segunda-feira, 3 de junho de 2024

Burkina acusa Costa do Marfim de ser "retaguarda" para desestabilizar

©  Lassana Bary/Twitter
Por Lusa  03/06/24
O Burkina Faso lamentou domingo que a Costa do Marfim seja uma base de retaguarda para desestabilizar o país, o que, segundo o porta-voz do Governo de transição, "não é suscetível de consolidar as relações" entre os dois países.

Ouagadougou, 03 jun 2024 (Lusa) -- O Burkina Faso lamentou domingo que a Costa do Marfim seja uma base de retaguarda para desestabilizar o país, o que, segundo o porta-voz do Governo de transição, "não é suscetível de consolidar as relações" entre os dois países.

Em declarações na estação estatal de televisão burquinabê, o ministro de Estado e da Comunicação, Jean Emmanuel Ouédraogo, sublinhou que, "desde a emergência do Movimento Patriótico para a Salvaguarda e a Restauração (MPSR) [nome oficial da junta militar, liderada pelo capitão Ibrahim Traoré, que tomou o poder através de um golpe de Estado em setembro de 2022], o Governo não efetuou qualquer comunicação ou ação no terreno que visasse deteriorar as relações com a Costa do Marfim".

Em contrapartida, se a Costa do Marfim "se tornar a retaguarda de todos aqueles que tentaram desestabilizar o Burkina Faso, que se [aí] refugiam e continuam a realizar as suas ações ostensivamente sem serem molestados, isso não é suscetível de consolidar as relações de confiança entre os dois Estados", disse ainda.

A Frente de Defesa da República (FDR), uma organização composta por representantes da sociedade civil que apela à dissolução da junta e à saída dos militares, como condição para a organização de eleições que devolvam o poder às autoridades civis, foi o alvo concreto do ministro.

A organização, criada em abril e cujo porta-voz é um jornalista com o mesmo apelido do ministro, Inoussa Ouédraogo, denunciou o incumprimento das promessas da junta militar desde a sua chegada ao poder, nomeadamente em matéria de segurança, e lamentou um "balanço desastroso" no país, incluindo um aumento da repressão das vozes críticas a Traoré.

Embora a estrutura organizativa da FDR permaneça pouco clara, os meios de comunicação social sugerem que surgiu na Costa do Marfim.

"Parece uma comédia orquestrada a partir da Costa do Marfim por pessoas que partilham as suas amarguras e frustrações", disse o ministro, citado pela agência noticiosa estatal do Burkina Faso, AIB.

Também Ibrahim Traoré se referiu à FDR, alegando que alguns dos seus membros tinham contactado a junta numa tentativa de " obter posições", e expressando a sua "compaixão" por Inoussa Ouédraogo, que descreveu como "um cordeiro sacrificial".

O líder da junta militar assinou, no final de maio, uma nova carta constitucional, prolongando por cinco anos o mandato do Governo de transição.

A junta militar burquinabê, à semelhança das congéneres do Mali e do Níger, tem vindo a abandonar as organizações regionais de que fazia parte há décadas, nomeadamente a Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO), e a formar novas alianças (como a Aliança dos Estados do Sahel (AES), com aqueles dois países) hostis a um sistema que acusam de ser liderado pela França, a antiga potência colonial da maior parte dos Estados daquela organização regional.

O Burkina Faso tem registado um aumento significativo da insegurança desde 2015, com ataques perpetrados por grupos armados afiliados da Al Qaeda e do Estado Islâmico, o que levou a uma vaga imensa de deslocados internos e refugiados para outros países da região.

O Burkina Faso está, pelo segundo ano consecutivo, no topo da lista das crises negligenciadas em todo o mundo, segundo um relatório do Norwegian Refugee Council (NRC), divulgado hoje.

Com um número recorde de 707.000 novas deslocações dentro das fronteiras do país em 2023, a crise humanitária continuou a aumentar no passado, e centenas de milhares de pessoas foram privadas de ajuda.

O número de pessoas mortas em atos de violência duplicou em 2023, com mais de 8.400 mortes, segundo o relatório do NRC, e o número de refugiados burquinabês que procuram segurança nos países vizinhos quase triplicou, atingindo um total de 148.317, de acordo com os dados do ACNUR.

Um número sem precedentes de 42.000 pessoas sofreu níveis catastróficos de insegurança alimentar e cerca de 2 milhões de civis ficaram presos em 36 cidades bloqueadas em todo o país até ao final do ano.

Em face a proibições de circulação impostas pelos grupos armados, a assistência humanitária chegou a algumas destas zonas de forma praticamente inexistente, segundo o NRC, que estima em pelo menos meio milhão o número de pessoas que ficaram encurraladas sem acesso a qualquer tipo de ajuda.

Uma comitiva do MADEM-G15, dirigiu-se à residência do Presidente Interino do PRS, Dr. Fernando Dias para se solidarizar com a família do Partido da Renovação Social, face ao acontecimento lamentável ocorrido hoje na sede nacional do partido no Kundock.

 

 

O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, criticou hoje o líder supremo do Irão, o 'ayatollah' Ali Khamenei, pelo apoio ao ataque de 7 de outubro do movimento islamita Hamas a Israel, afirmando que tal "visa sacrificar sangue palestiniano".

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Por Lusa  03/06/24
Abbas critica palavras de Khamenei de "sacrificar sangue palestiniano"
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, criticou hoje o líder supremo do Irão, o 'ayatollah' Ali Khamenei, pelo apoio ao ataque de 7 de outubro do movimento islamita Hamas a Israel, afirmando que tal "visa sacrificar sangue palestiniano".


O dirigente palestiniano no poder na Cisjordânia declarou também que esse tipo de declarações "não conduzirá à criação de um Estado palestiniano independente", indicou o seu gabinete num comunicado, citado pela agência de notícias palestiniana WAFA.

Abbas sublinhou que a população palestiniana "está a pagar o preço da guerra israelita" e que a ofensiva lançada por Israel na Faixa de Gaza após o ataque de 07 de outubro do ano passado fez, até agora, mais de 36.000 mortos, mais de 83.000 feridos e causou uma enorme destruição de infraestruturas.

"O povo palestiniano anda há cem anos a lutar e não precisa de guerras que não beneficiam as suas aspirações de liberdade e independência e a preservação de Jerusalém e seus lugares sagrados muçulmanos e cristãos", sustentou o dirigente palestiniano.

Segundo Mahmud Abbas, o que é necessário é "pôr fim à ocupação e materializar um Estado palestiniano com Jerusalém oriental como capital, e não impulsionar políticas que não beneficiam os objetivos nacionais palestinianos".

A este respeito, defendeu que as declarações do 'ayatollah' iraniano Ali Khamenei apoiam "a destruição do povo palestiniano e a sua retirada de uma terra por cuja identidade têm lutado geração após geração".

"Estamos num confronto contínuo com Israel e com os sucessivos Governos norte-americanos, que constantemente utilizam o seu direito de veto para impedir que os palestinianos alcancem os seus direitos legítimos", acrescentou.

O líder palestiniano afirmou igualmente que os Estados Unidos "estão a tentar eliminar Jerusalém da equação" e que "dão armas e dinheiro para manter a ocupação israelita e impedir que a bandeira da Palestina seja hasteada sobre Jerusalém e seus lugares santos", referindo-se ao apoio militar, económico e diplomático de Washington ao seu principal aliado no Médio Oriente.

Horas antes, Khamenei tinha vaticinado que Israel "está no caminho para a sua destruição", na sequência dos ataques de 07 de outubro do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e de outras milícias palestinianas, afirmando: "O regime ocupante está a derreter perante os olhos do mundo".

"A milagrosa operação 'Dilúvio de Al-Aqsa' invalidou o grande plano dos inimigos para dominar a região e pôs o regime sionista no caminho para a sua destruição", declarou o líder supremo da República Islâmica, referindo-se aos Acordos de Abraão, assinados por Israel com vários países árabes da região para normalizar as relações diplomáticas.

"Esse plano sinistro esteve muito perto de ser executado quando começou o 'Dilúvio de Al-Aqsa', que fez explodir a posição dos Estados Unidos, do sionismo e dos seus apoiantes", disse Khamenei, acrescentando que "os acontecimentos dos últimos oito meses acabaram com as esperanças de ressuscitar tal plano", depois de os Emirados Árabes Unidos (EAU), o Bahrein e Marrocos terem aderido aos referidos Acordos de Abraão, promovidos pelo antigo Presidente norte-americano Donald Trump.

Segundo Khamenei, o ataque de 07 de outubro perpetrado em território israelita pelo Hamas -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -, que se saldou em 1.189 mortos, na maioria civis, e 252 reféns, 121 dos quais permanecem em cativeiro, representou "um golpe irreparável para o regime sionista".

"Apesar de os Estados Unidos e muitos Governos ocidentais continuarem a apoiar este regime, também sabem que não há saída para ele", reiterou, vincando que "a Palestina é agora o principal problema do mundo, e os Estados Unidos ficaram numa posição passiva perante o consenso internacional e, mais cedo ou mais tarde, terão de retirar o seu apoio ao regime sionista".

A guerra, que hoje entrou no 241.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez também até agora na Faixa de Gaza cerca de 10.000 desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

Causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

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A Coreia do Sul vai emprestar 2,3 mil milhões de euros à Tanzânia e 921 milhões de euros à Etiópia, anunciaram hoje os países africanos à margem da cimeira Coreia do Sul-África, que decorre esta semana em Seul.

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Por Lusa  03/06/24 
 Coreia do Sul vai emprestar cerca de 3 milhões à Tanzânia e à Etiópia
A Coreia do Sul vai emprestar 2,3 mil milhões de euros à Tanzânia e 921 milhões de euros à Etiópia, anunciaram hoje os países africanos à margem da cimeira Coreia do Sul-África, que decorre esta semana em Seul.


"A Tanzânia e a República da Coreia assinaram um acordo que vai permitir à Tanzânia obter empréstimos concessionais do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento Económico no valor de 2,5 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros) durante os próximos cinco anos", disse hoje o porta-voz da presidência tanzaniana, Zuhura Yunus, num comunicado.

A presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, e o seu homólogo sul-coreano, Yoon Suk-yeol, testemunharam a assinatura do acordo na capital do país asiático, Seul, bem como de outros acordos que "visam impulsionar a cooperação nos setores dos minerais essenciais e da economia azul".

A Tanzânia e a Coreia do Sul também concordaram em iniciar negociações para o estabelecimento de um Acordo de Parceria Económica que reforçaria a sua cooperação em áreas como o comércio, o investimento, os transportes e a indústria.

Também o gabinete do primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, anunciou hoje, através da rede social X, que o líder etíope e o Presidente sul-coreano "mantiveram conversações bilaterais e assinaram um acordo de financiamento no valor de mil milhões de dólares (cerca de 921 milhões de euros)" para os próximos quatro anos.

Os fundos serão utilizados em projetos de infraestruturas, de reforço das capacidades científicas e tecnológicas, de saúde e de desenvolvimento urbano, declarou o ministro das Finanças, Ahmed Shide, aos meios de comunicação social etíopes.

Abiy e Hassan deslocaram-se a Seul para participarem na primeira cimeira Coreia do Sul-África, que se realiza entre terça e quarta-feira e que contará com a presença de cerca de 30 chefes de Estado e de Governo africanos, entre os quais vários lusófonos.

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Coordenador Nacional do Madem-G15 Braima Camará e Coordenador do Fórum para Salvação da Democracia (Madem-G15 & Aliança Kumba Lanta) em entrevista à RDP África.

Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15 - COMUNICADO!


Greve na Nigéria fecha escolas, cancela voos e corta eletricidade

© David Zorrakino/Europa Press via Getty Images
Por Lusa  03/06/24
Uma greve por tempo indeterminado que começou hoje na Nigéria, após um apelo dos sindicatos na sequência do fracasso das negociações com o Governo para um novo salário mínimo, fechou escolas, cancelou voos e provocou cortes na eletricidade.

Os principais sindicatos, o Nigerian Labour Congress (NLC) e o Trades Union Congress (TUC), apelaram aos trabalhadores para não irem trabalhar depois de o Governo ter recusado aumentar o salário mínimo para mais de 60.000 nairas (cerca de 41 euros) por mês, segundo os meios de comunicação social locais.

"Os trabalhadores nigerianos estão a ficar em casa. Sim a um salário decente. Não a uma ninharia", afirmaram os sindicatos numa declaração conjunta.

Desde que chegou ao poder há um ano, o Presidente Bola Ahmed Tinubu acabou com os subsídios aos combustíveis e com o controlo cambial, o que levou a uma triplicação dos preços da gasolina e a um aumento do custo de vida, uma vez que a naira caiu em relação ao dólar.

Tinubu apelou à paciência para permitir que as suas reformas deem frutos, afirmando que estas ajudariam a atrair o investimento estrangeiro.

Na capital, Abuja, as repartições públicas, as estações de serviço e os tribunais estavam hoje encerrados de manhã, enquanto longas filas se formavam do lado de fora dos portões fechados do aeroporto da cidade, segundo a agência AFP.

Os voos domésticos foram cancelados e o aeroporto será novamente encerrado na terça-feira, disse uma fonte próxima da Autoridade Federal dos Aeroportos da Nigéria (FAAN).

Os sindicatos também protestam contra o aumento dos preços da eletricidade.

O sindicato que representa a empresa de transmissão de eletricidade da Nigéria disse que tinha cortado a rede elétrica nacional no domingo à noite e hoje, causando apagões em todo o país.

Em Abuja, a presença de soldados e pessoal de segurança foi reforçada nas ruas e, em Lagos, o tribunal do trabalho estava fechado e as crianças iam a pé para casa após saberem que as suas escolas estavam encerradas.

"Os trabalhadores nigerianos, que são a espinha dorsal da economia do nosso país, merecem salários justos e decentes que reflitam a realidade económica atual", afirmam os sindicatos num comunicado divulgado na sexta-feira.

Em fevereiro passado, milhares de nigerianos mobilizaram-se contra o aumento do custo de vida, em resposta a um apelo dos sindicatos.

Leia Também: Pelo menos 40 pessoas morrem em ataque no centro-norte da Nigéria 


Balanço ao meio percurso, a primeira fase da fiscalização da campanha de comercialização de caju recomenda reforço da vigilância. O Inspetor Geral do Comércio, Lucas Na Sanha esteve em Mansoa, Bafatá, Gabú, Quebo e Buba e, faz um balanço positivo.

 Radio Voz Do Povo

Nova presidente do México felicitada pela comunidade internacional

© Reuters/Raquel Cunha
Por Lusa  03/06/24

A comunidade internacional felicitou hoje Claudia Sheinbaum por se tornar a primeira mulher Presidente do México após as eleições de domingo, enviando-lhe votos de boa sorte e ao seu Governo.

Claudia Sheinbaum obteve no domingo entre 58,3% e 60,7% dos votos, segundo a contagem provisória do Instituto Nacional Eleitoral (INE).

De acordo com esses dados, terá ficado cerca de 30 pontos à frente da sua maior rival, a candidata opositora Xóchitl Gálvez, que obteve entre 26,6% e 28,6%, enquanto Jorge Álvarez Máynez, o outro candidato presidencial, obteve entre 9,9% e 10,8%.

O Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil, liderado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, felicitou Sheinbaum pela vitória e, "acima de tudo, as mulheres por essa conquista".

"Parabéns ao povo mexicano pela importante vitória de Claudia Sheinbaum, a primeira mulher Presidente do México!", declarou a líder do PT, deputada Gleisi Hoffmann, nas redes sociais.

Da mesma forma, Hoffmann referiu-se ao Movimento de Regeneração Nacional (Morena), que também obteve um forte resultado nas eleições legislativas, como um partido "irmão do PT".

O Governo de Cuba comemorou a "eleição histórica" da candidata de centro-esquerda. O Presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, destacou nas redes sociais que Sheinbaum é a primeira mulher tornar-se Presidente do México e defendeu a continuação do fortalecimento das relações bilaterais.

"Conte com a disposição cubana para continuar a fortalecer a carinhosa fraternidade que une os nossos povos", afirmou Díaz-Canel.

O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, considerou a eleição de Sheinbaum um triunfo para o México e comprometeu-se a trabalhar em conjunto com a nova chefe de Estado por uma América Latina unida.

"O México elegeu uma progressista como a primeira Presidente da sua história. É um triunfo para o povo mexicano e para a sua democracia", declarou Petro na rede social X.

Também hoje, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, enviou as suas felicitações a Claudia Sheinbaum.

"Conte com a OEA para trabalhar em conjunto e pela justiça social dos nossos povos na agenda da democracia, dos direitos humanos, do desenvolvimento integral e da segurança", afirmou Almagro na rede social X.

O Presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, também enviou as suas felicitações a Sheinbaum, a quem desejou sucesso na sua gestão.

"Trabalharemos para fortalecer ainda mais os laços entre nossos países", disse Lacalle Pou numa mensagem publicada nas suas redes sociais.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, felicitou Claudia Sheinbaum hoje na rede social X, apontando a "extraordinária demonstração de civilidade e democracia" durante o dia das eleições.

O chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, destacou que, pela primeira vez na sua história, o país americano terá uma mulher como Presidente.

"Em boa hora, Claudia Sheinbaum, a sua eleição. Pela primeira vez na sua história, o México terá uma mulher à frente da Presidência", escreveu Sánchez numa mensagem na rede social X, comprometendo-se "a trabalhar para fortalecer as relações entre Espanha e México".

A Ministra dos Negócios Estrangeiros belga, Hadja Lahbib, cujo país ocupa a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE), felicitou Sheinbaum "por fazer história como a primeira mulher Presidente do México".

"A sua eleição marca um marco importante para o país e inspira as gerações vindouras. Desejo-lhe o melhor!", acrescentou Lahbib.

"Vamos querer trabalhar com muito prazer e em estreita colaboração com o próximo Governo", afirmou o porta-voz do Executivo alemão, Steffen Hebestreit, numa primeira reação do Governo da Alemanha.

Fora da comunidade europeia, a Rússia felicitou Claudia Sheinbaum pela sua "vitória impressionante" e espera continuar o "diálogo frutífero" entre os dois países durante o seu mandato.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Ryabkov, observou que os dois Estados cooperam há algum tempo.

"Esperamos que sob a nova liderança no México, as nossas relações tenham um maior desenvolvimento, um novo impulso", afirmou.

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Inundações matam bombeiro e cortam circulação ferroviária na Alemanha

© REUTERS/Ayhan Uyanik
Por  Notícias ao Minuto  03/06/24

Há pessoas que estão desaparecidas e já foi confirmada a morte de uma mulher, de 43 anos. O chanceler Olaf Scholz está, esta segunda-feira, a visitar as áreas afetadas.

Várias cidades no sul da Alemanha foram atingidas, no domingo, por grandes inundações. As fortes chuvas levaram à subida dos níveis dos rios e provocaram o corte na circulação de comboios. Um bombeiro morreu durante o socorro à população.

O corpo da vítima mortal foi recuperado depois de um barco insuflável, que transportava quatro bombeiros que se preparavam para levar moradores para um local seguro, se ter virado. Segundo a Associated Press, o acidente ocorreu no rio Ilm, na cidade de Pfaffenhofen, no sul da Baviera.

A emissora alemã DW referiu que há um bombeiro desaparecido, bem como um civil. O corpo de uma mulher, de 43 anos, foi encontrado na Baviera.

Na noite de sábado, um comboio com 185 passageiros a bordo descarrilou depois de um deslizamento de terras perto da cidade de Schwaebisch. Todos os passageiros saíram ilesos.

De acordo com a DW, o chanceler Olaf Scholz está, esta segunda-feira, a visitar as áreas afetadas.

As autoridades acreditam que as inundações se mantenham até quarta ou quinta-feira. Ainda assim, realça  que mesmo que a chuva pare, os altos níveis das águas continuam a ser uma ameaça.

PRS - RESOLUÇÃO №_01/2024



À margem da cimeira, Coreia-Africa, que decorre em Seoul, o Presidente da República, Umaro Sisssoco Embaló, manteve um encontro bilateral com o seu homólogo sul-coreano, Yoon Suk Yeol.

Entre as áreas com forte potencial para o estabelecimento de possíveis parcerias perfilam-se a cooperação no domínio agrícola, pescas, agricultura e a economia azul, setores em que a Coreia possui um know-how considerável. 🇬🇼🇰🇷

Presidência da República da Guiné-Bissau

Tensão na sede do PRS: forças policiais despersan militantes do partido com granadas de gás lacrimogêneo.

Por Rádio Sol Mansi

Rússia acusa Ocidente de "escalada" e promete neutralizar ameaças

© GENYA SAVILOV/AFP via Getty Images
Por Lusa  03/06/24
A Rússia acusou hoje o Ocidente de estar a seguir o caminho da escalada e assegurou que tomará as medidas necessárias para neutralizar as ameaças contra o país.

"Sabemos que os países ocidentais estão a seguir o caminho da escalada. Por isso, serão tomadas todas as medidas necessárias da nossa parte para neutralizar as ameaças associadas a essa escalada", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Alexander Grushko.

Grushko comentava declarações do chefe do grupo de trabalho sobre a coordenação da ajuda a Kiev do Ministério da Defesa alemão, que não excluiu a utilização de sistemas de defesa aérea Patriot para destruir alvos aéreos nos céus da Rússia.

"É bem possível que os sistemas Patriot sejam agora utilizados também na zona de Kharkiv e sobre a Rússia", disse o major-general Christian Freuding ao canal de televisão ARD no domingo, segundo a agência russa TASS.

Grushko, um dos vários adjuntos do ministro Serguei Lavrov, comentou que a Rússia não teme as armas ocidentais que possam ser usadas pela Ucrânia contra o país.

"A imagem nos campos de batalha diz exatamente isso. Tudo o que eles levam para lá, a começar pelo equipamento terrestre, é triturado pelos nossos combatentes. O mesmo acontecerá desta vez", afirmou.

"Eles estão a escalar. Têm uma estratégia. Estão a seguir este caminho", acrescentou o vice-ministro russo.

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, já tinha afirmado anteriormente que a NATO terá de responder por ataques da Ucrânia ao território russo com armas ocidentais.

Vários países da NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte), incluindo Estados Unidos e Alemanha autorizaram a Ucrânia a usar armas ocidentais para atacar alvos militares em território russo, sob certas condições.

A Ucrânia, que enfrenta uma nova ofensiva russa na região fronteiriça de Kharkiv, no nordeste do país, há muito que solicitava aos aliados armamento com capacidade para neutralizar bases na Rússia usadas para atacar território ucraniano.

Kiev tem criticado hesitações e atrasos nas entregas de armamento por parte dos seus aliados.

"Pagamos [os atrasos] com sangue", disse o comandante de uma brigada ucraniana, Vsevolod Kozhemyako, cujas tropas estão estacionadas há três semanas a cerca de oito quilómetros da fronteira russa, ao jornal norte-americano The Washington Post.

"Podem sentar-se num escritório em Washington e tomar uma chávena de chá durante 10 minutos e aqui, durante 10 minutos, eles podem fazer 10 ataques aéreos e matar dezenas de pessoas", acrescentou Kozhemyako.

Leia Também: Volodymyr Zelensky nas Filipinas para promover cimeira de paz 


Fernando Dias em Conferência de Imprensa.

Radio TV Bantaba

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, chegou hoje à Guiné-Conacri, divulgou fonte da diplomacia russa na rede social Telegram, mostrando uma foto da chegada ao aeroporto da capital do país africano.

© Sefa Karacan/Anadolu via Getty Images
Por Lusa   03/06/24 
 Sergei Lavrov começa viagem a África pela Guiné-Conacri
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, chegou hoje à Guiné-Conacri, divulgou fonte da diplomacia russa na rede social Telegram, mostrando uma foto da chegada ao aeroporto da capital do país africano.


Essa é a primeira visita à Guiné-Conacri do chefe da diplomacia russa desde 2013, segundo o portal da diplomacia russa.

O ministério russo não forneceu mais informações sobre a visita, que não havia sido anunciada.

De acordo com a agência de notícias estatal russa Tass, Lavrov irá encontrar-se com líderes políticos deste país da costa da África Ocidental rico em recursos naturais, como parte da primeira etapa de uma viagem ao continente africano.

A agência Tass não especificou quais são as próximas etapas desta viagem.

De acordo com o portal afrinz.ru, que se apresenta como uma "agência de notícias russa sobre acontecimentos no continente africano", Lavrov e uma "grande delegação" são esperados na quarta-feira no Chade.

O mesmo artigo menciona também uma possível escala no Burkina Faso, sem indicar uma data.

Nos últimos anos, a Rússia reforçou as suas posições no continente africano.

O Presidente russo, Vladimir Putin, convidou líderes africanos para uma cimeira em São Petersburgo, em julho de 2023.

Uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros africanos com Lavrov está planeada para esse outono na Rússia, em Sochi (uma cidade no Mar Negro), numa data ainda não especificada.


Coreia do Sul anuncia suspensão de acordo militar de 2018

© Getty Images
Por Lusa  03/06/24
A Coreia do Sul vai suspender totalmente o acordo militar de 2018 com o Norte, numa tentativa de reduzir as tensões entre os dois países, anunciou hoje o Conselho de Segurança Nacional sul-coreano.

Seul já tinha suspendido parcialmente este acordo no ano passado, na sequência do lançamento de um satélite espião em órbita por Pyongyang, mas o Conselho de Segurança Nacional disse que ia pedir ao Governo para "suspender totalmente" aquele acordo militar "até que a confiança mútua entre as duas Coreias seja restaurada".

No domingo, a Coreia do Norte comprometeu-se "a suspender" o lançamento para a Coreia do Sul de balões cheios de lixo, desde beatas de cigarros a excrementos de animais, depois de ter lançado várias centenas deles nos últimos dias.

"Vamos suspender temporariamente a dispersão de resíduos de papel através da fronteira", declarou a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, acrescentando que "esta contramedida tinha sido eficaz".

Desde terça-feira, cerca de mil balões foram lançados por Pyongyang em direção ao país vizinho, incluindo 600 no domingo, de acordo com o Estado-Maior da Coreia do Sul, com Seul a denunciar a ação como de "baixo nível" e a ameaçar com retaliações.

Na manhã de domingo (horas locais), o exército sul-coreano contabilizou entre 20 e 50 balões por hora no ar.

Os balões aterraram nas províncias do norte da Coreia do Sul, incluindo Seul e a região adjacente de Gyeonggi, que no conjunto albergam quase metade da população do Sul.

A Coreia do Sul declarou que a iniciativa norte-coreana violava o acordo de armistício que pôs fim às hostilidades entre as duas Coreias em 1953, apesar de não ter sido encontrada qualquer substância perigosa nos balões.

O Estado-Maior sul-coreano pediu à população que evite "qualquer contacto" com estes resíduos.

"Os nossos militares estão a conduzir operações de vigilância e reconhecimento dos locais de lançamento dos balões, controlando-os por reconhecimento aéreo e recolhendo os destroços caídos, dando prioridade à segurança do público", acrescentou.

No início da semana, Pyongyang afirmou que os balões eram "presentes sinceros" e tinham como objetivo retaliar contra o envio de balões carregados de panfletos de propaganda contra o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Em 2020, o parlamento sul-coreano aprovou uma lei que criminaliza o envio de panfletos para o Norte. Mas a lei, que não foi respeitada pelos ativistas, foi anulada no ano passado por violar a liberdade de expressão.

Kim Yo-jong, a irmã de Kim Jong-un, afirmou esta semana que os norte-coreanos estavam simplesmente a praticar a sua liberdade de expressão.

A campanha de balões surge depois de analistas terem afirmado que Kim Jong-un tinha ordenado testes de armas antes de as enviar para a Rússia para a guerra na Ucrânia.

De acordo com o Ministério da Defesa sul-coreano, Pyongyang enviou cerca de 10.000 contentores de armas para Moscovo em troca de conhecimentos russos sobre satélites.

Leia Também: Cabo Verde e Coreia do Sul assinam memorando de entendimento 


O chefe do Gabinete de Ligação dos EUA na Guiné-Bissau, Steve Ruken, sentou-se com alguns dos seus dedicados colegas guineenses para lhes agradecer os seus esforços contínuos no avanço desta parceria vital.

 Representação da Embaixada dos Estados Unidos em Bissau
A Missão dos EUA na Guiné-Bissau conta com a experiência dos nossos colegas guineenses todos os dias para reforçar os laços entre as nossas nações.  

O chefe do Gabinete de Ligação dos EUA na Guiné-Bissau, Steve Ruken, sentou-se com alguns dos seus dedicados colegas guineenses para lhes agradecer os seus esforços contínuos no avanço desta parceria vital. 

Do fundo do nosso coração - obrigado!

domingo, 2 de junho de 2024

Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC contestou a leitura que está a ser feita em Bissau e salientou que o mandato do Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, termina em fevereiro de 2025.


 Radio Voz Do Povo

Amílcar Cabral, líder das independências guineense e cabo-verdiana, preocupava-se em ter democratas autênticos, "coisa que não existe mais", referiu o ex-combatente João Pereira Silva, ao recordar a figura histórica no ano do seu centenário.

© Lusa
Por Lusa  02/06/24 
 "Não existe mais". Cabral preocupava-se em ter democratas autênticos
Amílcar Cabral, líder das independências guineense e cabo-verdiana, preocupava-se em ter democratas autênticos, "coisa que não existe mais", referiu o ex-combatente João Pereira Silva, ao recordar a figura histórica no ano do seu centenário.

Aos 79 anos, o também ex-governante cabo-verdiano, natural na ilha da Boa Vista, onde hoje reside, considerou que o ponto mais importante ao discutir os modelos de democracia de Cabral é que ele se preocupava em definir "as qualidades de um democrata".

Referia que "democracia é não mentir ao povo, é ser honesto, é trabalhar incansavelmente" pela população, ou seja, "ele referia-se às características de um democrata autêntico, coisa que atualmente não existe", descreveu.

Mesmo nas democracias de estilo ocidental, hoje, "trabalha-se para não sair dos cargos" e, "em muitos casos, os cargos servem para enriquecer e não para resolver os problemas do povo", disse, ao estabelecer o contraste com o perfil de democrata alinhado com o povo, definido por Cabral.

João Pereira Silva viveu pouco mais de um ano em Conacri, entre 1970 e 1972, onde era professor na escola-piloto do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Era mais novo que a geração de Cabral, mas partilhou alguns momentos com o dirigente, o suficiente para recordar preocupações que carregava.

Num outro momento juntos, "falando sobre o regime soviético", Amílcar Cabral "teve essa saída: se depois do fim da luta tivesse a certeza de que o imperialismo nos deixasse seguir um caminho sem interferências, ele preferiria a social-democracia sueca".

"Isso não está escrito. Lembro-me perfeitamente, nunca me esqueci dessa frase dele, porque está associada a um filme", contou.

O comentário surgiu depois de ambos assistirem à projeção de uma longa-metragem soviética sobre o confronto com a Alemanha nazi, na Segunda Guerra Mundial, e que retratava o papel do "general de Estaline", Gueorgui Júkov.

"Ele não tinha soluções acabadas", mas procurava-as.

A União Soviética (URSS) e a Suécia tinham em comum o apoio à luta anticolonial em África e a proximidade a Amílcar Cabral, que recebia armas e apoio à formação militar da URSS e ajuda não-militar escandinava.

Numa altura em que o mundo seguia uma lógica de guerra fria entre dois blocos, a figura histórica procurava afirmar a autodeterminação africana de forma independente, tendo o cuidado de promover a causa e os valores do PAIGC junto de ambos os blocos.

Noutro momento, numa reunião com estudantes nos Estados Unidos, Amílcar defendeu que "era perigoso [um país] depender só de um partido. Tinha de se arranjar forma de garantir que o povo tomasse conta, de facto, do poder".

Mas as independências acabariam por viver os primeiros anos sob regimes de partido único, o PAIGC, tanto em Cabo Verde (até 1992) como na Guiné-Bissau (1993).

Em Conacri, João Pereira Silva recorda-se de Amílcar num encontro de orientação vocacional, num final de ano letivo da escola-piloto, ao ajudar a encaminhar os finalistas para ensino especializado - entre os alunos do ex-combatente, um acabou por ser arquiteto, outro cineasta.

"Preocupava-se muito com o que fazer depois [da luta pela independência], com a preparação do futuro, por isso dava atenção especial à educação das crianças no interior, dos quadros na luta armada, mas também em formar engenheiros, médicos e até músicos", recordou

"Acho que sabia da consideração que tinham por ele, por exemplo, os novos presidentes das repúblicas que surgiam" com as independências africanas, "mas não se vangloriava com isso", contou João Pereira Silva.

Vestia fato e gravata "só para ir à Europa, a algumas conferências. Lá, em Conacri, ele vestia camisas, algumas já muito usadas", mas sem ensombrar a aura cativante de Cabral, "um conquistador de pessoas, gentil com quem lidava", recordou.

Amílcar Cabral viajava com frequência para o exterior, mas quando estava em Conacri, era presença assídua na escola-piloto.

"Todos os dias, cedo, visitava os alunos", e, numa dessas manhãs, reparou que o professor João Pereira Silva tinha perdido o relógio de pulso.

"Na visita seguinte apareceu com uma caixinha na mão e tinha um relógio lá dentro. Era uma pessoa generosa e que observava os detalhes".

"Violento? Não", diz o ex-combatente, por entre gargalhadas, reiterando que a opção pela luta armada foi "o último recurso, face à obstinação do poder colonial [português] em não discutir a transformação política" das colónias.

No seu entender, foi devido ao caráter não violento que Cabral "foi assassinado nas circunstâncias em que foi", a 20 de janeiro de 1973, em Conacri.

"Um homem que tinha feito um discurso de fim de ano, descrevendo planos das forças coloniais para acabar com a luta [pela independência], inclusive liquidando-o", circulava, ainda assim, sem escolta.

Nesse dia, João Pereira Silva já estava longe, a completar instrução militar na União Soviética.

Formado em agronomia, como o líder histórico, o ex-combatente cabo-verdiano viria depois a desempenhar as funções de ministro de Desenvolvimento Rural e Pescas de Cabo Verde (1977 até 1991) e durante os últimos seis meses da primeira República foi ministro de Administração Interna, em acumulação.

Amílcar Cabral celebraria 100 anos a 12 de setembro de 2024, decorrendo atividades em diferentes países para assinalar a efeméride.

Em Cabo Verde, várias comemorações estão associadas à Fundação Amílcar Cabral e incluem um colóquio internacional sobre o líder histórico, a realizar em setembro, como ponto alto do programa.

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Coreia do Norte envia 600 balões com lixo para Coreia do Sul

© Lusa

Por Lusa  02/06/24 

Seul, 02 jun 2024 (Lusa) - A Coreia do Norte enviou para o outro lado da fronteira cerca de 600 balões com lixo, incluindo beatas de cigarros e plásticos, declarou hoje o exército sul-coreano.

"A Coreia do Norte voltou a lançar balões cheios de lixo em direção à Coreia do Sul", declarou o Estado-Maior das Forças Armadas em comunicado.

"Foram identificados cerca de 600 balões, com 20 a 50 balões por hora a deslocarem-se no ar", acrescentou.

As autoridades sul-coreanas ameaçaram na sexta-feira adotar medidas contra a Coreia do Norte, caso o país vizinho continue com as "provocações irracionais", como o envio destes balões com lixo.

"Estamos a levar isto muito a sério, não vamos tolerar esse tipo de ações", garantiu em comunicado o o Ministério da Reunificação sul-coreano.

Na quarta-feira, os meios de comunicação social tinham revelado o lançamento pela Coreia do Norte de balões cheios de lixo, papel higiénico e fezes de animais para o vizinho do Sul.

Desde que a Guerra da Coreia (1950-1953) terminou num armistício e não num tratado de paz, o Norte e o Sul permanecem tecnicamente em guerra e estão separados por uma fronteira fortemente fortificada, incluindo a zona desmilitarizada.

Ativistas sul-coreanos lançam por vezes balões que contêm folhetos de propaganda contra o poder norte-coreano e dinheiro destinado às pessoas que vivem a norte da fronteira.

Estes lançamentos há muito que despertam irritação em Pyongyang, possivelmente por temer que um influxo de informação externa, numa sociedade fortemente controlada, possa representar uma ameaça para aqueles que estão no poder.

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China vai agir "com determinação" para impedir independência de Taiwan

© Ore Huiying/Bloomberg via Getty Images
Por Lusa  02/06/24 
A China vai "agir sempre com determinação e força" para impedir a independência de Taiwan, afirmou hoje em Singapura o ministro da Defesa chinês, Dong Jun.

"O Exército de Libertação Popular da China sempre foi uma força indestrutível e poderosa na defesa da unificação da pátria e vai agir sempre com determinação e força para travar a independência de Taiwan e garantir que esta nunca tenha sucesso", disse Dong Jun no fórum de segurança Diálogo de Shangri-La, que termina hoje em Singapura.

Dong Jun advertiu ainda que os "separatistas taiwaneses" e as "forças estrangeiras" que tentarem separar Taiwan da China vão acabar "por se autodestruir".

"O que fazem é promover a independência de Taiwan numa tentativa de conter a China. São ações maliciosas que estão a empurrar Taiwan para uma situação de perigo", afirmou Dong num discurso.

"Estamos empenhados na reunificação pacífica, mas a situação está a ser constantemente prejudicada por separatistas e forças estrangeiras", acrescentou.

A China considera Taiwan uma província rebelde e não exclui o uso da força para a recuperar se a ilha declarar a independência.

Taiwan é a ilha para onde o exército nacionalista chinês se retirou depois de ter sido derrotado pelas tropas comunistas na guerra civil, em 1949.

Desde então, é governada de forma autónoma.

Os Estados Unidos são o maior aliado de Taiwan e comprometeram-se a ajudar a ilha em caso de invasão pela China.

Dong disse ainda em Singapura que "alguns países" estão a espalhar "falsas narrativas" no mar do Sul da China e a instalar ilegalmente mísseis na região, numa referência às Filipinas e aos Estados Unidos, de acordo com a agência de notícias EFE.

O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., advertiu no sábado a China de que considerará como um ato de guerra a morte intencional de qualquer filipino nas disputas com Pequim no mar do Sul da China.

"Se um cidadão filipino morrer num ato intencional, isso seria muito próximo do que definimos como um ato de guerra e, por conseguinte, responderíamos em conformidade", afirmou Marcos Jr. durante uma entrevista em Singapura.

A questão dos conflitos nesta área marítima é um dos temas em destaque no fórum.

Marcos Jr. advertiu que a resposta reforçada poderia implicar a ativação do Tratado de Defesa Mútua assinado entre as Filipinas e os Estados Unidos, embora tenha sublinhado que pretende manter a paz na região.

O líder filipino acrescentou que a estabilidade regional "necessita que a China e os Estados Unidos giram a sua rivalidade de forma responsável".

Dada a posição no mar do Sul da China e a proximidade de Taiwan, o apoio das Filipinas seria importante para os Estados Unidos em caso de conflito na região.

No ano passado, Manila alargou um acordo de 2014 que permitia o acesso dos militares norte-americanos a quatro bases adicionais, elevando o número total para nove.

Duas das bases situam-se no extremo norte do arquipélago filipino, a menos de 450 quilómetros de Taiwan, segundo a agência de notícias France-Presse.

O acordo que autoriza as forças norte-americanas a passar e a armazenar equipamento nas Filipinas irritou a China, que acusou Washington de utilizar o país como "um peão para criar problemas no Mar do Sul da China".

Manila e Pequim têm uma longa história de incidentes marítimos, que se agravaram nos últimos anos.


Identificados novos genes do cancro da mama em mulheres de origem africana

 SIC Notícias  02/06/2024
Estudo norte-americano identificou genes do cancro da mama em mulheres de origem africana, que podem ajudar a prever o risco de contraírem a doença.

Um novo estudo, publicado no identificou doze genes do cancro da mama em mulheres de origem africana, que podem ajudar a prever o risco de contraírem a doença. Para além disto, os genes identificados evidenciam ainda potenciais diferenças de risco em relação às mulheres de origem europeia.

As investigações que existem sobre o tema centram-se principalmente nas mulheres europeias, mas neste estudo publicado em maio na revista Nature Genetics participaram apenas mulheres com ascendência africana.

Com base em estudos de Prevenção do Cancro da American Cancer Society, foram incluídas nesta investigação mais de 40.000 mulheres dos Estados Unidos, África e Barbados, 18.034 com cancro da mama.

O cancro da mama é atualmente o tipo de cancro mais comum nos EUA, responsável por mais de 240.000 casos diagnosticados todos os anos. As mulheres negras norte-americanas apresentam taxas mais elevadas de cancro da mama antes dos 50 anos, apresentam também uma maior incidência de cancros da mama mais difíceis de tratar e uma taxa de mortalidade por cancro da mama 42% superior à das mulheres europeias.

Fatores de risco genéticos “podem diferir entre mulheres de origem africana e europeia”

Os investigadores da Nature Genetics indicam que fatores de risco genéticos “podem diferir entre mulheres de origem africana e europeia”. Esta conclusão baseia-se nas novas mutações identificadas que não tinham sido associadas à doença ou então não eram consideradas como tão relacionadas com o cancro em estudos feitos com mulheres europeias.

Um exemplo disso é que as novas conclusões indicam que alguns dos genes conhecidos por aumentarem o risco de cancro da mama em mulheres brancas não foram associados à doença neste estudo.

De acordo com a Reuters, os resultados demonstraram estimativas sobre o risco de cancro da mama em mulheres de origem africana com base em mutações nos genes de predisposição, excluindo os genes do cancro da mama já reconhecidos BRCA1 e BRCA2.

Classificação de risco da doença para as mulheres negras

Os investigadores desenvolveram então uma classificação do risco de cancro da mama para as mulheres negras, que se revelou significativamente mais precisa do que as ferramentas atualmente disponíveis.

A pontuação de risco revelou que seis dos doze genes identificados no estudo foram associados a um elevado risco de contrair o cancro da mama triplo-negativo, a forma mais agressiva da doença. As mulheres de origem africana têm um risco três vezes maior de contrair esta variante da doença do que as mulheres com ascendência europeia.

Para além disto, os investigadores concluíram ainda que as mulheres negras, que são portadoras dos seis genes, têm 4,2 vezes mais probabilidades de serem diagnosticadas com cancro da mama triplo-negativo quando comparadas com as que não tinham nenhuma ou apenas uma das variantes.

Num estudo de acompanhamento, a prevalência de mutações patogénicas em três genes, BRCA2, CHEK2 e PALB2, foi mais elevada nas mulheres negras.

"Estudo fornece provas para promover a equidade em matéria de saúde"

    “Este estudo fornece provas para promover a equidade em matéria de saúde, no aconselhamento e nos testes genéticos para ajudar a determinar o risco de desenvolver cancro da mama”, afirmou Lauren Teras, diretora científica e líder da investigação sobre o cancro da mama.

A American Cancer Society aconselha a que se realizem testes genéticos em todas as pacientes, independentemente da raça, porque mutações genéticas anteriormente identificadas como fatores de risco de cancro da mama em mulheres brancas estão também fortemente ligadas ao risco de doença nas mulheres africanas.

No entanto, esta sociedade americana relembra que as mulheres negras norte-americanas têm menos probabilidades do que as mulheres brancas de fazer o teste devido a diferenças existentes nas recomendações dos médicos e diferenças no acesso aos cuidados de saúde.

sábado, 1 de junho de 2024

Hezbollah atinge base militar no norte de Israel

© FADEL SENNA/AFP via Getty Images
Por Lusa  01/06/24
O grupo xiita libanês Hezbollah abateu hoje um 'drone' israelita no sul do Líbano e disparou foguetes contra no norte de Israel, atingindo uma base militar e, alegadamente, posições de artilharia.

Em comunicado, o Hezbollah indicou ter abatido um 'drone' Hermes 900 Kochav, tendo Telavive confirmado a destruição do aparelho, capaz de disparar até quatro mísseis antitanque guiados e um dos mais sofisticados operados pela Força Aérea israelita.

O exército israelita indicou que um míssil terra-ar foi disparado contra o 'drone' que operava em espaço aéreo do Líbano, acrescentando que foi atingido e caiu em território libanês.

"O incidente está a ser investigado. A Força Aérea continuará a operar nos céus do Líbano para cumprir com as missões das Forças Armadas de Israel", disse um porta-voz militar israelita na rede social Telegram.

O Hezbollah não concretizou o lugar onde o 'drone' foi derrubado, mas os meios de comunicação libaneses indicam que terá sido no leste da cidade de Tiro.

Em resposta a ataques israelitas entre sexta-feira e hoje no sul do Líbano, o Hezbollah adiantou ter também atacado uma base do exército israelita na cidade fronteiriça de Kiryat Shmona com foguetes Burkan "provocando um incêndio e destruindo parte dela".

Sem dar detalhes, o exército israelita confirmou que um foguete atingiu a base militar de Kiryat Shmona.

A comunicação social israelita noticiou o ataque contra a base e divulgou imagens mostrando danos significativos nas infraestruturas, sem dar conta de vítimas.

O Hezbollah anunciou também hoje o lançamento de vários projéteis contra canhões de artilharia israelitas em Jirbet Maar, em território israelita, perto da aldeia libanesa fronteiriça de Bustan.

Apoiado militarmente pelo Irão, o Hezbollah intensificou os ataques contra Israel na sequência da ofensiva israelita na Faixa de Gaza contra o Hamas, iniciada no dia seguinte ao ataque do movimento islamita em território israelita.

Com a pressão militar de Israel sobre a cidade de Rafah, no sul de Gaza, a troca de fogo ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel intensificou-se nas últimas semanas.

Na última madrugada, um ataque israelita no sul do Líbano perto da vila de Khirbet Selm deixou duas pessoas feridas e já esta tarde 'drones' israelitas visaram uma aldeia perto da cidade de Nabatiyeh, de acordo com a comunicação social local, citada pela agência AP.

Em quase oito meses de violência, já morreram cerca de 450 pessoas no Líbano, a maioria combatentes e mais de 80 civis, segundo uma contagem da AFP. Vinte socorristas, entre os quais dez membros do Comité de Saúde Islâmico, encontram-se entre os mortos.

Do lado israelita, pelo menos 14 soldados e 11 civis já morreram, segundo as autoridades.

Quatro pessoas, incluindo uma equipa de salvamento, foram mortas na sexta-feira por ataques israelitas no sul do Líbano, segundo o Hezbollah e uma organização afiliada.

Na rede social X, o coordenador humanitário da ONU para o Líbano, Imran Riza, lamentou o sucedido, dizendo estar "profundamente perturbado por saber que uma ambulância foi alvo de um ataque" e recordando que "vinte profissionais de saúde foram mortos desde 08 de outubro".

Em resposta, o Hezbollah reivindicou o ataque com "dezenas" de foguetes 'Katyusha' a três localidades do norte de Israel: os colonatos de Gaaton, Ein Yaakov, e Yehiam.

No âmbito da violência desencadeada em outubro passado, Israel atacou diversos centros de saúde e da Proteção Civil do Líbano, na sua maioria pertencentes a organizações humanitárias com ligações a formações armadas envolvidas nos confrontos.

A ação mais grave deste género ocorreu em março passado, quando sete paramédicos foram mortos pelos israelitas num centro da Associação Libanesa de Socorro em Habariyeh (sul), um ataque que a Human Rights Watch (HRW) pediu para ser investigado como potencial "crime de guerra".