domingo, 5 de agosto de 2018
Homens fracos tem amantes, homens fortes tem família!
Pra quem não sabe, Joaquim Lopes casou com a Thais e largou ela em plena lua de mel, por causa da Paola de Oliveira, disse que na verdade não gostava dela tanto assim e que só casou pq ela estava muito empolgada com o casamento.
Thaís entrou em depressão, engordou vários quilos e não conseguia emprego!
Até que conheceu um cara que a valoriza de verdade, Michel Teló, sujeito homem mesmo e estão aí com uma família linda.
E o Joaquim, por outro lado foi trocado por outro, pq quem nasce "esperto" morre otário e ainda por cima teve que ver a matéria sobre a vida maravilhosa da sua ex!
Homem não sabe o que tem ao lado até alguém pegar os caquinhos e transformar a pessoa no melhor que poderia ser.
Homens fracos tem amantes, homens fortes tem família! 👏👏👏👏👏❤
Leu? Gostou? Então dar um up mulher, para que outras amigas vejam. 😄
Alessandro Costa
Crise migratória na Argélia: Morrer no deserto
A Argélia foi acusada de ter abandonado no deserto, durante meses, dezenas de milhares de refugiados. Sobreviventes dizem que muitas pessoas morreram. Autoridades negam violação dos direitos humanos.
Deserto de Ténéré
Dezenas de milhares de emigrantes e refugiados terão sido alegadamente transportados pelas forças de segurança argelinas para o deserto do Ténéré e abandonados à sua sorte no meio do nada, sem água, nem alimentos.
Os refugiados contam que os soldados argelinos lhes roubaram os telemóveis e dinheiro. Ju Dennis é um dos sobreviventes. Teve sorte: a sua marcha pelo deserto terminou na pequena aldeia nigerina de Assamaka, onde recebeu assistência.
Daqui, muitos africanos tentam chegar à Europa com a ajuda de passadores. Mas houve quem não resistisse às condições do deserto, diz Dennis. "Tivemos que andar seis ou sete horas. Já nem sentia as minhas pernas. Cheguei ao fim das minhas forças".
"Condições terríveis", diz OIM
Fotografia de um migrante da Libéria mostra migrantes ilegais expulsos da Argélia em autocarros.
Embora a imprensa internacional só agora se tenha apercebido da situação, a prática é conhecida da Organização Internacional de Migrações (OIM) há muito, segundo a porta-voz Florence Kim: "Refiro-me a pessoas que foram abandonadas no deserto a 30 quilómetros de qualquer civilização. Desde setembro, contabilizámos 10 mil nigerianos nesta situação".
Não são apenas homens, acrescenta: "Também mulheres grávidas, crianças, menores não acompanhados, refugiados. As condições são terríveis. Muitos morrem".
O seu colega no local, Alhoussan Adouwal, percorre frequentemente a fronteira com a Argélia à procura de pessoas que precisem de ajuda. Adouwal aponta para o horizonte e abana a cabeça. Diz que há bebés e grávidas entre os refugiados Chegam aos milhares, acrescenta, é uma verdadeira catástrofe.
Jante Kamara é uma sobrevivente. O filho que levava na barriga não. "O meu bebé morreu, foi assassinado. Tantos homens e mulheres morreram no caminho. Não tínhamos água. Morreram à sede. Alguns perderam-se".
Autoridades negam violações
As autoridades argelinas negam ter violado direitos humanos. Dizem que a Argélia age em conformidade com as leis e que respeita a dignidade humana. A deportação de migrantes é feita de comum acordo com os países vizinhos.
No entanto, organizações de defesa dos direitos humanos criticam com muita frequência a forma como a Argélia lida com refugiados e migrantes.
A mão pesada de Argel é uma reacção ao número crescente de refugiados no país. Desde o encerramento quase completo da fronteira líbia, há mais pessoas que vêm par a Argélia onde ficam retidas. Para as autoridades argelinas, elas são uma ameaça à ordem pública.
Mas, se a indignação é grande na imprensa, a elite política na Europa praticamente não se manifesta. Bruxelas admite que está ciente do procedimento da Argélia. Mas estados soberanos têm o direito de expulsar migrantes, desde que cumpram a lei internacional, afirma-se na capital da União Europeia. Ao mesmo tempo, a União Europeia quer abrir centros para refugiados e requerentes a asilo nos estados do Magreb.
DW
Deserto de Ténéré
Dezenas de milhares de emigrantes e refugiados terão sido alegadamente transportados pelas forças de segurança argelinas para o deserto do Ténéré e abandonados à sua sorte no meio do nada, sem água, nem alimentos.
Os refugiados contam que os soldados argelinos lhes roubaram os telemóveis e dinheiro. Ju Dennis é um dos sobreviventes. Teve sorte: a sua marcha pelo deserto terminou na pequena aldeia nigerina de Assamaka, onde recebeu assistência.
Daqui, muitos africanos tentam chegar à Europa com a ajuda de passadores. Mas houve quem não resistisse às condições do deserto, diz Dennis. "Tivemos que andar seis ou sete horas. Já nem sentia as minhas pernas. Cheguei ao fim das minhas forças".
"Condições terríveis", diz OIM
Fotografia de um migrante da Libéria mostra migrantes ilegais expulsos da Argélia em autocarros.
Embora a imprensa internacional só agora se tenha apercebido da situação, a prática é conhecida da Organização Internacional de Migrações (OIM) há muito, segundo a porta-voz Florence Kim: "Refiro-me a pessoas que foram abandonadas no deserto a 30 quilómetros de qualquer civilização. Desde setembro, contabilizámos 10 mil nigerianos nesta situação".
Não são apenas homens, acrescenta: "Também mulheres grávidas, crianças, menores não acompanhados, refugiados. As condições são terríveis. Muitos morrem".
O seu colega no local, Alhoussan Adouwal, percorre frequentemente a fronteira com a Argélia à procura de pessoas que precisem de ajuda. Adouwal aponta para o horizonte e abana a cabeça. Diz que há bebés e grávidas entre os refugiados Chegam aos milhares, acrescenta, é uma verdadeira catástrofe.
Jante Kamara é uma sobrevivente. O filho que levava na barriga não. "O meu bebé morreu, foi assassinado. Tantos homens e mulheres morreram no caminho. Não tínhamos água. Morreram à sede. Alguns perderam-se".
Autoridades negam violações
As autoridades argelinas negam ter violado direitos humanos. Dizem que a Argélia age em conformidade com as leis e que respeita a dignidade humana. A deportação de migrantes é feita de comum acordo com os países vizinhos.
No entanto, organizações de defesa dos direitos humanos criticam com muita frequência a forma como a Argélia lida com refugiados e migrantes.
A mão pesada de Argel é uma reacção ao número crescente de refugiados no país. Desde o encerramento quase completo da fronteira líbia, há mais pessoas que vêm par a Argélia onde ficam retidas. Para as autoridades argelinas, elas são uma ameaça à ordem pública.
Mas, se a indignação é grande na imprensa, a elite política na Europa praticamente não se manifesta. Bruxelas admite que está ciente do procedimento da Argélia. Mas estados soberanos têm o direito de expulsar migrantes, desde que cumpram a lei internacional, afirma-se na capital da União Europeia. Ao mesmo tempo, a União Europeia quer abrir centros para refugiados e requerentes a asilo nos estados do Magreb.
DW
VENEZUELA - Movimento Soldados de Flanelas reivindica alegado atentado a Maduro
O Movimento Soldados de Flanelas (MSF) reivindicou o alegado atentado este sábado contra o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que provocou sete feridos.
"A operação era voar dois drones (aviões não tripulados), carregados com C4 (explosivos). O objetivo era o palco presidencial. Os atiradores da guarda de honra (encarregada da segurança presidencial) derrubaram os drones antes de chegar ao objetivo", lê-se na página Twitter uma mensagem do Twitter. "Hoje não conseguimos, mas é uma questão de tempo", considerou o MSF.
O atentado demonstrou que o Governo de Nicolás Maduro "é vulnerável", acrescentou o grupo.
O MSF é um grupo subversivo criado em 2014 e que pretende agrupar todos os "grupos de resistência" venezuelanos, para fazer uma "efetiva luta contra a ditadura, com organização e convicção".
Duas explosões, aparentemente provocadas por um 'drone', obrigaram, sábado, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a abandonar rapidamente uma cerimónia de celebração do 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar).
O ato, que decorria na Avenida Bolívar de Caracas (centro), estava a ser transmitido em simultâneo e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões venezuelanas e no momento em que Nicolás Maduro anunciava que tinha chegado a hora da recuperação económica ouviu-se uma das explosões, que fez inclusive vibrar a câmara que focava o chefe de Estado.
Nesse instante, a mulher do Presidente venezuelano, Cília Flores, e o próprio chefe de Estado olharam para cima.
Antes da televisão venezuelana suspender a transmissão foi possível ainda ver, o momento em que militares rompiam a formação.
NAOM
"A operação era voar dois drones (aviões não tripulados), carregados com C4 (explosivos). O objetivo era o palco presidencial. Os atiradores da guarda de honra (encarregada da segurança presidencial) derrubaram os drones antes de chegar ao objetivo", lê-se na página Twitter uma mensagem do Twitter. "Hoje não conseguimos, mas é uma questão de tempo", considerou o MSF.
O atentado demonstrou que o Governo de Nicolás Maduro "é vulnerável", acrescentou o grupo.
O MSF é um grupo subversivo criado em 2014 e que pretende agrupar todos os "grupos de resistência" venezuelanos, para fazer uma "efetiva luta contra a ditadura, com organização e convicção".
Duas explosões, aparentemente provocadas por um 'drone', obrigaram, sábado, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a abandonar rapidamente uma cerimónia de celebração do 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar).
O ato, que decorria na Avenida Bolívar de Caracas (centro), estava a ser transmitido em simultâneo e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões venezuelanas e no momento em que Nicolás Maduro anunciava que tinha chegado a hora da recuperação económica ouviu-se uma das explosões, que fez inclusive vibrar a câmara que focava o chefe de Estado.
Nesse instante, a mulher do Presidente venezuelano, Cília Flores, e o próprio chefe de Estado olharam para cima.
Antes da televisão venezuelana suspender a transmissão foi possível ainda ver, o momento em que militares rompiam a formação.
NAOM
sábado, 4 de agosto de 2018
MINISTRO DO COMÉRCIO ESCAPA DE UMA AGRESSÃO ´FÍSICA NA CIDADE DE CANCHUNGO
Vicente Fernandes, ministro do Comércio foi vítima de uma tentativa de agressão física, recentemente, por um agricultor, em Canchungo Norte do país.
O cidadão camponês acusou Vicente Fernandes de ter comprometido a campanha de caju, fazendo agravo ao preço anunciado pelo Presidente da República.
O fato foi revelado pelo inspector-geral do Comércio, Alberto Mendes Pereira, nas comemorações, ontem dos 26 anos do Partido da Convergência Democrática (PCD).
Contudo, Alberto Mendes Pereira acredita que, ainda é possível, exportar cento e cinquenta mil toneladas da castanha.
“Provavelmente, vamos poder exportar 150 mil toneladas de castanhas de caju. E quando chegarmos a esse montante, vamos fazer festa. Porque há pessoas que não querem que o país atinge essa soma, mas, nós estamos determinados de lá chegar”.
Mendes Pereira garante que dispõe de dados animadores:
“De 09 de junho a 01 de Agosto, já foram declaradas 115 mil toneladas para exportação. Até ao momento, foram exportadas 79 mil 272.863 toneladas faltando 36 mil 397 toneladas,” revelou o inspetor.
Com estes dados, Executivo de Aristides Gomes continua esperançado na salvação da presente campanha, de caju de 2018
Notabanca soube ainda que, o ministro do Comércio encontra-se, em Vietname para negociar a compra de castanha que ainda está em mãos dos agricultores, na Guiné-Bissau.
Notabanca; 04.08.2018
Sector de Bubaque: ADMINISTRADOR DENUNCIA A COMPRA DA CASTANHA DE CAJÚ A 150 FCFA POR QUILÓGRAMA
[REPORTAGEM] O administrador do sector de Bubaque, região de Bolama/Bijagós, sul do país, denunciou numa entrevista conjunta concedidas aos repórteres dos jornais O Democrata e Nô Pintcha, que os comerciantes locais,estrangeiros e nacionais, compram a castanha de cajú actualmente no valor de 150 a 300 francos cfa (menos de um Euro) por quilograma (kg).
O preço de mil francos cfa por kg anunciado pelo Chefe de Estado, José Mário Vaz, em Gabú criou muita expectativa em torno dos camponeses a nível do país, mas a castanha está a ser comprada a preços muito inferiores ao valor anunciado pelo Chefe de Estado, facto que, ainda segundo o administrador, criou umsentimento de frustração da parte dos camponeses que se encontram neste momento num beco sem saída.
ADMINISTRADOR: CAMPANHA DE CAJÚ TEVE REFLEXOS MUITO NEGATIVOS EM BUBAQUE
Para o administrador Francisco António Morreira, a presente campanha de comercialização da castanha de cajúestá a ter um reflexo muito negativo a nível nacional, principalmente no sector de Bubaque devido à sua insularidade.
“No ano passado, o preço mínimo estipulado foi de 500 francos cfa por quilograma. Porém subiu depois até 1000 francos cfa. Este ano o preço estipulado foi de 1000 francos cfa, infelizmente acabou por descer até aos150. Isso prejudicou e muito os camponeses que viram a sua renda familiar descer e sem solução à vista”, lamentou.
Explicou neste particular que a maioria dos camponeses daquele sector continua a armazenar a sua castanha,com a esperança do um dia, se houver um interessado, poder vendê-la a 1000 francos cfa por quilo, um preço muito acima dos 150 a 300 francos cfa que está a ser praticado.
Sobre a situação administrativa do sector de Bubaque, Francisco António Morreira assegurou ao repórter que herdou uma administração com enormes dificuldades em diferentes sectores. Contudo, diz ter elegido algumas como prioridade para os restantes quatros meses antes das eleições legislativas marcadas para 18 de novembro.
Uma das maiores preocupações dos populares tem a ver com o estado do troço principal da estrada que liga o centro da cidade de Bubaque à praia de Bruce, com buracos que não permitem a circulação normal de veículos. No entanto, o administrador informou que a sua equipa tomou o engajamento de diligenciar junto ao ministério das Obras Públicas para uma avaliação actualizada para que se possa investir na sua reabilitação, através de mobilização de fundos junto dos parceiros.
“Uma cidade como Bubaque é tida como centro que acolhe todos os estudantes de outras pequenas ilhas ao seu redor, como Canogo, Sogá, Canhabaque, Orangozinho. Eles procuram a cidade para prosseguir os seus estudos. Por isso regista-se uma aglomeração de pessoas. A atividade comercial também traz pessoas de outras ilhas aBubaque”, observou.
BUBAQUE ENFRENTA PROBLEMAS DE ÁGUA POTÁVEL
Relativamente à questão da falta de água potável no sector, explicou que a cidade tem apenas um furo de águaque é “muito bom”. Fica a três quilómetros do centro. Contudo, avançou que de momento a electrobomba que bombeava a água está com avarias técnicas, razão pela qual regista-se a falta de água potável na cidade.
Afiançou, no entanto, que a administração está empenhada nas diligências necessárias para aquisição de materiais para a reparação do aparelho, de forma a ser retomado o abastecimento de água a cidade.
No concernente a limpeza da cidade efectuada pela população local uma vez por ano, garantiu que doravante será programada para duas vezes anuais e vai ser estendida até a praia de Bruce. Acrescentou que a primeira acção de limpeza será na primeira semana de agosto e a segunda será em novembro.
“Esta iniciativa evitará perigos a vida das pessoas por causa de cobras, como também ajudará na prevenção de doenças como o paludismo, transmitido através de mosquitos. E como se sabe, essa acção será voluntária e será uma ação conjunta que contará com a participação de todas as instituições privadas e estatais que atuam em Bubaque”, notou.
Explicou ainda que as suas ações são orientadas através do plano diretor setorial, que está dentro do plano diretor regional. Sublinhou, no entanto, que meses atrás o plano foi atualizado, o que permitirá a sua execução.
Em relação às receitas recolhidas pela administração, Francisco António Morreira disse que, na verdade, está sob a dependência do ministério da Administração Territorial. Contudo explicou que o sector consegue as suas rendas por meio das receitas recolhidas nas cobranças do mercado como também de algumas taxas municipaisaplicadas aos sectores do turismo, comércio, pequenos butiques e restaurantes, terrenos ocupados pelos hoteis.
ENERGIA ELÉTRICA É MAIS CARRA EM BUBAQUE EM COMPARAÇÃO COM A CAPITAL BISSAU
Confrontado com as queixas dos citadinos da ilha, em particular dos comerciantes, sobre a alta taxa de cobranças da eletricidade que pode custar até 1000 francos cfa para um período de sete horas de consumo para as casas normais e pequenos estabelecimentos de negócios e 2000 a 3000 francos cfa para hotéis e apart-hotéis,dependendo da sua grandeza, explicou que depois de assumir a função de administrador, estava a funcionar o gerador que foi oferecido à comunidade, dado a um grupo de técnicos e que trabalha sob gerência privada.
“Existem duas tarifas: uma de 1000 (mil francos) e outra de 500 (quinhentos) francos cfa, mas os motivos de diferenciação das tarifas ainda não foram explorados pelo governo local. De facto existem duas tarifas, masdesconhecemos as explicações. Vamo-nos reunir para recolher informações saber do funcionamento do gerador e as condições de cobranças”, espelhou.
Reconheceu ainda que existe uma grande dificuldade das pessoas para pagar a electricidade. Contudo, sustentou que em termos da comparação, a electricidade em Bissau é mais barata, porque em Bubaque custa 15.000 FCFA mensal enquanto em Bissau, para casas normais, o valor é menor.
Solicitado a pronunciar-se sobre as medidas que a sua administração vai adoptar sobre naufrágios que muitas vezes são verificados na época chuvosa, disse que na verdade nos últimos tempos registou-se uma redução de naufrágios devido a vigilância rigorosa do Instituto Marítimo Portuário.
“O instituto marítimo tem estado a fazer um ótimo trabalho porque está a ordenar todas as embarcações a obrigarem os passageiros a usarem os coletes salva-vidas. Portanto é preciso reforçar mais medidas deste tipo”, notou.
Explicou ainda que algumas pirogas tentam resistir às medidas adotadas, ignorando-as. Por exemplo, no princípio deste mês uma piroga saiu de Bissau e ficou sem combustível junto à ilha das Galinha, que é um lugarconsiderado algo turbulento.
EROSÃO INVADE AS PRAIAS DE BUBAQUE E ASSUSTA OS POPULARES
As praias da ilha de Bubaque e outras ilhas deparam-se com enormes problemas de erosão, fato que preocupa os citadinos daquele sector. Contudo, o administrador explicou à repórter que a situação merece igualmente a preocupação das autoridades regionais, tendo frisado que programaram um encontro com os responsáveis doInstituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP) e da UICN, de forma a poderem analisar em conjunto o assunto e pensar numa solução a curto prazo, ou seja, nas medidas a serem adotadas para estancar a erosãodevastadora e acelerada que se regista mais a cada dia.
Assegurou ainda que a situação precisa de uma avaliação do Conselho de Ministros, tendo avançado que a falta de canais de drenagem contribuiu muito no avanço da erosão.
“Esta zona norte está a cair e até ao monumento histórico, o Comité de Estado, a antiga residência do Presidente Luís Cabral. Os portos, como sabemos, são antigos e resistentes, mas já não estão a resistir a erosão.Isso preocupa-me e muito” sublinhou.
Em relação à prostituição que se especula que existe nas ilhas, disse que a situação é discreta e que não tem provas, no entanto, “se isso acontece mesmo, então é mantida discretamente, por isso é difícil afirmar que acontece”. Afirmou neste particular que o que pode levar as pessoas pensar que existe prostituição nas ilhas é o desenvolvimento que se regista a cada dia e o aumento do número de turistas.
“Bubaque é uma zona com características turísticas e é muito ativa. Antes, as raparigas e rapazes não demoravam na rua como agora tudo é ao contrário. Há 20 anos Bubaque não era assim, agora não há controlo familiar sobre adolescentes e jovens”, lamentou.
Neste sentido, disse que o Estado não pode desencorajar o turismo, mas “as famílias são fatores determinantes para fazerem face à esta situação que se especula, se é que existe, porque senão não haverá controlo nem por parte da família e nem do Estado”.
“Os jovens podem iludir facilmente a vigilância familiar, devido a precariedade das famílias e da vida que gostariam de ter”, afirmou para de seguida revelar que agora regista-se um aumento do consumo de droga (canábis) na ilha.
Francisco António Morreira afiançou que o nível da escolarização é muito bom, porque há uma aceitação de escolarização, apesar da falta de professores bem como de carteiras.
“Há ainda ilhas que não têm escolas, como também professores que rejeitam trabalhar nas ilhas. Preferem ficar em Bissau ou outras zonas insulares. Portanto esta é a grande dificuldade da delegacia de educação, até porque não tem subsídios de incentivo” enalteceu.
Por: Epifania Mendonça
Foto: E.M
OdemocrataGB
O preço de mil francos cfa por kg anunciado pelo Chefe de Estado, José Mário Vaz, em Gabú criou muita expectativa em torno dos camponeses a nível do país, mas a castanha está a ser comprada a preços muito inferiores ao valor anunciado pelo Chefe de Estado, facto que, ainda segundo o administrador, criou umsentimento de frustração da parte dos camponeses que se encontram neste momento num beco sem saída.
ADMINISTRADOR: CAMPANHA DE CAJÚ TEVE REFLEXOS MUITO NEGATIVOS EM BUBAQUE
Para o administrador Francisco António Morreira, a presente campanha de comercialização da castanha de cajúestá a ter um reflexo muito negativo a nível nacional, principalmente no sector de Bubaque devido à sua insularidade.
“No ano passado, o preço mínimo estipulado foi de 500 francos cfa por quilograma. Porém subiu depois até 1000 francos cfa. Este ano o preço estipulado foi de 1000 francos cfa, infelizmente acabou por descer até aos150. Isso prejudicou e muito os camponeses que viram a sua renda familiar descer e sem solução à vista”, lamentou.
Explicou neste particular que a maioria dos camponeses daquele sector continua a armazenar a sua castanha,com a esperança do um dia, se houver um interessado, poder vendê-la a 1000 francos cfa por quilo, um preço muito acima dos 150 a 300 francos cfa que está a ser praticado.
Sobre a situação administrativa do sector de Bubaque, Francisco António Morreira assegurou ao repórter que herdou uma administração com enormes dificuldades em diferentes sectores. Contudo, diz ter elegido algumas como prioridade para os restantes quatros meses antes das eleições legislativas marcadas para 18 de novembro.
Uma das maiores preocupações dos populares tem a ver com o estado do troço principal da estrada que liga o centro da cidade de Bubaque à praia de Bruce, com buracos que não permitem a circulação normal de veículos. No entanto, o administrador informou que a sua equipa tomou o engajamento de diligenciar junto ao ministério das Obras Públicas para uma avaliação actualizada para que se possa investir na sua reabilitação, através de mobilização de fundos junto dos parceiros.
“Uma cidade como Bubaque é tida como centro que acolhe todos os estudantes de outras pequenas ilhas ao seu redor, como Canogo, Sogá, Canhabaque, Orangozinho. Eles procuram a cidade para prosseguir os seus estudos. Por isso regista-se uma aglomeração de pessoas. A atividade comercial também traz pessoas de outras ilhas aBubaque”, observou.
BUBAQUE ENFRENTA PROBLEMAS DE ÁGUA POTÁVEL
Relativamente à questão da falta de água potável no sector, explicou que a cidade tem apenas um furo de águaque é “muito bom”. Fica a três quilómetros do centro. Contudo, avançou que de momento a electrobomba que bombeava a água está com avarias técnicas, razão pela qual regista-se a falta de água potável na cidade.
Afiançou, no entanto, que a administração está empenhada nas diligências necessárias para aquisição de materiais para a reparação do aparelho, de forma a ser retomado o abastecimento de água a cidade.
No concernente a limpeza da cidade efectuada pela população local uma vez por ano, garantiu que doravante será programada para duas vezes anuais e vai ser estendida até a praia de Bruce. Acrescentou que a primeira acção de limpeza será na primeira semana de agosto e a segunda será em novembro.
“Esta iniciativa evitará perigos a vida das pessoas por causa de cobras, como também ajudará na prevenção de doenças como o paludismo, transmitido através de mosquitos. E como se sabe, essa acção será voluntária e será uma ação conjunta que contará com a participação de todas as instituições privadas e estatais que atuam em Bubaque”, notou.
Explicou ainda que as suas ações são orientadas através do plano diretor setorial, que está dentro do plano diretor regional. Sublinhou, no entanto, que meses atrás o plano foi atualizado, o que permitirá a sua execução.
Em relação às receitas recolhidas pela administração, Francisco António Morreira disse que, na verdade, está sob a dependência do ministério da Administração Territorial. Contudo explicou que o sector consegue as suas rendas por meio das receitas recolhidas nas cobranças do mercado como também de algumas taxas municipaisaplicadas aos sectores do turismo, comércio, pequenos butiques e restaurantes, terrenos ocupados pelos hoteis.
ENERGIA ELÉTRICA É MAIS CARRA EM BUBAQUE EM COMPARAÇÃO COM A CAPITAL BISSAU
Confrontado com as queixas dos citadinos da ilha, em particular dos comerciantes, sobre a alta taxa de cobranças da eletricidade que pode custar até 1000 francos cfa para um período de sete horas de consumo para as casas normais e pequenos estabelecimentos de negócios e 2000 a 3000 francos cfa para hotéis e apart-hotéis,dependendo da sua grandeza, explicou que depois de assumir a função de administrador, estava a funcionar o gerador que foi oferecido à comunidade, dado a um grupo de técnicos e que trabalha sob gerência privada.
“Existem duas tarifas: uma de 1000 (mil francos) e outra de 500 (quinhentos) francos cfa, mas os motivos de diferenciação das tarifas ainda não foram explorados pelo governo local. De facto existem duas tarifas, masdesconhecemos as explicações. Vamo-nos reunir para recolher informações saber do funcionamento do gerador e as condições de cobranças”, espelhou.
Reconheceu ainda que existe uma grande dificuldade das pessoas para pagar a electricidade. Contudo, sustentou que em termos da comparação, a electricidade em Bissau é mais barata, porque em Bubaque custa 15.000 FCFA mensal enquanto em Bissau, para casas normais, o valor é menor.
Solicitado a pronunciar-se sobre as medidas que a sua administração vai adoptar sobre naufrágios que muitas vezes são verificados na época chuvosa, disse que na verdade nos últimos tempos registou-se uma redução de naufrágios devido a vigilância rigorosa do Instituto Marítimo Portuário.
“O instituto marítimo tem estado a fazer um ótimo trabalho porque está a ordenar todas as embarcações a obrigarem os passageiros a usarem os coletes salva-vidas. Portanto é preciso reforçar mais medidas deste tipo”, notou.
Explicou ainda que algumas pirogas tentam resistir às medidas adotadas, ignorando-as. Por exemplo, no princípio deste mês uma piroga saiu de Bissau e ficou sem combustível junto à ilha das Galinha, que é um lugarconsiderado algo turbulento.
EROSÃO INVADE AS PRAIAS DE BUBAQUE E ASSUSTA OS POPULARES
As praias da ilha de Bubaque e outras ilhas deparam-se com enormes problemas de erosão, fato que preocupa os citadinos daquele sector. Contudo, o administrador explicou à repórter que a situação merece igualmente a preocupação das autoridades regionais, tendo frisado que programaram um encontro com os responsáveis doInstituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP) e da UICN, de forma a poderem analisar em conjunto o assunto e pensar numa solução a curto prazo, ou seja, nas medidas a serem adotadas para estancar a erosãodevastadora e acelerada que se regista mais a cada dia.
Assegurou ainda que a situação precisa de uma avaliação do Conselho de Ministros, tendo avançado que a falta de canais de drenagem contribuiu muito no avanço da erosão.
“Esta zona norte está a cair e até ao monumento histórico, o Comité de Estado, a antiga residência do Presidente Luís Cabral. Os portos, como sabemos, são antigos e resistentes, mas já não estão a resistir a erosão.Isso preocupa-me e muito” sublinhou.
Em relação à prostituição que se especula que existe nas ilhas, disse que a situação é discreta e que não tem provas, no entanto, “se isso acontece mesmo, então é mantida discretamente, por isso é difícil afirmar que acontece”. Afirmou neste particular que o que pode levar as pessoas pensar que existe prostituição nas ilhas é o desenvolvimento que se regista a cada dia e o aumento do número de turistas.
“Bubaque é uma zona com características turísticas e é muito ativa. Antes, as raparigas e rapazes não demoravam na rua como agora tudo é ao contrário. Há 20 anos Bubaque não era assim, agora não há controlo familiar sobre adolescentes e jovens”, lamentou.
Neste sentido, disse que o Estado não pode desencorajar o turismo, mas “as famílias são fatores determinantes para fazerem face à esta situação que se especula, se é que existe, porque senão não haverá controlo nem por parte da família e nem do Estado”.
“Os jovens podem iludir facilmente a vigilância familiar, devido a precariedade das famílias e da vida que gostariam de ter”, afirmou para de seguida revelar que agora regista-se um aumento do consumo de droga (canábis) na ilha.
Francisco António Morreira afiançou que o nível da escolarização é muito bom, porque há uma aceitação de escolarização, apesar da falta de professores bem como de carteiras.
“Há ainda ilhas que não têm escolas, como também professores que rejeitam trabalhar nas ilhas. Preferem ficar em Bissau ou outras zonas insulares. Portanto esta é a grande dificuldade da delegacia de educação, até porque não tem subsídios de incentivo” enalteceu.
Por: Epifania Mendonça
Foto: E.M
OdemocrataGB
sexta-feira, 3 de agosto de 2018
DIONISIO PEREIRA: FALTOU AMOR AO POVO A PRESIDENTE DA REPÚBLICA, MAS ESTÁ A MELHOR BASTANTE
O Secretário-geral da Juventude Africana Amílcar Cabral (JAAC), Dionísio Pereira, afirmou que o Presidente da Republica da Guiné-Bissau, José Mario Vaz, teve muitos momentos baixos durante a sua presidência de quatro anos, devido a falta de experiencia política e falta de amor ao povo guineense.
O Chefe de Estado foi candidato apoiado pelo Partido da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC), nas últimas eleições presidências de 2014, mas entrou em rota de colisão com PAIGC em agosto de 2015, após o derrube do executivo de Domingos Simões Pereira, igualmente líder do partido.
Convidado da rubrica Visão, no programa Noite Jovem, da Rádio Jovem, a comentar a presidência de Mario Vaz, Pereira, reconhece que Vaz foi induzido à erro para derrubar o governo do país, mas também não soube diferençar assuntos pessoais e o da nação.
“Honestamente, a avaliação que eu faço dele, é que (Jomav) não tem experiencia política e certas pessoas aproveitaram desta inexperiência para mostrar lhe caminho errado, mas ele também não tem amor ao povo guineense para entender que acima de tudo o que mais importa é a questão nacional e não pessoal”, argumentou Pereira.
Apesar desta inexperiência que levou a Guiné-Bissau conhecer 7 primeiros-ministros nesta presente legislatura, o líder da juventude do partido liderado por Simões Pereira, entende que nos últimos tempos houve um sinal positivo nas atuações do Presidente da Republica.
Em conferência de imprensa do balanço de quatro anos como Chefe de Estado, Vaz, afirmou que em nenhum momento teve divergência do com atual direção do partido e que nunca teve perceção de que terminou a dupla “Jomav e DSP” (José Mário Vaz e Domingos Simões Pereira) para voltar a governar juntos no país.
Relativamente acusações do Ministério Público de corrupção do governo do líder do PAIGC, nomeadamente o Resgate dos Bancos Comerciais, Pereira, diz que é apenas uma perseguição política no sentido de manipular o povo guineense.
De acordo com o jovem dirigente da organização juvenil do PAIGC, há um documento judicial que diz que falta fundamentos para ouvir Domingos Simões Pereira, no Ministério público.
Nesta entrevista de uma hora no programa noite jovem na rubrica Visão, Pereira, membro do Comité Central e Bureau politico do partido, abordou vários assuntos, nomeadamente a expulsão dos 15 deputados do PAIGC, a sua eleição como secretário-geral da JAAC, sanções as 19 personalidades guineenses, relação entre amizade a juventude de PAIGC e PRS e o ultimo congresso do partido.
Licenciado em Ciência da Computação e mestre em Geologia pela Universidade Federal do Ceará, Pereira, afirmou que o PAIGC vai ganhar as próximas eleições legislativas marcadas para o mês de novembro de 2018.
Natural da Ilha de Orango Grande, Guiné-Bissau, Dionísio Pereira, foi eleito em novembro de 2017, Secretário-geral da JAAC, durante o II Congresso que decorreu sob o lema: “Congresso para a reestruturação e dinamização da JAAC -Reserva segura e combativa do PAIGC é um sinal de mudança no seio dos libertadores”.
Por: Alison Cabral
radiojovem
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sexta-feira, agosto 03, 2018
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ANGELO REGALLA SAÚDA LEVANTAMENTO DAS SANÇOES AS PERSONALIDADES GUINEENSES
O presidente cessante da União para Mudança (UM), saudou esta sexta-feira (03.08), o levantamento das sanções as 19 personalidades da Guiné-Bissau, que incluía vários atores políticos próximos do Presidente guineense, pela Comunidade Económica do Estados da África Ocidental (CEDEAO), à margem da Cimeira da organização, que decorreu em Lomé, capital do Togo na segunda-feira (30.07).
Regalla diz que as sanções devem servir como elemento de reflexão não só para aqueles que foram sancionados, mas para toda classe política do país.
O líder da União para Mudança falava aos jornalistas à margem da primeira Convenção da Juventude da União para Mudança (JUM), que decorreu hoje nas instalações do polivalente da escola nacional de educação física e desporto (ENEFD), em Bissau, na qual relembrou que não pode fazer a política sem regras, sem princípio e sem valores.
“É nessa base que nós pensamos que saudamos o levantamento das sanções, mas apelamos a responsabilidade de todos e engajamento patriótico de todos os atores, porque a Guiné é de nós todos e deve servir a todos os guineenses”, vincou Regalla.
O anunciou do levantamento das sanções das personalidades foi feito pelo Presidente da Republica, José Mario Vaz no aeroporto internacional “Osvaldo Vieira, após a sua participação na cimeira, onde reconhece que não foi fácil convencer os seus pares da CEDEAO.
Relativamente a Convenção da juventude que vai culminar com a realização do IV Congresso Ordinário do partido, o líder cessante assegura que UM promete criar uma juventude forte, unida, coesa e capaz de agir na política com maior elevação, com participação das mulheres e jovens.
“Nós queremos de facto criar uma juventude sentido, capaz, de facto, de agir na política com maior elevação, com melhor qualidade, com a participação das mulheres e jovens que possam dar um sentido patriótico a política e não um sentido de oportunismo político, no sentido de aproveitamento e corrupção”.
Questionado pela imprensa se vai recandidatar-se, o político mostrou-se disponível a continuar a dirigir o partido, embora para tal deve merecer a confiança dos militantes e dirigente do partido.
No seu discurso na abertura dos trabalhos, Regalla, apelou a camada feminina para que não se mantenha encantoada nas organizações não-governamentais e se envolva de forma determinada com os homens na vida política partidária, como forma da sua afirmação e da conquista dos seus direitos.
O apelo do político, acontece um dia depois do parlamento guineense aprovou, a lei da quota no hemiciclo com 36% contra 40%, inicialmente reclamados pelas mulheres da Guiné-Bissau.
O documento vai obrigar os partidos políticos a incluir mulheres nas listas de candidaturas para cargos eletivos como forma de criar condições para que as mulheres possam ter oportunidades.
Por: Alison Cabral
Foto: AC
radiojovem
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sexta-feira, agosto 03, 2018
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Líder do parlamento guineense garante legislativas a 18 de novembro "sem falta"
O presidente do parlamento da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, garantiu hoje que as eleições legislativas vão ter lugar no dia 18 de novembro "sem falta" e apelou os eleitores a se recensearem.
Cassamá discursava no monumento mártires de Pindjigui, em Bissau, por ocasião do 03 de agosto, feriado nacional, que assinalou o 59.º aniversário de um massacre pela polícia a vários estivadores do porto que reivindicavam aumentos salariais das autoridades coloniais.
O presidente do parlamento guineense aproveitou a ocasião, marcada por uma marcha e discursos de líderes sindicais, para garantir que as eleições legislativas "vão mesmo ter lugar a 18 de novembro, sem falta".
Cipriano Cassamá apelou a que todos os cidadãos com idade de votar, 18 anos, a se recensearem para que possam participar nas eleições de 18 de novembro.
O Governo marcou o recenseamento eleitoral para decorrer entre 23 de agosto a 23 de setembro.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) projeta registar cerca de mil potenciais eleitores, no país e nas nalgumas comunidades guineenses na diáspora.
O líder do parlamento disse ter a convicção de que as eleições vão acontecer na data marcada pelo Presidente do país, José Mário Vaz, depois de conhecer a intenção da Nigéria em disponibilizar equipamentos do registo de eleitores "assim que o Governo pedir".
"É só o Governo manifestar um pedido formal, que os 'kits' chegam aqui ao país rapidamente", observou Cipriano Cassamá que apelou os guineenses a se unirem para desenvolver o país.
dn.pt/lusa
Cassamá discursava no monumento mártires de Pindjigui, em Bissau, por ocasião do 03 de agosto, feriado nacional, que assinalou o 59.º aniversário de um massacre pela polícia a vários estivadores do porto que reivindicavam aumentos salariais das autoridades coloniais.
O presidente do parlamento guineense aproveitou a ocasião, marcada por uma marcha e discursos de líderes sindicais, para garantir que as eleições legislativas "vão mesmo ter lugar a 18 de novembro, sem falta".
Cipriano Cassamá apelou a que todos os cidadãos com idade de votar, 18 anos, a se recensearem para que possam participar nas eleições de 18 de novembro.
O Governo marcou o recenseamento eleitoral para decorrer entre 23 de agosto a 23 de setembro.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) projeta registar cerca de mil potenciais eleitores, no país e nas nalgumas comunidades guineenses na diáspora.
O líder do parlamento disse ter a convicção de que as eleições vão acontecer na data marcada pelo Presidente do país, José Mário Vaz, depois de conhecer a intenção da Nigéria em disponibilizar equipamentos do registo de eleitores "assim que o Governo pedir".
"É só o Governo manifestar um pedido formal, que os 'kits' chegam aqui ao país rapidamente", observou Cipriano Cassamá que apelou os guineenses a se unirem para desenvolver o país.
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sexta-feira, agosto 03, 2018
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Afinal, o que acontece ao seu corpo quando deixa de fumar?
Fumar tem efeitos devastadores no organismo, e abandonar o vicio pode provocar quase de imediato uma melhoria massiva no seu estado de saúde e bem estar geral – mas, afinal o que acontece ao seu corpo quando deixa de fumar? Minuto a minuto, dia a dia, mês a mês e ano após ano...
O tabaco liberta milhares de químicos nocivos no organismo, que podem causar danos letais nos pulmões, coração e noutros órgãos.
Quando se abandona o vicio, o sentido de olfato começa progressivamente a voltar, a respiração melhora, assim como os níveis de energia, a aparência da pele e dos dentes.
De acordo com a organização britânica Cancer Research UK: “Cada cigarro aceso liberta um cocktail de mais de cinco mil químicos diferentes, muitos dos quais venenosos e mais de 70 causam cancro”.
Mas, afinal o que acontece ao seu corpo quando deixa de fumar?
De acordo com a publicação Healthline, o corpo começa a recuperar logo após os primeiros 20 minutos após fumar o último cigarro.
20 minutos
A tensão arterial e a pulsação começam a estabilizar e regressam aos níveis considerados normais.
72 horas
Três dias após ter fumado pela última vez começará a respirar melhor. A ausência de químicos tóxicos fará com que os canais dos brônquios relaxem e abram.
1 semana
Segundo vários estudos, quem consegue aguentar a primeira semana de abstinência apresenta uma probabilidade nove vezes maiore de desistir de todo e a longo prazo do tabaco.
2 semanas
Notará melhorias na circulação sanguínea, e na capacidade da função pulmonar que aumenta em cerca de 30%.
1 mês
Irá sentir que tem mais energia e sentirá igualmente uma menor incidência dos sintomas que se manifestam com a abstinência, e que incluem: congestão nasal e falta de ar.
A capacidade pulmonar continuará a aumentar, tornando assim estes órgãos mais capazes na proteção contra infeções.
3 meses
Para as mulheres nota-se uma melhoria nos índices de fertilidade. Mais ainda, há uma redução no risco de nascimentos de bebés prematuros.
1 ano
Por esta altura serão visíveis mudanças dramáticas na sua saúde em geral. A respiração estará completamente desobstruída, irá tossir menos, e o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas reduz em cerca de metade.
5 anos
O aniversário dos 5 anos traz consigo a redução da probabilidade de ocorrência de enfarte. Já que as artérias e vasos sanguíneos estarão menos propensos à formação de coágulos.
Segundo um estudo realizado pela Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, o risco de falecimento por cancro do pulmão também decai para mais de metade.
15 anos
De acordo com o sistema de saúde britânico (NHS), nesta altura o risco de ataque cardíaco será o mesmo de alguém que nunca tenha fumado.
NAOM
O tabaco liberta milhares de químicos nocivos no organismo, que podem causar danos letais nos pulmões, coração e noutros órgãos.
Quando se abandona o vicio, o sentido de olfato começa progressivamente a voltar, a respiração melhora, assim como os níveis de energia, a aparência da pele e dos dentes.
De acordo com a organização britânica Cancer Research UK: “Cada cigarro aceso liberta um cocktail de mais de cinco mil químicos diferentes, muitos dos quais venenosos e mais de 70 causam cancro”.
Mas, afinal o que acontece ao seu corpo quando deixa de fumar?
De acordo com a publicação Healthline, o corpo começa a recuperar logo após os primeiros 20 minutos após fumar o último cigarro.
20 minutos
A tensão arterial e a pulsação começam a estabilizar e regressam aos níveis considerados normais.
72 horas
Três dias após ter fumado pela última vez começará a respirar melhor. A ausência de químicos tóxicos fará com que os canais dos brônquios relaxem e abram.
1 semana
Segundo vários estudos, quem consegue aguentar a primeira semana de abstinência apresenta uma probabilidade nove vezes maiore de desistir de todo e a longo prazo do tabaco.
2 semanas
Notará melhorias na circulação sanguínea, e na capacidade da função pulmonar que aumenta em cerca de 30%.
1 mês
Irá sentir que tem mais energia e sentirá igualmente uma menor incidência dos sintomas que se manifestam com a abstinência, e que incluem: congestão nasal e falta de ar.
A capacidade pulmonar continuará a aumentar, tornando assim estes órgãos mais capazes na proteção contra infeções.
3 meses
Para as mulheres nota-se uma melhoria nos índices de fertilidade. Mais ainda, há uma redução no risco de nascimentos de bebés prematuros.
1 ano
Por esta altura serão visíveis mudanças dramáticas na sua saúde em geral. A respiração estará completamente desobstruída, irá tossir menos, e o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas reduz em cerca de metade.
5 anos
O aniversário dos 5 anos traz consigo a redução da probabilidade de ocorrência de enfarte. Já que as artérias e vasos sanguíneos estarão menos propensos à formação de coágulos.
Segundo um estudo realizado pela Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, o risco de falecimento por cancro do pulmão também decai para mais de metade.
15 anos
De acordo com o sistema de saúde britânico (NHS), nesta altura o risco de ataque cardíaco será o mesmo de alguém que nunca tenha fumado.
NAOM
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sexta-feira, agosto 03, 2018
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Quanto mais inteligente a mulher é, mais difícil é se casar, diz estudo
Do site Despierta Cultura
As mulheres que têm uma vida ativa nem sempre encontram a pessoa ideal para ter um relacionamento amoroso e nem sequer pensam em alcançar um relacionamento forte para se casar. Então surge a pergunta: por que é tão complicado para essa mulher se casar?
Se você já tem 30 e ainda não se casou, não se preocupe, a partir de agora você não deve se sentir mal quando perguntada sobre seu status civil. Segundo pesquisas recentes, sua condição de solteira estaria seriamente ligada à sua inteligência. Surpreendentemente, verifica-se que o estudo realizado por várias universidades inglesas revela que as mulheres têm 40% menos probabilidade de se casarem se forem bem sucedidas ou tiverem estudos universitários ou de pós-graduação.
Para encontrar esse resultado, os especialistas britânicos analisaram um grupo de 900 mulheres e homens por 40 anos. Todos eles foram observados desde os 11 anos de idade. Após uma série de análises, concluiu-se que quanto melhor a mulher estiver no ambiente de trabalho, mais difícil será para ela se casar.
Isso geralmente acontece quando elas decidem buscar educação superior e querem, encorajadas por suas habilidades intelectuais, continuar a crescer profissionalmente. Isso não significa que não querem se casar, mas que preferem esperar por um parceiro inteligente, perspicaz e ativo.
Por sua parte, os homens geralmente não compartilham essa ideia. Acontece que eles, os que estão no mesmo nível de preparo que essas referidas mulheres , têm 35% de chance de dizer “sim, eu quero”. Eles costumam escolher suas companheiras para toda a vida que correspondam à ideia de mãe, isto é, que os apoiam na casa enquanto saem para trabalhar.
Para o psicólogo e professor da Universidade de Nottingham, Paul Brown, “as mulheres querem mais independência, mas, ao mesmo tempo, todos nós buscamos relacionamentos. O paradoxo da posição pós-feminista é criar um sistema social no qual a independência e a interdependência possam florescer “.
No entanto, nem tudo é culpa do QI. Especialistas dizem que no caso de mulheres com mais anos de estudos também pode ser dado o fenômeno de que elas passam mais tempo estudando do que outras mulheres, e que atrasam suas núpcias além do ponto de sua atração máxima e sua maior fertilidade.
revistapazes.com
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sexta-feira, agosto 03, 2018
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ONU - Mais de 1.500 migrantes mortos no Mediterrâneo nos primeiros meses do ano
Mais de 1.500 refugiados e imigrantes morreram durante os primeiros sete meses do ano corrente quando tentavam atravessar o mar Mediterrâneo e chegar à Europa, divulgou hoje o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).
Os dados atualizados desta agência da ONU revelaram ainda que só nos últimos dois meses, junho e julho, foram registadas mais de 850 vítimas mortais.
Numa nota informativa, o ACNUR sublinhou que a atual taxa de mortalidade é muito elevada, enquanto que o número de imigrantes e de refugiados que conseguem chegar às costas europeias decresceu significativamente em comparação com anos anteriores.
Cerca de 60 mil migrantes atravessaram o mar Mediterrâneo desde o início do ano corrente, ou seja, cerca de metade do número registado no mesmo período em 2017.
"O ACNUR insta os Estados e as autoridades a tomarem todas as medidas necessárias nestas rotas de trânsito para desmantelar as redes de tráfico", declarou Vincent Cochetel, enviado especial do ACNUR para o Mediterrâneo.
"Com tantas vidas em jogo, é vital que possamos dar garantias aos comandantes dos navios de que eles podem desembarcar as pessoas resgatadas", acrescentou o representante do ACNUR, lembrando os casos recentes de navios com refugiados e imigrantes a bordo que não conseguiram desembarcar em portos em Itália e em Malta.
Ao longo dos últimos meses, Espanha tornou-se a principal porta de entrada de migrantes na União Europeia (UE), substituindo Itália, que atualmente adota uma postura política anti-imigração e decidiu fechar os respetivos portos.
Mais de 23.500 migrantes chegaram por mar ao território espanhol desde janeiro passado, número que já supera os dados totais de chegadas em 2017, de acordo com o ACNUR.
NAOM
Os dados atualizados desta agência da ONU revelaram ainda que só nos últimos dois meses, junho e julho, foram registadas mais de 850 vítimas mortais.
Numa nota informativa, o ACNUR sublinhou que a atual taxa de mortalidade é muito elevada, enquanto que o número de imigrantes e de refugiados que conseguem chegar às costas europeias decresceu significativamente em comparação com anos anteriores.
Cerca de 60 mil migrantes atravessaram o mar Mediterrâneo desde o início do ano corrente, ou seja, cerca de metade do número registado no mesmo período em 2017.
"O ACNUR insta os Estados e as autoridades a tomarem todas as medidas necessárias nestas rotas de trânsito para desmantelar as redes de tráfico", declarou Vincent Cochetel, enviado especial do ACNUR para o Mediterrâneo.
"Com tantas vidas em jogo, é vital que possamos dar garantias aos comandantes dos navios de que eles podem desembarcar as pessoas resgatadas", acrescentou o representante do ACNUR, lembrando os casos recentes de navios com refugiados e imigrantes a bordo que não conseguiram desembarcar em portos em Itália e em Malta.
Ao longo dos últimos meses, Espanha tornou-se a principal porta de entrada de migrantes na União Europeia (UE), substituindo Itália, que atualmente adota uma postura política anti-imigração e decidiu fechar os respetivos portos.
Mais de 23.500 migrantes chegaram por mar ao território espanhol desde janeiro passado, número que já supera os dados totais de chegadas em 2017, de acordo com o ACNUR.
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sexta-feira, agosto 03, 2018
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SOKOTO - Mais de 20 mulheres e crianças morreram em naufrágio de barco na Nigéria
Mais de 20 mulheres e crianças morreram na quinta-feira num naufrágio na Nigéria, quando tentavam regressar às suas aldeias, depois de terem sido expulsas por grupos armados.
O barco que transportava cerca de 50 pessoas afundou-se nas correntes do rio do distrito de Gandi, no estado de Sokoto (norte da Nigéria). Dezassete mulheres e quatro crianças morreram, informou Karim Suleiman, da Agência Nacional de Gestão de Emergência (NEMA).
"As nossas equipas recuperaram 21 corpos após o naufrágio do barco, que estava sobrecarregado e que acabou por se virar devido às ondas fortes", acrescentou o responsável.
As vítimas regressavam a Garin Kare, de onde fugiram juntamente com milhares de pessoas, um mês depois de uma invasão sangrenta ao seu distrito, levada a cabo por homens armados. No ataque, 32 pessoas foram mortas e dezenas de casas saqueadas e queimadas.
Os acidentes de barco acontecem regularmente nesta região pobre da Nigéria, especialmente durante a estação chuvosa, e estão ligados a más condições de transporte.
Por Lusa
O barco que transportava cerca de 50 pessoas afundou-se nas correntes do rio do distrito de Gandi, no estado de Sokoto (norte da Nigéria). Dezassete mulheres e quatro crianças morreram, informou Karim Suleiman, da Agência Nacional de Gestão de Emergência (NEMA).
"As nossas equipas recuperaram 21 corpos após o naufrágio do barco, que estava sobrecarregado e que acabou por se virar devido às ondas fortes", acrescentou o responsável.
As vítimas regressavam a Garin Kare, de onde fugiram juntamente com milhares de pessoas, um mês depois de uma invasão sangrenta ao seu distrito, levada a cabo por homens armados. No ataque, 32 pessoas foram mortas e dezenas de casas saqueadas e queimadas.
Os acidentes de barco acontecem regularmente nesta região pobre da Nigéria, especialmente durante a estação chuvosa, e estão ligados a más condições de transporte.
Por Lusa
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sexta-feira, agosto 03, 2018
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Polícia morre de overdose causada por droga que roubou da esquadra
Autoridades encontraram seringas, fentanil, heroína e LSD na casa do polícia, materiais em falta na esquadra do Ohio onde o homem de 35 anos trabalhava.
Um polícia norte-americano morreu devido a uma overdose causada por drogas retiradas da sala de provas da esquadra em que trabalhava.
James Hughes Jr. foi encontrado morto na sua casa, em maio. De acordo com o The Independent, na altura, foram encontradas seringas e um saco de plástico com o que parecia ser cocaína.
A autópsia, agora divulgada, veio confirmar que o polícia do Ohio, de 35 anos, morreu devido a uma overdose. A investigação aponta para o facto de a droga que acabaria por matar James Hughes ter sido retirada da esquadra em que o polícia trabalhava.
Um dos investigadores responsável pelo caso, Ron Wrights, disse que na casa de James Hughes foram encontrados vários materiais em falta da sala de provas da esquadra do Ohio, nomeadamente fentanil, heroína e LSD, dá conta a imprensa norte-americana.
NAOM
Um polícia norte-americano morreu devido a uma overdose causada por drogas retiradas da sala de provas da esquadra em que trabalhava.
James Hughes Jr. foi encontrado morto na sua casa, em maio. De acordo com o The Independent, na altura, foram encontradas seringas e um saco de plástico com o que parecia ser cocaína.
A autópsia, agora divulgada, veio confirmar que o polícia do Ohio, de 35 anos, morreu devido a uma overdose. A investigação aponta para o facto de a droga que acabaria por matar James Hughes ter sido retirada da esquadra em que o polícia trabalhava.
Um dos investigadores responsável pelo caso, Ron Wrights, disse que na casa de James Hughes foram encontrados vários materiais em falta da sala de provas da esquadra do Ohio, nomeadamente fentanil, heroína e LSD, dá conta a imprensa norte-americana.
NAOM
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RÁDIO CAPITAL FM - REVISTA DE IMPRENSA - 03.08.18
“Diã de Sousa mente a Nação”. Assim abrimos esta nossa revista de imprensa e é o grande título de “Donos da Bola”, jornal que dedicou a sua primeira página às exposições oratórias que envolveram a aprovação da nova Lei do Conselho Nacional e Comunicação Social.
Segundo o jornal, “os deputados da nação, membros da comissão permanente da ANP, para assuntos jurídicos, Rui Diã de Sousa e Higino Cardoso, mentiram aos seus pares, informando, a plenária, que o Sindicato de Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social e o Magistrado, Ladislau Embassa, actual Presidente do Conselho Nacional, concordaram que um magistrado assumisse o órgão e um jornalista ao cargo do vice-Presidente”. Falso!
E na decorrência deste mesmo assunto, o deputado Paulino Té, da bancada parlamentar do PRS, fez questão de aparecer na fotografia, quando insinuou que “os jornalistas são rabo dos políticos”. Barbárie esse que ativou diferentes abordagens criticas dos homens da imprensa face ao tal deputado, tendo, em consequência, o mesmo parlamentar, investir na agressão contra o jornalista, Nicolau Gomes Dautarin, apresentador do programa da Rádio Bombolom FM, “Alo Guiné”.
Porém, a resposta não se tardou.
Conforme o “Donos da Bola”, a Presidente do Sindicato de Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social, Indira Correia Baldé, afirma que a “atitude do parlamentar, Paulino Té, é imoral, porquanto considera-se que um deputado é espelho da nação”, fim de citação.
Ainda no “Donos da Bola”, numa última linha, o semanário escreve que “Senegal explora Guiné-Bissau”, no caso da disputa do petróleo na zona de exploração conjunta, atribuindo, esta afirmação, ao Presidente do Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados, Sana Canté.
Ora, mudando da alínea, do assunto, e do jornal, ou seja, de “Donos da Bola” para “Ultima Hora”, este, por sua vez, puxou para capa, o desafio lançado, esta semana, pelo APU-PGGB ao Executivo guineense. “Desafiamos ao Governo que apresente um cronograma que comprove a viabilidade das eleições em 18 de novembro”, titula o periódico, precisando que “o Secretário-geral da Aliança Popular Unida teceu duras críticas ao processo de recenseamento eleitoral”.
Na mesma entrevista, sublinhou “Última Hora”, Juliano Fernandes, crítica a compra de consciência durante o período eleitoral, e defende ser urgente substituir a democracia de camisola, pela democracia de visão e ideias”, fim de mais uma reprodução mimética por citação.
Ainda no “Ultima Hora”, o Procurador-geral da Republica, Bacar Biai, afirma que “o país está sequestrado por organizações criminosas”. Upp!
Mas, não é por aí que assenta a prioridade do Presidente da República.
Esta semana, José Mário Vaz brindou os guineenses com o anuncio do levantamento das sanções às 19 figuras nacionais.
Sobre a matéria, a publicação pormenorizou, citando ainda o Chefe de Estado, que “já não há mais ninguém sancionado, depois de um trabalho duro e difícil”, afirmando, de seguida, ele o Presidente, Mário Vaz, conforme ainda o “Ultima Hora”, “o país voltou a ter uma outra imagem”.
Ora, associada ou não a esta imagem referenciada pelo JOMAV, o jornal destacou, também, na sua primeira página, que “MADEM – G15 esclarece dúvidas do Supremo Tribunal de Justiça e obteve certidão de legalização”. Fim da nossa incursão de leitura no “Ultima Hora”. Mas, ainda não terminamos.
Agora vamos desfolhar “O Democrata”, periódico que estampou a sua capa com uma grande entrevista do Secretário-geral da UNTG.
Em titulo, o semanário escreve que a “situação dos funcionários públicos guineenses é pior do que no período colonial”, termo assumido por Júlio Mendonça, responsável máximo da maior central sindical guineense.
De acordo com o sincalista, detalhou, por outro lado, “O Democrata”, “a luta que a UNTG iniciou desde 2016 é consequência da não aplicação das leis laborais no país”.
Para o Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné, existem leis concebidas pelo próprio estado e que os sucessivos Governos não cumprem”.
Outro assunto que, também, não escapou a nossa “empreitada” pela leitura dos jornais publicados na Guiné-Bissau, tem a ver com a denuncia feita pelo Administrador do sector de Bubaque, Francisco António Morreira, em como, a “castanha de caju está a ser comprada a 150 fcfa por quilograma” naquela zona insular.
Contudo, de notar que o levantamento das sanções anunciadas pelo Presidente, José Mário Vaz, não escapou a abordagem de “O Democrata”, porquanto, aliás, foi tema de destaque da semana. Titulo do jornal: “JOMAV anuncia levantamento de sanções aos políticos guineenses pela CEDEAO”, remata o jornal.
Remate que vai nos permite retirar. Retirando...Até para semana!
Por: Lassana Cassamá
Foto de Lassana Cassama.
Braima Darame
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ASSINALA-SE HOJE 59° ANIVERSARIO DE MASSAGRE DE PINJIGUITI DE 3 DE AGOSTO DE 1959
Hoje completam 59 anos, que os trabalhadores do porto de pinjiguiti, em Bissau, foram brutalmente massacrados pelas autoridades coloniais portugueses, registando-se cerca de 50 mortos e uma centena de feridos.
A 3 de agosto de 1959, os marinheiros e estivadores do Porto de pinjiguiti, em Bissau, ao serviço da então poderosa Casa Gouveia, revoltaram-se e exigiram melhores condições de trabalho e um aumento do salario.
Foi aí que o poder colonial português mostrou que não estava para ser intimidado. Dá-se o massacre de 3 de agosto, em que polícias, cabo do mar e outras forças que se armaram no momento disparam sobre os homens que reivindicavam apenas um pouco mais de dignidade.
O resultado de massacre foi desastroso, causando cerca de 50 mortos e uma centena de feridos.
O tal acto de barbaridade, mostrou claro que, Salazar nunca iria aceitar uma autonomia administrativa. Era preciso então dar início à luta armada. Era preciso sair dos centros urbanos controlados pelos portugueses. Era preciso formar e armar uma guerrilha.
Foi isso que impulsionou a determinação dos nacionalistas e quadros guineenses em criar PAI (Partido Africano para Independência) que se transformou em PAIGC (Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde).
O massacre foi ponto crucial para desencadear a luta armada em 1963, que resultou na conquista da independência da Guiné-Bissau em 1973 e Cabo-Verde em 1975.
Em homenagem das vitimas desse massacre, foi construida uma escultura (uma mão fechada) no porto de pinjiguiti, denominada “Mão de Timba”, que significa mão de caloteiro ou pessoa que contrai dívidas e não tenciona pagá-las.
Bissau On-line
A 3 de agosto de 1959, os marinheiros e estivadores do Porto de pinjiguiti, em Bissau, ao serviço da então poderosa Casa Gouveia, revoltaram-se e exigiram melhores condições de trabalho e um aumento do salario.
Foi aí que o poder colonial português mostrou que não estava para ser intimidado. Dá-se o massacre de 3 de agosto, em que polícias, cabo do mar e outras forças que se armaram no momento disparam sobre os homens que reivindicavam apenas um pouco mais de dignidade.
O resultado de massacre foi desastroso, causando cerca de 50 mortos e uma centena de feridos.
O tal acto de barbaridade, mostrou claro que, Salazar nunca iria aceitar uma autonomia administrativa. Era preciso então dar início à luta armada. Era preciso sair dos centros urbanos controlados pelos portugueses. Era preciso formar e armar uma guerrilha.
Foi isso que impulsionou a determinação dos nacionalistas e quadros guineenses em criar PAI (Partido Africano para Independência) que se transformou em PAIGC (Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde).
O massacre foi ponto crucial para desencadear a luta armada em 1963, que resultou na conquista da independência da Guiné-Bissau em 1973 e Cabo-Verde em 1975.
Em homenagem das vitimas desse massacre, foi construida uma escultura (uma mão fechada) no porto de pinjiguiti, denominada “Mão de Timba”, que significa mão de caloteiro ou pessoa que contrai dívidas e não tenciona pagá-las.
Bissau On-line
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Num país onde trabalhas muito depois recebi um salário miserável que não serve para te sustentar e muito menos a família durante um mês.
Num país onde para viver bem tem que ser político.
Num país onde não há oportunidade para jovens.
Num país que quando termina a formação és obrigada ficar em casa com a sua diploma porque não ha trabalho. E vendo o outro que nem se quer estudou está a trabalhar porque é o filho do flano ou é conhecido do flano.
Num país onde quem fala a verdade é condenado, odiado e perseguido.
Agora eu pergunto:
Sera que assim acabar com a corrupção?
Será que podemos sair da crise económica?
Será que podemos viver na paz?
F.M.I
Num país onde para viver bem tem que ser político.
Num país onde não há oportunidade para jovens.
Num país que quando termina a formação és obrigada ficar em casa com a sua diploma porque não ha trabalho. E vendo o outro que nem se quer estudou está a trabalhar porque é o filho do flano ou é conhecido do flano.
Num país onde quem fala a verdade é condenado, odiado e perseguido.
Agora eu pergunto:
Sera que assim acabar com a corrupção?
Será que podemos sair da crise económica?
Será que podemos viver na paz?
F.M.I
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Bô djudanu resolvi problema!
Diputadu di prs, tira dinheiro di si bolso i cumpra ambulância, diputadus di paigc toma se dinheiro é bai passa férias kuel na Portugal ku se famílias utrus cumpra carrus pá se mindjer, gos dja, kil memo disputadus di paigc ku se votaduris kuma ambulância ku diputadu di prs cumpra ku si dinheiro ka didi pintadu ba ku cor di bandeira de prs? Lepsimenti tem bô!
Bô punta diputadus di paigc ku se apoiantes nunde kê pui se dinheiro kê ganha sim tarbadja?
Nunde ambulância kê kumpra?
Bô punta tam opoiantis ku votaduris di paigc se priveri ka tene ambulância ou ambulância pintadu ku cor di prs?
Kim ku tem roson nes cumdunpai?
Fonte: Estamos a Trabalhar
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FALADEPAPAGAIO
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sexta-feira, agosto 03, 2018
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Secretário-geral da UNTG: “SITUAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS GUINEENSES É PIOR DO QUE NO PERÍODO COLONIAL”
[ENTREVISTA] O Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné – Central Sindical (UNTG-CS), Júlio Mendonça, afirmou que a situação laboral de funcionários públicos guineenses é pior do que no período colonial, facto que esteve na origem do levantamento dos trabalhos naquela altura para a reivindicação de aumento salarial. Acrescentou ainda, durante a entrevista exclusiva ao semanário “O Democrata” para abordar as razões que motivaram a organização sindical a lutar pelo reajusto salarial e o aumento do salário minimo, que são questões defendidas pelas leis do país.
“A razão da nossa luta atual é igual a da luta em 1959, no período colonial! É verdade que no período colonial o salário não era assim tão famoso, mas os salários que os trabalhadores ganhavam davam para sobreviver com a família durante um mês e recebiam assistência médica e medicamentosa bem como tinham todo o apoio enquanto servidores do Estado. Hoje não há um salário que permita a um servidor público viver com a sua família durante um mês. Aliás, nem sequer chega para viver uma semana”, espelhou o sindicalista, que entretanto avançou ainda que os funcionários públicos não beneficiam da assistência medica e medicamentosa, muito menos recebem bonos de família.
Júlio Mendonça assegurou que a Central Sindical não participará na cerimónia oficial da celebração de 03 de agosto em homenagem aos mártires de Pindjiguiti. Disse que a UNTG apenas tomará parte na cerimónia, se o executivo aplicar a nova grelha salarial, que considera “de justa e que garante aos servidores públicos uma vida com os seus familiares”.
O Democrata (OD): A União Nacional de Trabalhadores da Guiné tem vindo a reivindicar, nos últimos tempos e através de paralisações (Greve), para exigir melhores condições de trabalho e reajuste dos salários dos funcionários públicos. Secretário-geral, qual é a verdadeira situação dos servidores públicos guineenses?
Júlio Mendonça (JM): Falar em concreto da situação dos servidores públicos guineenses é dizer que efectivamente está na situação caótica. Significa que nenhum servidor público sente-se dignificado por parte do próprio Estado enquanto beneficiário direto do serviço e, contudo é sabido que o país, na verdade, tem condições objetivas e financeiras para dignificar todos aqueles que efectivamente servem o Estado. Mas os políticos que o país teve durante os 44 anos não contribuíram de maneira alguma na promoção dos direitos sociais laborais, consequentemente na dignificação dos servidores do Estado.
Essa conduta negligente dos sucessivos governos tem impato negativo na vida dos cidadãos guineenses. A luta que a UNTG iniciou desde 2016 é consequência da não aplicação das leis laborais no país, porque existem leis concebidas pelo próprio Estado e que os sucessivos governos não cumprem. Por exemplo, o diploma que regula a relação entre o Estado (administração) e os servidores públicos e o Estatuto do Pessoal da Função Pública, não são aplicados pelo próprio governo. Mas o governo foi o actor deste diploma desde 1994, isto é, antes da democratização do país, antes das primeiras eleições legislativas e presidenciais no país.
OD: A UNTG exige do governo a aplicação dessas leis. Acha que a sua aplicação mudaria a situação dos funcionários públicos?
JM: Exatamente! Defendemos a aplicação dessas leis, porque entendemos que a falta de aplicação desses diplomas fez com que hoje estamos a exigir o reajuste salarial. Se tivesse havido aplicação, não estariamos a falar de reajuste, porque o diploma defende a promoção na carreira de todos os servidores do Estado. De três em três anos o Estado é obrigado a avaliar os seus funcionários e ver o desempenho de cada um e, consequentemente, promove-lo na carreira.
Quando digo promover na carreira, significa dar algumas vantagens ou acréscimos salariais às pessoas que beneficiaram dessa promoção. O Estado não faz isso. É gravíssimo porque em todos os países do mundo que pretendem desenvolver-se deve imperar o princípio da legalidade e da administração que corresponda com os princípios da legalidade. E como se sabe, na Guiné não se pode falar da administração, porque praticamente não existe! Pode imaginar, num Estado onde não há promoção, também não se promove o princípio da igualdade.
Para ter acesso a função pública, tem que se afiliar num partido político. Isso é gravíssimo! Isso põe em causa um dos princípios plasmados na lei, que diz que qualquer entrada na função pública tem que basear-se num concurso público. As violações dessas normas põem em causa a dignidade do próprio Estado e prejudica consideravelmente os cidadãos, porque todos são iguais perante o princípio da igualdade plasmado no artigo 24 da Constituição da Guiné-Bissau.
O Estado da Guiné-Bissau viola esse princípio! E a UNTG, enquanto Central Sindical e pessoa colectiva que tem a legitimidade de promover e defender os interesses dos trabalhadores, não pode ficar silenciosa a essas violações gravíssimas que o Estado administrador tem vindo a praticar. Nós exigimos não só o cumprimento escrupuloso do Estatuto Pessoal de Administração Pública, mas também todos os decretos emanados pelo Governo e promulgados pelo Presidente da República.
Estou a referir-me do decreto n° 01/2017, ao Estatuto de carreira docente que foi aprovado pela Assembleia Nacional Popular desde o ano 2011, bem como ao Estatuto Orgânico das Alfândegas que são também diplomas que o próprio governo criou, mas desde 2014 não está a cumprir. Para nós, isso é grave e, sobretudo para um Estado que diz que é social de direito. Então se é social de direito tem que pautar-se pelo princípio da legalidade. Infelizmente não tivemos sorte de ter políticos coerentes que correspondam às expectativas, razão pela qual iniciamos essa luta e exigimos que todas essas faltas sejam corrigidas.
Todos os governos foram alvos dessas reivindicações…Posso dizer que o governo de Umaro Sissoco, não obstante ter certas limitações, mas fez algo de concreto. Foi ele o autor do decreto n° 01/2017 que está a ser aplicado pelo actual governo.
OD: Esse decreto refere-se a quê exactamente, pode explicar…
JM: O artigo 15 deste decreto fala do controlo de toda administração indirecta do Estado por parte do Governo. Porque o que se nota é que há uma desorientação total e falta de cumprimento de princípios escrupulosos por parte das empresas, institutos públicos e fundos autónomos, porque fazem gestão como se estivessem noutros países, mas são todas pessoas colectivas criadas pelo Estado e com fundos do Estado e devem respeitar o princípio da legalidade também na gestão dos fundos.
Essa discrepância na gestão dos fundos acaba por prejudicar de que maneira em termos financeiros o próprio Estado, porque cai em dificuldades financeiras e acaba por assumir a responsabilidade por essas dívidas. Por exemplo, Os Correios e a Guiné Telecom, entre outros, são consequências da má gestão. Agora o Estado é obrigado a indemnizar todos os trabalhadores pelos prejuízos causados. O artigo 15 é muito claro nese aspecto, recomendando a intervenção do Estado no controlo financeiro.
O atual governo já o fez. O artigo 16 vem demostrar como o Estado deve gerir os fundos públicos com base na retribuição que deve fazer. Há uma grelha para uniformização do salário a nível da Função Pública. O artigo 16 impõe a instituição de uma nova grelha salarial até ao final do ano económico de 2017. O Governo cessante, autor do decreto, não cumpriu a sua aplicação.
O actual governo teve a coragem de aplicar esse decreto, mas só que não faz sentido aplicar o decreto de uma forma parcial. O governo de Aristides Gomes está aplicar o decreto no aspecto do controlo financeiro das entidades públicas menores.
OD: O que falta, então?
JM: Falta aplicar a nova grelha salarial e consequentemente a uniformização do salário a nível da Função Pública, logo não há aqui lógica ou coerência, porque os decretos são para serem aplicados no seu todo…
OD: Esse é o motivo que levou a UNTG a levantar-se?
JM: Não, a UNTG já se tinha levantado desde 2016 e na base daquelas reivindicações assinamos um memorando do entendimento. Em consequência desse memorando de entendimento é que surgiu o decreto n° 01/2017, que fala justamente do reajuste salarial na função pública. E depois tivemos uma adenda que pedia uma moratória para poder facilitar a emanação das diferentes tabelas.
OD: Com base em que dados que a UNTG defende o reajuste salarial e o aumento do salário na função pública, neste momento?
JM: Nós nunca falamos de aumento salarial, mas sim do reajuste. Sabemos que a consequência desse reajuste vai reflectir-se positivamente na vida daqueles que ganham menos. Julgamos que a omissão praticada pelo Estado da Guiné há muito tempo em não promover ninguém na carreira, deve ser corrigida com base neste reajuste salarial, porque também existem discrepâncias na distribuição de riqueza na função pública. Por exemplo, os ministros têm um salário e são-lhes atribuídos igualmente subsídios, o que não é concebível num país como o nosso que tem um indice de pobreza extrema e com necessidades de varia ordem, inclusive na saúde.
Nada justifica que os titulares de cargos de soberania tenham subsídios que não correspondem com a expectativa do povo, quando se diz que o Estado não tem condições para fazer um hospital de referência, isso já é grave…
Atribuir um subsídio de 10 milhões ou 7 milhões de francos cfa por mês à uma única pessoa, isso para nós é um insulto ao povo guineense, em particular aos combatentes da liberdade da pátria que deram as suas vidas para a libertação da Guiné-Bissau do jugo colonial! Subsídios aos titulares dos órgãos públicos é um insulto. Imagina um Estado que não consegue criar bem-estar ao próprio povo, nem sequer boas estradas, infrastruturas habitacionais e muito menos um hospital de referência para diagnosticar doenças e incluindo o paludismo, dar-se ao luxo que esses políticos têm…
Por isso nós achamos que não é possível continuarmos com esse sistema de governação. É preciso que algo mude e que mude com base na justiça. É isso que estamos a exigir. Esperamos doravante que os políticos compreendam em como não devem continuar com esse nível de vida. Agora devem virar o paradigma da governação, o que significa usar a governação para servir o povo, porque é para o povo que estão a governar.
Queremos também ter um hospital de referência. Os cidadãos não podem continuar a morrer nos hospitais por falta de meios para diagnosticar doenças ou a gastar o pouco de dinheiro que ganham em consultas num hospital regional de um país vizinho. Temos um hospital que deve ser equipado e criar-lhe condições para trabalhar normalmente no sentido de dar tratamento àqueles que servem o Estado. O que estamos a exigir neste momento é o começo de muitas reivindicações que temos em manga e que são consequências das leis e decretos que foram aprovados pelo Estado da Guiné-Bissau, mas guardados nas gavetas.
OD: Quais são as revendições que a Central Sindical pretende exigir no futuro?
JM: Estamos a falar da assistência técnica e medicamentosa a que todos os servidores públicos têm direito, mas que o Estado não garante. Estamos a falar do fundo de pensão que o Estado tem o dever de instituir porque todos os meses os servidores públicos sofrem descontos nos seus salários, mas as Finanças não instituiu um fundo para gerir aqueles valores descontados aos funcionários. E utiliza-o de uma forma desorientada sem fundamentos e quando as pessoas vão a reforma outros nem conseguem receber o que descontaram durante muitos anos de trabalho.
OD: Depois do reajuste salarial, a UNTG vai avançar com outras exigências?
JM: Nós temos tudo calendarizado, porque temos um plano estratégico bem definido e o que estamos a fazer é cumprir esse plano estratégico. O nosso objetivo é alcançar todos os pontos, o que passa naturalmente pelas exigências que faremos ao governo para que cumpra toda a legislação laboral do país.
OD: O governo tem condições para cumprir essas exigências todas?
JM: O país tem condições mais que suficientes para fazer cumprir todas essas reivindicações. O fundo de pensões não é do Estado, é do servidor público. O dinheiro deve ser gerido bem para servir aqueles que vão à reforma. Sobre o reajuste salarial, é bom dizer que o Estado da Guiné faz receita e está em condições de fazer o reajuste sem nenhuns problemas.
Imagina um governo que diz não ter condições para fazer o reajuste, mas está a promover despesas desnecessárias na compra de viaturas para os membros do governo. Isso é um insulto e ainda mais um menosprezo aos sacrifícios que muitos cidadãos fazem!
O D: O Primeiro-ministro alega que as referidas despesas estão na lei…
JM: Está na lei, mas também está na lei dignificar aquele que presta o serviço ao Estadodeve ser pago de acordo com o rendimento da prestação do serviço. Para nós é contraditória essa afirmação. Não deve ser uma afirmação de uma pessoa lúcida e que tem a responsabilidade de gerir a coisa pública.
Será oportuno neste momento a compra de viaturas para os membros do governo, quando faltam poucos mais de quatro meses para irmos às eleições e ter um outro governo?! Se está na lei, também é um dever do governo criar as condições para que as pessoas não morram nos hospitais. Quando um hospital central fica um mês sem o oxigénio… Quanto custa o oxigénio? Não se compara os balões de oxigénio com o preço de viaturas que o primeiro-ministro pretende comprar para todos os membros do governo…
Isso digo com todas a sinceridade, só na Guiné Bissau! Num país organizado, onde a população tem a noção de cidadania e espírito de reivindicar o seu direito, digo que esse primeiro-ministro não teria a coragem de pronunciar essas palavras. Compreendemos que um povo que ficou oprimido durante mais de 40 anos, não é fácil de acordar num um mês ou dois meses, mas nós vamos fazer o nosso trabalho de acordar o povo e mostrar-lhe que o dinheiro do Estado é para o povo e não para políticos e governantes.
Não é normal usar mais de 200 milhões de francos cfa para a compra de viaturas para os membros do governo, numa altura em que o país se encontra com problemas socias sérios. Estamos a falar de um país que tem falta das infrastruturas escolares, hospitalares e ainda tem dívidas com todos os funcionários públicos. Por isso o governo não pode priorizar a compra de viaturas de luxo para os membros do governo. Num país onde os políticos pensam no povo, isso não teria lugar nem sequer se falaria nesse assunto.
OD: Qual é a razão da disparidade salarial na função pública?
JM: Nepotismo! As pessoas fazem o trabalho igual e têm salários diferentes. Isso é inconcebível para um Estado que diz é social de direito. Existe um estatuto orgânico que impõe a justiça e que o governo não quis aplicar, portanto vamos exigir a sua aplicabilidade.
OD: O ministro da Função Pública anunciou ontem (segunda-feira) a proposta de aumento de salário minimo para 50 mil francos aos servidores públicos. A UNTG, subscreve a proposta?
JM: Ouvimos isso pela rádio, mas infelizmente o ministro da Função Pública não se sentou connosco para formalizar isso. Mas também posso garantir que recebemos algumas versões de tabelas ontem mesmo, portanto esperamos que tenha a coragem de aplicar isso, porque é um dever que lhe assiste. Estamos de acordo e pelo menos que se faça esforços neste sentido, de minimizar o sofrimentos dos servidores públicos guineenses.
O aumento do salário minimo é um começo e até dá para resolver alguns problemas, mas pretendemos que todas as categorias da função pública sejam dignificadas. Por isso vamos dar a nossa contra proposta e esperamos que o governo cumpra esse dever de dignificar os servidores públicos. E banir de uma vez por todas aquela história de subsídio de representação. Em nenhum país do mundo o subsídio de um servidor do Estado deve ultrapassar os 20 por cento do salário.
A Guiné-Bissau é um país atípico, onde o subsídio de membro do governo ultrapassa mais de 300 por cento do seu salário. O salário de um membro do governo é de mais de 300 mil francos cfa, enquanto recebe um salário de três milhões de francos cfa. O Presidente de Transição, Manuel Serifo Nhamadjo, foi quem reduziu os subsídios para 50 por cento. Se o Presidente de Transição pode fazer isso, então o Presidente eleito que promulgou um decreto não pode exigir ao governo o cumprimento do decreto, ou seja, a reposição da justiça na folha salarial do Estado?
OD: O Presidente tem uma quota de culpa neste caso?
JM: Tem mesmo culpa, porque ele é o autor e foi ele quem promulgou o decreto n° 01/2017. Devia ser o primeiro a impulsionar o governo para cumprí-lo, mas ficou em silêncio absoluto.
Outra situação ainda é que os legisladores da Guiné não têm responsabilidade. Por exemplo, a Assembleia Nacional Popular caiu na omissão, preocupando-se mais em promover os direitos dos deputados do que os do povo que representam. Foram os autores do estatuto de carreia docente e não exigiram ao governo desde 2011, a sua implementação.
Achamos que os políticos devem assumir as suas responsabilidades. O papel da UNTG continua a ser o de exigir o cumprimento da legalidade. Ainda melhor quando se trata de diplomas que vem trazer vantagens aos servidores do Estado. Nós vamos exigir tudo que é o direito que assiste o trabalhador e defender o interesse legítimo de cada cidadão que trabalha e paga os seus impostos.
É bom informar que recebemos três versões da tabela salarial que vamos analisar e apresentar a nossa contraproposta ao governo. Todas as três versões têm quase o plafom minimo igual, mas precisamos que a justiça seja feita em todas as categorias. Não é justo dizer que vai dar o salario minimo 50 mil francos cfa e deixar como estão todas as outras categorias…
Não dignificar os Engenheiros, os Medicos (curso superior) e não dignificar os professores, então ainda não fez nada. Queremos que todas as categorias sejam dignificadas e o governo tem que fazer isso na base da justiça, porque não pode haver uma diferença abismal de mais de 100 por cento entre um director-geral e um director do serviço e, se assim for, é porque estamos numa brincadeira.
O director do serviço também é coluna dorsal de um Ministério. Nessas versões da tabela salarial que recebemos, a diferença está acima de 100 por cento. Portanto vamos propor a correção disso e que seja uma diferença razoável e que va estimular ainda mais na produção. Caso contrário não haverá a produção, porque quem trabalha são os directores do serviço em colaboração com os directores gerais.
OD: Qual é a opinião da UNTG em relação a aprovação do Estatutos dos Magistrados pela Assembleia Nacional Popular?
JM: Dissemos que nunca fomos contra a dignificação de qualquer servidor público. Os magistrados têm um regime próprio, aliás, em toda parte do mundo existe um certo privilégio aos magistrados, porque são pessoas que vão fazer a justiça em nome do povo. Agora, quando se decide fazer a dignificação de uma categoria é preciso tomar em conta outros sectores importantes, inclusivos sectores primários que produzem a riqueza. De outra forma, não haverá produção e nem como pagar aquela categoria que se pretende privilegiar.
Por isso estamos a exigir que haja justiça! Que os magistrados sejam promovidos e dignificados com base naquilo que é o nível da vida na Guiné-Bissau e de acordo com a capacidade financeira do Estado, mas também com o devido respeito a outras categorias que são fundamentais para que haja o bem-estar do próprio magistrado. Se o governo não fizer isso e esquecer-se da área sanitária do país é muito grave. Se o magistrado falhar, a vítima vai para a cadeia e recebe assistência médica e medicamentosa na cadeia.
Mas quando falha um médico, a vítima vai para o cemitério, o que significa que aquela pessoa pode estar perdida. E por isso é que o Estado deve ter a capacidade de avaliar e atribuir as vantagens de acordo com as especificidades de cada setor, sem prejudicar outro.
Não estamos contra a dignificação dos magistrados, mas também devem fazer o trabalho deles que é fazer a justiça em nome do povo. Não chantagear os deputados para não cumprirem os deveres deles enquanto magistrados, só para tirarem vantagens. Nós somos contra essas políticas de oportunismo, queremos que os magistrados sejam responsáveis no exercício das suas funções, que sejam dignificados, mas que correspondam com a expectativa do povo.
OD: Algumas organizações sindicais de base, sobretudo de transportes ficaram a margem das vossas paralisações, a que se deve essa indiferença?
JM: Acho que isso tem a ver com o nível de compressão de cada dirigente sindical. Nós sentimos e percebemos o défice de espírito de sindicalismo de vários dirigentes sindicais. É o mesmo com o sindicato de transporte. No sector de transportes existem três sindicatos e em vez de preocuparem-se com os direitos dos seus associados, entrararam em brigas internas.
Se tivesse havido responsáveis com noção de sindicalismo, enquanto dirigentes sindicais, estariam nesta greve. Porque o sector mais marginalizado é o dos transportes, e independentemente das cobranças ilícitas de que são alvo. Também não existem infrastruturas rodoviárias e logo têm prejuízos a dobrar, por isso deviam ser os primeiros a reivindicar para exigir os seus direitos porque pagam o fundo rodoviário todos os meses. Nós não culpamos os motoristas, mas os dirigentes sindicais, pessoas que alegam ser legítimos representantes que não têm percepção nenhuma do sindicalismo.
OD: A UNTG desencadeia uma luta para o reajuste salarial dos funcionários públicos, mas também nota-se que a Confederação Geral do Sindicato Independente da Guiné-Bissau não se juntou a vossa exigência para fazer uma única frente. Quer fazer um comentário sobre isso…
JM: A verdade é que a confederação é uma entidade autónoma e tem a sua personalidade jurídica e de certeza tem também um plano estratégico, que define a forma como pensam fazer as suas revindicações. Achamos que todos os trabalhadores públicos estarão a altura de tirar as ilações e perceber afinal, qual é a central que está a defender os direitos dos trabalhadores.
É verdade que não podemos imiscuirmo-nos nos assuntos internos da Confederação, mas só que também ficamos estranhados quando vemos e acompanhamos alguns sindicatos filiados na confederação a fazerem a greve, por exemplo, o sector da Comunicação Social. Pergunta-se se o momento era oportuno para a reivindicação ou não? Isso cabe aos sindicatos filiados na Confederação tirar as ilações…
A UNTG, enquanto central sindical com a sua personalidade jurídica e autonomia, também vamos fazer o nosso trabalho. Cada um que faça o que lhe apetece, de acordo com o seu estatuto e o plano estratégico definido. É isso que simplesmente estamos a fazer e não podemos atribuir a culpa a ninguém, porque cada um tem a sua forma de revindicar.
OD: Qual é a sua maior motivação a frente da Central Sindical?
JM: A minha maior motivação, primeiro é porque sou patriota. Sou guineense, julgo que tenho deveres, enquanto cidadão, de dar a contribuição para o meu país. Sou fruto desta terra. Entretanto, só aqui posso dar também a minha contribuição. A segunda motivação são os meus colegas sindicalistas que estão determinados também nessa luta e que significa que não estou sozinho.
Isso me estimula bastante e me deixa muito tranquilo, saber que não estou sozinho nesta caminhada. Essas são as motivações importantes e sei que é possível trazer o sorriso aos cidadãos desta terra.
OD: Existem vozes críticas que associam a vossa revindicação com motivações políticas, ou seja, que são influenciados pelos políticos. Quer fazer um comentário sobre isso…
JM: Apenas lamento que continue a haver pessoas que ainda pensam desta forma! Pessoas que são autores destas palavras se calhar não têm auto-estima, ou melhor, não confiam nas suas capacidades e julgam que todo o mundo é igual a elas. Infelizmente o país foi concebido durante esses anos com essa mentalidade, aliás, é por isso que os políticos não deixaram que os cidadãos pensassem com as suas cabeças e andassem com os próprios pés.
Eu, particularmente, não admiro nenhum político e por isso não, posso ser orientado por nenhum político. Candidatei-me a esse cargo sem apoio de nenhum partido ou políticos e ganhei o congresso porque as pessoas confiarem no meu projecto, aliás, sabem que eu já tinha demostrado a minha capacidade anteriormente. Tudo aquilo que estamos a fazer nessa direcção é consequência das promessas do nosso programa e, por isso estamos com a consciência tranquila.
E definimos aqui que nunca iremos reunirmo-nos com nenhum partido e qualquer partido que pretende solidarizar-se com a nossa revindicação, que o faça na sede do seu partido. A UNTG é a casa dos trabalhadores e deve preocupar-se mais em promover os direitos dos mesmos.
OD: Comemora-se na próxima sexta-feira o dia dos mártires de Pindjiguiti, 03 de agosto. A UNTG mantém a sua posição de não participar nas cerimónias comemorativas organizadas pelo governo?
JM: Achamos que é incoerente e contraditório. A razão da nossa luta actual é igual à razão da luta em 1959. A situação dos funcionários públicos guineenses é pior hoje do que o período colonial! É verdade que no período colonial o salário não era assim tão famoso, mas os salários que os trabalhadores ganhavam davam para sobreviver com a família durante um mês e recebiam assistência médica e medicamentosa bem como tinham todo o apoio enquanto servidores do Estado.
Hoje não há o salário que permita um servidor público viver com a sua família durante um mês. Aliás, nem sequer chega para viver uma semana. Os funcionários públicos não beneficiam da assistência medica e medicamentosa e muito menos recebem abonos de família. A resposta que demos ao ministro da Função Pública é que se o governo quiser que participemos nas suas comemorações, que aplique a nova grelha salarial justa e que garanta aos servidores públicos viverem com os seus familiares.
Nós vamos fazer a nossa manifestação paralela. Vamos iniciar a manifestação na Chapa de Bissau e vamos até à nossa sede para exigir os nossos direitos. O governo tem dinheiro para organizar esse evento, mas não tem dinheiro para comprar oxigenio para o hospital Simão Mendes…
Quero apelar aos servidores públicos guineenses que venham juntar-se a nós, porque apenas unidos é que poderemos conquistar os nossos direitos! Que venham manifestar-se para demostrar o descontentamento e repudiar aquela exploração que são vítimas faz anos.
Por: Assana Sambú
Foto: AS
OdemocrataGB
“A razão da nossa luta atual é igual a da luta em 1959, no período colonial! É verdade que no período colonial o salário não era assim tão famoso, mas os salários que os trabalhadores ganhavam davam para sobreviver com a família durante um mês e recebiam assistência médica e medicamentosa bem como tinham todo o apoio enquanto servidores do Estado. Hoje não há um salário que permita a um servidor público viver com a sua família durante um mês. Aliás, nem sequer chega para viver uma semana”, espelhou o sindicalista, que entretanto avançou ainda que os funcionários públicos não beneficiam da assistência medica e medicamentosa, muito menos recebem bonos de família.
Júlio Mendonça assegurou que a Central Sindical não participará na cerimónia oficial da celebração de 03 de agosto em homenagem aos mártires de Pindjiguiti. Disse que a UNTG apenas tomará parte na cerimónia, se o executivo aplicar a nova grelha salarial, que considera “de justa e que garante aos servidores públicos uma vida com os seus familiares”.
O Democrata (OD): A União Nacional de Trabalhadores da Guiné tem vindo a reivindicar, nos últimos tempos e através de paralisações (Greve), para exigir melhores condições de trabalho e reajuste dos salários dos funcionários públicos. Secretário-geral, qual é a verdadeira situação dos servidores públicos guineenses?
Júlio Mendonça (JM): Falar em concreto da situação dos servidores públicos guineenses é dizer que efectivamente está na situação caótica. Significa que nenhum servidor público sente-se dignificado por parte do próprio Estado enquanto beneficiário direto do serviço e, contudo é sabido que o país, na verdade, tem condições objetivas e financeiras para dignificar todos aqueles que efectivamente servem o Estado. Mas os políticos que o país teve durante os 44 anos não contribuíram de maneira alguma na promoção dos direitos sociais laborais, consequentemente na dignificação dos servidores do Estado.
Essa conduta negligente dos sucessivos governos tem impato negativo na vida dos cidadãos guineenses. A luta que a UNTG iniciou desde 2016 é consequência da não aplicação das leis laborais no país, porque existem leis concebidas pelo próprio Estado e que os sucessivos governos não cumprem. Por exemplo, o diploma que regula a relação entre o Estado (administração) e os servidores públicos e o Estatuto do Pessoal da Função Pública, não são aplicados pelo próprio governo. Mas o governo foi o actor deste diploma desde 1994, isto é, antes da democratização do país, antes das primeiras eleições legislativas e presidenciais no país.
OD: A UNTG exige do governo a aplicação dessas leis. Acha que a sua aplicação mudaria a situação dos funcionários públicos?
JM: Exatamente! Defendemos a aplicação dessas leis, porque entendemos que a falta de aplicação desses diplomas fez com que hoje estamos a exigir o reajuste salarial. Se tivesse havido aplicação, não estariamos a falar de reajuste, porque o diploma defende a promoção na carreira de todos os servidores do Estado. De três em três anos o Estado é obrigado a avaliar os seus funcionários e ver o desempenho de cada um e, consequentemente, promove-lo na carreira.
Quando digo promover na carreira, significa dar algumas vantagens ou acréscimos salariais às pessoas que beneficiaram dessa promoção. O Estado não faz isso. É gravíssimo porque em todos os países do mundo que pretendem desenvolver-se deve imperar o princípio da legalidade e da administração que corresponda com os princípios da legalidade. E como se sabe, na Guiné não se pode falar da administração, porque praticamente não existe! Pode imaginar, num Estado onde não há promoção, também não se promove o princípio da igualdade.
Para ter acesso a função pública, tem que se afiliar num partido político. Isso é gravíssimo! Isso põe em causa um dos princípios plasmados na lei, que diz que qualquer entrada na função pública tem que basear-se num concurso público. As violações dessas normas põem em causa a dignidade do próprio Estado e prejudica consideravelmente os cidadãos, porque todos são iguais perante o princípio da igualdade plasmado no artigo 24 da Constituição da Guiné-Bissau.
O Estado da Guiné-Bissau viola esse princípio! E a UNTG, enquanto Central Sindical e pessoa colectiva que tem a legitimidade de promover e defender os interesses dos trabalhadores, não pode ficar silenciosa a essas violações gravíssimas que o Estado administrador tem vindo a praticar. Nós exigimos não só o cumprimento escrupuloso do Estatuto Pessoal de Administração Pública, mas também todos os decretos emanados pelo Governo e promulgados pelo Presidente da República.
Estou a referir-me do decreto n° 01/2017, ao Estatuto de carreira docente que foi aprovado pela Assembleia Nacional Popular desde o ano 2011, bem como ao Estatuto Orgânico das Alfândegas que são também diplomas que o próprio governo criou, mas desde 2014 não está a cumprir. Para nós, isso é grave e, sobretudo para um Estado que diz que é social de direito. Então se é social de direito tem que pautar-se pelo princípio da legalidade. Infelizmente não tivemos sorte de ter políticos coerentes que correspondam às expectativas, razão pela qual iniciamos essa luta e exigimos que todas essas faltas sejam corrigidas.
Todos os governos foram alvos dessas reivindicações…Posso dizer que o governo de Umaro Sissoco, não obstante ter certas limitações, mas fez algo de concreto. Foi ele o autor do decreto n° 01/2017 que está a ser aplicado pelo actual governo.
OD: Esse decreto refere-se a quê exactamente, pode explicar…
JM: O artigo 15 deste decreto fala do controlo de toda administração indirecta do Estado por parte do Governo. Porque o que se nota é que há uma desorientação total e falta de cumprimento de princípios escrupulosos por parte das empresas, institutos públicos e fundos autónomos, porque fazem gestão como se estivessem noutros países, mas são todas pessoas colectivas criadas pelo Estado e com fundos do Estado e devem respeitar o princípio da legalidade também na gestão dos fundos.
Essa discrepância na gestão dos fundos acaba por prejudicar de que maneira em termos financeiros o próprio Estado, porque cai em dificuldades financeiras e acaba por assumir a responsabilidade por essas dívidas. Por exemplo, Os Correios e a Guiné Telecom, entre outros, são consequências da má gestão. Agora o Estado é obrigado a indemnizar todos os trabalhadores pelos prejuízos causados. O artigo 15 é muito claro nese aspecto, recomendando a intervenção do Estado no controlo financeiro.
O atual governo já o fez. O artigo 16 vem demostrar como o Estado deve gerir os fundos públicos com base na retribuição que deve fazer. Há uma grelha para uniformização do salário a nível da Função Pública. O artigo 16 impõe a instituição de uma nova grelha salarial até ao final do ano económico de 2017. O Governo cessante, autor do decreto, não cumpriu a sua aplicação.
O actual governo teve a coragem de aplicar esse decreto, mas só que não faz sentido aplicar o decreto de uma forma parcial. O governo de Aristides Gomes está aplicar o decreto no aspecto do controlo financeiro das entidades públicas menores.
OD: O que falta, então?
JM: Falta aplicar a nova grelha salarial e consequentemente a uniformização do salário a nível da Função Pública, logo não há aqui lógica ou coerência, porque os decretos são para serem aplicados no seu todo…
OD: Esse é o motivo que levou a UNTG a levantar-se?
JM: Não, a UNTG já se tinha levantado desde 2016 e na base daquelas reivindicações assinamos um memorando do entendimento. Em consequência desse memorando de entendimento é que surgiu o decreto n° 01/2017, que fala justamente do reajuste salarial na função pública. E depois tivemos uma adenda que pedia uma moratória para poder facilitar a emanação das diferentes tabelas.
OD: Com base em que dados que a UNTG defende o reajuste salarial e o aumento do salário na função pública, neste momento?
JM: Nós nunca falamos de aumento salarial, mas sim do reajuste. Sabemos que a consequência desse reajuste vai reflectir-se positivamente na vida daqueles que ganham menos. Julgamos que a omissão praticada pelo Estado da Guiné há muito tempo em não promover ninguém na carreira, deve ser corrigida com base neste reajuste salarial, porque também existem discrepâncias na distribuição de riqueza na função pública. Por exemplo, os ministros têm um salário e são-lhes atribuídos igualmente subsídios, o que não é concebível num país como o nosso que tem um indice de pobreza extrema e com necessidades de varia ordem, inclusive na saúde.
Nada justifica que os titulares de cargos de soberania tenham subsídios que não correspondem com a expectativa do povo, quando se diz que o Estado não tem condições para fazer um hospital de referência, isso já é grave…
Atribuir um subsídio de 10 milhões ou 7 milhões de francos cfa por mês à uma única pessoa, isso para nós é um insulto ao povo guineense, em particular aos combatentes da liberdade da pátria que deram as suas vidas para a libertação da Guiné-Bissau do jugo colonial! Subsídios aos titulares dos órgãos públicos é um insulto. Imagina um Estado que não consegue criar bem-estar ao próprio povo, nem sequer boas estradas, infrastruturas habitacionais e muito menos um hospital de referência para diagnosticar doenças e incluindo o paludismo, dar-se ao luxo que esses políticos têm…
Por isso nós achamos que não é possível continuarmos com esse sistema de governação. É preciso que algo mude e que mude com base na justiça. É isso que estamos a exigir. Esperamos doravante que os políticos compreendam em como não devem continuar com esse nível de vida. Agora devem virar o paradigma da governação, o que significa usar a governação para servir o povo, porque é para o povo que estão a governar.
Queremos também ter um hospital de referência. Os cidadãos não podem continuar a morrer nos hospitais por falta de meios para diagnosticar doenças ou a gastar o pouco de dinheiro que ganham em consultas num hospital regional de um país vizinho. Temos um hospital que deve ser equipado e criar-lhe condições para trabalhar normalmente no sentido de dar tratamento àqueles que servem o Estado. O que estamos a exigir neste momento é o começo de muitas reivindicações que temos em manga e que são consequências das leis e decretos que foram aprovados pelo Estado da Guiné-Bissau, mas guardados nas gavetas.
OD: Quais são as revendições que a Central Sindical pretende exigir no futuro?
JM: Estamos a falar da assistência técnica e medicamentosa a que todos os servidores públicos têm direito, mas que o Estado não garante. Estamos a falar do fundo de pensão que o Estado tem o dever de instituir porque todos os meses os servidores públicos sofrem descontos nos seus salários, mas as Finanças não instituiu um fundo para gerir aqueles valores descontados aos funcionários. E utiliza-o de uma forma desorientada sem fundamentos e quando as pessoas vão a reforma outros nem conseguem receber o que descontaram durante muitos anos de trabalho.
OD: Depois do reajuste salarial, a UNTG vai avançar com outras exigências?
JM: Nós temos tudo calendarizado, porque temos um plano estratégico bem definido e o que estamos a fazer é cumprir esse plano estratégico. O nosso objetivo é alcançar todos os pontos, o que passa naturalmente pelas exigências que faremos ao governo para que cumpra toda a legislação laboral do país.
OD: O governo tem condições para cumprir essas exigências todas?
JM: O país tem condições mais que suficientes para fazer cumprir todas essas reivindicações. O fundo de pensões não é do Estado, é do servidor público. O dinheiro deve ser gerido bem para servir aqueles que vão à reforma. Sobre o reajuste salarial, é bom dizer que o Estado da Guiné faz receita e está em condições de fazer o reajuste sem nenhuns problemas.
Imagina um governo que diz não ter condições para fazer o reajuste, mas está a promover despesas desnecessárias na compra de viaturas para os membros do governo. Isso é um insulto e ainda mais um menosprezo aos sacrifícios que muitos cidadãos fazem!
O D: O Primeiro-ministro alega que as referidas despesas estão na lei…
JM: Está na lei, mas também está na lei dignificar aquele que presta o serviço ao Estadodeve ser pago de acordo com o rendimento da prestação do serviço. Para nós é contraditória essa afirmação. Não deve ser uma afirmação de uma pessoa lúcida e que tem a responsabilidade de gerir a coisa pública.
Será oportuno neste momento a compra de viaturas para os membros do governo, quando faltam poucos mais de quatro meses para irmos às eleições e ter um outro governo?! Se está na lei, também é um dever do governo criar as condições para que as pessoas não morram nos hospitais. Quando um hospital central fica um mês sem o oxigénio… Quanto custa o oxigénio? Não se compara os balões de oxigénio com o preço de viaturas que o primeiro-ministro pretende comprar para todos os membros do governo…
Isso digo com todas a sinceridade, só na Guiné Bissau! Num país organizado, onde a população tem a noção de cidadania e espírito de reivindicar o seu direito, digo que esse primeiro-ministro não teria a coragem de pronunciar essas palavras. Compreendemos que um povo que ficou oprimido durante mais de 40 anos, não é fácil de acordar num um mês ou dois meses, mas nós vamos fazer o nosso trabalho de acordar o povo e mostrar-lhe que o dinheiro do Estado é para o povo e não para políticos e governantes.
Não é normal usar mais de 200 milhões de francos cfa para a compra de viaturas para os membros do governo, numa altura em que o país se encontra com problemas socias sérios. Estamos a falar de um país que tem falta das infrastruturas escolares, hospitalares e ainda tem dívidas com todos os funcionários públicos. Por isso o governo não pode priorizar a compra de viaturas de luxo para os membros do governo. Num país onde os políticos pensam no povo, isso não teria lugar nem sequer se falaria nesse assunto.
OD: Qual é a razão da disparidade salarial na função pública?
JM: Nepotismo! As pessoas fazem o trabalho igual e têm salários diferentes. Isso é inconcebível para um Estado que diz é social de direito. Existe um estatuto orgânico que impõe a justiça e que o governo não quis aplicar, portanto vamos exigir a sua aplicabilidade.
OD: O ministro da Função Pública anunciou ontem (segunda-feira) a proposta de aumento de salário minimo para 50 mil francos aos servidores públicos. A UNTG, subscreve a proposta?
JM: Ouvimos isso pela rádio, mas infelizmente o ministro da Função Pública não se sentou connosco para formalizar isso. Mas também posso garantir que recebemos algumas versões de tabelas ontem mesmo, portanto esperamos que tenha a coragem de aplicar isso, porque é um dever que lhe assiste. Estamos de acordo e pelo menos que se faça esforços neste sentido, de minimizar o sofrimentos dos servidores públicos guineenses.
O aumento do salário minimo é um começo e até dá para resolver alguns problemas, mas pretendemos que todas as categorias da função pública sejam dignificadas. Por isso vamos dar a nossa contra proposta e esperamos que o governo cumpra esse dever de dignificar os servidores públicos. E banir de uma vez por todas aquela história de subsídio de representação. Em nenhum país do mundo o subsídio de um servidor do Estado deve ultrapassar os 20 por cento do salário.
A Guiné-Bissau é um país atípico, onde o subsídio de membro do governo ultrapassa mais de 300 por cento do seu salário. O salário de um membro do governo é de mais de 300 mil francos cfa, enquanto recebe um salário de três milhões de francos cfa. O Presidente de Transição, Manuel Serifo Nhamadjo, foi quem reduziu os subsídios para 50 por cento. Se o Presidente de Transição pode fazer isso, então o Presidente eleito que promulgou um decreto não pode exigir ao governo o cumprimento do decreto, ou seja, a reposição da justiça na folha salarial do Estado?
OD: O Presidente tem uma quota de culpa neste caso?
JM: Tem mesmo culpa, porque ele é o autor e foi ele quem promulgou o decreto n° 01/2017. Devia ser o primeiro a impulsionar o governo para cumprí-lo, mas ficou em silêncio absoluto.
Outra situação ainda é que os legisladores da Guiné não têm responsabilidade. Por exemplo, a Assembleia Nacional Popular caiu na omissão, preocupando-se mais em promover os direitos dos deputados do que os do povo que representam. Foram os autores do estatuto de carreia docente e não exigiram ao governo desde 2011, a sua implementação.
Achamos que os políticos devem assumir as suas responsabilidades. O papel da UNTG continua a ser o de exigir o cumprimento da legalidade. Ainda melhor quando se trata de diplomas que vem trazer vantagens aos servidores do Estado. Nós vamos exigir tudo que é o direito que assiste o trabalhador e defender o interesse legítimo de cada cidadão que trabalha e paga os seus impostos.
É bom informar que recebemos três versões da tabela salarial que vamos analisar e apresentar a nossa contraproposta ao governo. Todas as três versões têm quase o plafom minimo igual, mas precisamos que a justiça seja feita em todas as categorias. Não é justo dizer que vai dar o salario minimo 50 mil francos cfa e deixar como estão todas as outras categorias…
Não dignificar os Engenheiros, os Medicos (curso superior) e não dignificar os professores, então ainda não fez nada. Queremos que todas as categorias sejam dignificadas e o governo tem que fazer isso na base da justiça, porque não pode haver uma diferença abismal de mais de 100 por cento entre um director-geral e um director do serviço e, se assim for, é porque estamos numa brincadeira.
O director do serviço também é coluna dorsal de um Ministério. Nessas versões da tabela salarial que recebemos, a diferença está acima de 100 por cento. Portanto vamos propor a correção disso e que seja uma diferença razoável e que va estimular ainda mais na produção. Caso contrário não haverá a produção, porque quem trabalha são os directores do serviço em colaboração com os directores gerais.
OD: Qual é a opinião da UNTG em relação a aprovação do Estatutos dos Magistrados pela Assembleia Nacional Popular?
JM: Dissemos que nunca fomos contra a dignificação de qualquer servidor público. Os magistrados têm um regime próprio, aliás, em toda parte do mundo existe um certo privilégio aos magistrados, porque são pessoas que vão fazer a justiça em nome do povo. Agora, quando se decide fazer a dignificação de uma categoria é preciso tomar em conta outros sectores importantes, inclusivos sectores primários que produzem a riqueza. De outra forma, não haverá produção e nem como pagar aquela categoria que se pretende privilegiar.
Por isso estamos a exigir que haja justiça! Que os magistrados sejam promovidos e dignificados com base naquilo que é o nível da vida na Guiné-Bissau e de acordo com a capacidade financeira do Estado, mas também com o devido respeito a outras categorias que são fundamentais para que haja o bem-estar do próprio magistrado. Se o governo não fizer isso e esquecer-se da área sanitária do país é muito grave. Se o magistrado falhar, a vítima vai para a cadeia e recebe assistência médica e medicamentosa na cadeia.
Mas quando falha um médico, a vítima vai para o cemitério, o que significa que aquela pessoa pode estar perdida. E por isso é que o Estado deve ter a capacidade de avaliar e atribuir as vantagens de acordo com as especificidades de cada setor, sem prejudicar outro.
Não estamos contra a dignificação dos magistrados, mas também devem fazer o trabalho deles que é fazer a justiça em nome do povo. Não chantagear os deputados para não cumprirem os deveres deles enquanto magistrados, só para tirarem vantagens. Nós somos contra essas políticas de oportunismo, queremos que os magistrados sejam responsáveis no exercício das suas funções, que sejam dignificados, mas que correspondam com a expectativa do povo.
OD: Algumas organizações sindicais de base, sobretudo de transportes ficaram a margem das vossas paralisações, a que se deve essa indiferença?
JM: Acho que isso tem a ver com o nível de compressão de cada dirigente sindical. Nós sentimos e percebemos o défice de espírito de sindicalismo de vários dirigentes sindicais. É o mesmo com o sindicato de transporte. No sector de transportes existem três sindicatos e em vez de preocuparem-se com os direitos dos seus associados, entrararam em brigas internas.
Se tivesse havido responsáveis com noção de sindicalismo, enquanto dirigentes sindicais, estariam nesta greve. Porque o sector mais marginalizado é o dos transportes, e independentemente das cobranças ilícitas de que são alvo. Também não existem infrastruturas rodoviárias e logo têm prejuízos a dobrar, por isso deviam ser os primeiros a reivindicar para exigir os seus direitos porque pagam o fundo rodoviário todos os meses. Nós não culpamos os motoristas, mas os dirigentes sindicais, pessoas que alegam ser legítimos representantes que não têm percepção nenhuma do sindicalismo.
OD: A UNTG desencadeia uma luta para o reajuste salarial dos funcionários públicos, mas também nota-se que a Confederação Geral do Sindicato Independente da Guiné-Bissau não se juntou a vossa exigência para fazer uma única frente. Quer fazer um comentário sobre isso…
JM: A verdade é que a confederação é uma entidade autónoma e tem a sua personalidade jurídica e de certeza tem também um plano estratégico, que define a forma como pensam fazer as suas revindicações. Achamos que todos os trabalhadores públicos estarão a altura de tirar as ilações e perceber afinal, qual é a central que está a defender os direitos dos trabalhadores.
É verdade que não podemos imiscuirmo-nos nos assuntos internos da Confederação, mas só que também ficamos estranhados quando vemos e acompanhamos alguns sindicatos filiados na confederação a fazerem a greve, por exemplo, o sector da Comunicação Social. Pergunta-se se o momento era oportuno para a reivindicação ou não? Isso cabe aos sindicatos filiados na Confederação tirar as ilações…
A UNTG, enquanto central sindical com a sua personalidade jurídica e autonomia, também vamos fazer o nosso trabalho. Cada um que faça o que lhe apetece, de acordo com o seu estatuto e o plano estratégico definido. É isso que simplesmente estamos a fazer e não podemos atribuir a culpa a ninguém, porque cada um tem a sua forma de revindicar.
OD: Qual é a sua maior motivação a frente da Central Sindical?
JM: A minha maior motivação, primeiro é porque sou patriota. Sou guineense, julgo que tenho deveres, enquanto cidadão, de dar a contribuição para o meu país. Sou fruto desta terra. Entretanto, só aqui posso dar também a minha contribuição. A segunda motivação são os meus colegas sindicalistas que estão determinados também nessa luta e que significa que não estou sozinho.
Isso me estimula bastante e me deixa muito tranquilo, saber que não estou sozinho nesta caminhada. Essas são as motivações importantes e sei que é possível trazer o sorriso aos cidadãos desta terra.
OD: Existem vozes críticas que associam a vossa revindicação com motivações políticas, ou seja, que são influenciados pelos políticos. Quer fazer um comentário sobre isso…
JM: Apenas lamento que continue a haver pessoas que ainda pensam desta forma! Pessoas que são autores destas palavras se calhar não têm auto-estima, ou melhor, não confiam nas suas capacidades e julgam que todo o mundo é igual a elas. Infelizmente o país foi concebido durante esses anos com essa mentalidade, aliás, é por isso que os políticos não deixaram que os cidadãos pensassem com as suas cabeças e andassem com os próprios pés.
Eu, particularmente, não admiro nenhum político e por isso não, posso ser orientado por nenhum político. Candidatei-me a esse cargo sem apoio de nenhum partido ou políticos e ganhei o congresso porque as pessoas confiarem no meu projecto, aliás, sabem que eu já tinha demostrado a minha capacidade anteriormente. Tudo aquilo que estamos a fazer nessa direcção é consequência das promessas do nosso programa e, por isso estamos com a consciência tranquila.
E definimos aqui que nunca iremos reunirmo-nos com nenhum partido e qualquer partido que pretende solidarizar-se com a nossa revindicação, que o faça na sede do seu partido. A UNTG é a casa dos trabalhadores e deve preocupar-se mais em promover os direitos dos mesmos.
OD: Comemora-se na próxima sexta-feira o dia dos mártires de Pindjiguiti, 03 de agosto. A UNTG mantém a sua posição de não participar nas cerimónias comemorativas organizadas pelo governo?
JM: Achamos que é incoerente e contraditório. A razão da nossa luta actual é igual à razão da luta em 1959. A situação dos funcionários públicos guineenses é pior hoje do que o período colonial! É verdade que no período colonial o salário não era assim tão famoso, mas os salários que os trabalhadores ganhavam davam para sobreviver com a família durante um mês e recebiam assistência médica e medicamentosa bem como tinham todo o apoio enquanto servidores do Estado.
Hoje não há o salário que permita um servidor público viver com a sua família durante um mês. Aliás, nem sequer chega para viver uma semana. Os funcionários públicos não beneficiam da assistência medica e medicamentosa e muito menos recebem abonos de família. A resposta que demos ao ministro da Função Pública é que se o governo quiser que participemos nas suas comemorações, que aplique a nova grelha salarial justa e que garanta aos servidores públicos viverem com os seus familiares.
Nós vamos fazer a nossa manifestação paralela. Vamos iniciar a manifestação na Chapa de Bissau e vamos até à nossa sede para exigir os nossos direitos. O governo tem dinheiro para organizar esse evento, mas não tem dinheiro para comprar oxigenio para o hospital Simão Mendes…
Quero apelar aos servidores públicos guineenses que venham juntar-se a nós, porque apenas unidos é que poderemos conquistar os nossos direitos! Que venham manifestar-se para demostrar o descontentamento e repudiar aquela exploração que são vítimas faz anos.
Por: Assana Sambú
Foto: AS
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sexta-feira, agosto 03, 2018
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