domingo, 4 de março de 2018

A expressão popular falou mais alto que os interesses pessoais do DSP e da sua equipa de claqueiros esfomeados e miseráveis, obrigando assim a mais um fiasco nesta manifestação inventada e maldosa..

A união faz a força, e esta é a única forma de derrotar e decapitar ao DSP, visto que o mesmo até aqui apenas tem usado a táctica do dividir para melhor reinar.

O apelo desta equipa vai em direção ao Leão de Leste ( Botché Candé ), ao Fenómeno e Guerreiro Politico (Bá Kekuto), ao grande Cabeça e Estratega ( Soares Sambu ), ao Destemido e decisivo Marciano Silva Barbeiro, Abel Gomes da Silva, enfim, um apelo a todos que fazem parte deste processo injusto apenas por defenderem aos interesses do povo.  Recordem e vejam os factos que se encontram no terreno.

O DSP para ganhar um processo, uma causa, é na base de mentiras, dinheiro e trafulhices. No entanto, sabemos que DSP por si só jamais teria a capacidade de fazer o que fez se não existissem mãos ocultas por trás e interesses estrangeiros para tirar as riquezas dos guineenses.

Vejamos, DSP sem os 15 jamais poderá ganhar estas eleições, DSP não tem base nenhuma para concorrer as próximas eleições. O que se esta vendo actualmente na Guiné Bissau é algo aberrante e assustador.

1º A manipulação da justiça em defesa da mentira .

2º A corrupção generalizada na esfera Judicial???

3º A impunidade dos diversos tipos de criminosos.

4º A falta de capacidade e actualização dos nossos magistrados???

5º A vergonha que se assiste na nossa ANP.

6º Hoje a justiça guineense é considerada a mais perigosa do mundo e a mais podre de todas.

7º A maior doença até hoje detetado na Guiné Bissau, chama- se  CORRUPÇÃO.

Pois bem, foi devido a esta luta que originou todo este impasse na nossa terra, porque se estes elementos dos 15 não se tivessem posicionado pondo em causa as suas vidas em defesa dos interesses do povo, hoje o DSP teria ou seria um pequeno HITLER mas no formato guineense.

O apelo da equipa do Doka Internacional vai no sentido de se apostar mais na comunicação social a fim de fazer frente e desmascarar a este homem.

dokainternacionaldenunciante.blogspot.sn 

A MARCHA DO MEDO: O MCCI VENCEU PORQUE AS SANÇÕES EXISTEM E RESISTEM A TUDO O RESTO! ABAIXO A CANALHA!!!

Fonte: ditaduraeconsenso


Momento da entrega de uma carta aberta ao representante da CEDEAO, Blaise Diplo. A MARCHA DO MEDO...As sanções EXISTEM e o MCCI e os democratas guineenses VENCERAM! Vivam as sanções da CEDEAO - mas tem de ser alargada


ULTIMA HORA - O FIASCO DA MARCHA ORGANIZADA ESTE DOMINGO EM BISSAU POR DSP. É A VERGONHA DE TODAS AS VERGONHAS.


A EQUIPA DO DOKA INTERNACIONAL NO TERRENO E MOSTRANDO AO MUNDO O QUE ESTA SENDO A DERROTA PSICOLÓGICA DE DSP.   COM TANTA PROPAGANDA, COM TANTA MENTIRA E DESINFORMAÇÃO, APENAS ISTO??? 

CUIDADO PORQUE " PUBIS KA BURRO ". CENTO E TAL PESSOAS NUMA MANIFESTAÇÃO EM APOIO E SOLIDARIEDADE PARA COM COM A CEDEAO???  CREDO, ANTA DSP DISSIL CABA!


dokainternacionaldenunciante

“Se você nasceu pobre, a culpa não é a sua. Agora, se você morrer pobre, a culpa definitivamente é sua.” - Bill Gates


Achei Curioso


OPINIÃO: SÓ O SUPREMO TRIBUNAL TEM COMPETÊNCIAS PARA ANULAR UM CONGRESSO E ANUNCIAR QUEM VAI OU NÃO AS ELEIÇÕES ???

Fonte: Guineendade.blogspot.sn


O congresso do PAIGC continua a roer o coração do falecido grupo mais famoso da BANDIDAGEM.?? Como perderam em todas as frentes agora a estratégia é fazer tudo por tudo para que a maior instituição política do país não participe nas próximas eleições porque a vitória será retumbante como de facto vai ser.

A única instituição que tem competência para anular um congresso ou anunciar quem vai ou não as eleições é o SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA.?? Os tribunais de primeira instância podem continuar a ser corrompidos mas não  terão forças para qualquer decisão contrária. !!! Neste momento foi resgatado o PAIGC de Cabral que estava há muitos anos adormecido.??? A vitória do PAIGC é inquestionável nas próximas eleições.😶😶😶

ATENÇÃO ENGENHEIRO DOMINGOS SIMÕES PEREIRA!


PAIGC está a ser alvo de uma das mais fortes ofensivas desde há independência Nacional. No fundo o que os poderes dominantes não toleram é a existência de um partido com identidade de classe própria – partido da classe operária e de todos os trabalhadores – com o objectivo de transformação da sociedade, com princípios de funcionamento que criam, simultaneamente, possibilidades de ampla participação dos militantes e consistência e solidez de intervenção, dependente apenas das suas próprias forças e, por isso, independente na definição da sua política, propostas e intervenção. 

Um partido ainda mais necessário aos trabalhadores, ao povo e ao país no actual quadro de uma situação nacional e internacional difícil. É este partido que não toleram que exista, com a força e a influência que tem, independentemente de deficiências e insuficiências, tornando-o alvo de uma ofensiva fortíssima, com a contribuição destacada de alguns membros do Partido, que comandam uma acção fraccionista, procurando instrumentalizar preocupações de muitos Militantes e simpatizantes!

A coesão do Partido é um elemento fundamental sem o qual toda a intervenção e força do Partido é afectada e, por isso, é necessário abordar algumas questões que sobre ela se colocam.

O PAIGC tem princípios de funcionamento elaborados e assumidos democraticamente pelo colectivo partidário. Cada pessoa quando decide aderir ao Partido, acto livre e voluntário, assume um conjunto de direitos e deveres que, com os objectivos de luta, são um compromisso fundamental inerente à condição de membro do Partido. 

A organização do Partido baseada no funcionamento decidido colectivamente faz a diferença entre um conjunto de indivíduos atomizados e dispersos e uma força organizada, composta por militantes com as suas opiniões próprias mas unidos na aplicação das orientações resultantes do apuramento colectivo e actuando segundo regras com que todos voluntariamente se comprometeram. 

A organização e os princípios de funcionamento são pilares essenciais da força do Partido, elementos base para a sua intervenção, a sua ligação às massas, o alargamento da sua influência, mas também, e em primeiro lugar, como elementos agregadores dos militantes do Partido.

É natural que um membro do Partido que mudou o seu pensamento e em questões fundamentais se deixe de identificar com os objectivos, orientações e princípios do Partido possa entender sair do Partido, acto tão livre e voluntário como o da adesão. Como é natural que um membro do Partido, mantendo discordâncias em questões importantes, se mantenha no Partido, actuando no quadro dos Estatutos e do Programa, condição para ser membro do Partido. 

O que não é partidária e eticamente aceitável é que membros do Partido rompam com compromissos fundamentais inerentes à qualidade de membro do Partido e persistam em promover, além de campanhas públicas para o denegrir, uma acção interna de desagregação da organização e do funcionamento partidários. 

É isso que tem acontecido com a promoção de acções só possíveis com trabalho organizado em confronto com os princípios de funcionamento partidário, a definição de posicionamentos políticos próprios de grupo, a gestão de porta-vozes, o desenvolvimento de acções e iniciativas concertadas, à margem das orientações e dos métodos de funcionamento partidário, voltadas para o interior e o exterior do Partido.

Há mesmo quem, tendo-se objectivamente colocado fora do Partido, continue a evocar a qualidade de membro do Partido não porque esteja preocupado com o reforço do PAIGC como é elementar para quem adere a um projecto colectivo e nele se quer manter, mas porque entende que a sua continuação como membro do Partido, actuando como se já não o fosse, constitui a melhor forma de o prejudicar e debilitar. 

Tais actuações só podem contribuir para enfraquecer o Partido e representam uma efectiva ruptura e auto-exclusão dos deveres, dos laços de lealdade, fraternidade e solidariedade devidos ao Partido e a todos os seus membros.

Uma coisa é o direito de opinião de cada membro do Partido, no respeito pela opinião dos outros e do funcionamento democrático do Partido, direito que deve ser estimulado e assegurado, como todos os direitos e deveres dos membros do Partido no âmbito da democracia interna. Outra coisa é um género de direito à promoção da desagregação do Partido que alguns promotores do processo em curso querem garantir para si próprios ao mesmo tempo que pretendem que o Partido se resigne a tal caminho. Não é aceitável. 

O caminho para o fortalecimento do PAIGC, partindo da força que tem, vencendo atrasos e insuficiências, privilegiando sempre o debate das ideias, passa necessariamente pela afirmação dos seus princípios de funcionamento e pela reprovação e ultrapassagem das práticas que os atropelam. Não pode fortalecer-se um partido que se deixe desgastar por uma continuada acção antidemocrática de arrogante afronta ao colectivo partidário e aos princípios de funcionamento que democraticamente decidiu.

A batalha política e ideológica pela coesão do Partido é assim um elemento fundamental para o seu fortalecimento, inseparável da definição e realização do movimento geral de reforço da organização partidária, aos vários níveis, concretizando as orientações do Nono Congresso que a situação impõe. 

Esta acção geral de reforço do Partido passa por várias linhas de trabalho entre as quais se incluem: a adopção de medidas de direcção, de quadros e financeiras; a realização de Assembleias das Organizações, nomeadamente das organizações de base; a passagem a uma nova fase na acção do Partido junto da classe empresarial e dos trabalhadores, associando este trabalho à intervenção e mobilização em torno dos problemas decorrentes da situação social e da política do governo da esquerda e iniciando a preparação do Encontro Nacional do PAIGC sobre a problemática da acção do Partido para com o seus militantes e simpatizantes o desenvolvimento da nossa acção junto da juventude e estabelecimento de planos de trabalho para a acção junto dos intelectuais e dos quadros técnicos, a intensificação da acção de recrutamento, para o Partido, dando seguimento à campanha de recrutamento, cujos resultados mostram que é possível trazer muitos mais membros ao Partido, designadamente jovens e ao mesmo tempo promover a sua integração e responsabilização; a responsabilização de quadros aos vários níveis, dando particular atenção à chamada de jovens a novas responsabilidades; a aceleração da acção de esclarecimento da situação dos membros do Partido, encontrando formas diversificadas de integração, participação, contacto e informação; a associação das várias linhas de reforço da organização partidária a um estilo de trabalho que centre a atenção das organizações na análise e intervenção sobre os problemas dos trabalhadores, das populações, das áreas em que actuam.

Só assim podemos garantir uma reaproximação construtivo e estável do PAIGC ao seu povo!

Fonte: PAIGC De imortal Amílcar Lopes Cabral

sábado, 3 de março de 2018

ESCANDALO DA ULTIMA HORA

O TRIBUNAL REGIONAL DE GABU, DECIDIU E ESTA DECIDIDO: O IX CONGRESSO DO PAIGC SEM EFEITOS.

O TRIBUNAL DÁ ASSIM A RAZÃO AOS A QUEM DO DIREITO, O QUE SIGNIFICA QUE O PAIGC DE DSP EM MAUS LENÇÓIS PARA AS ELEIÇÕES QUE SE AVIZINHAM.

PAIGC PODERÁ PASSAR OU IR AO ENCONTRO DOS DINOSSAUROS- EXTINÇÃO.

Publicada por didi lopes à(s) 19:49 

Tudo problema na Guiné Bissau, i reside na és seguinte sentido:

JOMAV KUMA, SI TEM UM GARAFA DI YAGU PÁ GUINÉ-BISSAU, PÁ DJINTIS DE PRAÇA BIBI UM QUARTO, GUINEENSES FORA PÁ É BIBI TAM UM QUARTO, KILIS DI ILHAS PÁ É BIBI UM QUARTO, ANÓS DI PONTAS PÁ NÔ BIBI TAM UM QUARTO, KILIS MEIO LITRO KI NA SOBRA, PÁ GUARDAL NA DEPÓSITO DE ESTADO SUMA RESERVA SUSTENTÁVEL!

MAS (...), SUMA DJINTONS KA MISTI ÉS, JOMAV TOMA ÚNICO YAGU I DIVIDIL PÁ TUDO GUINEENSES SUMA KI LEI DI VIDA TA MANDA. então és ki tem djumblumane na baliza de bas, pabia djintons de Praça de Bissau, misti BIBI tudo es um litro i meio de yagu sim pati utrus guineenses; Jomav gora kuma, kila só na pelelé Di gato!

Obs. Amanhã nha mamé kuma na faci ano!!
Um sábado especial de democracia RANKA DJA na Guiné Bissau..

Walter Felix da Costa

Cientistas comprovam que as mulheres com cu grande são mais inteligentes e saudáveis


Alguns investigadores da Universidade de Oxford lançaram os resultados de um estudo que sugere que as mulheres cujo rabo é grande têm menos riscos de sofrerem de problemas de saúde. Para além disso, conseguiram também concluir que estas mesmas mulheres são mais inteligentes do que as outras.

Não é interessante?

Primeiramente, constataram que as mulheres com o rabo grande tinham os índices de colesterol mais baixos, o que fazia com que as suas hormonas as ajudassem a queimar os açúcares mais rápido.

Depois, concluíram que essas mulheres tinham menos riscos de sofrer de problemas cardíacos, diabetes e problemas similares derivados da quantidade pouco saudável de colesterol ingerido. A razão por detrás disto? Os largos depósitos de ácidos Omega 3 que estão presentes nos corpos das mulheres. Esses minerais são naturalmente dados a mulheres com estas características, o que também ajuda muito a melhorar as suas funções cerebrais.

Konstantinos Manolopoulos, um professor grego responsável pelo estudo, disse aos repórteres do ABC News que as mulheres com mais gordura no rabo tinham maiores índices de glucose e colesterol no seu corpo. Para a investigação, foram analisadas amostras de 16.000 mulheres que se voluntariaram.

O estudo continua a explicar que ter um rabo grande ajuda a atingir maiores níveis de leptina, uma hormona que controla o processo de ganho/perda de peso corporal! Com os estudos a serem repetidos em outras duas universidades conceituadas – Pittsburh e Califórnia, os resultados obtidos foram muito similares!

Tudo aponta para o facto de as mulheres com cintura fina, ancas largas e rabos grandes terem mais esperança de vida do que as outras mulheres.

sarcasticamentefalando

Braima Camará: “SEM OS 15 NO PARTIDO, O PAIGC NÃO GANHARÁ AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES”

[ENTREVISTA 1/2] Braima Camará, Coordenador do grupo de 15 deputados expulsos da fileira do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), afirmou durante uma entrevista exclusiva a O Democrata que “sem os 15 no partido, o PAIGC não ganhará as próximas eleições legislativas”. Camará assegurou ainda que os elementos dos 15 são figuras mais influentes na base, isto é, que são personalidades políticas com contatos diretos com as populações.

Relativamente à informação sobre a sua suposta militância no Partido da Renovação Social (PRS), disse que as mesmas não correspondem à verdade. Acrescentou ainda que é militante do PAIGC e que jamais na sua vida irá militar noutro partido e que continuará a fazer política.


“A única certeza que tenho é que serei um deputado eleito nas próximas eleições legislativas. Serei muito simpático e mais bonito que Domingos Simões Pereira. A outra certeza é que o PAIGC irá para a oposição. Os elementos dos 15 é que são a base do PAIGC, porque têm grande influência nas bases, assegurou.


Camará revelou ainda que o grupo entrou com uma ação na justiça na qual pediu a suspensão de todas as deliberações do último congresso, ou seja, a anulação do IX Congresso Ordinário do PAIGC.


“Essas sanções não são vinculativas a nível nacional. Sou cidadão guineense. Portanto, os meus direitos, as minhas obrigações e deveres são intocáveis e inquestionáveis. Não há nada que me impede de disputar quaisquer cargos políticos na Guiné-Bissau. Era isso que o PAIGC e Domingos Simões Pereira queriam. Foi por isso que foram corromper o Marcel de Souza, com o propósito de bloquear todos os potenciais candidatos às eleições”, disse o político.


Jornal O Democrata (OD): Quem fabricou o grupo dos ‘15 deputados’? Diz-se que foi o Senhor quem fabricou os 15, depois de não se ter conformado com a derrota no VIII Congresso. Que comentário faz sobre este fato?


Braima Camará (BC): Não! Asseguro-vos que só as pessoas com má-fé e memória curta é que podem acusar-me em como fabriquei os 15. Longe disso. Ao invés de olharmos onde caímos, deveriamos olhar primeiramente para onde tropeçamos.


O grupo dos ‘15’ é um conjunto de personalidades, individualidades, deputados da nação e de pessoas responsáveis e dignas que surgiu em consequência da má-gestão e da ditadura que o presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, vinha praticando no PAIGC.


Eu fui o candidato derrotado em Cacheu… entre aspas… era praticamente todos contra um. Mesmo assim, democrática e orgulhosamente, defendi a minha lógica com profunda convicção. Consegui obter 42 por cento de votos em onze candidatos.


Para ser sincero, quem ganhou o congresso de Cacheu não foi o Domingos Simões Pereira. Foi um projeto traduzido numa aliança de todos os candidatos contra a minha. Em consequência, perdi o congresso. Mesmo depois, reconheci a minha derrota e felicitei Domingos Simões Pereira, assim como coloquei-me à disposição do partido, democraticamente.


O Domingos Simões Pereira prometeu, em Cacheu, que quando chegássemos à Bissau, falaria comigo para estarmos juntos e tornar o nosso partido mais coeso e mais forte. Mal regressámos a Bissau, começou a enveredar pelo caminho da exclusão, excluindo todos os camaradas dirigentes que fizeram parte do meu projeto político.


No prisidium do partido, não está nenhuma pessoa ou individualidade que apoiou a minha candidatura. Na Comissão Permanente, excluiu toda a gente. No Secretariado também.


No período das eleições legislativas, nos momentos de seleção dos nomes para a lista de candidatos a deputados da nação, só ficaram as pessoas que realmente não tinha como excluí-las. O nosso estatuto diz que o partido tem direito de escolher só as cabeças de listas, mas Domingos usurpou e violou os estatutos do partido de uma forma gritante. Para além de escolher os cabeças de lista, na qual escolheu as pessoas de sua conveniência, tomou a iniciativa de excluir as pessoas que tinham certa simpatia e convicção no meu projeto político.


Posso dar-vos um exemplo concreto. O caso do Doutor Octávio Lopes. Os nossos estatutos obrigam a que, depois dos cabeça de lista, todos os outros lugares sejam postos a concorrência nas bases do partido. Octávio foi para a base do Círculo Eleitoral 24, onde eu era o cabeça de lista e ganhou a segunda posição. Mas o Domingos disse publicamente ao Octávio – você não pode estar na lista de deputados. Se quiseres saber, depois chama-me lá fora eu te explico a razão pela qual que não podes integrar a lista de deputados. A violação dos nossos estatutos começou por ai. Isto é grave na democracia. Octávio foi escolhido na base, democraticamente através das urnas. Ninguém podia retirá-lo da lista, mas Domingos fê-lo.


Domingos colocou a sua cunhada como candidata a deputada. Colocou a sua mulher, a Paula Pereira, como candidata à deputada, pôs o seu irmão mais velho, Camilo Simões Pereira e mais dois primos como deputados. Isso nunca aconteceu no PAIGC. Tivemos o Francisco Benante; o Carlos Gomes Júnior; o Nino Vieira, mas nenhum destes senhores colocuou os seus irmão na lista de deputados e muito menos a esposa ou a cunhada [casa dois do seu irmão mais velho – amante declarado esposa].


A política está a começar agora! Não falei há muito tempo porque achava que Domingos Simões Pereira reconsideraria a sua posição e ter bom senso. Pensei que iria deitar à mão a consciência. E nunca iria aventurar-se numa política de fuga para frente. Quero explicar aqui que essa história nem começou com os 15, porque fui deputado eleito e votei dois programas de governação do PAIGC na Assembleia Nacional Popular.


OD: Quando começou esta dificuldade da sua relação com Domingos Simões Pereira?



BC: Eu é que convidei o Domingos Simões Pereira para vir fazer política na Guiné-Bissau. Quem recebia Domingos na Guiné-Bissau era eu. Ele morava aqui no meu hotel no quarto 114. Dava-lhe pequeno-almoço, almoço e jantar. Até cedi-lhe a sala de conferências do meu hotel para dar uma conferência de imprensa quando a mulher foi acusada de desvio de dinheiro. Não cobrei nenhum tostão.

Fui o candidato mais votado e o mais popular dentro do PAIGC, de entre todos os candidatos ao VIII Congresso. Domingos é pequeno e nem tinha estatuto a luz da opinião pública para concorrer comigo nas bases do partido. Ele não é conhecido ao ponto de concorrer comigo nas bases.


OD: Braima Camará se arrependeu por ter aceitado os resultados do VIII Congresso em Cacheu?


BC: Não…não! Estou muito orgulhoso e muito feliz. E se voltássemos atrás, eu iria ter exatamente a mesma posição. Sou democrata. A minha responsabilidade é incentivar a maturidade e a cultura democrática na Guiné-Bissau. A política para mim não é um jogo de futebol, onde há vencedores e vencidos.


Para mim, a política é prestar serviço ao povo e à pátria. Não estou arrependido, porque aceitei a minha derrota com toda a convicção, apesar de ter havido violações gritantes ao regulamento eleitoral e aos estatutos do partido. Salvei o partido. Quem tem a responsabilidade de promover a coesão interna do partido é o presidente do partido. Foi ele quem ganhou o congresso do PAIGC. E tem a responsabilidade de unir a família do PAIGC. Nem Salazar foi tão ditador quanto foi Domingos Simões Pereira.


É vergonhoso ver, em pleno século XXI, alguém da nossa geração almejar ser o único candidato a liderança de um partido. Isto é um insulto, é vergonhoso e é politiquice! É jogo de baixo nível! Eu não aceitaria nunca ser o único candidato em nenhum processo democrático, sobretudo quando se trata de um partido que tem a responsabilidade histórica com o nosso país. Um partido com a dimensão do PAIGC! Um partido que trouxe a independência para a Guiné-Bissau, um partido que trouxe a democracia multipartidária no país.


Isso demostra claramente que Simões Pereira não está preparado para fazer a política num quadro democrático e muito menos de debates políticos. Ele tem medo de debate político. Lembro que convidei-o para um debate e teve medo.


OD: Não sente pena hoje de estar fora do partido?


BC: Esta não é uma direção do partido que assegure os princípios do PAIGC. Sou do PAIGC e estou dentro do PAIGC. Mas esta direção não é digna do PAIGC. Simões Pereira não está preparado para dirigir o nosso partido. Ele não está preparado para a democracia e não está preparado para fazer política. Porquê? Porque foi-lhe dado um tacho. Domingos Simões Pereira, quando foi eleito presidente do partido estava no desemprego.


OD: Foi o segundo candidato mais votado de VIII Congresso em Cacheu. Agora está fora do partido por causa da indisciplina partidária. Pensa numa estratégia ainda para contornar a situação e ser aceite no partido?


BC: Eu sou democrata e militante do PAIGC. Serei militante do PAIGC eternamente. Não sou do PAIGC por encomenda! Sou do PAIGC pelo suor e sangue dos meus pais e dos combatentes da liberdade da pátria. Não sou paraquedista dentro do PAIGC. Sou fruto do PAIGC. Já disse ao Simões Pereira que jamais entrarei pela janela no PAIGC. Se tiver que entrar na sede do nosso partido, será pela porta grande. Eu tive três encontros secretos com Domingos Simões Pereira.


OD: Onde mantiveram estes três encontros secretos?


BC: O nosso primeiro encontro secreto foi na presença de dois amigos nossos, Osvaldo Abreu (Vado) e Bacar Sanhá. Foi a 16 de novembro do ano 2016 no Coqueiro, em Bissau. O segundo foi na residência do Embaixador de Angola a dia 21 de julho de 2017. O último encontro foi em Gabú, na casa do Alfa Bari. Todos com o propósito de uma possibilidade de reconciliação da família do PAIGC, mas Domingos Simões Pereira tem medo da democracia, tem medo das urnas.


Em pleno século XXI, imagina haver um único candidato num congresso, onde cada congressista tinha que ter uma pulseira para se identificar. No boletim de voto havia apenas um candidato para legitimar, além das ameaças às pessoas de que havia câmaras de vigilância no salão e que veriam onde cada delegado ao congresso votasse. É vergonhoso!


OD: Foram três encontros com a direção do PAIGC, no sentido de convencê-lo a atribuir um cargo. Não resultou em nada. O que está na base de falhanço destes encontros?


BC: O meu problema não é lugar. Se eu quisesse, não teríamos ninguém como primeiro-ministro se não Braima Camará. Eu não quis e por isso Baciro Dja foi nomeado. Não quis, Umaro Sissoco Embaló foi nomeado. Não quero, porque não estou a trabalhar para tachos. E a minha luta política é provar ao mundo que a Guiné-Bissau é um país possível e viável com quadros que têm massa cinzenta.


O maior problema tem a ver com uma distribuição equitativa dos nossos recursos. Na mesma casa não pode haver filhos e enteados. Onde eu estou, está sempre a verdade e a justiça. O Domingos Simões Pereira é ditador e nunca diz a verdade. Diz uma coisa hoje e amanhã explica de forma completamente diferente.


No encontro a que fez referência, o Domingos Simões Pereira, disse que estava disponível para eu voltar ao partido, mas Baciro Dja e Adja Satu Camará não poderiam voltar a ocupar os seus lugares de vice-presidente. Não sou traidor e oportunista para abandonar os meus colegas pelo caminho. Por isso esses encontros não resultaram em nada, porque da minha parte eu estava disponível para voltar.


Ele tem medo de debate contraditório no partido, não tem ideias próprias. Um homem que chegou ao lugar onde está devido ao apadrinhamento do Manuel Saturnino da Costa, Adja Satu Camará, Baciro Dja, Botche Candé e Martinho Ndafa Kabi e hoje nenhum destes senhores estão com ele. Quando foi dirigir a Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP), não ganhou um concurso.



OD: Já com a realização do congresso do PAIGC do qual saiu a nova direção, em que condições é que o Grupo dos 15 deputados aceitaria voltar ao partido?


BC: Para nós, este congresso não passa de uma farsa ou ʺcumé-cumé e barrigadaˮ entre pessoas do mesmo círculo. Aquilo não é Congresso. Foi sim uma reunião onde a palavra de ordem é sim Senhor. Não havia contraditório nem debates. Ninguém podia dizer nada, porque foram usados. Serifo Nhamadjo, antigo Presidente da República, foi esmagado neste congresso. Ele cumpriu todas as formalidades, ou seja, respeitou os estatutos e foi começar na base. Simões Pereira usou-o até ao congresso. Depois descartou-o. Aristides Gomes hoje não é membro do bureau político. Como é possível pensar que o partido poderá ganhar as eleições com Domingos Simões pereira?! O PAIGC acabou. Não vai ganhar as eleições, mas sim o juizo. Com o Domingos Simões Pereira, o PAIGC acabou! A nossa disponibilidade é total e incondicional para voltar ao nosso partido.

OD: A direção do partido afirma que a porta está aberta para o regresso de todos os militantes e dirigentes…


BC: Nós dos 15 somos tudo e menos estúpidos! Nós dos 15 somos do partido e ninguém pode negar-nos isso. Quando se fala de Soares Sambú, Abel da Silva, Hadja Satu Camará, Marciano Silva Barbeiro, Tomás Gomes Barbosa, Luís Oliveira Sanca, Martinho Ndafa Kabi, são gente com princípios e valores da cultura do PAIGC. Qualquer dirigente lúcido, minimamente responsável, jamais poderá pensar em abdicar ou excluir esta gente do partido. Portanto, como estamos num estado de direito, acionamos os mecanismos judiciais. Entramos com uma ação principal no tribunal para suspensão de todos e quaisquer deliberações do último congresso que para nós é inexistente. Estamos convictos que a razão está do nosso lado e continuamos a aguardar o pronunciamento dos órgãos judiciais.


OD: Senhor Coordenador, disse publicamente que com a realização do congresso, o acordo de Conacri acabou. Quer dizer que existe acordo de Conacri?


BC: Nós sempre dissemos que somos assinantes de acordo de Conacri.  Mas o acordo não tinha nomes. Se alguém me mostrar o nome que tenha saido do acordo assinado em Conacri, eu deixarei fazer política de uma vez na minha vida.


Se o mediador cometeu falha na mediação, deve responder pelos seus atos porque o grupo dos 15 deputados, o PRS e PND apoiaram Umaro Sissoco Embaló. Formamos assim uma maioria. Sou assinante de Acordo de Conacri e o mediador Alpha Conde, o Representante do Secretário geral das Nações Unidas no país e o Ouvidio Pequeno da União Africana estavam presentes. Ouviram a minha posição sobre esta matéria. A política que estão a fazer no mundo neste momento é da mentira e hipocrisia. Mas eu não minto.


OD: Como encara a nomeação do Artur Silva como primeiro-ministro?


BC: Para mim, a nomeação do Artur Silva é inexistente porque está fora do âmbito de acordo de Conacri. Não figura nos nomes levados a Conacri.


OD: Os 15 são conhecidos como a base política de José Mário Vaz. Porque desta vez decidiram demarcar-se dele, na escolha de Artur Silva como Primeiro-ministro?


BC: Isso é para mostrar a opinião nacional e internacional que somos coerentes e estamos do lado da verdade, da razão, da constituição da república, do regimento da Assembleia Nacional Popular. Defendemos os ideais dos guineenses, de Amílcar Cabral, os princípios do PAIGC, da legalidade. Não do lado de pessoas. Portanto, se alguém pensa que estamos a reboque do Presidente da República, que fique claro que é mentira. Andamos com os nossos próprios pés e somos guiados pela nossa própria consciência. Damos razão a quem a tiver. Por isso não apoiamos este primeiro-ministro. José Mário Vaz nomeou Artur Silva. É da sua responsabilidade. Nós não apoiamos esta nomeação porque não obedece ao acordo de Conacri.


OD:  Artur Silva insiste em avançar com a formação do governo e contará com elementos dos 15, a pedido de Chefe de Estado. Confirma essa informação?


BC: Nós não vamos integrar o governo de Artur Silva porque no contexto em que estamos, seria um governo fora de acordo de Conacri. Portanto se formar um executivo, os 15 não vão integrá-lo.


OD: É verdade que o Presidente JOMAV foi quem fabricou o grupo dos 15?


BC: Isso não corresponde à verdade. Os elementos do grupo dos 15 deputados são pessoas maduras, responsáveis e homens dignos que pautam pelo respeito escrupuloso da constituição da república, dos estatutos do PAIGC e do regimento da Assembleia Nacional Popular. Os 15 deputados votaram contra o programa do PAIGC porque a direção superior do partido não observou um dos articulados mais fundamentais do seu estatuto que diz que qualquer programa, antes de ser levado ao parlamento, deve ser discutido no seu órgão supremo que é Comité Central. Se isso não acontecer, o programa não engaja nenhum deputado da nação, porque estamos na ANP para defender o país.


OD: O Senhor anda com sanções da CEDEAO sobre os seus ombros. Pensa apoiar um governo que a CEDEAO não reconhece, porque não obedece ao “Acordo de Conacri”?


BC: Se quer divertir-se aqui, podemos fazê-lo. Mas já respondi que não vamos apoiar nenhum governo fora de acordo de Conacri.


OD: O senhor disse que não estão preocupados com as sanções, mas foram contratar um Gabinete Internacional de Advocacia para vos defender. Como explica isso?


BC: A força da razão é imbatível, porque a mentira tem pernas curtas…Como é que você sanciona uma coisa que nem nome legal conhece? Aquelas sanções não passam de encomendas de Domingos Simões Pereira e Cipriano Cassamá dentro do PAIGC, com a cumplicidade do Marcel Alain De Souza, presidente cessante da Comissão da CEDEAO, do Presidente Alpha Conde da Guiné-Conakry e do Presidente da Conferência dos Chefes de Estado e do Governo da CEDEAO, Faure Essozimna Gnassingbé do Togo.


É por isso que nós estamos tranquilos neste sentido. Não ouviram o pronunciamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas? Eu digo sempre que não estou preocupado com essas sanções, porque não houve critérios claros para a sua aplicação. Houve sim uma encomenda. Uma jogada suja, de baixo nível! Em pleno século XXI, não se pode condenar um homem sem observar o princípio de contraditório. Ou seja, sem julgar esse homem ou perguntá-lo e ouvir a sua versão da história.


A CEDEAO não tem competência para julgar e condenar cidadãos! Aquilo é um tratado entre os Estados. Esta história é uma jongada infantil de Domingos Simões Pereira e Cipriano Cassamá, pensando que com as sanções sentir-nos-íamos pressionados para cair na jogada deles. Isso nunca vai acontecer.


OD: O Grupo dos sancionados não acredita no serviço de advogados nacionais, por isso “importaram” um advogado português?


BC: Não… os advogados guineenses são quadros por excelência. Todos nós, a nível do Grupo 15, temos advogados nacionais que são bons profissionais. Acontece que a sanção veio de uma organização sub-regional e se fosse aqui dentro, naturalmente que íamos recorrer ao serviço dos advogados guineenses. O problema é que os nossos advogados não exercem na CEDEAO. É só isso e mais nada.


OD: Acha que é possível resolver a questão de sanções no fórum judicial em vez do campo político?


BC: É verdade que essas sanções carecem de argumento jurídico. É mais política. Sendo mais político acabou por ser um fiasco, ou melhor, já caiu no desuso. Hoje em dia já não tem efeito nenhum! Até dá vergonha, porque os ocidentais estão a dizer que os problemas africanos requerem soluções africanas. Isto tem um significado profundo.


É insultuoso na diplomacia! Estão a dizer: vocês são canibais, vocês são agressivos, corruptos e vão resolver o vosso problema! Nós não devemos perder tempo com essas brincadeiras, porque na verdade os princípios dos direitos internacionais não foram observados na aplicação dessas sanções da parte da CEDEAO. É por isso que a Comunidade Internacional não acompanha esse acordo e até a União Africana está a questionar a CEDEAO para saber quais foram os critérios observados para aplicar as sanções a 19 pessoas.


Como é que se explica as sanções dadas a magistrados? E porque envolver o nome do Procurador-Geral da República e do ex-procurador, em que base? Fizeram isso tudo na base de cumplicidade ou interesses obscuros da parte de Domingos Simões Pereira, que quer vender a Guiné-Bissau. Eu não deixarei que isso aconteça. Para o Domingos Simões Pereira, essa luta política é de vida ou morte, mas que fique claro que eu não deixarei que ele faça aquilo que quer com a Guiné-Bissau.


OD: Disse que a União Africana questionou os critérios observados pela CEDEAO para a aplicação das sanções. A União Africana através de um comunicado emitido pelo Conselho de Segurança e Paz apoiou as sanções aplicadas pela CEDEAO…


BC: É preciso conhecer as regras e princípios que norteiam as relações internacionais entre as organizações internacionais. Jamais nenhuma organização desautoriza outra. Aliás, isso não se verifica na diplomacia. Apoiam, mas não adotam nem endossam e muito menos aplicam.


OD: Diz-se que tendo sanções nos ombros, não têm possibilidades de apresentarem-se como candidatos a deputados e muito menos aos outros cargos políticos…


BC: Isso não corresponde à verdade, porque essas sanções não são vinculativas a nível nacional. Eu sou cidadão guineense, portanto os meus direitos, as minhas obrigações e deveres são intocáveis e inquestionáveis. Não há nada que me impeça de disputar quaisquer cargos políticos na Guiné-Bissau. Era isso que o PAIGC e Domingos Simões Pereira queriam, por isso é que ele foi corromper o Marcel De Souza, com o propósito de bloquear todos os potenciais candidatos às eleições…


O que é que o PRS tem a ver com esse problema?! Porque sancionar os dirigentes do PRS? Porque sancionar o filho de Presidente da República? Porque sancionar os magistrados? O atual Procurador-Geral da República e o ex-Procurador-geral? Porque o Marcel De Souza quer prestar o serviço ao Domingos Simões Pereira. E que fique claro para ele, que Domingos Simões Pereira não vai ganhar as eleições. Ele não vai ganhar nada…e ainda mais, Domingos Simões Pereira vai sair do PAIGC.


OD: Domingos Simões Pereira foi reeleito no último congresso. Porque é que vai sair no partido e como?


BC: Domingos Simões Pereira vai perder as eleições democraticamente. E o objectivo do PAIGC é ganhar as eleições e exercer o poder para governar o país.


OD: Braima Camará, está fora do PAIGC. Como é que vai participar nestas eleições legislativas?


BC: Eu sou o guineense…

OD: Vai militar-se no Partido da Renovação Social?


BC: Eu!… eu sou guineense, sou militante do PAIGC e jamais na minha vida irei militar noutro partido. E o que eu sei é que vou fazer política.


OD: Como vai apresentar-se ao cardo do deputado, se a lei não permite a candidatura do deputado independente?


BC: Eu não sei. A única certeza que tenho é que serei um deputado muito simpático e mais bonito que Domingos Simões Pereira. Braima Camará estará no parlamento nas próximas legislaturas como deputado.


OD: O Grupo dos 15 prepara uma frente de coligação ampla para levar o PAIGC à oposição nas eleições legislativas?


BC: A única certeza que tenho é que o PAIGC vai para a oposição nestas legislativas…


OD: Está a confirmar que vão mesmo participar nas eleições através de uma coligação?


BC: Única certeza que eu tenho é que o PAIGC vai para a oposição. Quero afirmar aqui o seguinte: Sem os 15, o PAIGC não vai ganhar essas eleições. Porque os elementos dos 15 é que são a base do PAIGC. Martinho Dafa Cabi, Hadja Satu Camará, Manuel Saturnino Costa, Luís Olivera Sanca, Botche Candé, Soares Sambú, Braima Camará, Aristides Ocante, Tomás Barbosa, entre outras personalidades políticas têm uma grande influência nas bases! Essas e mais outras pessoas excluídas do partido é que são à força do PAIGC.


E mais os outros quadros do partido e as estruturas das regiões que apoiam os ideiais defendidos pelo grupo dos 15.


Imagine só: perdi o congresso e as pessoas que foram vitimadas no partido, ou seja, deixadas fora das estruturas e que resolveram deixar o partido. Isso fez o partido perder 12 deputados. Nas legislativas de 2008, tínhamos 67 deputados e em 2014, caímos para 54. Eu, Botche Candé e Soares Sambú, estivemos ao lado do partido a fazer a campanha e mesmo assim perdemos 12 deputados.


Imaginemos agora, todos nós fora do partido. Acha que o PAIGC conseguiria alguma coisa? Acha que Botche Candé, Braima Camará, Soares Sambú, ou seja, este grupo não vale nada politicamente? Mesmo que fosse só as nossas famílias, os nossos amigos ou as pessoas que nutrem certa simpatia para nós, já tem ideia quantos votos perde o PAIGC?


OD: Como explica essa certeza que demostra aqui, de levar o PAIGC com toda a sua máquina para oposição?


BC: Sou democrata e popular. O povo gosta de mim. Aliás, o meu povo tem orgulho de mim, porque tenho obras feitas.


OD: Hoje estão ligados ao regime e usam o aparelho de Estado para mobilizar as populações. E fala-se que o grupo até paga as pessoas para participarem nas suas manifestações?


BC: Isso não corresponde à verdade! Acham que temos dinheiro para dar a milhares de pessoas que participam nas nossas manifestações? Há pessoas que nos apoiam mas que não conhecemos. O mais importante na vida é a honestidade, a humildade e o respeito pela pessoa humana. Domingos Simões Pereira não respeita ninguém. Ele é arrogante e por causa de tanta arrogância acabou por perder o poder. PAIGC ganhou as eleições e foi para a oposição!


Eu, no lugar de Domingos Simões Pereira, jamais iria para a oposição. Domingos pensa que é o guineense mais inteligente e competente. Ele vê as pessoas com certa inferioridade e toda a gente sabe que isso é defeito dele.


OD: Existem vozes que consideram Braima Camará como um dos protagonistas desta crise política e parlamentar. Quer fazer um comentário…


BC: Essas pessoas faltaram à verdade…


OD: Para o PAIGC, Braima Camará é o principal responsável pela queda de dois governos do PAIGC, Domingos Simões Pereira e Carlos Correia, respectivamente. É verdade que conspirou ou influenciou o Presidente José Mário Vaz para derrubar o governo de Domingos Simões Pereira?


BC: O Presidente da República é um homem digno. Um Chefe de Estado que jamais deixaria ser influenciado por ninguém nas suas decisões. Portanto, agiu a luz da Constituição da República.


OD: Afirmou publicamente que Augusto Olivais jamais será nomeado primeiro-ministro da Guiné-Bissau. Para os seus críticos, a sua afirmação demostra que tem o poder ou influência sobre o Presidente José Mário Vaz, ao ponto de impedi-lo de nomear Augusto Olivais?


BC: Essas pessoas faltam à verdade. Eu não posso influenciar o Presidente da República em nada! Eu sou deputado da nação e assinante do Acordo de Conacri. Sendo deputado e coordenador do grupo dos 15, se não apoiamos o Augusto Olivais é natural que não tenha condições para ser nomeado Primeiro-ministro, porque não tem o apoio da força que representa a maioria no parlamento.


É nesta base que eu fiz essas declarações e mais nada. Portanto não significa que tenho o poder de influenciar José Mário Vaz. Acha que se nós e o PRS não apoiamos Augusto Olivais, ele terá a maioria no parlamento?


OD: O PAIGC já passou nas regiões para estabelecer contatos diretos com as populações…



BC: Domingos está começar um trabalho que eu já fiz há 20 anos. Vocês sabem quantos empregados tenho? Sabem quantos chefes de família apoio nos seus sustentos do dia-a-dia? Desconhecem a minha dimensão de caridade social estendida um pouco por todo o país… Sou um homem trabalhador, humilde que se relaciona com todo o mundo.


OD: Dirigentes e militantes que fazem parte desta estrutura esperavam uma coordenação forte de Braima Camará, mas há quem o culpa pelo fracasso em não conseguir recuperar a direção do partido. Pode explicar o que falhou de concreto, estratégias ou foi engolido pelo sistema do PAIGC?

BC: Eu não sou perfeito! Sou o humano e tenho as minhas fraquezas e as minhas limitações. Se alguém achar que é minha responsabilidade por não termos atingido o objectivo principal de conquistar o partido, então eu só tenho que compreender essa pessoa. É uma leitura possível, no entanto, respeito essas vozes que fazem críticas nesse sentido. A grande verdade é que a minha percepção é ao contrário, porque nós estamos a governar. Houve uma pessoa que violou a justiça, ou seja, uma decisão judicial que era a providência cautelar do tribunal de Buba.


Artur Silva, depois de ter sido nomeado Primeiro-ministro, tinha a esperança que o PAIGC iria apoiá-lo, por isso levantou o embargo da justiça e ordenou a retirada das forças de segurança da sede do PAIGC. Ele pensava que com essa decisão o PAIGC dar-lhe-ia uma prenda, ou seja, integrar no seu governo.


OD: O juiz do tribunal de Buba diz desconhecer do mandado executado pelo ministério do Interior. O juiz de Bafatá também distanciou-se e o juiz de Bissorã emitiu um mandato que anula o primeiro. Diz-se que foi nesta base que o Primeiro-ministro tomou a decisão de obrigar as forças de segurança a retirarem-se da sede do PAIGC…


BC: Eu não sou conhecido como homem mentiroso na Guiné-Bissau. Tenho um princípio: sou coerente e por isso não falo da justiça. Mas posso assegurar-lhe que o juiz de Buba que decretou a providência cautelar até hoje continua a reafirmar que efetivamente havia uma providência cautelar decretada.


Agora o juiz que deu a conferência de imprensa, não a sua motivação. Ele nem era o titular do processo. E digo mais, um juiz no estado direito democrático não promove conferência de imprensa para pronunciar-se sobre processo judicial. Acredito que o Conselho Superior de Magistratura vai apurar as responsabilidades, porque o juiz que deu a conferência não o deveria tê-lo feito, porque ele não era o titular do processo. 


Por: Assana Sambú, António Nhaga e Sene Camará


(segunda e última parte, continua na próxima edição) 


fevereiro 2018


OdemocrataGB

I KUMSA NA KUMSA

Despacho Proc 22/2018
Tribunal Regional de Gabu, decreta à suspençao imediata da execuçao de deliberaçao do lX Congresso do PAIGC

01/02/2018

Cumpra-se
Juiza Direito
Milza Laura

Dokainternacionaldenunciante

BRAIMA CAMARÁ AFIRMA QUE A LISTA SANCIONATÓRIA DA CEDEAO FOI ELABORADA POR DSP

Coordenador do “grupo dos 15” acusa o líder do PAIGC de ter dado orientação à CEDEAO para sancionar dezanove figuras públicas do país.

Acusações de Braima Camará, contra Domingos Simões Pereira, foram registadas na quinmta-feira, no encontro com o Movimento Cívico “Guiné-Lanta”, solidário com os sancionados. 

Coordenador dos 15 disse ainda que, a lista foi elaborada na Sede do PAIGC, com envolvência de Idrissa Djaló e Cipriano Cassamá.

Bramia Camará, convida Domingos Simões Pereira e Cipriano Cassamá para um debate público na Televisão e nas rádios de Bissau para debaterem sobre a situação sociopolítica da Guiné-Bissau.

Notabanca; 02.03.2018

sexta-feira, 2 de março de 2018

Resgate de bancos na Guiné Bissau: uma necessidade imperiosa ou uma perda de coerência intelectual?

Em Julho de 2015, o antigo governo da Guiné-Bissau liderado por Domingos Simões Pereira, na pessoa do seu ministro das finanças, Geraldo Martins, contraiu secretamente um crédito na ordem de 34 mil milhões de francos CFA ($57,81 milhões de dólares) para a limpeza da carteira de créditos privados mal parados. Em outras palavras, o governo transferiu as dívidas privadas de um grupo de pessoas, para o povo guineense. Esta é uma operação desnecessária e incoerente, porque de um lado, o aumento da dívida pública pode ter impacto negativo no crescimento económico.

No contexto de um país como a Guiné-Bissau que tem acusado sistematicamente o défice de balança de pagamento, o país é obrigado a endividar-se para poder continuar a funcionar normalmente. Cada ano que o governo acusa défice, o Estado guineense deve endividar-se de novo para cobrir as suas despesas correntes e, ao mesmo tempo, pagar as dívidas anteriores, o que acaba por aumentar os custos dos serviços da dívida, nomeadamente o pagamento de juros e reembolsos do capital. Todas estas despesas acabam por aumentar o défice da Guiné-Bissau.

Este ciclo vicioso pode colocar o país numa situação preocupante porque a sua política orçamental vai-se deteriorando e a sua insolvência aumenta. Em consequência, os credores do país acabam por perder a sua confiança no país e mudam as suas opiniões, como pode ser o caso do Fundo Monetário Internacional, no quadro do empréstimo alargado à Guiné-Bissau. Ao não disponibilizar os tais créditos prometidos, a decisão do FMI pode colocar o país numa posição de grave crise financeira.

Por outro lado, se o crescimento económico for fraco (como tem sido na maior parte dos casos), o rácio de solvência se degrada. O rácio de solvência é a relação entre o Produto Interno Bruto (PIB), um indicador da riqueza do país directamente ligado ao crescimento económico, e o peso da sua dívida. Com uma tal degradação, a dívida de um país começa a ser insuportável e, consequentemente, corre-se uma situação de risco de falência. Então questiona-se: porquê salvar os Bancos de risco de falência e colocar o estado numa posição delicada que no futuro pode o levar  à falência? Entre as duas hipóteses, qual é a mais grave?

Numa economia de mercado normal, se um credor (neste caso um banco) emprestar dinheiro que não conseguiu recuperar, porque analisou mal os riscos, ele assume as perdas e as devidas consequências. De igual modo, se uma empresa se endividar e investir mal o dinheiro e se encontrar na impossibilidade de pagar, ela declara falência. Neste caso específico talvez o problema seja dos bancos que perderam o dinheiro e das empresas que vão à falência, mas certamente não deveria ser um problema do governo e do povo da Guiné-Bissau.

Uma análise coerente e inteligente podia reconhecer facilmente o facto que a operação de resgate aumentaria significativamente as despesas do governo e não seria capaz de reduzir os riscos assumidos pelos bancos e nem modificaria o comportamento dos empresários em defeito de pagamento.

A tal operação de resgate não é só incoerente, mas também não reforçará a eficiência global da economia nacional, porque os grandes beneficiários são accionistas privados e estrangeiros dos bancos “resgatados”. Ironicamente, o antigo governo proferiu não divulgar a lista dos beneficiados.

Qual é a dimensão dos bancos resgatados? Quais são as interconexões e o risco de contagio com as outras instituições financeiras no país e com o resto da economia nacional? Os bancos resgatados podem ser substituídos pelos outros bancos comerciais concorrentes no país? Quantos empregos serão criados ou serão preservados com a decisão dos antigos governantes?

Independentemente de respostas a oferecer, numa economia como a nossa, onde a maioria das actividades comerciais não passam pelo sistema bancário — pois a nossa economia é muito informal — a intervenção do Estado nesta situação é desnecessária.

Custo financeiro e social do resgate

Segundo algumas informações ainda não confirmadas, o governo da Guiné-Bissau contraiu a dívida com os dois principais bancos num custo de 7% anual para um prazo de 10 anos. 

A confirmar estes dados, só os custos de juros serão, aproximadamente, por volta de $4 milhões de dólares anuais (2,3 bilhões de FCFA numa taxa de conversão nominal de $1 = 581,55 FCFA) ou seja, $40 milhões de dólares num período de 10 anos (23,2 bilhões de FCFA correspondentes a 68% da dívida contraída). Adicionando o capital inicial emprestado de $57,81 milhões de dólares, o custo geral do resgate para o povo guineense será na ordem de $97 milhões de dólares, ou seja 56,4 bilhões de Franco CFA.

A dívida será assumida pelas crianças e jovens guineenses que verão os seus futuros hipotecados pela ausência de investimentos públicos nos serviços sociais adequados; pelas mulheres “bideiras” que trabalham honestamente para ganhar o mínimo para as suas sobrevivências e que devem pagar impostos ou taxas no quadro das suas actividades económicas; pelos funcionários do Estado que são frequentemente privados dos salários durante meses (que na lei internacional do trabalho é considerado de crime); pelos artistas e homens da cultura que nunca receberão apoios financeiros significativos para desenvolver e promover a cultura nacional, etc.. E, tristemente, os principais responsáveis pela dívida continuarão os estilos de vida e de consumo que ostentam para provar os seus “superiores” estatutos sociais.

Elaborar uma concepção intelectual e coerente das políticas da intervenção do Estado no sector privado é, antes de tudo, identificar os principais factores de risco e de disfuncionamento do sector e analisar as medidas precisas para prevenir ou reduzir o tal disfuncionamento financeiro e económico. E mais que isso, o governo deve ser capaz de nos mostrar em como uma intervenção ou outra é a melhor forma de prevenir o problema, remediá-lo ou atacar qualquer situação de constrangimento que surgisse ao longo do processo.

Do ex-governo guineense ainda não há informações oficiais, mas as explicações do então ministro da Economia e Finanças, Geraldo Martins, nas suas notas através da sua página pessoal no Facebook, parecem-me perturbadoras e incoerentes em relação aos avanços registados no mundo à luz das teorias económicas.

Primeiramente, nenhuma intervenção do Estado na economia garante um crescimento económico de maneira sistemática e  sobretudo a longo termo. Um resgate por si só não garante o crescimento económico.

Segundo, na sua quinta nota explicativa da razão do resgate aos bancos, o ex-ministro disse o seguinte: “Os bancos atribuíram a situação ao golpe de estado de 2012 que terá prejudicado muitos operadores económicos”. Se consideramos a instabilidade política como um factor de instabilidade económica, então não faria sentido nenhum o Estado guineense assumir quaisquer dívidas resultantes de tais condicionalismos porque ninguém pode afastar as possibilidades para mais recorrências. Aliás, este parâmetro de risco tem um impacto negativo na percepção e consequente crescimento económico do país, enfraquecendo as instituições públicas e privadas, promovendo a corrupção e desencorajando todo tipo de investimento. Ao contrair uma dívida bancária dos terceiros sob o pretexto de uma instabilidade política e militar, os ex-governantes mostraram-se incoerentes na forma de gerir a economia nacional.

Terceiro, dependo das circunstâncias e da necessidade de intervenção, o Estado pode agir de duas formas:

1.    Através de uma política conjuntural (intervenção a curto termo com objectivo de controlar a demanda global)

2.    Através de uma política estrutural que se preocupa mais com as condições de funcionamento dos mercados e do potencial de crescimento económico a longo termo.

A operação de resgate pode ser considerada como uma política conjuntural que é uma combinação da política monetária e orçamental. Os sustentos dessa política são essencialmente baseados nas políticas monetárias e de câmbio para agir sobre a liquidez. E como a Guiné-Bissau não tem o controlo da sua política monetária devido à zona monetária UEMOA onde está inserida, o Estado (governo, neste caso) não pode agir sobre a massa monetária, nem sobre as taxas de juros para incentivar o investimento. Aliás, a sua política orçamental e fiscal carece de sustentabilidade porque depende fortemente das ajudas externas e a sua capacidade de gerar receitas é fraca. Então a tentativa de salvar os bancos com o pretexto de estimular a demanda global tem pouco chance de sucesso, com previsões praticamente nulas.

Quarto e último, a teoria de Relance Económica de um dos melhores economistas de todos os tempos, John Maynard Keynes (1883-1946), diz o seguinte: O governo pode aumentar as suas despesas públicas e reduzir impostos e a receita fiscal para aumentar a demanda global e estimular a economia. O economista britânico sugere a injecção de dinheiro líquido na economia através de investimentos nos novos projectos, como forma de permitir as empresas aumentar a produção, gerar lucros, criar mais empregos e melhorar salários. Keynes, por último, fala do aumento de salários como forma de aumentar o consumo de bens produzidos. Estas são as formas mais coerentes e universais de relançar a economia de um país.

Lições económicas de lado, para além do processo de resgate ter sido conduzido com uma total falta de transparência (e em secretismo), ele também carece de coerência micro e macroeconómica, técnica e intelectual.

*Economista e Planificador Financeiro junto ao Royal Bank de Canadá

dokainternacionaldenunciante

A Baleia-azul é o maior animal da Terra. Ela é tão grande que cinquenta pessoas poderiam ficar na sua língua e um bebê humano poderia engatinhar através das principais artérias desse animal.


Achei Curioso


Correspondente da RFI em Burkina Faso relata ataques terroristas em Uagadugu

Coluna de fumaça após explosão no centro da capital de Burkina Faso, Uagadugu, nesta sexta-feira (2).
Ahmed OUOBA / AFP

A capital do Burkina Faso foi alvo de um ataque terrorista na manhã desta sexta-feira (2). De acordo com as últimas informações, o atentado visou a embaixada da França e o Estado-Maior das Forças Armadas. 

Fábia Belém, correspondente da RFI em Uagadugu

As informações ainda são desencontradas, mas, segundo relatos de testemunhas, a ação dos terroristas teria começado por volta das 10h em Uagadugu, capital do Burkina Faso (7h em Brasília). De acordo com um comunicado do governo burquinabê, foram dois ataques coordenados: um contra a embaixada da França e outro contra a sede das Forças Armadas.

No total, sete membros das forças de segurança morreram. Outras 50 pessoas ficaram feridas. O governo burquinabê abriu um centro médico de emergência no Estádio Municipal de Uagadugu para socorrer as vítimas.

As autoridades garantem que o ataque contra a embaixada francesa foi frustrado. Os terroristas tentaram, mas não teriam conseguido entrar no prédio; quatro dele teriam sido abatidos. 

A situação na embaixada foi controlada no início da tarde, segundo o ministro das Relações Exteriores da França, Jean Yves le Drian. Já o ataque ao Estado Maior das Forças Armadas continua. Forças de segurança do país trabalham no local.

Brasileiros em Uagadugu

Além de calma, o governo burquinabê pede que a população evite circular na região dos ataques. A Embaixada do Brasil em Uagadugu divulgou uma mensagem no Facebook pedindo aos brasileiros que não frequentem o centro da capital. Mas a própria nota salienta que muitas das informações divulgadas sobre o ataque neste momento são imprecisas.

O Ministério Público de Paris declarou que abriu investigação por tentativa de assassinatos terroristas. De acordo com o governo da França, não há franceses entre as vítimas dos atentados.

Ataques de 2016 e 2017

Em agosto do ano passado um ataque terrorista a um café situado no centro de Uagadugu deixou 18 mortos. No ano anterior, em janeiro de 2016, terroristas ligados à al-Qaeda atacaram um hotel e um café, também na capital do Burkina Faso, matando 30 pessoas de 18 nacionalidades diferentes. 

RFI