segunda-feira, 24 de abril de 2023

Passar fome para "encontrar Jesus". Seita matou pelo menos 47 pessoas

© Reuters

Notícias ao Minuto   24/04/23 

Caso, apelidado de 'Massacre do Shakahola', é chocante. Há sobreviventes que recusam comer e relatos de uma vala comum ainda por encontrar.

Quando as autoridades do Quénia encontraram três covas com seis corpos, na floresta de Shakahola, no subcondado de Malindi, na quarta-feira passada, estavam longe de imaginar as proporções do que ainda estava por descobrir.

Em vários dias de exumações, foram descobertos 47 corpos de pessoas que, alegadamente, pertenciam a uma seita. Apesar de já ser chocante, o número de mortes pode não ficar por aqui. Há quem diga que podem chegar a uma centena.

As autoridades não só encontraram sobreviventes em estado lastimável, que recusam comer porque acreditam que só assim vão encontrar Jesus, como estão a investigar a existência de uma vala comum ainda não encontrada. 

De acordo com os meios locais, as terras que serviram de cenário a este achado macabro pertencem ao pastor Paul Mackenzie Nthenge, polémico líder do culto religioso conhecido como Igreja Internacional das Boas Notícias.

O homem, que se entregou à polícia no passado dia 15 de abril, encontra-se detido desde então. As autoridades quenianas acusam-no de encorajar os seguidores da seita, que podem ser centenas espalhadas por todo o país, a jejuarem até morrer, com o objetivo de encontrar Jesus.

Homem, mulher e três filhos enterrados lado-a-lado

No sábado, após três dias de exumação, foram encontrados cinco corpos "recentemente embrulhados num lençol", segundo a imprensa local, e deitados lado a lado.

De acordo com os investigadores trata-se de uma família, enterrada há cerca de uma semana, dias antes de se iniciarem as escavações.

Na cova comum, jaziam um homem, a mulher e os três filhos. Todos terão sucumbido à fome, na esperança de encontrar Jesus.

Massacre de Shakahola

Perante a tragédia, o ministro do Interior do Quénia, Kithure Kindiki, admitiu apertar a regulação dos locais de culto religioso.

"O que aconteceu no massacre da floresta de Shakahola é o exemplo mais claro de abusos num local constitucionalmente protegido para a liberdade de culto. (...) Foram cometidos crimes em grande escala segundo a lei queniana", disse Kithure Kindiki, num comunicado.

"Ainda que o Estado continue a respeitar as liberdades religiosas, este horrível ataque à nossa consciência deve levar não apenas à punição mais severa dos perpetradores da atrocidade cometida contra tantas almas inocentes, mas a uma regulamentação mais restrita - incluindo a autorregulação - de todas as igrejas, mesquitas, templos ou sinagogas no futuro", acrescentou o ministro.

Kithure Kindiki disse ainda que irá visitar Shakahola na terça-feira, enquanto a área, de mais de 300 hectares, está vedada e a ser investigada como um local do crime.

Paul Mackenzie Nthenge já tinha sido investigado

O pastor Mackenzie sempre foi polémico e teve problemas com as autoridades e líderes locais, mas nunca chegou a ser julgado ou proibido de espalhar a sua palavra.

Desde 2018 até agora, foi detido três vezes, mas sempre libertado. E há até quem diga que subornava as autoridades para que a Igreja Internacional das Boas Notícias continuasse com a porta aberta.

Conta o site Nation Africa, que está a cobrir o caso, que, em setembro de 2017, as autoridades fizeram uma busca às instalações da igreja e resgataram cerca de 93 crianças.

Paul Mackenzie Nthenge ainda foi levado a tribunal e acusado de promover a radicalização de menores, mas acabou libertado sob uma fiança de pouco mais de 3.500 euros, apesar de algumas das crianças terem revelado que foram alvo de uma "educação satânica".




China diz que respeita soberania dos países após comentários de diplomata

© REUTERS/Thomas Peter

POR LUSA   24/04/23 

A China assegurou hoje que "respeita a soberania e a integridade territorial de todos os países", após o seu embaixador em França ter questionado se os ex-Estados soviéticos têm "estatuto efetivo" perante o Direito internacional.

"A posição da China é consistente e clara: a China respeita a soberania e a integridade territorial de todos os países e adere aos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas", disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático Mao Ning, em conferência de imprensa regular.

"A União Soviética era um estado federal e, como tal, estava sujeita ao Direito Internacional como um todo. Isso não nega o facto de, após a sua dissolução, cada membro ter adquirido o seu estatuto de Estado soberano", acrescentou.

Os comentários do embaixador chinês em Paris, Lu Shaye, geraram polémica nas redes sociais.

Através da rede social Twitter, o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, descreveu os comentários como "inaceitáveis" e indicou que a "UE só pode assumir que as declarações não representam a política oficial da China".

Numa entrevista ao canal de televisão LCI, Lu Shaye considerou, na sexta-feira passada, que as antigas repúblicas soviéticas, incluindo não apenas a Ucrânia, mas também, por exemplo, os países Bálticos, não são verdadeiramente independentes, ignorando as fronteiras internacionalmente reconhecidas da Europa Central e do Leste. A própria China reconhece oficialmente estes países como Estados soberanos desde 1991.

"Estes países ex-União Soviética não têm um verdadeiro estatuto no Direito Internacional porque não há nenhum acordo internacional a materializar o seu estatuto de soberania", afirmou Lu.


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Cientistas já sabem porque é que os cabelos ficam brancos (e acreditam que podem ter fim à vista)

CNN Portugal,  24/04/23

Há quem os adore e quem os odeie ao ponto de os disfarçar com tintas capilares, mas, até agora, permanecia a dúvida: porque é que os fios dos cabelos ficam brancos? A resposta chegou e com ela vem também a possibilidade de acabar com eles

Um grupo de cientistas da Escola de Medicina Grossman da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, diz ter descoberto o mecanismo biológico que resulta na mudança da cor dos fios de cabelo para brancos.

Publicado na revista Nature, o estudo indica que as células-tronco de melanócitos podem ficar ‘presas’ na protuberância folicular à medida que o cabelo envelhece, perdendo a sua capacidade de amadurecer e manter a cor do cabelo, aparecendo este ‘bloqueio’ para a produção de melanócitos (células produtoras de melanina responsáveis pela pigmentação).  

“As células-tronco de melanócitos precisam ser móveis para demonstrar as suas características de camaleão”, dizem os autores, explicando que o facto de ficarem ‘presas’ faz com que a cor do fio capilar mude para branco.

Para o estudo, os cientistas recorreram a ratos de laboratório (que, tal como os humanos, possuem células-tronco de melanócitos) e, após um processo de envelhecimento forçado, notaram que os folículos capilares com células-tronco de melanócitos que ficaram presos na protuberância folicular aumentaram. Essas células permaneceram incapazes de se regenerar ou amadurecer em melanócitos produtores de pigmento, perdendo assim a sua plasticidade.

“Por razões desconhecidas, o sistema de células-tronco de melanócitos falha mais cedo do que outras populações de células-tronco adultas, o que leva ao envelhecimento do cabelo na maioria dos humanos e ratos”, lê-se no estudo.

Qi Sun, pós-doutorando na Langone Health da Universidade de Nova Iorque e um dos mentores da investigação, explica que a conclusão a que a sua equipa chegou “aumenta a nossa compreensão básica de como as células-tronco de melanócitos funcionam” para dar cor ao cabelo, defendendo ainda que “os mecanismos recém-descobertos levantam a possibilidade de que o mesmo posicionamento fixo das células-tronco dos melanócitos possa existir em humanos”.

“Se assim for, apresenta um caminho potencial para reverter ou prevenir o envelhecimento do cabelo humano, ajudando as células presas a moverem-se novamente entre os compartimentos do folículo piloso em desenvolvimento”, adianta, esperançoso de conseguir encontrar uma forma de travar os cabelos brancos.

Portugueses que estavam no Sudão retirados por avião militar espanhol

ITALIAN DEFENSE MINISTRY VIA AP

Por  SIC Notícias   24/04/23

Espanha anunciou que conseguiu retirar por via aérea cerca de uma centena de pessoas do Sudão, incluindo portugueses, num avião militar para o Djibuti.

Os portugueses que estavam no Sudão já foram retirados do país. O Governo refere que 16 cidadãos nacionais estariam no Sudão quando começaram os combates, há uma semana. Entretanto já todos foram contactados e estão a ser acompanhados.

Um avião militar espanhol descolou ontem à noite de Cartum com destino ao Djibuti, transportando mais de 30 espanhóis e outros 70 cidadãos europeus e latino-americanos, numa operação coordenada pelos Ministérios dos Negócios Estrangeiros de vários países e pela União Europeia.

O avião militar espanhol "descolou de Cartum pouco antes das 23:00 locais (22:00 hora de Lisboa) com cerca de uma centena de passageiros", referiu o Governo espanhol em comunicado.

O avião espanhol "voa com mais de 30 espanhóis e outros 70 cidadãos europeus e latino-americanos retirados de Cartum, capital do Sudão, com destino ao Djibuti, após uma operação coordenada pelos Ministérios dos Negócios Estrangeiros, União Europeia e Cooperação e da Defesa", especificou o Governo de Espanha.

"Nenhum incidente na transferência", também informou na rede social Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros, União Europeia e Cooperação espanhol, José Manuel Albares.

Além de espanhóis, entre os passageiros há portugueses, italianos, polacos, irlandeses, mexicanos, venezuelanos, colombianos e argentinos, bem como sudaneses, detalharam fontes do Ministério da Defesa espanhol.

O Governo português tinha dito que o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e o Ministério da Defesa Nacional estavam "a trabalhar em articulação, juntamente com outros países aliados, com vista à retirada, em segurança, dos cidadãos nacionais que se encontram no Sudão".

"Foram já contactados todos os cidadãos nacionais conhecidos no Sudão, e as diferentes situações estão a ser acompanhadas", adiantou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado.

Além dos retirados na operação de hoje, um grupo de espanhóis decidiu, voluntariamente, permanecer no Sudão ou abandoná-lo por outros meios, enquanto outros conseguiram deixar o país já antes da implementação deste dispositivo.

Na operação de hoje, acrescentou o Ministério da Defesa, estiveram envolvidos cerca de 200 militares.

Vários países já iniciaram operações de retirada de cidadãos

Vários países iniciaram hoje operações de retirada dos seus nacionais de território sudanês, assolado por confrontos entre fações militares rivais.

Também os Estados Unidos e o Reino Unido estão a concluir a retirada de funcionários das embaixadas no Sudão.

Grupo de 343 cidadãos da Jordânia, Palestina, Iraque, Síria e Alemanha que foram retirados do Sudão desembarcam de um avião militar no Aeroporto Militar de Marka, em Amã, na Jordânia MOHAMMED ALI

As autoridades líbias concluíram sexta-feira a retirada, por mar, de quase uma centena de cidadãos retidos no Sudão

O Sudão entrou na segunda semana de violentos combates, num conflito que opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde o golpe de 2021, e um seu ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).

O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).


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Coreia do Sul repõe Japão como parceiro preferencial após tensões

© Lusa

POR LUSA   24/04/23 

A Coreia do Sul voltou hoje a colocar formalmente o Japão na lista de parceiros comerciais com tratamento preferencial, três anos após ter baixado o estatuto do país vizinho, devido a uma disputa diplomática.

As autoridades sul-coreanas disseram esperar que Tóquio eleve também Seul a parceiro comercial preferencial, mas admitiram que essa medida possa levar mais tempo, devido aos procedimentos para rever os regulamentos de exportação do Japão.

A Coreia do Sul divide os parceiros comerciais em dois grupos no que toca à aprovação da exportação de materiais sensíveis, incluindo tecnologia. O período de espera é geralmente de cinco dias para os parceiros preferenciais, enquanto outros países são obrigados a passar por análises caso a caso que podem levar até 15 dias.

Também hoje, o Ministério do Comércio, Indústria e Energia sul-coreano disse que o país irá restringir ainda mais a exportação de centenas de produtos e componentes industriais e tecnológicos para a Rússia e a aliada Bielorrússia, devido à invasão da Ucrânia.

Até agora, as restrições de Seul abrangiam 57 produtos e componentes, incluindo aqueles ligados à eletrónica e construção naval. A lista irá aumentar para 798 itens a partir de sexta-feira, incluindo exportações ligadas à construção, maquinaria, siderurgia, automóveis, semicondutores e computação avançada.

"Temos planos para trabalhar com os ministérios relevantes para fortalecer a vigilância e a fiscalização para evitar que [os produtos e componente restritos] cheguem à Rússia ou à Bielorrússia por meio de países terceiros", disse o ministério, em comunicado.

Em meados de março, o Japão levantou restrições à exportação de produtos químicos, necessários para fabricar semicondutores, para a Coreia do Sul, horas após o Presidente sul-coreano ter chegado a Tóquio para uma cimeira bilateral.

O ministro do Comércio sul-coreano indicou que o país iria retirar uma queixa apresentada junto da Organização Mundial do Comércio (OMC), que já tinha sido suspensa em 01 de março.

Lee Chang-yang indicou que os dois países tinham chegado a acordo quanto às restrições aos materiais químicos básicos que as empresas sul-coreanas compram para fabricar ecrãs e 'microchips' de memória.

As limitações foram impostas por Tóquio no início de julho de 2019, alegando razões de segurança.

Semanas mais tarde, num alargamento das restrições, o Governo nipónico anunciou que ia retirar a Coreia do Sul da "lista branca" de parceiros comerciais, um estatuto especial que Seul detinha desde 2004, juntamente com um grupo de 26 países.

Seul não tardou a aplicar a mesma medida, num agravamento da tensão entre os dois países.

A Coreia do Sul vai investir 300 mil milhões de won (214 milhões de euros) para criar o maior centro de produção de semicondutores do mundo, em duas décadas, anunciou no início de março o Ministério da Indústria sul-coreano.


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Poluição do ar mata 1.200 crianças e adolescentes por ano na Europa

© Lusa

POR LUSA  24/04/23 

A poluição do ar causa a morte prematura de pelo menos 1.200 crianças e adolescentes todos os anos na Europa, de acordo com um relatório da Agência Europeia do Ambiente (AEA) publicado hoje.

Tal como para os adultos, a poluição do ar é o principal risco ambiental para a saúde dos menores, reduzindo a esperança de vida, revela o estudo que abrangeu cerca de 30 países do continente, incluindo os 27 Estados-membros da União Europeia (UE).

"A poluição do ar causa mais de 1.200 mortes prematuras por ano entre menores de 18 anos na Europa e aumenta significativamente o risco de doenças mais tarde na vida", escreve a AEA no relatório.

"Apesar dos progressos registados nos últimos anos, o nível de vários dos principais poluentes atmosféricos continua a manter-se acima das diretrizes da Organização Mundial de Saúde, nomeadamente na Europa Central e de Leste, bem como em Itália", sublinha a organização, dependente da UE.

A planície do Pó, no norte da Itália, as áreas próximas a grandes centrais termoelétricas a carvão, bem como as grandes cidades no centro e leste do continente são regularmente destacadas pela má qualidade do ar.

De acordo com outro relatório publicado pela AEA em novembro, pelo menos 238 mil pessoas de todas as idades morreram prematuramente em 2020 devido à poluição do ar nos países membros da agência: União Europeia, Turquia, Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein.

Embora a proporção de crianças e adolescentes afetados pela poluição do ar seja "relativamente pequena" em comparação com a população em geral, morrer tão cedo "representa uma perda de potencial futuro, bem como uma carga significativa de doenças crónicas tanto na infância quanto mais tarde na vida", disse a AEA.

A agência defendeu a aposta na melhoria da qualidade do ar em torno de escolas e creches, bem como instalações desportivas e transportes públicos.

Os efeitos da poluição do ar começam antes do nascimento, estando a exposição materna "ligada a baixo peso à nascença e a partos prematuros", recorda a AEA.

Após o nascimento, a poluição ambiental aumenta o risco de vários problemas de saúde, incluindo asma -- que afeta 9% das crianças e adolescentes na Europa -- ou insuficiência respiratória e infeções, aponta ainda a agência.

Os efeitos são agravados pelo fato de as crianças serem mais ativas fisicamente do que os adultos e porque, devido ao seu tamanho, estarem mais perto de fontes de poluição, como os escapes dos automóveis.

Olhando para a população em geral, 97% da população urbana europeia esteve exposta em 2021 a ar que não cumpre as recomendações da OMS, segundo os dados divulgados hoje.

No relatório de novembro, a AEA observou, ainda assim, que a União Europeia estava no caminho certo para atingir a meta de reduzir as mortes prematuras em mais de 50% até 2030, em comparação com 2005.


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Ataque de alegados soldados mata pelo menos 60 civis no Burkina Faso

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POR LUSA   24/04/23 

Pelo menos 60 civis foram mortos numa aldeia no norte do Burkina Faso por homens envergando uniformes do exército do país africano, anunciou no domingo o procurador-geral da região de Ouahigouya.

Num comunicado, Lamine Kaboré disse ter sido informado pela polícia "que na aldeia de Karma", localizada na província de Yatenga, "cerca de 60 pessoas teriam sido mortas por pessoas vestindo uniformes" das forças armadas do Burkina Faso, na quinta-feira.

"Os feridos foram retirados e encontram-se neste momento a ser tratados nas nossas estruturas de saúde", acrescentou o procurador, acrescentando que "os autores destes factos teriam levado diversos bens" e lançando ainda "um apelo a todos os que tiverem informação" sobre o ataque.

Moradores contactados pela agência de notícias France-Presse disseram que "mais de uma centena de pessoas em motocicletas e carrinhas de caixa aberta invadiram a aldeia de Karma na quinta-feira. Dezenas de homens e jovens foram executados por esses homens vestidos com uniformes militares".

Os sobreviventes falaram em "cerca de 80 mortos".

O massacre ocorreu uma semana após a morte de seis soldados e 34 membros dos Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP, auxiliares civis do exército) durante um ataque de supostos fundamentalistas islâmicos perto da aldeia de Aorema, a cerca de 15 quilómetros de Ouahigouya.

A aldeia de Karma fica a cerca de 40 quilómetros de Aorema, perto da fronteira com o Mali, e atrai muitos garimpeiros ilegais.

Na quinta-feira, a junta militar no poder no Burkina Faso abriu investigações a alegadas violações dos direitos humanos pelas forças de segurança após a divulgação de um vídeo que sugere uma execução extrajudicial de sete crianças numa base militar fora da cidade de Ouahigouya.

Desde 2015 que combatentes fundamentalistas islâmicos ligados à Al-Qaida e ao grupo extremista do Estado Islâmico têm vindo a empreender uma insurreição violenta no Burkina Faso.

A violência matou mais de 10 mil pessoas e obrigou cerca de dois milhões a abandonar as áreas de residência, desestabilizando e expondo fraturas, conduzindo a dois golpes de Estado no ano passado.

Desde que o capitão Ibrahim Traore tomou o poder em setembro, no segundo golpe, as execuções extrajudiciais de civis aumentaram e as liberdades cívicas diminuíram, de acordo com grupos de direitos e residentes.

O Presidente transitório do Burkina Faso assinou na quarta-feira um decreto de "mobilização geral" pelo período de um ano, permitindo, se necessário, a chamada de jovens a partir dos 18 anos para lutar contra os fundamentalistas islâmicos.


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domingo, 23 de abril de 2023

Mbatonha recebe visita de comunidade muçulmana : A comunidade islâmica visita obras de construção do Complexo Educacional no Parque Mbatonha e, constata avanços significativos nesta primeira fase de construção de pavilhões escolares.

© Radio Voz Do Povo

ONU: Moscovo "não perdoará" a EUA por recusa de vistos a jornalistas russos

© Reuters

POR LUSA  23/04/23 

A Rússia "não perdoará" aos Estados Unidos a recusa de conceder vistos aos jornalistas russos que acompanham nos próximos dias o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, numa deslocação à ONU, afirmou hoje o chefe da diplomacia russa.

"Não esqueceremos, não perdoaremos", disse Lavrov aos jornalistas, acusando Washington de tomar uma decisão "cobarde".

A Rússia ocupa este mês a presidência rotativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas, numa altura em que está a ser repudiada pela comunidade internacional pela invasão da Ucrânia.

"Um país que se diz o mais inteligente, o mais forte, o mais livre, o mais justo, 'acobardou-se' e fez mesmo algo estúpido", criticou Lavrov, ironizando com o facto de os Estados Unidos da América (EUA) terem recusado conceder vistos aos jornalistas russos, demonstrando, na sua opinião, "o que valem as suas declarações sobre a liberdade de expressão".

Um dos seus vice-ministro Serguei Riabkov tinha dito já hoje que apesar "dos vários contactos nos últimos dias" por iniciativa de Moscovo, Washington "não concedeu vistos" aos "jornalistas registados para acompanhar Lavrov na sua deslocação" a Nova Iorque, onde fica a sede das Nações Unidas.

Riabkov criticou "um método escandaloso e absolutamente inaceitável" da parte dos americanos, apontando a atitude trocista dos EUA, "que fingem trabalhar" para "encontrar uma solução".

"Encontraremos formas de responder a isto, para que os americanos se lembrem por muito tempo que isto não se faz. Eles irão lembrar-se", acrescentou.

Fonte diplomática, citada pela agência de notícias russa Ria Novosti, afirmou em retaliação que "não há dúvida que os jornalistas americanos (na Rússia) conhecerão todo o 'desconforto e inconvenientes' e uma atitude semelhante" da parte das autoridades russas.

A visita à ONU de Lavrov, na segunda e terça-feira, focar-se-á em temas como o acordo dos cereais ou o "verdadeiro multilateralismo", enquanto prossegue a invasão russa da Ucrânia.

Lavrov viajará para Nova Iorque no âmbito da presidência russa do Conselho de Segurança da ONU e presidirá a dois debates, sobre o multilateralismo e o Médio Oriente.

O chefe da diplomacia russa terá ainda a oportunidade para discutir diretamente com o secretário-geral da ONU, António Guterres, a continuidade do acordo dos cereais do Mar Negro e o descontentamento de Moscovo com a falta de cumprimento de certos aspetos da iniciativa, segundo adiantou o embaixador russo junto da ONU, Vasily Nebenzya, cujo país invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

De acordo com Nebenzya, uma conversa com Guterres sobre a continuidade do acordo dos cereais também "é devida", num momento em que a Rússia admite não prolongar o acordo, caso não se verifiquem progressos no cumprimento de compromissos no quadro do memorando entre Moscovo e a ONU, nomeadamente sobre a exportação de cereais e fertilizantes russos.

Ainda sobre a deslocação de Lavrov aos Estados Unidos, Nebenzya não descartou um encontro entre o ministro russo e as autoridades norte-americanas, se estas o solicitarem, mas garantiu que nada foi agendado até ao momento.

A Rússia, um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e com poder de veto, assumiu este mês a presidência rotativa do órgão, que tem capacidade de fazer aprovar resoluções com caráter vinculativo.

A presidência russa acontece num momento em que o Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, tem um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, nomeadamente alegados sequestros de crianças na Ucrânia, crimes que a diplomacia russa na ONU imputou a países como Portugal.

Em março, o representante permanente da Ucrânia junto das Nações Unidas, Sergiy Kyslytsya, apelou publicamente à organização para que não permitisse a presidência russa, mas sempre sem sucesso. Uma vez que não conseguiu travar a presidência russa, Kyslytsya espera agora que Guterres use o seu encontro com Lavrov para "reafirmar" a sua posição pessoalmente.


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Encontrados mais 26 corpos de seguidores de seita religiosa no Quénia

© YASUYOSHI CHIBA/AFP via Getty Images

POR LUSA   23/04/23 

As autoridades quenianas exumaram hoje 26 corpos de pessoas que alegadamente pertenciam a uma seita religiosa, o que eleva para 47 o número de vítimas já descobertas nos últimos dias, avançou a agência France-Presse (AFP).

Citando o responsável pelas investigações em curso, Charles Kamau, do subcondado de Malindi, na zona este do Quénia, a AFP indica que vão ser feitas mais escavações para encontrar outras vítimas, uma vez que há relatos da existência de uma vala comum.

Segundo a agência noticiosa francesa, vários seguidores daquela seita estão escondidos na floresta de Shakahola, tendo sido encontrada hoje uma mulher ainda com vida, "com os olhos esbugalhados e que se recusou a comer" antes de ser encaminhada para uma ambulância.

A Direção de Investigações Criminais acredita que estas pessoas pertenciam a uma seita religiosa conhecida como Igreja Internacional das Boas Notícias, liderada pelo pastor Paul Mackenzie Nthenge, que está detido depois de se ter entregado à polícia no passado dia 15.

As autoridades quenianas acusam Nthenge de encorajar os seus seguidores, que podem ser centenas de pessoas de todo o país, a jejuarem até morrer, com o objetivo de encontrar Jesus.

Na semana passada, outros 11 seguidores de Nthenge, com idades entre os 17 e os 49 anos, foram hospitalizados depois de terem sido resgatados naquela floresta.


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Ucrânia responde a embaixador chinês: "Não papagueie a propaganda russa"

© Getty Images

Notícias ao Minuto   23/04/23 

Embaixador chinês em França negou a soberania dos países pós-soviéticos. As declarações foram também condenadas pela União Europeia, que as descreveu como "inaceitáveis".

O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, comentou, este domingo, as declarações do embaixador da China em França, Lu Shaye, que negou a soberania dos países pós-soviéticos. Numa publicação, na rede social Twitter, o responsável ucraniano alertou que se Shaye quiser ser “um ator político importante”, não pode “papaguear a propaganda de forasteiros russos”. 

“Todos os países da União pós-soviética têm um claro estatuto soberano consagrado no direito internacional. À excepção da Rússia, que fraudulentamente tomou o assento no Conselho de Segurança da ONU”, começou por referir o conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky, após Shaye ter defendido “não há nenhum acordo internacional que materialize o seu estatuto de países soberanos”.

Questionado sobre se a “Crimeia [anexada pela Rússia em 2014] faz parte da Ucrânia”, o responsável chinês referiu que “depende da forma como se olha para o problema”. “Há uma história. A Crimeia foi da Rússia no início. Foi Khrushchev que deu a Crimeia à Ucrânia na época da União Soviética”, defendeu.

Para Podolyak, “é estranho ouvir uma versão absurda da ‘história da Crimeia’ de um representante de um país que é escrupuloso acerca dos seus mil anos de história”.

E avisou: “Se quer ser um ator político importante, não papagueie a propaganda de forasteiros russos…”

As declarações do embaixador chinês foram já criticadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de França, que declarou que “tomou nota com consternação” e pediu à China que “diga se refletem a posição" de Pequim.

Também o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, descreveu as observações como “inaceitáveis” e espera que tais “não representem a política oficial da China”. 

“Observações inaceitáveis do embaixador chinês em França questionando a soberania dos países que se tornaram independentes com o fim da União Soviética em 1991. A UE só pode supor que estas declarações não representam a política oficial da China”, escreveu no Twitter.

Na mesma entrevista, Lu Shaye apelou ainda ao fim das disputas sobre a questão das fronteiras pós-soviéticas. "Agora o mais urgente é parar, alcançar o cessar-fogo" entre a Rússia e a Ucrânia, disse.


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Rússia quer recrutar 400 mil voluntários para lutar na Ucrânia

ARQUIVO - Uma fotografia tirada em 24 de outubro de 2022 mostra um cartaz exibindo soldados russos com o slogan 'Exército da Rússia - Exército de profissionais', cidade de Moscovo

VOA Português  23/04/23

A Rússia pretende recrutar “homens de verdade” para lutar na invasão da Ucrânia, disse o Ministério da Defesa britânico, neste domingo (23) na sua actualização de inteligência publicada no Twitter.

Os anúncios da nova campanha em outdoors, TV e redes sociais também apresentam as recompensas financeiras de se alistar nas forças armadas russas, mas é “altamente improvável” que a Rússia atinja a sua meta de 400.000 recrutas voluntários, disse o ministério britânico.

Entretanto, a Ucrânia anunciou novas sanções contra indivíduos ou entidades que apoiem ou invistam na “agressão russa”. No seu discurso nocturno, em vídeo no sábado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse que Kiev sancionou 322 empresas que fabricam armas e componentes militares para os militares da Rússia contra a Ucrânia.

Medidas adicionais foram impostas contra os que “ajudam a contornar as sanções contra a Rússia”, disse ele. “A tarefa é remover qualquer oportunidade para a Rússia contornar as sanções (...) quanto mais duras forem as sanções contra a economia de guerra russa, mais rápido será o fim da agressão,” acrescentou.

Até agora, as sanções ocidentais contra a Rússia não diminuíram a riqueza dos bilionários russos.

De acordo com a lista da Forbes World, a riqueza dos bilionários da Rússia aumentou para cerca de meio trilhão de dólares em 2023, e 22 pessoas foram adicionadas ao número de russos super-ricos, elevando o total para 110.

Tal número não inclui os ultra-ricos que renunciaram à cidadania russa.

Ataques com mísseis

A Reuters reporta que, pelo menos, cinco mísseis russos atingiram a cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia, e áreas adjacentes na noite de sábado, danificando alguns edifícios civis, segundo autoridades locais.

O governador regional Oleh Sinegubov escreveu no Telegram que um míssil destruiu uma casa na vila de Kotliary, ao sul de Kharkiv, e outro causou um grande incêndio na cidade.

A cerca de uma hora de carro, do outro lado da fronteira com a Rússia, pelo menos, 3.000 evacuados voltaram para as suas casas, no sábado, na cidade de Belgorod.

E um avião de guerra supersônico russo Sukhoi-34 disparou acidentalmente contra Belgorod, na quinta-feira, e a explosão feriu três pessoas, disseram autoridades russas.

O governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, escreveu no Telegram que “o quartel-general operacional decidiu evacuar 17 prédios de apartamentos num raio de 200 metros” antes que os especialistas em explosivos começassem seu trabalho.



França vai doar barcos, autocarros e carris à Ucrânia

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POR LUSA   23/04/23 

O governo francês prometeu hoje fornecer barcos, autocarros e carris ferroviários à Ucrânia, para ajudar a repor as infraestruturas de transporte danificadas desde o início da invasão russa.

O ministro dos Transportes, Clément Beaune, que hoje concluiu uma visita de quatro dias à Ucrânia, apelou às empresas francesas para, "a partir de agora", estarem mais presentes "sobretudo no setor dos transportes", noticiou a Agência France-Presse (AFP)

De acordo com o Ministério francês da Transição Ecológica, "as últimas avaliações estimam o custo da reconstrução da Ucrânia em 383 mil milhões de euros", dos quais 83 mil milhões para infraestruturas de transporte.

Em comunicado, o Ministério informou que Clément Beaune "tomou a iniciativa de reunir os dirigentes das principais empresas francesas do setor dos transportes para acelerar a sua mobilização para a Ucrânia".

A França prometeu "doar barcos-piloto" e mobilizar "o conhecimento técnico da HAROPA Portas (entidade gestora dos portos do Sena) para aumentar as exportações de grãos".

O país enviará ainda "autocarros adicionais para a Ucrânia, para assegurar transporte escolar, além dos trinta veículos já entregues", refere o comunicado.

O governo francês comprometeu-se também a "fornecer 20.000 toneladas de carris para reconstruir várias centenas de quilómetros de ferrovia" danificados pelos combates bombardeamentos, bem como "uma dúzia de geradores adicionais de 1,5 toneladas, além dos vinte que serão entregues nas próximas semanas" aos caminhos-de-ferro ucranianos.

A França irá ainda receber 10 controladores de tráfego aéreo ucranianos na ENA (Escola Nacional de Aviação Civil) para "preparar a reabertura do espaço aéreo ucraniano", especificou o ministério.


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Combate à mutilação genital na Guiné-Bissau é hoje "mais complicado"

© Lusa

POR LUSA   23/04/23 

A presidente do Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas na Guiné-Bissau considera que o combate à mutilação genital feminina (MGF) enfrenta hoje desafios "muito mais complicados", em resultado da proibição legal, que tornou a prática "escondida".

"Os desafios são enormes", avalia Marliatu Djaló Condé, em entrevista à Lusa, em Lisboa, onde teve uma série de encontros nesta semana, organizados pela Associação dos Filhos e Amigos de Farim, pela Associação Mulheres Sem Fronteiras e pela Associação para o Planeamento da Família, que combatem a MGF em Portugal.

"Antigamente, sabia-se quem é que faz[ia], onde é que (...) se faz[ia] e de um tempo para cá, desde a existência da lei, passou a ser tudo de uma forma escondida", compara, recordando que estudos feitos em 2018 e 2019 "mostram um aumento" da prática na Guiné-Bissau, onde se estima que metade das mulheres sejam mutiladas.

A mutilação (ou excisão, nome mais utilizado na Guiné-Bissau) consiste na retirada total ou parcial de partes genitais, com consequências físicas, psicológicas e sexuais graves, podendo até causar a morte.

O aumento pode explicar-se, em parte, porque o tema deixou de ser tabu. "Agora fala-se abertamente sobre o tema", reconhece Marliatu, acrescentando que é preciso analisar a permeabilidade das fronteiras com os países vizinhos, nomeadamente com a Guiné-Conacri, onde praticamente todas as mulheres são submetidas à excisão.

Neste contexto, o Comité está a avançar com uma "campanha transfronteiriça" entre Guiné-Bissau, Guiné-Conacri e Senegal, que partilham a etnia fula (e respetiva língua), na qual a prática está enraizada.

Os três países têm leis que proíbem a excisão. Porém, "tem um fluxo de pessoas, entre as fronteiras, para praticarem a excisão", nota Marliatu, adiantando que, como "a maioria das pessoas não são letradas", a campanha vai apostar no áudio e no audiovisual, para as rádios comunitárias e as redes sociais. "Vamos uniformizar o que é dito nos três países e em simultâneo", explica.

Na Guiné-Bissau, único país de língua portuguesa que figura nas listas internacionais sobre a prática, a MGF é punida por lei desde 2011.

"Não diria que é mais fácil [o combate hoje], porque a nova geração ainda tem muita pressão e influência da geração anterior", ressalva Marliatu, reconhecendo a vantagem de existirem atualmente "mais mulheres alfabetizadas" e "muitos líderes religiosos e muitos homens" a apoiar publicamente a erradicação da prática.

"A participação do homem é muito fundamental nisto, porque estamos a falar de uma sociedade patriarcal e extremamente machista, onde o poder de decisão compete ao homem. Ter o apoio, a participação ativa do homem neste processo faz toda a diferença", acredita.

Com 31 anos, Marliatu foi submetida à excisão, juntamente com as irmãs mais velhas, quando teria uns quatro anos. "Lembro-me de pouca coisa", diz. "Ninguém se opôs", lamenta.

Fula e nascida numa "comunidade muito conservadora" e numa família numerosa, todas as mulheres da família foram "vítimas da excisão" e a maioria das suas irmãs tiveram casamentos precoces ou forçados.

Ainda assim, um dos seus irmãos foi dos primeiros lideres religiosos na Guiné a dizer que a excisão não faz parte do islão. "São práticas muito enraizadas nas nossas culturas e que são, até um certo ponto, conectadas com uma determinada religião. Quando é assim, são aspetos (...) socialmente muito sensíveis", explica.

O Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas desenvolve, há anos, campanhas de consciencialização, mas não tem sequer uma sede própria. Está à espera que o governo guineense ceda um terreno, onde quer instalar um centro de acolhimento e apoio psicossocial para vítimas de violência com base no género, "coisa que não existe" na Guiné-Bissau.

Todos os funcionários, incluindo a presidente, são mantidos exclusivamente através de projetos financiados, apesar de o Comité (que integra cerca de 30 organizações da sociedade civil) ter sido criado pelo próprio Estado guineense, que "tem colaborado a nível político", mas "ainda não" garante qualquer apoio financeiro.

Com projetos em várias áreas, da educação à saúde, o Comité tem apostado nos "diálogos comunitários", recorrendo aos 50 animadores que tem no terreno.

Tem procurado também "trazer discursos mais positivos" e mostrar como se vive sem a mutilação. "As pessoas que não foram excisadas sofrem de discriminação no meio familiar", lembra Marliatu, salientando a importância de mostrar mulheres não excisadas "que se sentem bem e são muçulmanas praticantes" e rapazes que possam "desconstruir a ideia de que o homem muçulmano não se pode casar com uma mulher que não foi excisada".

O Comité está também a preparar manuais de alfabetização, porque "o analfabetismo, que afeta maioritariamente as mulheres, é uma das maiores causas para a continuidade destas práticas", realça Marliatu, formada em Economia e eleita presidente do Comité em setembro de 2021.



Papa Francisco pede "diálogo" face à "grave" situação no Sudão

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POR LUSA   23/04/23 

O Papa Francisco pediu hoje "diálogo" face à "grave" situação no Sudão, onde combates mortais entre o exército e os paramilitares duram há mais de uma semana.

"Infelizmente, a situação continua grave no Sudão, por isso, renovo o meu apelo para que a violência acabe o mais rápido possível e para que se retome o caminho do diálogo", afirmou Francisco, durante a tradicional oração pública dominical, na Praça de São Pedro.

"Convido todo o mundo a rezar pelos nossos irmãos e irmãs sudaneses", reforçou.

Desde 15 de abril, os dois generais no poder desde o golpe de 2021 lançaram uma guerra impiedosa.

A violência, principalmente em Cartum e Darfur (oeste), já provocou mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Foram deslocadas dezenas de milhares de pessoas para outros estados no Sudão ou através das fronteiras para o Chade e Egito. E levaram à mobilização de vários países para retirar os seus cidadãos.


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O número de corpos encontrados pelas autoridades do Quénia, que pertencerão a membros de uma seita, subiu para 21, pensando-se que terão morrido de fome após jejuar com o objetivo de encontrar Jesus Cristo.

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POR LUSA  23/04/23 

 Quénia. Sobem para 21 os corpos encontrados de alegados membros de seita

O número de corpos encontrados pelas autoridades do Quénia, que pertencerão a membros de uma seita, subiu para 21, pensando-se que terão morrido de fome após jejuar com o objetivo de encontrar Jesus Cristo.

A Diretoria de Criminalística Investigações (DCI) do Quénia, que anunciou este cenário no sábado, refere que as sepulturas estavam na floresta Shakahola de Malindi, que pertence ao condado costeiro de Kilifi.

Entre os mortos foram identificadas algumas crianças, que estariam enterradas ao lado do que parecem ser os seus pais ou parentes, refere a agência EFE.

O DCI acredita que os mortos eram membros de uma seita religiosa conhecida como Igreja Internacional das Boas Notícias, liderada pelo pastor Paul Mackenzie Nthenge, atualmente preso.

As autoridades quenianas acusam Nthenge de encorajar os seus seguidores, que podem ser centenas de pessoas de todo o país, a jejuar até morrer de fome para ascender ao céu.

Desde que as investigações do DCI começaram, na quinta-feira, as autoridades descobriram 65 possíveis túmulos, o que perspetiva que o número de mortos continue a aumentar à medida que as escavações avançam.

A polícia queniana invadiu o local onde os seguidores de Nthenge celebravam o jejum, no dia 14 de abril, e resgatou 15 pessoas. Quatro delas morreram a caminho de um hospital de Malindi.

Em março, o polémico pastor foi preso após ser acusado de estar por trás da morte de duas crianças em circunstâncias semelhantes, mas foi libertado sob fiança.

Outros 11 membros da seita ou seus filhos encontram-se internados em estado grave, três dos quais em estado crítico, depois de serem encontrados a definhar num bosque no início das investigações sobre as valas comuns, segundo a Europa Press.


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Engenheiros Desenvolvem Bicicleta com Rodas Quadradas e o Resultado é Impressionante; Confira o Vídeo

Foto: The Q/YouTube/Reprodução

Por noticiasms.com

Engenheiros dos Estados Unidos surpreenderam a web ao desenvolver uma bicicleta com rodas quadradas, apresentada no canal do YouTube “The Q”, onde é exibido todo o processo criativo dessa inusitada invenção.

De acordo com os criadores, o movimento da bicicleta de rodas quadradas é gerado pela força de tração entre o pneu e o asfalto, similar ao funcionamento das rodas de um tanque de guerra. As rodas são construídas com barras de metal soldadas, formando um quadrado.

Os engenheiros afirmaram: “Construir e instalar rodas quadradas em bicicletas tem sido um dos projetos mais insanos que já realizamos.”

Embora as rodas não se comportem como as de bicicletas convencionais, os inventores garantem que é viável utilizar a bicicleta de rodas quadradas em (quase) todos os lugares. O custo total do projeto não foi divulgado pelos responsáveis.

Um vídeo divulgado na internet revela a bicicleta de rodas quadradas em ação, com o grupo de engenheiros por trás do projeto. Até o momento, o conteúdo acumula mais de cinco milhões de visualizações.

Confira o Vídeo!👇

SALAR DO UYUNI na Bolívia o maior deserto de sal do mundo

Concluída evacuação da embaixada dos EUA no Sudão

© Lusa

POR LUSA  23/04/23 

O Presidente dos EUA, Joe Biden, disse no sábado que está concluída a retirada dos funcionários da embaixada norte-americana no Sudão, de acordo com um comunicado divulgado pela Casa Branca.

"Tenho orgulho no extraordinário compromisso da nossa equipa da embaixada, que desempenhou as suas funções com coragem e profissionalismo e personificou a amizade e a ligação da América com o povo do Sudão", referiu Biden na nota.

"Estou grato pela capacidade incomparável dos nossos militares que os trouxeram com sucesso para um local seguro".

Os funcionários foram levados de avião para um local não identificado, na Etiópia, revelaram à agência de notícias Associated Press (AP) dois responsáveis que conhecem a operação.

Washington também encerrou a representação diplomática por tempo indeterminado, notou a AP.

No comunicado, Biden deixou um agradecimento ao Djibuti, à Etiópia e à Arábia Saudita, que foram "fundamentais para o sucesso" da operação.

Os planos de retirada começaram na segunda-feira, depois de veículos da embaixada dos Estados Unidos, que estavam em deslocação, terem sido atacados em Cartum.

Num comunicado divulgado na quinta-feira, o Pentágono revelou o envio de "capacidades adicionais" para a região, para potencialmente ajudar a facilitar uma retirada do pessoal da embaixada do Sudão, se necessário.

O aeroporto de Cartum continua a não funcionar e as rotas terrestres da capital para fora do país são longas e perigosas, mesmo sem as hostilidades atuais, o que coloca dificuldades e riscos de segurança adicionais.

Segundo a mais recente contagem da Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 413 civis morreram e 3.551 ficaram feridos desde o início do conflito no Sudão.

Os confrontos começaram há uma semana entre as forças armadas, comandadas pelo líder de facto do país desde o golpe de Estado de outubro de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e os paramilitares do das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), chefiados pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como "Hemedti".


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LU SHAYE: Embaixador chinês questiona soberanias pós-soviéticas e abre conflito

© MARTIN BUREAU/AFP via Getty Images

POR LUSA  23/04/23 

O embaixador da China em França, Lu Shaye, provocou protestos da Ucrânia e dos Estados bálticos por defender que os países pós-soviéticos não têm "estatuto efetivo" ao abrigo do Direito Internacional, numa entrevista divulgada no sábado.

Numa entrevista à cadeia TF1, o diplomata chinês defendeu que "não há nenhum acordo internacional que materialize o seu estatuto de países soberanos" e não conseguiu dar uma resposta concreta quando questionado se "a Crimeia [península anexada pela Rússia em 2014] faz parte da Ucrânia".

Através da rede social Twitter, o embaixador da Ucrânia em França, Vadim Omelchenko, reagiu e destacou as diferenças entre as declarações de Lu Shaye e a postura oficial de Pequim sobre o conflito em curso no território ucraniano.

"Ou este homem tem problemas óbvios com a geografia", respondeu o embaixador ucraniano, prosseguindo: "Ou as suas declarações contradizem a posição de Pequim 'sobre os esforços para restaurar a paz na Ucrânia com base no direito internacional e nos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas'".

O ministro dos Negócios Estrangeiros letão, Edgars Rinkevics, considerou, por sua vez, que estas são "declarações completamente inaceitáveis" e que a Letónia espera "uma explicação do lado chinês e a retratação completa desta declaração".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Lituânia seguiu a mesma linha de protesto e adiantou que vai chamar na segunda-feira o encarregado de negócios da China no país para "dar explicações", numa ação concertada com a Letónia e a Estónia.

O chefe da diplomacia estónio, Margus Tsahkna, também protestou, afirmando que "é triste que um representante da República Popular da China tenha essas opiniões" e que se trata de uma "posição incompreensível".


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Fala África: Cantor PW promete várias surpresas em show de apresentação do álbum "African Spirit" em Bissau, 28 de Abril

No Fala África VOA deste domingo, Dani Stescki conversa com o cantor guineense PW. PW está a preparar um show no dia 28 de Abril em Bissau para apresentar ao público o álbum "African Spirit”, lançado no ano passado com 10 faixas musicais. O cantor promete várias surpresas durante o show.

Voaportugues.com  abril 23, 2023

MYKHAILO PODOLYAK: Solução pacífica? "Ucrânia só ouve render-se e cumprir o ultimato russo"

© GENYA SAVILOV/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto   22/04/23 

Para o conselheiro de Zelensky, "após 423 dias de guerra sangrenta, é impossível" pensar numa "solução pacífica".

O conselheiro do presidente ucraniano Mykhailo Podolyak afirmou, este sábado, que, para a Ucrânia, uma “solução pacífica” é vista como uma rendição e uma submissão ao “ultimato russo” devido aos 423 dias de uma “guerra sangrenta”.

“Quando alguém fala de uma ‘solução pacífica’, a Ucrânia só ouve ‘render-se, capitular, cumprir o ultimato russo. Após 423 dias de guerra sangrenta, é impossível”, começou por referir o conselheiro de Volodymyr Zelensky, na rede social Twitter.

Na publicação, Podolyak disse que a invasão russa da Ucrânia se trata de “uma guerra de extermínio planeada pela Federação Russa e não de um ‘conflito’ mítico”.

E garantiu: “Não há lugar para um ‘acordo’”.

A necessidade de encontrar uma “solução pacífica” tem vindo a ser defendida por vários países com posições ambíguas em relação à invasão russa, entre as quais a China e, mais recentemente, o Brasil.

Ainda este sábado, o presidente brasileiro, Lula da Silva, voltou a apelar à criação de “um conjunto de países” dedicados à “construção da paz”. Se toda a gente se envolve diretamente na guerra, quem é que vai conversar sobre paz? Quem é que vai conversar com os governos que estão em guerra?”, questionou, em entrevista à RTP.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou a 24 de fevereiro de 2022 com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 14 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.


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