Victor Pereira, porta-voz do PRS, na Guiné-Bissau.
Na Guiné-Bissau, as eleições legislativas estão marcadas para 18 de Novembro, mas alguns partidos já levantam dúvidas sobre a fiabilidade do processo, nomeadamente o registo dos eleitores.
A União Patriotica Guineense e o Partido da Renovção Social, por exemplo, já vieram ao público denunciar o que chamam de tentativas de fraude antecipada.
E isto por parte do PAIGC em conluio, dizem, com o primeiro-ministro, Aristides Gomes.
A questão prende-se com a possibilidade de os cartões dos eleitores serem impressos fora da Guiné-Bissau, segundo peritos internacionais para poupar tempo e dinheiro e realizar as eleições a 18 de novembro.
Victor Pereira, porta-voz do PRS diz que tudo isso é a preparação de uma fraude eleitoral.
pt.rfi.fr
segunda-feira, 28 de maio de 2018
Novo representante da ONU em Bissau quer trabalho coerente para paz e desenvolvimento
O novo representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, o diplomata brasileiro José Viegas Filho, chegou hoje a Bissau e disse esperar um "trabalho coerente" das Nações Unidas para que o país encontre a paz e o desenvolvimento.
"Estou muito feliz de estar a chegar à Guiné-Bissau por esta experiência que eu espero seja muito construtiva, de maneira a que as Nações Unidas, com os seus melhores propósitos, possa fazer um trabalho coerente do país para que nós encontremos um futuro de prosperidade, paz e progresso", afirmou José Viegas Filho à agência Lusa.
O diplomata brasileiro, que será também chefe do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau, falava à Lusa no aeroporto Osvaldo Vieira, na capital guineense.
O diplomata brasileiro nasceu em 1942 e tem mais de quatro décadas de experiência no governo e diplomacia e vai substituir no cargo Modibou Touré, que terminou a missão no início de maio.
O novo representante da ONU em Bissau ocupou entre 2009 e 2012 o cargo de embaixador do Brasil em Itália, depois de ter passado por Espanha, Rússia, Peru e Dinamarca, entre outros.
José Viegas Filho também foi ministro da Defesa brasileiro entre 2003 e 2004 e ocupou importantes funções no Ministério das Relações Externas.
Entre 1992 e 1993 liderou a delegação brasileira que participou nas negociações para reformar o Tratado de Tlatelolco para a desnuclearização da América do Sul.
Também liderou entre 1995 e 1997 a delegação brasileira que participou nas negociações para a proibição de minas antipessoal.
dn.pt/lusa
"Estou muito feliz de estar a chegar à Guiné-Bissau por esta experiência que eu espero seja muito construtiva, de maneira a que as Nações Unidas, com os seus melhores propósitos, possa fazer um trabalho coerente do país para que nós encontremos um futuro de prosperidade, paz e progresso", afirmou José Viegas Filho à agência Lusa.
O diplomata brasileiro, que será também chefe do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau, falava à Lusa no aeroporto Osvaldo Vieira, na capital guineense.
O diplomata brasileiro nasceu em 1942 e tem mais de quatro décadas de experiência no governo e diplomacia e vai substituir no cargo Modibou Touré, que terminou a missão no início de maio.
O novo representante da ONU em Bissau ocupou entre 2009 e 2012 o cargo de embaixador do Brasil em Itália, depois de ter passado por Espanha, Rússia, Peru e Dinamarca, entre outros.
José Viegas Filho também foi ministro da Defesa brasileiro entre 2003 e 2004 e ocupou importantes funções no Ministério das Relações Externas.
Entre 1992 e 1993 liderou a delegação brasileira que participou nas negociações para reformar o Tratado de Tlatelolco para a desnuclearização da América do Sul.
Também liderou entre 1995 e 1997 a delegação brasileira que participou nas negociações para a proibição de minas antipessoal.
dn.pt/lusa
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FALADEPAPAGAIO
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segunda-feira, maio 28, 2018
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O novo Representante do Secretario-Geral da ONU para a Guine-Bissau, Jose Viegas Filho, chegou esta madrugada ao pais. Foi recebido pelo Representante especial adjunto, David McLachlan-Karr, pelo Embaixador do Brasil no pais, Fernando Aparicio e funcionarios do UNIOGBIS.
A chegada, Jose Viegas filho disse a agencia Lusa, estar muito contente de estar na Guine-Bissau e empenhado em que as Nacoes Unidas possam trabalhar de forma coerente para ajudar o pais a ter um futuro de paz e prosperidade.
ONU na Guiné-Bissau
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segunda-feira, maio 28, 2018
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Convenções e exposições em Macau e produtos alimentares dos países de língua portuguesa em destaque em feira na China
As vantagens de Macau enquanto palco de realização de convenções e exposições foi o tema de um seminário organizado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) em Chongqing, em cooperação com organismos governamentais daquele município, de acordo com um comunicado oficial.
O IPIM organizou uma deslocação àquele município de uma delegação de 30 pessoas para participar na 21.ª edição da “Western China International Investment and Trade Fair”, anteriormente designada como “China Chongqing International Investment and Global Sourcing Fair”, que encerra hoje depois de inaugurada dia 25 de Maio.
Macau fez-se representar no certame com um pavilhão instalado pelo IPIM, com uma área de 126 metros quadrados, que serviu principalmente para a promoção do ambiente de investimento de Macau e da “Agência Única” para licitação e apoio em Macau das actividades MICE, onde oito empresas de Macau exibiram os produtos característicos do território e alimentares e vinhos de países de língua portuguesa.
No seminário para a promoção da cooperação do sector de convenções e exposições de Chongqing e Macau, o vogal executivo do IPIM, Sam Lei, assinalou que Macau tem promovido activamente o seu posicionamento como “Um Centro (Mundial de Turismo e Lazer) e Uma Plataforma (de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa)”, aproveitando a vantagem da rede de mercado entre Macau, a China continental, os países de língua portuguesa e o resto do mundo para promover o desenvolvimento do sector de convenções e exposições.
Durante a estada em Chongqing, a delegação empresarial de Macau esteve presente na cerimónia de descerramento da placa do “Centro de Exposição dos Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa - Ponto de Exposição no Interior da China”, que irá proporcionar mais informações e apoio às empresas de Chongqing e dos mercados da região ocidental da China envolvidas na distribuição dos produtos alimentares dos países de língua portuguesa.
Macauhub
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segunda-feira, maio 28, 2018
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domingo, 27 de maio de 2018
Pessoas que gastam muito na cerimônia de casamento tendem a se divorciar mais rápido, aponta estudo.
Nuno Nabiam eleito presidente APU-PDGB
O Partido Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), elegeu hoje, Nuno Gomes Nabian, como seu presidente, preparando-se para desafiar o domínio das duas principais formações políticas nas próximas eleições legislativas de Novembro e presidenciais de 2019.
Nabian foi único candidato à liderança do partido criado há três anos. Participam no congresso que termina neste domingo 1.551 delegados. A reunião magna decorreu sob o lema "Legitimação, consolidação democrática, construção da unidade e desenvolvimento da Guiné-Bissau".
Presidium:
NUNO GOMES NABIAN- PRESIDENTE
MAMADÚ SALIU LAMBA- 1° vice-presidente
ARMANDO MANGO- 2° vice-presidente
JOANA COBDÉ NHANCA-3° vice-presidente
FATUMATA DJAU BALDÉ- 4° vice-presidente
BATISTA TÉ - 5° vice-presidente
-----------------
JULIANO FERNANDES- Secretário Geral
Fotos: Sydney Monteiro
Braima Darame
Nabian foi único candidato à liderança do partido criado há três anos. Participam no congresso que termina neste domingo 1.551 delegados. A reunião magna decorreu sob o lema "Legitimação, consolidação democrática, construção da unidade e desenvolvimento da Guiné-Bissau".
Presidium:
NUNO GOMES NABIAN- PRESIDENTE
MAMADÚ SALIU LAMBA- 1° vice-presidente
ARMANDO MANGO- 2° vice-presidente
JOANA COBDÉ NHANCA-3° vice-presidente
FATUMATA DJAU BALDÉ- 4° vice-presidente
BATISTA TÉ - 5° vice-presidente
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JULIANO FERNANDES- Secretário Geral
Fotos: Sydney Monteiro
Braima Darame
ROUBO DE GADO AMEAÇA A PAZ ENTRE A GUINÉ-BISSAU E O SENEGAL
[REPORTAGEM] A situação crítica e crescente do roubo de gado-bovino ameaça cada vez mais a paz social, no seio das comunidades limítrofes entre as repúblicas da Guiné-Bissau e do Senegal. Um novo fenómeno que pode beliscar a convivência sã entre os guineenses e senegaleses tem a ver também com a posse de terras a nível das aldeias da linha fronteiriça.
Os números falam por si. As pessoas entrevistas pelo repórter do Jornal O Democrata perderam as contas das vezes que presenciaram devoluções de gado roubado por alegados gatunos guineenses, mas os mesmos interlocutores confessaram aos microfones do repórter que nunca assistiram a uma devolução de gado roubado por senegaleses.
Os populares do setor de Bigene revelaram que os senegaleses acusam os guineenses de serem ladrões tal como os seus governantes. Os senegaleses da zona limítrofe com o país acreditam que todos os guineenses roubam ou furtam, até proferem essas acusações na cara de cidadãos nacionais que frequentam o território senegalês.
O episódio mais recente do roubo de gado envolve um grupo de jovens de uma aldeia nos arredores da sede setorial de Bigene, um caso que culminou na detenção de um jovem do grupo pelas autoridades senegalesas. O rapaz foi atingido a tiro, fato que facilitou a sua detenção pelas forças senegalesas.
Apesar de ninguém ter confirmado pelo menos um caso de roubo de gado pelos senegaleses no território nacional, a maioria dos nossos entrevistados afirma que os senegaleses também entram no espaço territorial guineense para roubar madeira, cibe e canas de bambo, mas o assunto merece pouca atenção das autoridades dos dois países.
Há relatos que ainda apontam para fortes indícios de haver colaboradores senegaleses que facilitam as atividades de roubo de gado aos alegados gatunos da Guiné-Bissau. Os supostos cúmplices recebem ou hospedam os malfeitores, assim como lhes instruem em como fazer o roubo.
O mais estranho aos olhos dos populares é ver os gatunos no território nacional com armas de fogo com as quais praticam roubos a mão armada no outro lado da fronteira, ameaçando a segurança fronteiriça tanto para quem vive no Senegal como para quem vive no país, concretamente no setor de Bigene.
De acordo com as informações, os ladrões roubam quantidades de gado no território senegalês e entram na Guiné-Bissau. Alguns malfeitores atravessam o rio Farim, na localidade de Barro (Porto de Barro), seguindo assim para a região de Oio, setor de Bissorã.
AJED DENUNCIA LUTA PELA POSSE DE TERRA ENTRE SEGALESES E GUINEENSES
A Associação Juvenil para Educação e Desenvolvimento (AJED), sediada em Bigene, denuncia existência de disputas pela posse de terra entre as comunidades limítrofes, entre cidadãos da Guiné-Bissau e do Senegal.
A AJED é uma organização local fundada em meados de 2005. Desde então tem atuado no domínio de pacificação da linha fronteiriça, tendo em conta as contendas vividas frequentemente nessa zona.
AJED atuou em vários projetos destinados às comunidades das zonas limítrofes entre a Guiné-Bissau, a Gâmbia e o Senegal, sempre em sintonia com os seus similares dos respetivos países. Mas nos últimos anos, a AJED está focalizada nos trabalhos ligados à denominada Plataforma das Organizações Locais que Intervêm na Linha Fronteiriça, que congrega 20 organizações dos 3 países mencionados.
O Secretário-geral da AJED, Baciro Mané, afirma que os maiores problemas que a sua organização enfrenta é o fenómeno de roubo de gado, uma das causas dos desentendimentos entre as comunidades dos dois lados da fronteira. Neste particular, Mané lembra de uma situação do roubo de gado no território senegalês alegadamente praticado por guineenses, que causou posteriormente um ambiente de mal-estar. Os senegaleses decidiram criar um Comité de Vigilância da Fronteira, que bloqueou duas vezes a fronteira. Primeiro em 2012, ano da criação da plataforma das organizações fronteiriças e segundo em 2014.
Em ambas as situações, a AJED exerceu com sucesso a sua influência para o desbloqueio da contenda junto dos seus parceiros senegaleses. E as barreiras foram levantadas com a intervenção de autoridades senegalesas.
“Na altura os cidadãos senegaleses sustentaram a decisão de encerrar as fronteiras como a melhor forma de evitar roubos, ou seja, impedir a entrada dos gatunos. Até recorreram na primeira fase antes do fecho de fronteira, à identificação de sotaques étnicos para identificar uma dada etnia que aos olhos dos senegaleses é dos indivíduos que roubam frequentemente no Senegal”, nota o jovem ativista bigenense.
Baciro Mané alertou para uma nova situação que está a ganhar enormes proporções na linha de fronteira, sobretudo na área geográfica onde fica o setor de Bigene. A título de exemplo, na tabanca de Sindina na Guiné-Bissau e na aldeia de Yaran no Senegal, onde 40 cidadãos senegaleses desmataram seus espaços agrícolas até entrarem significativamente dentro do território nacional. Segundo as informações apuradas pelo o repórter de O Democrata, tudo aponta que a situação está a ser analisada entre as organizações que atuam na zona fronteiriça entre os dois países.
A distância ou o intervalo entre os pilares que separam o território guineense e do senegalês, para alguns, está na base das confusões. As pessoas aproveitam o espaço alheio, como aconteceu com as comunidades de Sindina e de Yaran, por desconhecimento ou por negligência. Alguns pomares de cajueiros na zona limítrofe tem uma parte no Senegal outra na Guiné-Bissau.
A AJED assim como seus similares do Senegal não têm poderes de intervir nos assuntos das fronteiras, função que cabe aos Estados senegalês e guineense. Às organizações cabe-lhes apenas apaziguar e sensibilizar as comunidades a adotarem melhores comportamentos para uma convivência sã, para que reine o espírito de boa vizinhança.
OS ATIVISTAS DE BIGENE PEDEM COOPERAÇÃO DAS AUTORIDADES GUINEENSES
A AJED lamenta a pouca abertura das autoridades guineenses, que na visão do Secretário Juvenil para a Educação e Desenvolvimento, devem ser os melhores parceiros da sua organização, sobretudo no domínio do roubo de gado. Na última entrega de gado, que alegadamente teria sido roubado no Senegal por supostos gatunos guineenses, a AJED diz ter-se sentido afastada do processo. Ainda assim, conseguiu apurar que o Estado da Guiné-Bissau devolveu 13 vacas às autoridades senegalesas, fato que contenta esta associação juvenil.
Por outro lado, AJED diz compreender as limitações dos agentes de defesa e segurança colocados no setor, mas acredita que a situação de roubo de gado pode minar a relação entre as comunidades fronteiriças, assim como a relação entre os dois Estados, por isso, tem que ser banida.
“Queremos que as nossas autoridades nos permitam envolvermo-nos na medida das nossas possibilidades, sendo nós uma organização vocacionada na matéria, assim seria bom para nós, para as autoridades e para as duas comunidades dos dois países. Infelizmente, há matérias de exclusiva responsabilidade dos dois governos e ali não conseguimos penetrar mais a fundo para recolher as informações das quais precisamos”, explicou.
A AJED garante ter acompanhado com atenção a situação da detenção do jovem guineense que alegadamente ter-se-ia deslocado para roubar gado no Senegal, mas fez as suas investidas sempre em colaboração com seus parceiros da sociedade civil senegalesa. Fontes contatadas pelo jornal O Democrata afirmam que o suposto ladrão já terá sido libertado pelas autoridades senegalesas.
Baciro Mané disse que a sua organização tem a informação da libertação do jovem em causa através de fontes familiares, que confirmaram a libertação do rapaz e que já se encontra na sua aldeia natal, segundo as explicações do dirigente associativo.
Mané disse que desde a criação da AJED, assistiu apenas às entregas de gado roubado na Guiné-Bissau, mas que nunca presenciou uma cerimónia do género no Senegal, fato que evidencia as alegações dos senegaleses em relação aos cidadãos guineenses de serem os únicos que roubam no território senegalês.
A AJED está a trabalhar arduamente nos últimos anos com vista a minimizar essa prática. O Democrata soube que o roubo de gado entre os dois países envolve mais a camada juvenil.
O envolvimento da juventude da Guiné-Bissau, concretamente do setor de Bigene, fez com que a AJED organizasse, no ano passado no período das férias, um torneio de futebol que envolveu 22 tabancas do setor de Bigene. O evento visava desviar a atenção dos jovens que alegadamente podiam pensar em deslocar-se para roubar gado no território nacional ou no Senegal. O torneio ‘Inter tabancas’ decorreu em três localidades do setor de Bigene – Barro, Sambuia e Bigene.
Atualmente, a AJED trabalha num projeto em colaboração com seus parceiros com o objetivo de fomentar o empreendedorismo nos jovens e mulheres, onde as pessoas podem levantar as fichas de requerimento junto dos responsáveis da AJED para preencher e concorrer a um fundo disponível.
“O nosso amanhã depende de como o preparamos hoje. O futuro começa no hoje. O que plantamos é o resultado da nossa colheita no amanhã”, advertiu Baciro Mané, antes de aconselhar os jovens para deixarem o roubo de gado e assalto a mão armada. De seguida fez notar que hoje os jovens têm melhores oportunidades que os seus antepassados, acrescentando que hoje é fácil aprender, “apenas não aprende quem não quer”.
Insistiu no apelo à juventude da zona a se abdicar de atos como roubo de gado, porque podem comprometer as relações entre os dois Estados e dois Povos, lamentando a forma como os guineenses são encarrados pelos senegaleses como sendo todos ‘ladrões’.
“Hoje os guineenses são vistos como ladrões do outro lado da fronteira. Os senegaleses chamam-nos de ladrões. Somos obrigados a andar cabisbaixos quando atravessamos a fronteira, por isso, a AJED repudia o roubo de gado, porque não nos dignifica a todos. Acham que somos todos gatunos com razão, porque são na maioria os jovens da Guiné-Bissau que roubam no Senegal”, sublinha.
ROUBO DE GADO CEIFA VIDAS DE JOVENS GUINEENSES
Roubo de gado ceifa cada vez mais a vida da juventude guineense, concretamente dos setores de Bigene e Bissorã. Na maioria dos casos as vítimas mortais são jovens armados com armas de fogo (Ak 47), com as quais roubam no território nacional e no Senegal.
O Chefe da tabanca de Bigene, Queba Camará, disse à nossa reportagem que o roubo de gado é preocupante em Bigene, apontando o exemplo do grupo de jovens que se deslocou ao Senegal para roubar gado na tabanca de Singha, onde um deles foi ferido. Os outros membros do grupo de malfeitores tentaram resgatar o colega ferido, mas acabaram por abandoná-lo na berma da estrada numa aldeia entre a Guiné-Bissau e o Senegal chamada Faradjantó, onde foi encontrado pelas forças senegalesas na companhia do chefe tradicional da aldeia e foi levado para o Senegal, onde recebeu tratamento médico.
No dia seguinte, outro grupo de jovens guineenses executou um assalto à mão armada no Senegal.
“Aqui não passa uma ou duas semanas sem ouvir ou ver vítimas mortais do assalto na linha da fronteira. Os nossos jovens estão a perder vidas. Às vezes os restos mortais são encaminhados para o centro de saúde de Bigene e os familiares vêm buscar os corpos. Não sei o que é que os nossos jovens pensam, até ao ponto de abraçar essa má vida! Mesmo aqui dentro do setor de Bigene, quando um ladrão assalta uma casa, o melhor é ficar calado e quietinho, se não, ele atira mortalmente. Por isso, os senegaleses acham que todos os guineenses são gatunos. Há ladrões também no lado senegalês que colaboram com os nossos malfeitores”, sustenta Queba Camará.
Camará diz ser impossível um individuo ou grupo deslocar-se para um território alheio roubar dezenas de gado sem ter a colaboração de nativos do país onde o roubo é praticado.
Na última devolução de gado roubado, feito em Bigene pelas autoridades guineenses ao Estado do Senegal e que envolvia 20 vacas, no momento em que as forças de segurança interpelaram os gatunos, tanto o bando como o gado se dispersaram e perdeu-se o controlo de alguns. Foram recuperados apenas 13 bovinos que posteriormente foram devolvidos aos senegaleses, numa cerimónia realizada no setor de Bigene.
AUTORIDADES SENEGALESAS TÊM NOMES DOS GATUNOS GUINEENSES E SEUS COLABORADORES
De acordo com as informações, o jovem ferido no roubo de gado deixou um bom banco de dados às autoridades senegalesas relativamente aos grupos e nome de pessoas que saem da Guiné-Bissau para roubar no Senegal. Também deu nomes dos colaboradores que controlam as vias quando os gatunos entram com o gado roubado para o território guineense. Neste particular, a reportagem do jornal O Democrata soube que um jovem já foi detido pelas autoridades senegalesas, sendo ele um dos alegados colaboradores dos ladrões. A nossa fonte disse que o jovem tido como colaborador foi apanhado ao telefone numa zona isolada pelas forças de segurança senegalesas. Sobre o assunto, o jornal fez contatos sem sucesso para obter outras reações sobre a mesma matéria (o suposto jovem colaborador detido pelos senegaleses), por exemplo, as forças de segurança da Guiné-Bissau e da administração local remeteram-se a silêncio.
As populações da comunidade local desconhecem os nomes retidos pelas autoridades senegalesas, mas acreditam que os senegaleses estarão muito vigilantes em relação aos indivíduos apontados pelo jovem ferido na tabanca de Singha.
O líder tradicional do setor de Bigene aconselha os jovens a se afastarem das práticas que têm a ver com o roubo de gado, apelando aos governantes no sentido de trabalharem para criar emprego para a juventude guineense.
Por outro lado, Queba Camará diz que há muitos jovens que possuem pomares de cajueiros. Na sua visão, se estes jovens explorarem bem a colheita da castanha de caju, podem investir noutra atividade que gera rendimento e poderão garantir a sua sobrevivência, para não ficar totalmente dependente apenas da produção do caju.
“É muito triste ver um jovem morto por causa do roubo. Às vezes não consigo dormir por ter visto aqui ao lado no centro de saúde, quando trazem corpos de jovens mortos nos atos de roubo. Se estivesse presente, mesmo para as pessoas com poucas lágrimas, choraria pelos jovens mortos nestas circunstâncias”, lamenta Queba Camará. A título de exemplo, lembrou-se de um rapaz morto no roubo de gado numa das tabancas do setor de Bigene. O jovem era das aldeias do setor de Bissorã. Os familiares foram buscar o corpo em Bigene, mas não devolveram a maca com a qual transportavam os restos mortais.
AFABU AFIRMA QUE BIGENE ESTÁ TOTALMENTE ABANDONADA EM TERMOS DE SEGURANÇA
O presidente da Associação dos Filhos e Amigos de Bigene Unido (AFABU), Ibo Camará, diz, por sua vez, que o seu setor está aquém das expetativas em termos de segurança. Ou seja, ‘totalmente abandonada em termos de segurança’, acrescentando que Bigene tem graves problemas de roubo de gado.
Apontou a instabilidade “endémica” (na Guiné-Bissau) e a problemática de rebelião em Casamança (no Senegal), como sendo fatores que potenciam a insegurança. Na zona limítrofe existem casas construídas, parte no território senegalês e outra no lado guineense.
Camará diz que além do nível elevado do roubo de gado, o setor de Bigene tem outro problema relativamente à violação do território da Guiné-Bissau, acrescentando que os senegaleses desmatam dentro do espaço guineense a uma distância de mais de um quilometro e fazem suas plantações, uma situação que se regista há muitos anos, sublinhou. Mas com a valorização da castanha de caju o caso cresce ainda mais e sem uma solução à vista.
“Estamos totalmente desprotegidos em relação ao roubo de gado aqui em Bigene. Na verdade, são acontecimentos frequentes aqui ouvir situações de roubos de gado. Antes os ladroes praticavam as suas atividades sem armas de fogo. Se o dono do gado se apercebesse, ao dirigir-se ao ladrão, este fugia e soltava o animal. Agora não. Os larápios andam a luz do dia com as vacas roubadas, porque estão bem armados. As pessoas aqui estão com medo de criar bovinos por causa dos roubos frequentes e a mão armada”, lamentou Ibo Camará.
GUINÉ-BISSAU DEIXA SUA FRONTEIRA VULNERÁVEL AOS ROUBOS
Em relação aos roubos alegadamente praticados pelos senegaleses no território guineense, Ibo Camará disse que pode existir roubos e furtos da parte dos senegaleses dentro do país, mas confessou que até aqui só existem provas dos guineenses que roubam no Senegal, apontando o número elevado de devoluções de vacas roubadas já feitas no setor de Bigene pelas autoridades da Guiné-Bissau ao Estado senegalês. Sublinhou que a Guiné-Bissau abre as suas fronteiras ao roubo e furtos. Apontou o número reduzido ou insuficiente de agentes de defesa e segurança instalados na linha fronteiriça, como fracasso de tudo.
Na visão do presidente de AFABU, o crescente número de roubos a mão armada na zona fez com que muitos criadores de gado no setor de Bigene deixassem de praticar esta atividade para não serem mortos por gatunos. E dedicam-se todos na monocultora de caju.
“Isto porque ninguém vai cortar seus pomares de caju, alguns até podem vender suas vacas para investir todo dinheiro na criação de uma plantação de cajueiros. Recentemente a população senegalesa fez uma reivindicação onde exigiram ao seu Estado para tomar uma medida contra o Estado da Guiné-Bissau, porque os cidadãos senegaleses consideram que o Estado da Guiné-Bissau é que permitiu as ondas de roubo no território senegalês. Os manifestantes ameaçaram fazer uma desobediência civil e tomar medidas caso o Estado não assumir uma posição clara sobre o assunto. Para eles o Estado senegalês passa a pagar cada gado roubado na zona limítrofe”, explica Ibo Camará.
MUITOS GUINEENSES MORTOS NO SENEGAL EM 1986
Camará lembrou ainda o episódio de roubo nos anos 1980, onde foram mortos vários cidadãos guineenses no território senegalês. Os senegaleses tinham recorrido à identificação de uma dada etnia que entenderam que estava na base dos roubos.
Os populares informaram ao nosso repórter que todo o gado roubado no Senegal que atravessam o rio para o lado de Bissorã desaparece de vez.
Ibo lamenta a forma como os guineenses são encarados como sinónimos de roubo, apontando um caso que envolveu um jovem de Bigene, encontrado pelas forças senegalesas numa plantação de caju ao telefone quando vinha das compras no Senegal. Foi detido e levado para prisão no Senegal, mas depois de faltar provas aos senegaleses soltaram-no e voltou ao país. Exigiu ao Estado da Guiné-Bissau que assumisse as suas responsabilidades com o povo guineense.
Ibo Camará lembrou ainda que havia, na era colonial, quartéis no setor de Bigene com diferentes estruturas militares, assinalando que o poder colonial não tinha instalado aquartelamentos militares para todos os ramos militares em Bigene por acaso. Tinham um propósito e acredita que havia e ainda há hoje um grande motivo para isso.
O ativista apontou o número insuficiente de agentes das forças da defesa e segurança, que não têm bons equipamentos, não têm transporte, nem motivação e estão com falta de agentes qualificados. Na sua visão, tudo isso torna ainda aquela zona mais vulnerável em termos de segurança.
O Democrata soube ainda que em caso de um alerta de roubo de gado ou alguma situação que requer uma intervenção, as forças da defesa e segurança recorrem aos particulares para pedir emprestadas motorizadas e combustível que transportam três agentes para os lugares indicados.
A sede setorial não dispõe de um tribunal. Os casos judiciais são resolvidos no tribunal setorial, na seção de Ingoré que fica a 33 quilómetros de Bigene, numa estrada em péssimas condições. Se não for em Ingoré, os casos são levados a Bissorã que também é uma localidade de difícil acesso para os populares de Bigene.
Por: Sene Camará
Foto: SC
Maio de 2018 @ O Democrata
OdemocrataGB
Os números falam por si. As pessoas entrevistas pelo repórter do Jornal O Democrata perderam as contas das vezes que presenciaram devoluções de gado roubado por alegados gatunos guineenses, mas os mesmos interlocutores confessaram aos microfones do repórter que nunca assistiram a uma devolução de gado roubado por senegaleses.
Os populares do setor de Bigene revelaram que os senegaleses acusam os guineenses de serem ladrões tal como os seus governantes. Os senegaleses da zona limítrofe com o país acreditam que todos os guineenses roubam ou furtam, até proferem essas acusações na cara de cidadãos nacionais que frequentam o território senegalês.
O episódio mais recente do roubo de gado envolve um grupo de jovens de uma aldeia nos arredores da sede setorial de Bigene, um caso que culminou na detenção de um jovem do grupo pelas autoridades senegalesas. O rapaz foi atingido a tiro, fato que facilitou a sua detenção pelas forças senegalesas.
Apesar de ninguém ter confirmado pelo menos um caso de roubo de gado pelos senegaleses no território nacional, a maioria dos nossos entrevistados afirma que os senegaleses também entram no espaço territorial guineense para roubar madeira, cibe e canas de bambo, mas o assunto merece pouca atenção das autoridades dos dois países.
Há relatos que ainda apontam para fortes indícios de haver colaboradores senegaleses que facilitam as atividades de roubo de gado aos alegados gatunos da Guiné-Bissau. Os supostos cúmplices recebem ou hospedam os malfeitores, assim como lhes instruem em como fazer o roubo.
O mais estranho aos olhos dos populares é ver os gatunos no território nacional com armas de fogo com as quais praticam roubos a mão armada no outro lado da fronteira, ameaçando a segurança fronteiriça tanto para quem vive no Senegal como para quem vive no país, concretamente no setor de Bigene.
De acordo com as informações, os ladrões roubam quantidades de gado no território senegalês e entram na Guiné-Bissau. Alguns malfeitores atravessam o rio Farim, na localidade de Barro (Porto de Barro), seguindo assim para a região de Oio, setor de Bissorã.
AJED DENUNCIA LUTA PELA POSSE DE TERRA ENTRE SEGALESES E GUINEENSES
A Associação Juvenil para Educação e Desenvolvimento (AJED), sediada em Bigene, denuncia existência de disputas pela posse de terra entre as comunidades limítrofes, entre cidadãos da Guiné-Bissau e do Senegal.
A AJED é uma organização local fundada em meados de 2005. Desde então tem atuado no domínio de pacificação da linha fronteiriça, tendo em conta as contendas vividas frequentemente nessa zona.
AJED atuou em vários projetos destinados às comunidades das zonas limítrofes entre a Guiné-Bissau, a Gâmbia e o Senegal, sempre em sintonia com os seus similares dos respetivos países. Mas nos últimos anos, a AJED está focalizada nos trabalhos ligados à denominada Plataforma das Organizações Locais que Intervêm na Linha Fronteiriça, que congrega 20 organizações dos 3 países mencionados.
O Secretário-geral da AJED, Baciro Mané, afirma que os maiores problemas que a sua organização enfrenta é o fenómeno de roubo de gado, uma das causas dos desentendimentos entre as comunidades dos dois lados da fronteira. Neste particular, Mané lembra de uma situação do roubo de gado no território senegalês alegadamente praticado por guineenses, que causou posteriormente um ambiente de mal-estar. Os senegaleses decidiram criar um Comité de Vigilância da Fronteira, que bloqueou duas vezes a fronteira. Primeiro em 2012, ano da criação da plataforma das organizações fronteiriças e segundo em 2014.
Em ambas as situações, a AJED exerceu com sucesso a sua influência para o desbloqueio da contenda junto dos seus parceiros senegaleses. E as barreiras foram levantadas com a intervenção de autoridades senegalesas.
“Na altura os cidadãos senegaleses sustentaram a decisão de encerrar as fronteiras como a melhor forma de evitar roubos, ou seja, impedir a entrada dos gatunos. Até recorreram na primeira fase antes do fecho de fronteira, à identificação de sotaques étnicos para identificar uma dada etnia que aos olhos dos senegaleses é dos indivíduos que roubam frequentemente no Senegal”, nota o jovem ativista bigenense.
Baciro Mané alertou para uma nova situação que está a ganhar enormes proporções na linha de fronteira, sobretudo na área geográfica onde fica o setor de Bigene. A título de exemplo, na tabanca de Sindina na Guiné-Bissau e na aldeia de Yaran no Senegal, onde 40 cidadãos senegaleses desmataram seus espaços agrícolas até entrarem significativamente dentro do território nacional. Segundo as informações apuradas pelo o repórter de O Democrata, tudo aponta que a situação está a ser analisada entre as organizações que atuam na zona fronteiriça entre os dois países.
A distância ou o intervalo entre os pilares que separam o território guineense e do senegalês, para alguns, está na base das confusões. As pessoas aproveitam o espaço alheio, como aconteceu com as comunidades de Sindina e de Yaran, por desconhecimento ou por negligência. Alguns pomares de cajueiros na zona limítrofe tem uma parte no Senegal outra na Guiné-Bissau.
A AJED assim como seus similares do Senegal não têm poderes de intervir nos assuntos das fronteiras, função que cabe aos Estados senegalês e guineense. Às organizações cabe-lhes apenas apaziguar e sensibilizar as comunidades a adotarem melhores comportamentos para uma convivência sã, para que reine o espírito de boa vizinhança.
OS ATIVISTAS DE BIGENE PEDEM COOPERAÇÃO DAS AUTORIDADES GUINEENSES
A AJED lamenta a pouca abertura das autoridades guineenses, que na visão do Secretário Juvenil para a Educação e Desenvolvimento, devem ser os melhores parceiros da sua organização, sobretudo no domínio do roubo de gado. Na última entrega de gado, que alegadamente teria sido roubado no Senegal por supostos gatunos guineenses, a AJED diz ter-se sentido afastada do processo. Ainda assim, conseguiu apurar que o Estado da Guiné-Bissau devolveu 13 vacas às autoridades senegalesas, fato que contenta esta associação juvenil.
Por outro lado, AJED diz compreender as limitações dos agentes de defesa e segurança colocados no setor, mas acredita que a situação de roubo de gado pode minar a relação entre as comunidades fronteiriças, assim como a relação entre os dois Estados, por isso, tem que ser banida.
“Queremos que as nossas autoridades nos permitam envolvermo-nos na medida das nossas possibilidades, sendo nós uma organização vocacionada na matéria, assim seria bom para nós, para as autoridades e para as duas comunidades dos dois países. Infelizmente, há matérias de exclusiva responsabilidade dos dois governos e ali não conseguimos penetrar mais a fundo para recolher as informações das quais precisamos”, explicou.
A AJED garante ter acompanhado com atenção a situação da detenção do jovem guineense que alegadamente ter-se-ia deslocado para roubar gado no Senegal, mas fez as suas investidas sempre em colaboração com seus parceiros da sociedade civil senegalesa. Fontes contatadas pelo jornal O Democrata afirmam que o suposto ladrão já terá sido libertado pelas autoridades senegalesas.
Baciro Mané disse que a sua organização tem a informação da libertação do jovem em causa através de fontes familiares, que confirmaram a libertação do rapaz e que já se encontra na sua aldeia natal, segundo as explicações do dirigente associativo.
Mané disse que desde a criação da AJED, assistiu apenas às entregas de gado roubado na Guiné-Bissau, mas que nunca presenciou uma cerimónia do género no Senegal, fato que evidencia as alegações dos senegaleses em relação aos cidadãos guineenses de serem os únicos que roubam no território senegalês.
A AJED está a trabalhar arduamente nos últimos anos com vista a minimizar essa prática. O Democrata soube que o roubo de gado entre os dois países envolve mais a camada juvenil.
O envolvimento da juventude da Guiné-Bissau, concretamente do setor de Bigene, fez com que a AJED organizasse, no ano passado no período das férias, um torneio de futebol que envolveu 22 tabancas do setor de Bigene. O evento visava desviar a atenção dos jovens que alegadamente podiam pensar em deslocar-se para roubar gado no território nacional ou no Senegal. O torneio ‘Inter tabancas’ decorreu em três localidades do setor de Bigene – Barro, Sambuia e Bigene.
Atualmente, a AJED trabalha num projeto em colaboração com seus parceiros com o objetivo de fomentar o empreendedorismo nos jovens e mulheres, onde as pessoas podem levantar as fichas de requerimento junto dos responsáveis da AJED para preencher e concorrer a um fundo disponível.
“O nosso amanhã depende de como o preparamos hoje. O futuro começa no hoje. O que plantamos é o resultado da nossa colheita no amanhã”, advertiu Baciro Mané, antes de aconselhar os jovens para deixarem o roubo de gado e assalto a mão armada. De seguida fez notar que hoje os jovens têm melhores oportunidades que os seus antepassados, acrescentando que hoje é fácil aprender, “apenas não aprende quem não quer”.
Insistiu no apelo à juventude da zona a se abdicar de atos como roubo de gado, porque podem comprometer as relações entre os dois Estados e dois Povos, lamentando a forma como os guineenses são encarrados pelos senegaleses como sendo todos ‘ladrões’.
“Hoje os guineenses são vistos como ladrões do outro lado da fronteira. Os senegaleses chamam-nos de ladrões. Somos obrigados a andar cabisbaixos quando atravessamos a fronteira, por isso, a AJED repudia o roubo de gado, porque não nos dignifica a todos. Acham que somos todos gatunos com razão, porque são na maioria os jovens da Guiné-Bissau que roubam no Senegal”, sublinha.
ROUBO DE GADO CEIFA VIDAS DE JOVENS GUINEENSES
Roubo de gado ceifa cada vez mais a vida da juventude guineense, concretamente dos setores de Bigene e Bissorã. Na maioria dos casos as vítimas mortais são jovens armados com armas de fogo (Ak 47), com as quais roubam no território nacional e no Senegal.
O Chefe da tabanca de Bigene, Queba Camará, disse à nossa reportagem que o roubo de gado é preocupante em Bigene, apontando o exemplo do grupo de jovens que se deslocou ao Senegal para roubar gado na tabanca de Singha, onde um deles foi ferido. Os outros membros do grupo de malfeitores tentaram resgatar o colega ferido, mas acabaram por abandoná-lo na berma da estrada numa aldeia entre a Guiné-Bissau e o Senegal chamada Faradjantó, onde foi encontrado pelas forças senegalesas na companhia do chefe tradicional da aldeia e foi levado para o Senegal, onde recebeu tratamento médico.
No dia seguinte, outro grupo de jovens guineenses executou um assalto à mão armada no Senegal.
“Aqui não passa uma ou duas semanas sem ouvir ou ver vítimas mortais do assalto na linha da fronteira. Os nossos jovens estão a perder vidas. Às vezes os restos mortais são encaminhados para o centro de saúde de Bigene e os familiares vêm buscar os corpos. Não sei o que é que os nossos jovens pensam, até ao ponto de abraçar essa má vida! Mesmo aqui dentro do setor de Bigene, quando um ladrão assalta uma casa, o melhor é ficar calado e quietinho, se não, ele atira mortalmente. Por isso, os senegaleses acham que todos os guineenses são gatunos. Há ladrões também no lado senegalês que colaboram com os nossos malfeitores”, sustenta Queba Camará.
Camará diz ser impossível um individuo ou grupo deslocar-se para um território alheio roubar dezenas de gado sem ter a colaboração de nativos do país onde o roubo é praticado.
Na última devolução de gado roubado, feito em Bigene pelas autoridades guineenses ao Estado do Senegal e que envolvia 20 vacas, no momento em que as forças de segurança interpelaram os gatunos, tanto o bando como o gado se dispersaram e perdeu-se o controlo de alguns. Foram recuperados apenas 13 bovinos que posteriormente foram devolvidos aos senegaleses, numa cerimónia realizada no setor de Bigene.
AUTORIDADES SENEGALESAS TÊM NOMES DOS GATUNOS GUINEENSES E SEUS COLABORADORES
De acordo com as informações, o jovem ferido no roubo de gado deixou um bom banco de dados às autoridades senegalesas relativamente aos grupos e nome de pessoas que saem da Guiné-Bissau para roubar no Senegal. Também deu nomes dos colaboradores que controlam as vias quando os gatunos entram com o gado roubado para o território guineense. Neste particular, a reportagem do jornal O Democrata soube que um jovem já foi detido pelas autoridades senegalesas, sendo ele um dos alegados colaboradores dos ladrões. A nossa fonte disse que o jovem tido como colaborador foi apanhado ao telefone numa zona isolada pelas forças de segurança senegalesas. Sobre o assunto, o jornal fez contatos sem sucesso para obter outras reações sobre a mesma matéria (o suposto jovem colaborador detido pelos senegaleses), por exemplo, as forças de segurança da Guiné-Bissau e da administração local remeteram-se a silêncio.
As populações da comunidade local desconhecem os nomes retidos pelas autoridades senegalesas, mas acreditam que os senegaleses estarão muito vigilantes em relação aos indivíduos apontados pelo jovem ferido na tabanca de Singha.
O líder tradicional do setor de Bigene aconselha os jovens a se afastarem das práticas que têm a ver com o roubo de gado, apelando aos governantes no sentido de trabalharem para criar emprego para a juventude guineense.
Por outro lado, Queba Camará diz que há muitos jovens que possuem pomares de cajueiros. Na sua visão, se estes jovens explorarem bem a colheita da castanha de caju, podem investir noutra atividade que gera rendimento e poderão garantir a sua sobrevivência, para não ficar totalmente dependente apenas da produção do caju.
“É muito triste ver um jovem morto por causa do roubo. Às vezes não consigo dormir por ter visto aqui ao lado no centro de saúde, quando trazem corpos de jovens mortos nos atos de roubo. Se estivesse presente, mesmo para as pessoas com poucas lágrimas, choraria pelos jovens mortos nestas circunstâncias”, lamenta Queba Camará. A título de exemplo, lembrou-se de um rapaz morto no roubo de gado numa das tabancas do setor de Bigene. O jovem era das aldeias do setor de Bissorã. Os familiares foram buscar o corpo em Bigene, mas não devolveram a maca com a qual transportavam os restos mortais.
AFABU AFIRMA QUE BIGENE ESTÁ TOTALMENTE ABANDONADA EM TERMOS DE SEGURANÇA
O presidente da Associação dos Filhos e Amigos de Bigene Unido (AFABU), Ibo Camará, diz, por sua vez, que o seu setor está aquém das expetativas em termos de segurança. Ou seja, ‘totalmente abandonada em termos de segurança’, acrescentando que Bigene tem graves problemas de roubo de gado.
Apontou a instabilidade “endémica” (na Guiné-Bissau) e a problemática de rebelião em Casamança (no Senegal), como sendo fatores que potenciam a insegurança. Na zona limítrofe existem casas construídas, parte no território senegalês e outra no lado guineense.
Camará diz que além do nível elevado do roubo de gado, o setor de Bigene tem outro problema relativamente à violação do território da Guiné-Bissau, acrescentando que os senegaleses desmatam dentro do espaço guineense a uma distância de mais de um quilometro e fazem suas plantações, uma situação que se regista há muitos anos, sublinhou. Mas com a valorização da castanha de caju o caso cresce ainda mais e sem uma solução à vista.
“Estamos totalmente desprotegidos em relação ao roubo de gado aqui em Bigene. Na verdade, são acontecimentos frequentes aqui ouvir situações de roubos de gado. Antes os ladroes praticavam as suas atividades sem armas de fogo. Se o dono do gado se apercebesse, ao dirigir-se ao ladrão, este fugia e soltava o animal. Agora não. Os larápios andam a luz do dia com as vacas roubadas, porque estão bem armados. As pessoas aqui estão com medo de criar bovinos por causa dos roubos frequentes e a mão armada”, lamentou Ibo Camará.
GUINÉ-BISSAU DEIXA SUA FRONTEIRA VULNERÁVEL AOS ROUBOS
Em relação aos roubos alegadamente praticados pelos senegaleses no território guineense, Ibo Camará disse que pode existir roubos e furtos da parte dos senegaleses dentro do país, mas confessou que até aqui só existem provas dos guineenses que roubam no Senegal, apontando o número elevado de devoluções de vacas roubadas já feitas no setor de Bigene pelas autoridades da Guiné-Bissau ao Estado senegalês. Sublinhou que a Guiné-Bissau abre as suas fronteiras ao roubo e furtos. Apontou o número reduzido ou insuficiente de agentes de defesa e segurança instalados na linha fronteiriça, como fracasso de tudo.
Na visão do presidente de AFABU, o crescente número de roubos a mão armada na zona fez com que muitos criadores de gado no setor de Bigene deixassem de praticar esta atividade para não serem mortos por gatunos. E dedicam-se todos na monocultora de caju.
“Isto porque ninguém vai cortar seus pomares de caju, alguns até podem vender suas vacas para investir todo dinheiro na criação de uma plantação de cajueiros. Recentemente a população senegalesa fez uma reivindicação onde exigiram ao seu Estado para tomar uma medida contra o Estado da Guiné-Bissau, porque os cidadãos senegaleses consideram que o Estado da Guiné-Bissau é que permitiu as ondas de roubo no território senegalês. Os manifestantes ameaçaram fazer uma desobediência civil e tomar medidas caso o Estado não assumir uma posição clara sobre o assunto. Para eles o Estado senegalês passa a pagar cada gado roubado na zona limítrofe”, explica Ibo Camará.
MUITOS GUINEENSES MORTOS NO SENEGAL EM 1986
Camará lembrou ainda o episódio de roubo nos anos 1980, onde foram mortos vários cidadãos guineenses no território senegalês. Os senegaleses tinham recorrido à identificação de uma dada etnia que entenderam que estava na base dos roubos.
Os populares informaram ao nosso repórter que todo o gado roubado no Senegal que atravessam o rio para o lado de Bissorã desaparece de vez.
Ibo lamenta a forma como os guineenses são encarados como sinónimos de roubo, apontando um caso que envolveu um jovem de Bigene, encontrado pelas forças senegalesas numa plantação de caju ao telefone quando vinha das compras no Senegal. Foi detido e levado para prisão no Senegal, mas depois de faltar provas aos senegaleses soltaram-no e voltou ao país. Exigiu ao Estado da Guiné-Bissau que assumisse as suas responsabilidades com o povo guineense.
Ibo Camará lembrou ainda que havia, na era colonial, quartéis no setor de Bigene com diferentes estruturas militares, assinalando que o poder colonial não tinha instalado aquartelamentos militares para todos os ramos militares em Bigene por acaso. Tinham um propósito e acredita que havia e ainda há hoje um grande motivo para isso.
O ativista apontou o número insuficiente de agentes das forças da defesa e segurança, que não têm bons equipamentos, não têm transporte, nem motivação e estão com falta de agentes qualificados. Na sua visão, tudo isso torna ainda aquela zona mais vulnerável em termos de segurança.
O Democrata soube ainda que em caso de um alerta de roubo de gado ou alguma situação que requer uma intervenção, as forças da defesa e segurança recorrem aos particulares para pedir emprestadas motorizadas e combustível que transportam três agentes para os lugares indicados.
A sede setorial não dispõe de um tribunal. Os casos judiciais são resolvidos no tribunal setorial, na seção de Ingoré que fica a 33 quilómetros de Bigene, numa estrada em péssimas condições. Se não for em Ingoré, os casos são levados a Bissorã que também é uma localidade de difícil acesso para os populares de Bigene.
Por: Sene Camará
Foto: SC
Maio de 2018 @ O Democrata
OdemocrataGB
Chocolate E Vinho Tinto Ajudam A Combater Rugas E Manter A Pele Jovem, Dizem Cientistas
Quem tem o hábito de apreciar uma boa taça de vinho tinto acompanhada de um pedaço de chocolate tem bons motivos para celebrar a combinação de sabores. Um recente estudo realizado pela Universidade de Exeter, Inglaterra, descobriu que o doce e a bebida ajudam a combater rugas e manter a pele jovem.
Vinho e chocolate combatem o envelhecimento
De acordo com a pesquisa, tanto o vinho tinto quanto o chocolate contribuem para o rejuvenescimento de células antigas, fazendo com que elas se comportem mais como células jovens.
O segredo estaria nos flavonoides, compostos presentes em ambos e conhecidos por seus efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios.
Para chegar à conclusão, os cientistas trataram células em laboratório com produtos químicos encontrados naturalmente no vinho tinto, chocolate amargo, uvas vermelhas e mirtilos e descobriram que elas apresentavam mudanças e ficavam mais jovens.
A experiência foi repetida várias vezes e, em cada caso, as células rejuvenesceram, afirmou Eva Latorre, líder do trabalho científico, que ainda acredita que os dados obtidos podem levar a avanços em terapias antienvelhecimento.
Fonte: Vix
portalraizes
Queremos que nos esclareçam aonde foi parar os 395 mil euros da UE, financiamento dado para a recuperação da Lagoa de N'Batonha, situada entre o mercado central de Bissau e os terrenos da Marinha guineense.
Nos, prometeram que o Parque teria um centro interpretativo da natureza no local, um percurso pedonal, espaços para desporto, uma pista de corrida, parque infantil, cafetaria, entre outros.
Na altura o Presidente da Câmara Municipal de Bissau era o Sr. Adriano Ferreira 'Atchutchi', o alto dirigente do PAIGC.
Guineenses, vejam com seus proprios olhos, o projeto que nos apresentaram antes, e a conclusão da Obra.
Está tudo dito e visto, espero que cada um seja capaz de tirar as suas próprias conclusões!
Fonte: Partido Socialista da Guiné Bissau
Ter um orgasmo por dia pode adicionar 4 anos em sua expectativa de vida. 700 por ano adicionam 8.
Ethiopia to allow all Africans to visit without visas “very soon” PM Abiy Ahmed says
By This Is Africa on May 26, 2018 — Ethiopian Prime Minister Abiy Ahmed has revealed that the country will “very soon” follow Rwanda’s example allowing all Africans to travel to the country without visas. The policy will open up the east African country to African visitors, and it will undoubtedly ease the free movement of African nationals and boost tourism.
Ethiopia’s new Prime Minister Abiy Ahmed at his swearing-in in Addis Ababa. STR/EPA
Ethiopian Prime Minister Abiy Ahmed has revealed that the country will “very soon” follow Rwanda’s example allowing all Africans to travel to the country without visas.
The plan was revealed during a state banquet hosted by Prime Minister Abiy for Rwandan President Paul Kagame who is in Ethiopia on a three-day official visit. The two leaders held bilateral talks at the National Palace in Addis Ababa, and made a commitment to strengthen relationships in key sectors, which include defence, and air services.
While Prime Minister Abiy did not give specific details of the plan to allow all Africans to travel to Ethiopia without visas, the proposal is a laudable step to open Africa’s borders. The policy will open up the east African country to African visitors, and it will undoubtedly ease the free movement of African nationals and boost tourism.
As part of the visit, President Kagame also toured Hawassa Industrial Park which has attracted 18 leading global apparel and textile companies.
Rwanda visa-on-arrival example
On 1 January this year, Rwanda started implementing a new visa regime where nationals of all countries get a visa upon arrival without prior application.
Th issuance of visa-on-arrival for all countries was widely celebrated by many across the continent, and on social media.
The announcement by Prime Minister Abiy is indeed laudable and demonstrates that African countries are beginning to act on the implementation of the African Union’s (AU) 2063 Agenda for “a continent with seamless borders” to help facilitate the free movement of African citizens.
File picture: President Paul Kagame of Rwanda, speaking at the London Summit on Family Planning. Picture: Russell Watkins/Department for International Development/Flickr
A number of African countries have in the past year started implementing the 30-day visa-on-arrival policy recommended by the AU, and these include Kenya, Ghana and Zimbabwe (Zimbabwe offers visas on arrival for SADC members and several international countries).
However, other countries have been slow in implementing the 30-day visa-on-arrival policy recommended by the AU. The visa policies of most African states remain restrictive, and the countries are inaccessible to African visitors.
Read: Kenya announces visa on arrival for all Africans
The AU has appealed to countries to review their visa policies to “implement mechanisms allowing for the issuing of visas on arrival for citizens of Member States, with the possibility of a 30-day stay”.
The Africa Visa Openness Index, a guide by the African Development Bank (AfDB) reveals how Africa countries remain largely closed off to African citizens.
According to AfDB, “on average Africans need visas to travel to 55% of other African countries, can get visas on arrival in only 25% of other countries and don’t need a visa to travel to just 20% of other countries on the continent”.
AfDB recommends that African countries should promote more visa-free regional blocs, push for greater reciprocity, and introduce more visa on arrival policies for Africans.
The AU has urged member states to champion the visa on arrival initiative, identified as “critical to facilitating and encourage intra-African trade and investments, as well as tourism. With a growing middle class, we must encourage intra – Africa tourism”.
Fonte: thisisafrica
Ethiopia’s new Prime Minister Abiy Ahmed at his swearing-in in Addis Ababa. STR/EPA
Ethiopian Prime Minister Abiy Ahmed has revealed that the country will “very soon” follow Rwanda’s example allowing all Africans to travel to the country without visas.
The plan was revealed during a state banquet hosted by Prime Minister Abiy for Rwandan President Paul Kagame who is in Ethiopia on a three-day official visit. The two leaders held bilateral talks at the National Palace in Addis Ababa, and made a commitment to strengthen relationships in key sectors, which include defence, and air services.
While Prime Minister Abiy did not give specific details of the plan to allow all Africans to travel to Ethiopia without visas, the proposal is a laudable step to open Africa’s borders. The policy will open up the east African country to African visitors, and it will undoubtedly ease the free movement of African nationals and boost tourism.
As part of the visit, President Kagame also toured Hawassa Industrial Park which has attracted 18 leading global apparel and textile companies.
“President Kagame is a freedom fighter, great gift for the people of Rwanda and for the continent. After fighting for freedom it is difficult to establish institutions, but when you go to Rwanda you can see how this leader has changed the country”. – Prime Minister Abiy
Prime Minister Abiy: The President invited all Africans to travel to Rwanda without visas, we will follow you very soon.
Rwanda visa-on-arrival example
On 1 January this year, Rwanda started implementing a new visa regime where nationals of all countries get a visa upon arrival without prior application.
Th issuance of visa-on-arrival for all countries was widely celebrated by many across the continent, and on social media.
The announcement by Prime Minister Abiy is indeed laudable and demonstrates that African countries are beginning to act on the implementation of the African Union’s (AU) 2063 Agenda for “a continent with seamless borders” to help facilitate the free movement of African citizens.
File picture: President Paul Kagame of Rwanda, speaking at the London Summit on Family Planning. Picture: Russell Watkins/Department for International Development/Flickr
A number of African countries have in the past year started implementing the 30-day visa-on-arrival policy recommended by the AU, and these include Kenya, Ghana and Zimbabwe (Zimbabwe offers visas on arrival for SADC members and several international countries).
However, other countries have been slow in implementing the 30-day visa-on-arrival policy recommended by the AU. The visa policies of most African states remain restrictive, and the countries are inaccessible to African visitors.
Read: Kenya announces visa on arrival for all Africans
The AU has appealed to countries to review their visa policies to “implement mechanisms allowing for the issuing of visas on arrival for citizens of Member States, with the possibility of a 30-day stay”.
The Africa Visa Openness Index, a guide by the African Development Bank (AfDB) reveals how Africa countries remain largely closed off to African citizens.
According to AfDB, “on average Africans need visas to travel to 55% of other African countries, can get visas on arrival in only 25% of other countries and don’t need a visa to travel to just 20% of other countries on the continent”.
AfDB recommends that African countries should promote more visa-free regional blocs, push for greater reciprocity, and introduce more visa on arrival policies for Africans.
The AU has urged member states to champion the visa on arrival initiative, identified as “critical to facilitating and encourage intra-African trade and investments, as well as tourism. With a growing middle class, we must encourage intra – Africa tourism”.
Fonte: thisisafrica
FRANÇA - Manifestações contra Macron juntam 250 mil pessoas
As manifestações contra a política do presidente francês, Emmanuel Macron, juntaram 250 mil pessoas em todo o país, informou a confederação sindical CGT, referindo-se aos protestos organizados por sessenta sindicatos, partidos de esquerda e associações.
Em Paris, a CGT contabilizou 80 mil manifestantes, enquanto a polícia registou 21 mil, uma participação menor em relação ao protesto organizado no passado dia 05, quando os organizadores deram conta de 100 mil manifestantes em Paris, e a polícia 40 mil.
Ao início da tarde, a agência France Presse relatava que milhares de pessoas começavam a desfilar na zona leste de Paris, assim como em várias cidades do país.
Na manifestação na capital, o líder da CGT, Philippe Martinez, sugeriu a Macron para "olhar pela janela do seu palácio para ver a vida real".
Foram mobilizados 1.500 polícias para Paris e foram detidas 35 pessoas antes e depois da marcha, com as forças de segurança a encontrar nas revistas objetos que podiam provocar danos ou possibilitar cobrir as caras.
Nas anteriores manifestações pessoas não ligadas à organização provocaram danos.
Na sexta-feira, em São Petersburgo, na Rússia, garantiu que não queria presidir "à luz de sondagens ou manifestações" porque "já se fez muito".
No início do mês, quando passou um ano sobre a eleição de Macron, uma sondagem BVA para a rádio RTL notava que quase seis em cada dez franceses (57%) se diziam insatisfeitos com a sua política.
O resultado era melhor do que os dos antecessores François Hollande e Nicolas Sarkozy, mas pior que os de Jacques Chirac e François Miterrand, representando uma perda de 20 pontos percentuais num ano.
Entre as qualidades reconhecidas a Macron, os inquiridos citavam especialmente as "convicções profundas", a "autoridade" e "estatura presidencial". Entre os defeitos, que é "pouco unificador" e pouco "próximo das pessoas".
"Se há um ponto que une os franceses, é que o presidente age. O que os divide é a sua ação", resumiu na altura o especialista em sondagens Jean-Daniel Lévy, da empresa de pesquisa de mercado Harris Interactive, à agência France-Presse.
Emmanuel Macron, 40 anos, venceu as eleições de 07 de maio de 2017 com 64% dos votos, no contexto particular de uma segunda volta disputada com a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen.
O programa político, que definiu como "nem de esquerda nem de direita", assenta na liberalização do modelo económico francês, na refundação da unidade europeia e na reedificação da posição de França no mundo.
Ao fim de um ano no poder, Macron tem enfrentado contestação social e numerosas greves nos transportes.
NAOM
Em Paris, a CGT contabilizou 80 mil manifestantes, enquanto a polícia registou 21 mil, uma participação menor em relação ao protesto organizado no passado dia 05, quando os organizadores deram conta de 100 mil manifestantes em Paris, e a polícia 40 mil.
Ao início da tarde, a agência France Presse relatava que milhares de pessoas começavam a desfilar na zona leste de Paris, assim como em várias cidades do país.
Na manifestação na capital, o líder da CGT, Philippe Martinez, sugeriu a Macron para "olhar pela janela do seu palácio para ver a vida real".
Foram mobilizados 1.500 polícias para Paris e foram detidas 35 pessoas antes e depois da marcha, com as forças de segurança a encontrar nas revistas objetos que podiam provocar danos ou possibilitar cobrir as caras.
Nas anteriores manifestações pessoas não ligadas à organização provocaram danos.
Na sexta-feira, em São Petersburgo, na Rússia, garantiu que não queria presidir "à luz de sondagens ou manifestações" porque "já se fez muito".
No início do mês, quando passou um ano sobre a eleição de Macron, uma sondagem BVA para a rádio RTL notava que quase seis em cada dez franceses (57%) se diziam insatisfeitos com a sua política.
O resultado era melhor do que os dos antecessores François Hollande e Nicolas Sarkozy, mas pior que os de Jacques Chirac e François Miterrand, representando uma perda de 20 pontos percentuais num ano.
Entre as qualidades reconhecidas a Macron, os inquiridos citavam especialmente as "convicções profundas", a "autoridade" e "estatura presidencial". Entre os defeitos, que é "pouco unificador" e pouco "próximo das pessoas".
"Se há um ponto que une os franceses, é que o presidente age. O que os divide é a sua ação", resumiu na altura o especialista em sondagens Jean-Daniel Lévy, da empresa de pesquisa de mercado Harris Interactive, à agência France-Presse.
Emmanuel Macron, 40 anos, venceu as eleições de 07 de maio de 2017 com 64% dos votos, no contexto particular de uma segunda volta disputada com a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen.
O programa político, que definiu como "nem de esquerda nem de direita", assenta na liberalização do modelo económico francês, na refundação da unidade europeia e na reedificação da posição de França no mundo.
Ao fim de um ano no poder, Macron tem enfrentado contestação social e numerosas greves nos transportes.
NAOM
Guines Liga: BENFICA DE BISSAU EMPATA [2-2] CONTRA BALANTAS DE MANSOA
O líder do campeonato nacional de futebol da Primeira Divisão, Sport Bissau e Benfica empatou hoje, 26 de Maio 2018, por [2-2] com seu similar do norte o Clube de Futebol “Os Balantas” de Mansoa.
A partida disputada sob uma fraca assistência do público nas bancadas do Estádio Lino Correia, contava para a 23.ª jornada do campeonato nacional da Primeira Liga – ‘Guines-Liga’.
Vindos de uma derrota na jornada passada, os ‘encarnados’ adiantaram no marcador aos 30 minutos por intermédio de Quintino Alberto, a vantagem que parecia prevalecer durante o primeiro tempo do desafio.
Mas os nortenhos, mesmo em condição de visitantes, demonstraram determinados no jogo, acabando por igualar a partida por [1-1] aos 43 minutos num tento assinado por Alan Sanhá, de pênalti.
O golo de igualdade e de tranquilidade dos rapazes do norte, permaneceu até o apito final da primeira parte.
No reatar do encontro, inconformados com o empate alcançado no cair do pano da primeira parte, os pupilos dos Balantas de Mansoa adiantaram no marcador aos 50 minutos, ou seja, 5 do segundo tempo por intermédio de Fernando Gentil.
Os líderes da prova, os ‘encarnados’ correram atrás do prejuízo e conseguiram evitar a derrota e empatar aos 65 minutos por intermédio do inevitável Toni da Silva.
A equipa de arbitragem contestada pelos benfiquistas foi chefiada pela juíza Leopoldina Ross Davyes.
No final do jogo, o jovem técnico do Sport Bissau e Benfica, João Na Tchigna queixou-se de arbitragem, como sendo, na sua opinião, o reflexo do empate frente aos Balantas de Mansoa.
Na mesma linha, o vice-presidente dos encarnados, Fortunato Cardoso (Bodjam) acusou a equipa de arbitragem de ser encomendada para penalizar o Sport Bissau e Benfica diante dos Balantas.
Por seu lado, o técnico dos ‘Balantas’ de Mansoa, Braima Soares Cassamá (Sammer) apontou a falta de experiência de alguns dos seus jogadores, como resultado dos golos falhados no segundo tempo do jogo, onde os visitantes tiveram várias oportunidades para ampliar o marcador.
Sammer promete trabalhar em conjunto com seus pupilos, o capítulo de finalização para os próximos embates.
Na jornada anterior, ou seja, na 22.ª jornada, as ‘Águias’ visitaram os ‘Lobos’ do Futebol Clube de Pelundo e perderam por [2-1] e ‘Os Balantas’ de Mansoa empatam em casa [0-0] com o Nuno Tristão Futebol Clube de Bula.
Por: Sene CAMARÁ
Foto: Marcelo Na Ritche
OdemocrataGB
A partida disputada sob uma fraca assistência do público nas bancadas do Estádio Lino Correia, contava para a 23.ª jornada do campeonato nacional da Primeira Liga – ‘Guines-Liga’.
Vindos de uma derrota na jornada passada, os ‘encarnados’ adiantaram no marcador aos 30 minutos por intermédio de Quintino Alberto, a vantagem que parecia prevalecer durante o primeiro tempo do desafio.
Mas os nortenhos, mesmo em condição de visitantes, demonstraram determinados no jogo, acabando por igualar a partida por [1-1] aos 43 minutos num tento assinado por Alan Sanhá, de pênalti.
O golo de igualdade e de tranquilidade dos rapazes do norte, permaneceu até o apito final da primeira parte.
No reatar do encontro, inconformados com o empate alcançado no cair do pano da primeira parte, os pupilos dos Balantas de Mansoa adiantaram no marcador aos 50 minutos, ou seja, 5 do segundo tempo por intermédio de Fernando Gentil.
Os líderes da prova, os ‘encarnados’ correram atrás do prejuízo e conseguiram evitar a derrota e empatar aos 65 minutos por intermédio do inevitável Toni da Silva.
A equipa de arbitragem contestada pelos benfiquistas foi chefiada pela juíza Leopoldina Ross Davyes.
No final do jogo, o jovem técnico do Sport Bissau e Benfica, João Na Tchigna queixou-se de arbitragem, como sendo, na sua opinião, o reflexo do empate frente aos Balantas de Mansoa.
Na mesma linha, o vice-presidente dos encarnados, Fortunato Cardoso (Bodjam) acusou a equipa de arbitragem de ser encomendada para penalizar o Sport Bissau e Benfica diante dos Balantas.
Por seu lado, o técnico dos ‘Balantas’ de Mansoa, Braima Soares Cassamá (Sammer) apontou a falta de experiência de alguns dos seus jogadores, como resultado dos golos falhados no segundo tempo do jogo, onde os visitantes tiveram várias oportunidades para ampliar o marcador.
Sammer promete trabalhar em conjunto com seus pupilos, o capítulo de finalização para os próximos embates.
Na jornada anterior, ou seja, na 22.ª jornada, as ‘Águias’ visitaram os ‘Lobos’ do Futebol Clube de Pelundo e perderam por [2-1] e ‘Os Balantas’ de Mansoa empatam em casa [0-0] com o Nuno Tristão Futebol Clube de Bula.
Por: Sene CAMARÁ
Foto: Marcelo Na Ritche
OdemocrataGB
O Real Madrid conquistou hoje pela terceira vez consecutiva a Liga dos Campeões de futebol, ao vencer o Liverpool, por 3-1, na final disputada em Kiev.
O francês Karim Benzema inaugurou o marcador aos 51 minutos, mas quatro minutos depois o senegalês Sadio Mané empatou, antes de o galês Gareth Bale bisar, aos 64 e 83.
Com este triunfo, o Real Madrid, que venceu quatro das últimas cinco edições, passou a somar a 13 títulos de campeão europeu, enquanto o Liverpool se mantém com cinco troféus.
Braima Darame
Com este triunfo, o Real Madrid, que venceu quatro das últimas cinco edições, passou a somar a 13 títulos de campeão europeu, enquanto o Liverpool se mantém com cinco troféus.
Braima Darame
Mais de 100 emigrantes africanos fogem de um campo de detenção na Líbia
Imigrantes africanos
Pelo menos 15 mortos e 25 feridos na fuga de um campo controlado por traficantes que exigiam resgates
Mais de 100 emigrantes africanos fugiram de um campo na cidade de Bani Walid na Líbia onde alegadamente estavam detidos como reféns e a serem torturados, disseram agências internacionais e fontes locais.
A organização Médico Sem Fronteiras disse que 15 emigrantes foram mortos e 25 feridos durante a fuga, mas isso não foi para já confirmado por fontes locais.
Os emigrantes da Eritreia, Etiópia e Somália fugiram na Quarta-feira à noite para uma mesquita na cidade onde estão a ser assistidos por organizações locais e residentes.
Fontes hospitalares na cidade disseram que cerca de 20 dos refugiados estão a ser tratados a ferimentos causados por tortura.
A Médicos Sem fronteiras disseram que alguns dos africanos hospitalizados tinham ferimentos de bala.
Bani Walid, a 170 quilómetros a sudeste da capital líbia trípoli é um ponto de transito para africanos que pretendem entrar na Europa ilegalmente.
Traficantes operam cerca de 20 centros de detenção de onde telefonam a familiares dos presos exigindo resgates para a sua libertação
VOA
Pelo menos 15 mortos e 25 feridos na fuga de um campo controlado por traficantes que exigiam resgates
Mais de 100 emigrantes africanos fugiram de um campo na cidade de Bani Walid na Líbia onde alegadamente estavam detidos como reféns e a serem torturados, disseram agências internacionais e fontes locais.
A organização Médico Sem Fronteiras disse que 15 emigrantes foram mortos e 25 feridos durante a fuga, mas isso não foi para já confirmado por fontes locais.
Os emigrantes da Eritreia, Etiópia e Somália fugiram na Quarta-feira à noite para uma mesquita na cidade onde estão a ser assistidos por organizações locais e residentes.
Fontes hospitalares na cidade disseram que cerca de 20 dos refugiados estão a ser tratados a ferimentos causados por tortura.
A Médicos Sem fronteiras disseram que alguns dos africanos hospitalizados tinham ferimentos de bala.
Bani Walid, a 170 quilómetros a sudeste da capital líbia trípoli é um ponto de transito para africanos que pretendem entrar na Europa ilegalmente.
Traficantes operam cerca de 20 centros de detenção de onde telefonam a familiares dos presos exigindo resgates para a sua libertação
VOA
sábado, 26 de maio de 2018
Empresas portuguesas transformam insetos em farinha para bolachas e pão
Empresas portuguesas estão a criar larvas de insetos que transformam em farinhas para incorporar em bolachas, pão, patés, barras proteicas, tornando ricos em proteína animal alimentos que apenas aguardam autorização europeia para entrarem no mercado da alimentação humana.
"Há muitos anos que os humanos comem insetos. No mundo ocidental deixámos de comer em certa altura da história e o que está em jogo neste momento é voltarmos a comer", disse à Lusa José Gonçalves, fundador da Nutrix, empresa de Leiria que produz framboesas biológicas e que tem em fase experimental a produção de larvas de grilo para alimentação humana.
A posição recente da FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, alertando para a necessidade de se encontrarem alternativas sustentáveis para produzir proteína animal, tendo em conta os "impactos brutais" das fontes atualmente utilizadas (essencialmente as carnes de vaca, de porco e de frango), veio dar um impulso a esta área.
"Do ponto de vista nutricional, os insetos são riquíssimos e, sendo, simultaneamente, sustentáveis do ponto de vista ambiental, é um dois em um que raramente se consegue com outros alimentos", frisou.
As vantagens são apontadas igualmente por Guilherme Pereira, um dos fundadores da Portugal Bugs, empresa de Matosinhos que cria larvas de besouros pretos (bicho da farinha ou tenébrio) para alimentação humana e animal.
"Há insetos que conseguem ter a quantidade máxima de aminoácidos essenciais que precisamos e não conseguimos sintetizar. O ser humano precisa de proteína para conseguir sobreviver. Uns vão buscar à carne e outros aos vegetais, mas essas fontes proteicas são insustentáveis se pensarmos nos recursos hídricos que gastamos, no espaço que precisamos, nos gases com efeito de estufa que se libertam", afirmou.
Para Daniel Murta, um dos fundadores da EntoGreen, empresa de Santarém que está a desenvolver um projeto com investigadores da Estação Zootécnica Nacional (EZN), polo de Santarém do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e que envolve um entreposto agrícola e produtores de rações animais, a utilização de insetos permite "fechar um ciclo", constituindo um "selo de sustentabilidade e de economia circular".
"Estamos a produzir animais que vão converter subprodutos alimentares. Estamos a utilizar o que não é utilizado nas cadeias de distribuição, a focar 100% em produtos vegetais que são gerados nas fábricas de produção alimentar e que estão completamente em condições de ser utilizados na alimentação animal (...), mas que acabam em aterro ou compostagem", disse.
A EntoGreen aproveita esses nutrientes, que de outra forma seriam desperdiçados, e reintegra-os na cadeia de valor, transformando-os em fertilizantes agrícolas com recurso aos insetos -- neste caso a larva da mosca soldado negra --, ao mesmo tempo que produz "duas fontes nutricionais alternativas: a proteína de inseto e o óleo de inseto, altamente valorizadas, comparadas com farinha de peixe e que começam a ser bastante apetecíveis, por exemplo na indústria de produção de aquacultura", acrescentou.
Daniel Murta sublinhou o apoio do INIAV, onde as empresas puderam contar com a vertente de investigação e desenvolvimento e a possibilidade de submissão de candidaturas a fundos comunitários.
Os resultados preliminares deste projeto (EntoValor) "foram bastante animadores", pois "demonstraram que é possível substituir totalmente a soja por farinha de insetos e produzir de forma eficiente os animais", bem como mostraram que os fertilizantes gerados "são úteis no solo", quer na produção de milho, quer na de batata ou de tomate, estando a ser testados laboratorialmente em alfaces.
A expectativa é que durante este ano e o próximo possa ser construída "uma unidade de escala total e entrar no mercado", adiantou.
Enquanto decorrem os processos de aprovação para alimentação humana, a Portugal Bugs está já a produzir, tanto as larvas como o produto final (onde se incluem barras proteicas, recentemente premiadas, mas também pães, massas, bases para pizas), para quando puder entrar no mercado o fazer "sem depender de terceiros", sendo "mais competitivos" e garantindo a forma como os insetos são produzidos.
Por seu turno, a Nutrix está "em fase experimental", a "arrancar com a unidade piloto de produção de insetos" que, tal como a Portugal Bugs, vai incorporar, em forma de farinha, "em alimentos que já conhecemos, como, por exemplo, para enriquecer uma bolacha, uma barra proteica, um pão, um paté", já que acredita que "o consumo de insetos no mundo ocidental vai entrar por essa via" e não pelo consumo do animal inteiro, como acontece em outros pontos do mundo.
sicnoticias.sapo.pt
"Há muitos anos que os humanos comem insetos. No mundo ocidental deixámos de comer em certa altura da história e o que está em jogo neste momento é voltarmos a comer", disse à Lusa José Gonçalves, fundador da Nutrix, empresa de Leiria que produz framboesas biológicas e que tem em fase experimental a produção de larvas de grilo para alimentação humana.
A posição recente da FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, alertando para a necessidade de se encontrarem alternativas sustentáveis para produzir proteína animal, tendo em conta os "impactos brutais" das fontes atualmente utilizadas (essencialmente as carnes de vaca, de porco e de frango), veio dar um impulso a esta área.
"Do ponto de vista nutricional, os insetos são riquíssimos e, sendo, simultaneamente, sustentáveis do ponto de vista ambiental, é um dois em um que raramente se consegue com outros alimentos", frisou.
As vantagens são apontadas igualmente por Guilherme Pereira, um dos fundadores da Portugal Bugs, empresa de Matosinhos que cria larvas de besouros pretos (bicho da farinha ou tenébrio) para alimentação humana e animal.
"Há insetos que conseguem ter a quantidade máxima de aminoácidos essenciais que precisamos e não conseguimos sintetizar. O ser humano precisa de proteína para conseguir sobreviver. Uns vão buscar à carne e outros aos vegetais, mas essas fontes proteicas são insustentáveis se pensarmos nos recursos hídricos que gastamos, no espaço que precisamos, nos gases com efeito de estufa que se libertam", afirmou.
Para Daniel Murta, um dos fundadores da EntoGreen, empresa de Santarém que está a desenvolver um projeto com investigadores da Estação Zootécnica Nacional (EZN), polo de Santarém do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e que envolve um entreposto agrícola e produtores de rações animais, a utilização de insetos permite "fechar um ciclo", constituindo um "selo de sustentabilidade e de economia circular".
"Estamos a produzir animais que vão converter subprodutos alimentares. Estamos a utilizar o que não é utilizado nas cadeias de distribuição, a focar 100% em produtos vegetais que são gerados nas fábricas de produção alimentar e que estão completamente em condições de ser utilizados na alimentação animal (...), mas que acabam em aterro ou compostagem", disse.
A EntoGreen aproveita esses nutrientes, que de outra forma seriam desperdiçados, e reintegra-os na cadeia de valor, transformando-os em fertilizantes agrícolas com recurso aos insetos -- neste caso a larva da mosca soldado negra --, ao mesmo tempo que produz "duas fontes nutricionais alternativas: a proteína de inseto e o óleo de inseto, altamente valorizadas, comparadas com farinha de peixe e que começam a ser bastante apetecíveis, por exemplo na indústria de produção de aquacultura", acrescentou.
Daniel Murta sublinhou o apoio do INIAV, onde as empresas puderam contar com a vertente de investigação e desenvolvimento e a possibilidade de submissão de candidaturas a fundos comunitários.
Os resultados preliminares deste projeto (EntoValor) "foram bastante animadores", pois "demonstraram que é possível substituir totalmente a soja por farinha de insetos e produzir de forma eficiente os animais", bem como mostraram que os fertilizantes gerados "são úteis no solo", quer na produção de milho, quer na de batata ou de tomate, estando a ser testados laboratorialmente em alfaces.
A expectativa é que durante este ano e o próximo possa ser construída "uma unidade de escala total e entrar no mercado", adiantou.
Enquanto decorrem os processos de aprovação para alimentação humana, a Portugal Bugs está já a produzir, tanto as larvas como o produto final (onde se incluem barras proteicas, recentemente premiadas, mas também pães, massas, bases para pizas), para quando puder entrar no mercado o fazer "sem depender de terceiros", sendo "mais competitivos" e garantindo a forma como os insetos são produzidos.
Por seu turno, a Nutrix está "em fase experimental", a "arrancar com a unidade piloto de produção de insetos" que, tal como a Portugal Bugs, vai incorporar, em forma de farinha, "em alimentos que já conhecemos, como, por exemplo, para enriquecer uma bolacha, uma barra proteica, um pão, um paté", já que acredita que "o consumo de insetos no mundo ocidental vai entrar por essa via" e não pelo consumo do animal inteiro, como acontece em outros pontos do mundo.
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