estar em África "onde Portugal estiver"

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POR LUSA  27/04/23 

O ministro da Defesa brasileiro afirmou hoje que "o Brasil voltou para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)" e "estará onde Portugal estiver", nomeadamente na área da cooperação na Defesa em África.

"O Brasil voltou" também para a CPLP, disse hoje José Múcio Monteiro, numa entrevista à Lusa em Lisboa, onde ficará até sexta-feira, depois de ter integrado a comitiva do Presidente Lula da Silva na sua visita oficial a Portugal.

Sublinhando que "faz anos" que o país estava fora "das conversas, das preocupações, na procura de soluções comuns" para aquela organização e os seus Estados-membros, lembrou que serão abertas algumas embaixadas abertas durante os primeiros governos de Lula da Silva.

"No mês que vem o Presidente vai ao Congo e nós vamos começar a abrir essas embaixadas" e voltar a conversar "com os nossos amigos, irmãos africanos", adiantou.

"A nossa participação na CPLP é fundamental e absoluta, para darmos assistência técnica, assistência militar, para ajudarmos a educar, a desenvolver o campo tecnológico. O Brasil tem todo o interesse e compromisso em fazer o que já fez", disse.

Segundo o ministro, o Brasil prevê ações de formação "na área militar, na área da agricultura e outras coisas" em África, como já fazia há alguns anos.

Mas o ministro brasileiro voltar à África também significa fazer parcerias e vender o que o Brasil produz.

Na área da Defesa, o Brasil tem parcerias em formação e o ministro disse ter já conversado com a sua homóloga portuguesa sobre as parcerias de assistência militar, para países da CPLP (que junta além do Brasil e Portugal, países como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).

Porque, neste setor da Defesa, "nós vamos estar onde Portugal estiver", prometeu.

Por último, o ministro também não escondeu a ambição de aumentar a parcela do orçamento para a Defesa, numa subida gradual num país em que boa parte da população tem problemas financeiros.


China envia navios da Marinha para retirar os seus cidadãos do Sudão

© Reuters

POR LUSA  27/04/23 

O Exército chinês enviou navios da Marinha para retirar cidadãos chineses do Sudão, face aos combates que se desenrolam há 11 dias entre o exército e os paramilitares, anunciou hoje o Ministério da Defesa da China.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do ministério Tan Kefei explicou que a China procura proteger a vida e os bens dos seus cidadãos no país africano, onde as "condições de segurança continuaram a deteriorar-se" nos últimos dias.

Tan não especificou quantos navios vão ser enviados para o Sudão. A China começou esta semana a retirar grupos de cidadãos para os países vizinhos.

Segundo dados difundidos pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, mais de mil cidadãos chineses viviam no Sudão, na altura em que os combates começaram.

A China tem uma forte presença económica no Sudão, apesar da contínua turbulência política no país islâmico, desde que se dividiu em dois, em 2011, após a formação do Sudão do Sul, ao fim de décadas de guerra civil.

Mais de 130 empresas chinesas investem e operam no Sudão, que também abriga uma grande força de trabalho chinesa. A China é também o maior parceiro comercial do Sudão, com um volume de comércio total de 2,6 mil milhões de dólares (2,35 mil milhões de euros), em 2021.

As empresas chinesas no Sudão estão envolvidas na construção de infraestruturas, tendo uma participação de mercado de mais de 50% em contratos de obras.

De acordo com o Ministério do Comércio da China, foram assinados 40 novos contratos por empresas chinesas no Sudão em 2020.

Na última semana, vários países, como Estados Unidos, Japão, Espanha e Coreia do Sul, anunciaram o envio de aeronaves para Djibuti - um pequeno país a cerca de 1.700 quilómetros de Cartum e onde tanto os EUA como a China têm bases -, para coordenar a retirada.

A Índia também enviou um navio da Marinha, na segunda-feira, para transferir parte dos seus cidadãos no Sudão para um local seguro.

Questionado sobre a situação, um porta-voz da diplomacia chinesa, pediu, na semana passada, um cessar-fogo e a retoma do diálogo.

"A China espera que todas as partes no Sudão fortaleçam o diálogo e promovam em conjunto o processo de transição política", apontou.

Segundo o Sindicato dos Médicos do Sudão, pelo menos 512 pessoas foram mortas no país e mais de 4.000 ficaram feridas desde o início das hostilidades. A mesma fonte disse que o número pode ser muito maior devido à impossibilidade de acesso das equipas médicas às áreas onde os combates são mais intensos.

O país africano foi governado, antes do início dos combates, por uma junta liderada pelo general Abdelfata al Burhan, cujo "número dois" era o líder do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), Mohamed Hamdan Dagalo.

Os desacordos entre os dois sobre a integração das RFS num futuro exército unificado - um acordo anterior à formação de um novo governo de unidade liderado por civis - acabaram por degenerar neste conflito, que começou no dia 15 de abril.


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RELATÓRIO: Mudanças climáticas agravaram seca extrema no Corno de África

© Lusa

POR LUSA  27/04/23 

As mudanças climáticas, provocadas pela ação humana, não só tornaram muito mais provável como agravaram a atual seca extrema que afeta o Corno de África, concluiu uma equipa internacional de cientistas do clima.

"As mudanças climáticas causadas por atividades humanas tornaram a seca agrícola no Corno da África cerca de 100 vezes mais provável" do que antes, refere-se num relatório divulgado na quarta-feira pelo World Weather Attribution.

Esta rede global de cientistas perocura determinar rapidamente se certos eventos climáticos extremos foram influenciados pelas mudanças climáticas.

"As mudanças climáticas causaram a baixa precipitação na região", disse à agência de notícias Associated Press (AP) Joyce Kimutai, principal meteorologista do Departamento de Meteorologia do Quénia. "As mudanças climáticas tornaram a seca de nível excecional," acrescentou.

Kimutai foi uma de 19 cientistas de sete países que avaliaram como as mudanças climáticas afetaram as chuvas no Corno de África, levando à pior seca em 40 anos.

Os cientistas analisaram dados climáticos históricos, incluindo mudanças nos dois principais padrões de chuva na região, juntamente com simulações de modelos de computador que datam de 1800.

A conclusão foi que a longa temporada de chuvas, de março a maio, está a ficar mais seca e a curta temporada de chuvas, normalmente de outubro a dezembro, a ficar mais húmida, devido às mudanças climáticas.

Friederike Otto, especialista do Imperial College London, no Reino Unido e líder do estudo, disse à AP que o relatório sublinha como os efeitos das mudanças climáticas "dependem fortemente de quão vulneráveis" é a população local.

Os cientistas reconheceram que fracas estações chuvosas no passado, elevadas temperaturas, conflitos, a fragilidade dos estados e a pobreza são também responsáveis pelos "impactos devastadores" da atual seca no Corno de África.

As Nações Unidas disseram que mais de 20 milhões de pessoas no Quénia, Etiópia, Somália, Uganda e Sudão do Sul foram afetadas pela seca, com mais de 2,2 milhões de deslocados na Somália e na Etiópia e graves riscos para centenas de milhares de grávidas ou lactantes.

Rod Beadle, chefe de assistência e assuntos humanitários da organização não-governamental Food for the Hungry, disse à AP que quase 15 milhões de crianças estão expostas à desnutrição aguda.

"Apesar das recentes chuvas no norte do Quénia, a pressão das anteriores temporadas perdidas cria uma situação terrível. A inundação afetou o gado e muitos pastores perderam os seus principais meios de subsistência", sublinhou.

"As condições de seca resultaram em solos severamente compactados, que não conseguem absorver a água; portanto, as inundações são mais severas. O país também está a enfrentar graves surtos de cólera e outras doenças à medida que mais refugiados chegam", disse Beadle.


UNICEF: 90% das mulheres jovens de países pobres sem acesso à Internet

© Lusa

POR LUSA  27/04/23 

Cerca de 90% das adolescentes e das mulheres jovens de países mais pobres não acedem à Internet, indicou um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, na sigla em inglês).

Esta percentagem é mais elevada quando comparada com a dos rapazes e dos homens da mesma idade, referiu o documento do Fundo, que salienta o papel da educação nestas desigualdades, depois de analisar dados de utilização de inquéritos realizados em 54 países, principalmente de baixos rendimentos e alguns de rendimentos médios.

"Nos países de baixo rendimento, 90% das adolescentes e mulheres jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos (cerca de 65 milhões de pessoas) não estão 'online', em comparação com 78% dos adolescentes e homens jovens da mesma idade (quase 57 milhões) que não utilizam a Internet", de acordo com o estudo, divulgado na quarta-feira.

Em 2020, a UNICEF e a União Internacional das Telecomunicações estimaram que apenas 37% dos jovens entre os 15 e os 24 anos em todo o mundo tinham acesso à Internet em casa.

Mas esta estimativa "esconde disparidades de género impressionantes no acesso ao hardware [equipamento], na utilização da Internet e nas competências digitais dentro de casa", salientou a a agência da ONU.

"Diminuir o fosso digital entre raparigas e rapazes não é apenas proporcionar acesso à Internet e à tecnologia", disse o diretor de educação da UNICEF, Robert Jenkins, num comunicado.

"Trata-se de capacitar as raparigas para se tornarem inovadoras, criadoras e líderes", sublinhou.

O relatório indicou que, embora as raparigas tenham geralmente melhores competências básicas de leitura, tal não se traduz na esfera digital.

Nestes países, "as raparigas adolescentes e as mulheres jovens são esquecidas e deixadas de fora do quadro da literacia digital", lamentou a UNICEF, destacando a importância do ambiente familiar e da educação nesta situação.

"Se quisermos combater a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, especialmente nas áreas da ciência, da tecnologia, da engenharia e da matemática, temos de começar agora por ajudar os jovens, especialmente as raparigas, a adquirirem competências digitais", afirmou Jenkins.

O relatório apontou também para uma grande lacuna no acesso aos telemóveis. Em 41 dos países inquiridos, as raparigas e as mulheres com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos estão "em grande desvantagem", com uma probabilidade média de 13% de possuírem um telemóvel, "limitando o acesso ao mundo digital", que é tão vital na economia do século XXI.


O Partido Africano para Paz e Estabilidade Social_PAPES empossa Diretoria Nacional da Campanha para as legislativas de 04 de Junho próximo.

 Radio Voz Do Povo