segunda-feira, 24 de abril de 2023

Portugueses que estavam no Sudão retirados por avião militar espanhol

ITALIAN DEFENSE MINISTRY VIA AP

Por  SIC Notícias   24/04/23

Espanha anunciou que conseguiu retirar por via aérea cerca de uma centena de pessoas do Sudão, incluindo portugueses, num avião militar para o Djibuti.

Os portugueses que estavam no Sudão já foram retirados do país. O Governo refere que 16 cidadãos nacionais estariam no Sudão quando começaram os combates, há uma semana. Entretanto já todos foram contactados e estão a ser acompanhados.

Um avião militar espanhol descolou ontem à noite de Cartum com destino ao Djibuti, transportando mais de 30 espanhóis e outros 70 cidadãos europeus e latino-americanos, numa operação coordenada pelos Ministérios dos Negócios Estrangeiros de vários países e pela União Europeia.

O avião militar espanhol "descolou de Cartum pouco antes das 23:00 locais (22:00 hora de Lisboa) com cerca de uma centena de passageiros", referiu o Governo espanhol em comunicado.

O avião espanhol "voa com mais de 30 espanhóis e outros 70 cidadãos europeus e latino-americanos retirados de Cartum, capital do Sudão, com destino ao Djibuti, após uma operação coordenada pelos Ministérios dos Negócios Estrangeiros, União Europeia e Cooperação e da Defesa", especificou o Governo de Espanha.

"Nenhum incidente na transferência", também informou na rede social Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros, União Europeia e Cooperação espanhol, José Manuel Albares.

Além de espanhóis, entre os passageiros há portugueses, italianos, polacos, irlandeses, mexicanos, venezuelanos, colombianos e argentinos, bem como sudaneses, detalharam fontes do Ministério da Defesa espanhol.

O Governo português tinha dito que o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e o Ministério da Defesa Nacional estavam "a trabalhar em articulação, juntamente com outros países aliados, com vista à retirada, em segurança, dos cidadãos nacionais que se encontram no Sudão".

"Foram já contactados todos os cidadãos nacionais conhecidos no Sudão, e as diferentes situações estão a ser acompanhadas", adiantou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado.

Além dos retirados na operação de hoje, um grupo de espanhóis decidiu, voluntariamente, permanecer no Sudão ou abandoná-lo por outros meios, enquanto outros conseguiram deixar o país já antes da implementação deste dispositivo.

Na operação de hoje, acrescentou o Ministério da Defesa, estiveram envolvidos cerca de 200 militares.

Vários países já iniciaram operações de retirada de cidadãos

Vários países iniciaram hoje operações de retirada dos seus nacionais de território sudanês, assolado por confrontos entre fações militares rivais.

Também os Estados Unidos e o Reino Unido estão a concluir a retirada de funcionários das embaixadas no Sudão.

Grupo de 343 cidadãos da Jordânia, Palestina, Iraque, Síria e Alemanha que foram retirados do Sudão desembarcam de um avião militar no Aeroporto Militar de Marka, em Amã, na Jordânia MOHAMMED ALI

As autoridades líbias concluíram sexta-feira a retirada, por mar, de quase uma centena de cidadãos retidos no Sudão

O Sudão entrou na segunda semana de violentos combates, num conflito que opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde o golpe de 2021, e um seu ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).

O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).


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