Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló
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POR LUSA 17/04/23
A próxima cimeira de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) realiza-se em 08 de agosto, segundo um documento oficial a que Lusa teve hoje acesso.
A data, que até agora era apenas indicativa, foi confirmada pelo Governo de São Tomé e Príncipe, país que assumirá então a presidência da organização, ao secretariado-executivo da CPLP.
Numa nota verbal, datada de 13 de abril, enviada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe ao secretariado-executivo da CPLP, "o país informa que já está fixada a data para a realização da próxima cimeira e que será em 08 de agosto".
O tema da cimeira será "Juventude e Sustentabilidade", segundo disse o secretário-executivo da organização, Zacarias da Costa, em declarações à Lusa em março.
Na próxima cimeira, São Tomé e Príncipe assumirá a presidência rotativa da comunidade lusófona por dois anos. Atualmente a presidência é exercida por Angola.
A CPLP é constituída por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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POR LUSA 17/04/23
A primeira visita de um submarino português a Cabo Verde despertou nos últimos dias a curiosidade da população de São Vicente, ao observar ao longe o exterior do "Arpão", atracado desde 14 de abril no porto do Mindelo.
"Desde pequena que sonhava estar dentro de um submarino, para ver como é o fundo do mar, devido às fantasias de criança em que sonhava ver peixes, as conchas, baleias e a mais desejada era ver as sereias, devido à historias que escutava", descreveu à Lusa Dulcineida Soares, psicóloga clínica natural do Mindelo enquanto avistava ao longe o submarino da Marinha portuguesa.
No entanto, Dulcineida Soares e vários outros cabo-verdianos não conseguiram cumprir o sonho de ir a bordo, face às características do submarino, que não permitem visitas do público em geral, como esclareceu o capitão-de-fragata Taveira Pinto, comandante do navio, já que transporta vário armamento.
"Face às características do submarino não fazemos a abertura ao público, pois o submarino é por si uma arma estratégica. As visitas são restritas, mas temos colaboração e algumas atividades, nomeadamente com a Guarda Costeira de Cabo Verde, visto a relação estreita e próxima com atividades a desenvolver e temos alguma colaboração com o instituto do mar e a universidade, com cursos ligados ao mar, ciências do mar e maquinas marítimas que terão a oportunidade de conhecer o navio", assegurou o comandante.
O submarino "Arpão" está a fazer escala no porto do Mindelo, ilha de São Vicente, no âmbito da iniciativa 'Mar Aberto' 2023, o primeiro da Marinha portuguesa a atracar em Cabo Verde. O submarino largou no dia 04 de abril da Base Naval de Lisboa e nesta missão, de 120 dias, vai percorrer, até ao início de agosto, 13.000 milhas (cerca de 24.100 quilómetros) e realizar 2.500 de navegação por dois continentes e cinco países, fazendo escala em São Vicente de 14 a 18 de abril.
"O NRP "Arpão" será o primeiro submarino português a realizar uma missão deste tipo, sendo também a primeira vez que um submarino português cruza a linha do equador, tendo para isso posto à prova a capacidade logística operacional da Marinha", destacou a Armada portuguesa.
"A iniciativa 'Mar Aberto' pressupõe o estabelecimento de contactos bilaterais e de colaboração e estabelecimentos de relações diplomáticas entre Portugal e outros países, neste momento focado na CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] e com grande enfoque na patrulha do Golfo da Guiné, tendo em conta indícios de pirataria e narcotráfico que há naquela zona. O primeiro porto a escalar é aqui no Mindelo, depois seguiremos para o Brasil, pelo Atlântico sul, cruzaremos para a cidade do Cabo, onde iremos participar nas comemorações participar nas comemorações do 10 de Junho [comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, na África do Sul]", acrescentou o capitão-de-fragata Taveira Pinto.
O "Arpão" conta com uma guarnição de 35 militares, incluindo três mulheres, e a missão obrigou a uma intensa preparação prévia.
"Tivemos que nos preparar, estudar as correntes, as profundidades e temperaturas da água. É uma zona por nós desconhecida, por isso teve de ser uma preparação cuidada, com uma preparação logística cuidada e com a aventura de o fazer pela primeira vez, traz uma alegria diferente a esta missão", disse o comandante Taveira Pinto.
Além de Cabo Verde, esta missão levará o submarino "Arpão", da classe Tridente, de 70 metros de comprimento, ainda ao Brasil, África do Sul, Angola e Marrocos, "contribuindo para o estreitamento das relações de cooperação militar e diplomáticas entre Portugal e cada um dos países visitados".
Segundo a Marinha portuguesa, a iniciativa 'Mar Aberto' visa "desenvolver ações de cooperação bilateral e multilateral, e de presença e diplomacia naval, nomeadamente, no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Presenças Marítimas Coordenadas no Golfo da Guiné e Iniciativa '5+5 Defesa', com Marrocos".
Salienta ainda que as "características operacionais do submarino conferem-lhe a capacidade de efetuar patrulhas discretas em qualquer altura do ano e qualquer lugar, garantindo assim que as águas sob soberania ou jurisdição nacional, ou quaisquer outras onde seja requerida a sua presença, possam ter uma garantia extra de segurança da navegação".
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POR LUSA 17/04/23
Os Presidentes do Quénia, Uganda, Sudão do Sul, Djibuti e Somália apelaram à "cessação das hostilidades" no Sudão e mostraram-se dispostos a facilitar a "reconciliação" entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido.
Membros da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) - um bloco económico a que também pertencem a Etiópia e a Eritreia - apelaram à "cessação imediata das hostilidades entre as partes beligerantes no Sudão", disse no domingo a presidência queniana.
Os presidentes queniano, William Ruto, do Sudão do Sul, Salva Kiir, ugandês, Yoweri Museveni, do Djibuti, Ismail Omer Guelleh, e somali, Hassan Sheikh Mohamud, realizaram uma cimeira virtual extraordinária no domingo para abordar a crise que eclodiu no Sudão durante o fim de semana.
"Os líderes apelaram ao general Abdelfatah al Burhan e ao general Mohamed Hamdan Dagalo, (comandante das Forças de Apoio Rápido - RFS, na sigla em inglês, língua oficial a par do arábico) do Conselho Soberano de Transição para pararem a guerra e regressarem às negociações", disse a presidência queniana no Twitter.
O IGAD também decidiu enviar "o mais rapidamente possível" os Presidentes Kiir, Ruto e Guelleh ao Sudão para "reconciliar os grupos beligerantes", uma vez que "a estabilidade no Sudão é fundamental para a estabilidade social e económica da região".
"O conflito mina os progressos de paz alcançados nos últimos quatro meses" no país, acrescentaram, apelando a ambos os lados para que garantam um "corredor seguro" para a ajuda humanitária à capital, Cartum, e outras cidades afetadas.
O Sudão entrou hoje no terceiro dia consecutivo de combates, que continuam a atingir Cartum e noutras regiões do norte e oeste do país.
O exército informou no domingo que a situação geral é "muito estável" e que houve apenas "confrontos limitados" com as RFS, principalmente na capital sudanesa.
As forças armadas afirmam controlar a maioria das instalações militares e infraestruturas vitais em Cartum, e apreenderam o estratégico aeroporto de Merowe no norte do Sudão, bem como grandes partes da conturbada área de Kordofan e outras regiões das RFS.
Face à escalada da violência nas cidades densamente povoadas, o exército e as RFS aceitaram no domingo uma proposta da ONU para estabelecer corredores humanitários e cessar os combates nas zonas residenciais durante um breve período de três horas, o que permitiu a evacuação de mais de mil residentes na capital, informaram à EFE fontes do Crescente Vermelho Sudanês.
Segundo o Comité Médico Central Sudanês, pelo menos 97 civis foram mortos e 942 outros feridos durante os combates no fim de semana.