Fernando Flamengo, em declarações à Agência de Notícias da Guiné sobre o preço básico declarado pelo Presidente da República no sábado último, afirmou que o chefe de Estado devia pensar antes na economia do país e não na política.
“Na Guiné-Bissau a campanha de comercialização de castanha de caju já não segue as leis do mercado. E tudo indica que está a ser utilizado apenas para os fins políticos. Digo isso porque fixar 1000 francos CFA como preço básico quando não existe condições para isso , só pode ser considerado de uma propaganda política”, afirmou.
O Presidente da Câmara de Indústria disse ainda que o preço base de castanha de cajú na Guiné-Bissau não pode ser de 1000 francos uma vez que a concorrência internacional não favorece isso, tendo acrescentado que nos outros países o preço de castanha de cajú baixou.
“Acho que para fixar o preço base de comercialização de castanha de cajú a referência deve ser tirada nos países que também praticam a mesma actividade. Em alguns países produtores os preços baixaram, a título de exemplo na Índia mais de 60 fábricas de transformação da castanha de caju fecharam as portas devido a falta de incentivo por parte do governo”, referiu Flamengo.
Flamengo acrescentou que do seu ponto de vista a presente campanha de Caju já está comprometida com o anúncio de 1000 francos CFA, como preço básico.
“O Presidente da República não devia preocupar-se em anunciar esse valor, mas sim limitar simplesmente a intervir nos assuntos de comercialização quando é necessário”, aconselhou.
Questionado sobre o que pretendem fazer à respeito desse anuncio, respondeu que estão a reunir com os investidores a fim de encontrarem uma solução que irão anunciar nos próximos tempos.
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