terça-feira, 31 de outubro de 2023
segunda-feira, 30 de outubro de 2023
ISRAEL: Netanyahu rejeita cessar-fogo com Hamas. "Isto não vai acontecer"
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POR LUSA 30/10/23
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, descartou hoje um cessar-fogo na Faixa de Gaza, argumentando que seria "uma rendição ao Hamas".
"Os pedidos de cessar-fogo são apelos para que Israel se renda ao Hamas. Isto não vai acontecer", disse Netanyahu numa conferência de imprensa em Telavive, instando a comunidade internacional a juntar-se ao seu país na exigência da libertação "imediata e incondicional" dos reféns detidos pelo Hamas no enclave palestiniano.
O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo mais de duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
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Ucrânia: Países Baixos vão enviar caças F-16 para centro de treino
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POR LUSA 30/10/23
Os Países Baixos vão enviar caças F-16 para o centro de treino na Roménia dentro de duas semanas para começar "em breve" a formar pilotos ucranianos, disse hoje o primeiro-ministro neerlandês, reiterando o apoio a Kyiv.
Mark Rutte realizou hoje uma videochamada com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a quem transmitiu que "a situação devastadora em Israel e Gaza não desviará" a sua atenção da Ucrânia, e garantiu que "a necessidade existencial de enfrentar a agressão russa continua a ser a prioridade" para Kyiv e para o resto da Europa.
Rutte sublinhou que a Holanda "continuará a apoiar a Ucrânia face à contínua agressão russa, tanto e enquanto for necessário", e anunciou que os caças F-16 que prometeu a Kyiv em agosto passado, cujo número permanece indeterminado, chegarão ao centro de treino na Roménia "dentro de duas semanas".
"Isso significa que os cursos de formação para pilotos ucranianos poderão começar em breve", disse o primeiro-ministro dos Países Baixos.
Por outro lado, os Estados Unidos já treinam pilotos ucranianos desde a semana passada em F-16, cuja chegada à Ucrânia está prevista para o primeiro semestre de 2024.
Rutte e Zelensky também falaram sobre o progresso no estabelecimento de um corredor alternativo para as exportações de cereais através do Mar Negro.
Em meados deste mês, Mark Rutte visitou a cidade portuária ucraniana de Odessa, no sul do país, onde prometeu barcos patrulha a Kyiv para garantir que os cereais ucranianos pudessem cruzar o mar com segurança.
Além disso, insistiu também na necessidade de continuar a recolher provas de possíveis crimes de guerra e contra a humanidade na Ucrânia, algo em que também está a trabalhar o gabinete chefiado pelo procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan.
"As atrocidades que a Rússia cometeu não devem ser esquecidas. Para garantir isto, os Países Baixos continuam envolvidos na investigação dos crimes da Rússia. Uma quarta missão forense neerlandesa está atualmente na Ucrânia, sob os auspícios do Tribunal Penal Internacional, recolhendo provas de crimes de guerra", acrescentou Rutte.
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Os Trabalhadores da empresa EAGB exigem ao patrão pagamento de 37 meses de Salário, em atraso
HAMAS: Exército israelita anuncia libertação de militar mantida como refém
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POR LUSA 30/10/23
O exército israelita anunciou hoje ter libertado uma militar mantida como refém pelo movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza, informaram, em comunicado, as autoridades israelitas.
"A soldado Ori Megidish foi libertada [domingo à noite] durante uma operação terrestre, depois de ter sido raptada pela organização terrorista Hamas a 07 de outubro", afirmaram os Serviços de Segurança Interna e o exército israelita num comunicado conjunto.
Segundo a mais recente avaliação das autoridades israelitas, pelo menos 239 reféns raptados por comandos do Hamas durante o ataque em solo israelita em 07 de outubro estão detidos na Faixa de Gaza. O ataque, numa escala sem precedentes, desencadeou uma guerra que já deixou milhares de mortos dos dois lados.
Oposição cabo-verdiana alerta para perda de poder de compra das famílias
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POR LUSA 30/10/23
Os dois partidos da oposição cabo-verdiana alertaram hoje, no parlamento, para a "significativa perda" do poder de compra das famílias e consideraram que o Governo falha "de forma clara e sistemática" na política de rendimentos e preços.
No debate com o primeiro-ministro, na segunda sessão parlamentar de outubro, sobre "Política de Rendimentos e Preços", o deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) Julião Varela disse que o governo liderado por Ulisses Correia e Silva não vai ser capaz de cumprir os compromissos que fez tanto em 2016 como em 2020.
Entre eles, apontou a criação de 45 mil postos de trabalho, a atualização anual dos salários e pensões, incluindo o salário mínimo, a redução da carga fiscal em 1% ao ano e a criação de um Rendimento Social de Inclusão no valor de 5.500 escudos (49 euros) para 25 mil famílias no primeiro ano de governação.
Comparando as governações do PAICV, que esteve no poder até 2016, e do Movimento para a Democracia (MpD), desde 2016, o também secretário-geral do maior partido da oposição cabo-verdiana criticou ainda o "aumento progressivo e sistemático das despesas publicas".
Nos últimos três anos, deu conta que as despesas públicas passaram de 59 mil milhões de escudos (535 milhões de euros) em 2021 para 85 mil milhões de escudos (770,8 milhões de euros) no orçamento proposto para 2024.
"Este é o maior problema do MpD, que não consegue reduzir as despesas. Montou um Governo gordo e a cada dia que passa vem multiplicando estruturas governamentais que fazem aumentar ainda mais as despesas do Estado", constatou.
Notando que os dois partidos do arco do poder no país têm opções "diametralmente opostas", sobre a carga fiscal, Julião Varela disse que há uma "significativa" perda do poder de compra das famílias cabo-verdianas, com a inflação acumulada desde 2016 em mais de 12%.
O deputado e presidente do PAICV, Rui Semedo, reforçou as ideias do seu colega de bancada, dizendo que os salários não aumentaram para acompanhar os aumentos dos preços dos produtos, o que tem levado ao aumento da pobreza e deterioração da qualidade de vida das pessoas.
O deputado da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) UCID João Santos Luís disse que o Governo tem vindo "de forma muito tímida" a tomar algumas medidas de rendimentos e preços, mas mostrou-se preocupado com a tentativa de garantir estabilidade macroeconómica do país.
"Não existem políticas de estabilização consistente de preços no país", constatou, instando o executivo a adotar políticas monetárias e fiscais para a estabilidade dos preços.
"Consideramos que o Governo vem falhando de forma clara e sistemática no que concerne à estabilização dos rendimentos dos trabalhadores dos diversos setores de atividade", insistiu o também presidente da UCID, dizendo que os cabo-verdianos continuam a pagar um preço alto por produtos e serviços.
O tema foi proposto pelo MpD e é um dos pontos altos da segunda sessão plenária de outubro, que termina na terça-feira, com o debate sobre a situação da Justiça.
O parlamento cabo-verdiano é composto por 72 deputados, sendo 38 do MpD, 30 do PAICV e quatro da UCID.
RÚSSIA: Mulher casa com filho adotivo que criou desde os 14 anos
© Instagram / Daniel Chizhevsky
Notícias ao Minuto 30/10/23
Ao saberem do matrimónio, as autoridades retiraram-lhe a guarda dos outros cinco filhos adotivos e de um filho biológico.
Uma mulher de 53 anos casou-se com o filho adotivo, de 22, de quem cuidava desde os 14, em Kazan, no Tartaristão, Rússia, no passado dia 20 de outubro.
De acordo com o Daily Mail, a união entre Aisylu Chizhevskaya Mingalim e Daniel Chizhevsky foi selada num restaurante da cidade onde viviam.
Após saberem do matrimónio e da vontade do casal de deixar o Tartaristão para ir viver "livremente" para Moscovo, as autoridades decidiram retirar à mulher os outros cinco filhos que tinha adotado, assim como a guarda do filho biológico que teve com o anterior marido.
Aisylu conheceu Daniel durante as aulas de canto que dava no orfanato onde o menino vivia. Apesar da polémica, o jovem revelou nas redes sociais, segundo o Daily Mail, que o relacionamento entre ambos "é perfeito". "Não podemos viver um sem o outro, estamos em sintonia", descreveu.
Sobre as críticas que têm feito à ex-mãe que é agora atual mulher, Daniel realçou que "ninguém deve esconder os seus sentimentos" e que "devemos ficar para sempre com aqueles sem os quais não conseguimos viver".
"Sejam todos felizes. Mesmo aqueles que nos insultam todos os dias", concluiu o jovem.
Sobre a situação dos restantes filhos, o casal ainda não se pronunciou.
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UCCLA : Assinatura de Memorando de Entendimento com a Associação de Deficientes de Timor-Leste - 27 de Outubro de 2023
Assinatura de Memorando de Entendimento com a Associação de Deficientes de Timor-Leste
Foi firmado, dia 27 de outubro, um Memorando de Entendimento entre o Projeto "Parceria para o Reforço da Governação Urbana, Inclusão Social e Promoção do Empreendedorismo em Díli, Timor-Leste", sob coordenação da UCCLA, e a Associação de Deficientes de Timor-Leste (ADTL).
O Memorando foi assinado nas instalações da ADTL, na cidade de Díli, e contou com a presença do diretor executivo, Cesário da Silva, membros da direção associativa, adjunto da Autoridade Municipal de Díli, Octávio do Amaral Vieira, responsáveis do parceiro Câmara Municipal de Lisboa, Ivo Silva e Sara Gonçalves, gestora de programa da União Europeia em Timor-Leste, Dulce Gusmão, representante da Embaixada de Portugal em Díli, Jessica Bastos, dirigentes e funcionários da Autoridade Municipal de Díli e elementos da equipa local de projeto.
Este Acordo prevê, ainda em 2023 e ao longo do ano de 2024, a realização de sessões formativas em língua portuguesa, iniciação à informática e comunicação através das redes sociais, desenvolvimento de capacidades empreendedoras e promoção da acessibilidade em espaços públicos.
Por esta ocasião, foram disponibilizados à associação 23 tablets que muito contribuirão no auxílio às formações previstas com início a 10 de novembro de 2023 e sempre à sexta-feira.
O Projeto "Parceria para o Reforço da Governação Urbana, Inclusão Social e Promoção do Empreendedorismo em Díli, Timor-Leste", iniciado em maio de 2022 e com uma duração de 36 meses, conta com o importante apoio financeiro da União Europeia e tem na sua execução a Autoridade Municipal de Díli, a UCCLA e a Câmara Municipal de Lisboa.
Com os melhores cumprimentos,
Fonte: Anabela Carvalho
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Forças ucranianas atacaram defesa antiaérea na Crimeia
© VIKTOR KOROTAYEV/Kommersant Photo/AFP via Getty Images
POR LUSA 30/10/23
O exército ucraniano reivindicou hoje ter atingido um sistema de defesa antiaérea russo na Crimeia, que a Rússia anexou em 2014.
O ataque ocorreu no domingo à noite, segundo o anúncio feito no canal das forças da Ucrânia na rede Telegram, citado pela agência francesa AFP.
"As Forças Armadas da Ucrânia atingiram com sucesso um local estratégico do sistema de defesa antiaérea na costa ocidental da Crimeia", disse o exército, sem dar mais pormenores.
A Ucrânia tem intensificado os ataques contra as forças russas na Crimeia, incluindo contra a base de frota do Mar Negro em Sebastopol.
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ISRAEL: Tanques nos arredores da cidade de Gaza
© MAHMUD HAMS/AFP via Getty Images
POR LUSA 30/10/23
Testemunhas na Faixa de Gaza disseram que tanques israelitas entraram hoje num bairro nos arredores da cidade de Gaza, noticiou a agência francesa AFP.
As fontes citadas pela AFP disseram que as forças israelitas cortaram a estrada de Salahedine, que liga o norte ao sul da Faixa de Gaza.
A EFE também noticiou a presença de tanques israelitas na principal artéria do enclave palestiniano.
Segundo a agência espanhola, os soldados israelitas controlam agora o território desde a fronteira oriental do enclave até à estrada de Salahedine, na direção da cidade de Gaza.
Situada a sudeste de Gaza, al-Zeitoun, que conta normalmente com mais de 130 mil habitantes, é o maior bairro da cidade, mas a zona atingida por tanques israelitas no domingo é relativamente pouco povoada.
Os tanques, bem como a força aérea israelita, bombardearam a estrada principal ao longo de cerca de um quilómetro, deixando grandes crateras que a tornaram intransitável, segundo testemunhas.
Os tanques israelitas foram colocados em dois setores da estrada de Salahedine, um no cruzamento dos Mártires, situado a 1,5 km da fronteira israelita, e outro a dois quilómetros da fronteira, disse uma fonte à AFP.
As testemunhas não referiram quaisquer combates com combatentes do Hamas, acrescentou a agência francesa.
Israel anunciou na sexta-feira que a ofensiva contra o grupo islamita palestiniano Hamas tinha entrado numa segunda fase e que iria expandir as operações terrestres, após duas semanas de bombardeamentos intensos.
Questionado sobre se poderia confirmar a chegada de tropas à estrada de Salahedin, o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, evitou dar pormenores numa conferência de imprensa e disse que estavam a "fazer progressos graduais".
"A atividade ofensiva intensificar-se-á em função das etapas da guerra e dos seus objetivos", afirmou, citado pela EFE.
As Forças de Defesa de Israel (conhecidas pela sigla inglesa IDF) afirmaram ter atingido 600 alvos em Gaza nas últimas 24 horas.
Os alvos incluem depósitos de armas, dezenas de lançadores de mísseis antitanque e esconderijos do grupo islamita palestiniano Hamas.
A guerra em curso seguiu-se a uma incursão sem precedentes do grupo islamita Hamas em Israel em 07 de outubro, que as autoridades israelitas dizem ter provocado mais de 1.400 mortos.
O Hamas também raptou mais de duas centenas de israelitas e estrangeiros que mantém como reféns na Faixa de Gaza, um território com 2,3 milhões de habitantes que o grupo islamita controla desde 2007.
Israel tem bombardeado incessantemente a Faixa de Gaza desde então, com algumas incursões terrestres no norte do território, numa ofensiva que o Hamas diz ter provocado mais de oito mil mortos.
A comunidade internacional tem apelado para uma trégua que permita prestar ajuda humanitária à população civil de Gaza.
Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas como uma organização terrorista.
Investigadores descobrem tatuagem de Jesus com 1.300 anos no Sudão... Esta é apenas a segunda vez que a prática da tatuagem é evidenciada na Núbia medieval.
© Centro Polaco de Arqueologia Mediterrânica da Universidade de Varsóvia
Notícias ao Minuto 30/10/23
Uma equipa de investigadores, liderada pelo Centro Polaco de Arqueologia Mediterrânica da Universidade de Varsóvia (PCMA UW), descobriu uma tatuagem religiosa rara, no Sudão. Acredita-se que tenha mais de mil anos.
A descoberta foi efetuada no mosteiro medieval de Ghazali, situado na região de Wadi Abu Dom, no deserto de Bayuda.
A equipa de investigadores esteve neste local entre 2012 e 2018, analisando centenas de sepulturas de quatro cemitérios. A tatuagem em causa, que se acredita ter mais de 1.300 anos, foi encontrada por acaso pelo arqueólogo Kari A. Guilbaulen, no pé direito de um dos indivíduos aqui sepultados.
A tatuagem, refere o ABC, é um cristograma [abreviação ou combinação de letras para o nome de Jesus Cristo], que combina as letras gregas 'chi' e 'rho' para formar uma abreviatura do nome de Cristo, e as letras alfa e ómega, que simbolizam o princípio e o fim na fé cristã.
A inscrição é uma prova da espiritualidade vivida naqueles tempos.
O achado foi saudado pela comunidade arqueológica como uma contribuição rara e valiosa para o conhecimento da Núbia medieval e da sua ligação à religião cristã.
O mosteiro medieval de Ghazali, situado a cerca de 20 quilómetros da moderna cidade de Karima, é conhecido por ser um dos mais bem conservados do Sudão.
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domingo, 29 de outubro de 2023
“Outubro de Rosa”: ATIVISTAS DIZEM QUE VIVER COM CÂNCER É UM DILEMA E ATRASOS NA JUNTA MÉDICA MATA DOENTES
O DEMOCRATA 28/10/2023
As ativistas envolvidas na luta contra o câncer afirmaram que viver com essa “doença maligna” na Guiné-Bissau “é um dilema e incertezas constantes” e mostraram-se apreensivas quanto à morosidade nos processos de junta médica, o que está a matar a cada dia pacientes desta doença no país, visto que a Guiné Bissau não possui de equipamentos nem médicos especialistas para diagnosticar e tratar a doença, que exige uma série de exames que confirmam o câncer.
A Guiné-Bissau não tem condições técnicas para fazer os exames para comprovar se a pessoa tem ou não o cancro de mama, razão pela qual a maioria de pessoas, particularmente aquelas que têm condições financeiras, recorrem ao Senegal, sobretudo ao hospital de Ziguinchor para as consultas e para os exames médicos.
Em entrevista ao Jornal O Democrata para falar da doença na Guiné-Bissau, no âmbito de outubro de rosa (2023), as ativistas interpeladas afirmaram que a passividade que se vive no concernente à doença revela que há uma falta de proatividade das autoridades nacionais em relação aos problemas oncológicos e disseram desconhecer qualquer plano estratégico de luta contra o cancro no país.
Criticaram que em pleno século XXI, a Guiné Bissau não tenha sequer máquinas para mamografias, exames primordiais para a detecção de um nódulo na mama nos principais centros hospitalares públicos do país.
ATIVISTA AFIRMA QUE O CÂNCER NÃO É APENAS UM TABU, COMO É CONOTADO À FEITIÇARIA
Instada a falar da situação da doença no país, Aissato Dabó, fundadora e a idealizadora da Liga contra o câncer, afirmou que o cancro na Guiné-Bissau não é apenas um tabu, como também é conotado à feitiçaria, o que muitas vezes leva as mulheres a recorrerem a um “curandeiro” quando sentem um nódulo na mama ao invés de irem ao hospital.
Aissato Dabó disse que “é um dilema e incertezas constantes” viver com um câncer na Guiné-Bissau, porque” os doentes oncológicos vivem à sua mercê, infelizmente”.
“Tive o privilégio de fazer parte de uma empresa socialmente responsável e preocupada com a saúde dos seus colaboradores, que serviu de ponte importante para o meu tratamento.Obviamente que quem trabalha também tem os seus seguros e planos de saúde que ajudam nesse tipo de casos. Tenho tido apoio da minha família em todos os aspetos afetivo, emocional e financeiro. Felizmente, nem sei dizer quanto foi gasto em todo esse processo, mas com muita certeza é muito dinheiro”, afirmou.
Disse que a maior parte dos doentes, ao serem-lhes anunciado que estão com suspeitas de cancro e que não existem aparelhos para confirmar a doença, começam logo a contagem regressiva das suas vidas, pois “uma boa parte não tem condições financeiras para sair do país para procurar ajuda”.
“No país, para além de não termos capacidade de resposta à situação do cancro, não existem técnicos especializados na área da oncologia, que poderiam, pelo menos, ajudar a orientar os pacientes”, disse e lamentou que tenha havido falta de comunicação e de sensibilização que pudesse ajudar a informar as populações, em todo território nacional, sobre a realidade do cancro, ensinar-lhes a melhor conhecerem os sinais e os eventuais sintomas.
“Não precisamos apenas de técnicos especialistas para ensinar as técnicas de autoexame. Essa técnica simples hoje em dia nos outros países, já não é apenas do domínio médico ou dos técnicos de saúde, mas também de toda a gente. As pessoas têm de conhecer o seu corpo. Se notarem algo diferente devem recorrer logo à ajuda médica”, enfatizou.
“De momento, quando decidem ir ao hospital, já não se pode fazer nada, porque a doença se encontra numa fase muito avançada e o doente fica na fase de paliativa e de finitude. Esses casos, sim, são tratados na Guiné-Bissau”, informou.
Aissato Dabó revelou que sentiu o seu primeiro nódulo na mama em 2011 quando estava a tomar banho, mas achou que era normal, por isso nem se preocupou com a diferença que tinha na mama. Contudo, foi descoberto que tinha um nódulo na mama através de um programa “visita médica anual”, que consiste em realizar uma espécie de check-up aos trabalhadores da empresa onde trabalha.
“Foi em 2011, num dia normal como qualquer outro. Estava a tomar banho e quando passei a mão na mama senti um nódulo, obviamente achei que fosse normal nem me preocupei muito. Trabalho numa empresa que tem uma política de responsabilidade social não só virada para a população da Guiné-Bissau, mas também para os seus colaboradores. Foi nesse âmbito que veio ao país uma equipe de médicos no quadro de um programa de visita médica anual, que consiste em realizar uma espécie de check-up aos trabalhadores da empresa. Foi então nesse programa que foi descoberto que o nódulo que apresentava era um cancro. A partir desse anúncio, comecei a encarar a realidade do que é um cancro, uma doença da qual era totalmente leiga, mas agora sei como é ser um doente oncológico”, detalhou.
Criticou que em pleno século XXI, a Guiné Bissau não tenha sequer máquinas para mamografias, exames primordiais para a detecção de nódulos na mama, nos principais centros hospitalares públicos do país.
AISSATO DABÓ: “ESSA ATITUDE REVELA UMA FALTA DE PROATIVIDADE DAS AUTORIDADES“
Aissato Dabó disse que essa atitude revela que há uma falta de proatividade das autoridades nacionais em relação aos problemas oncológicos e disse desconhecer de qualquer plano estratégico de luta contra o cancro no país.“Não existem dados estatísticos no país, não se sabe quantos casos suspeitos são diagnosticados por ano no nosso país, quantos óbitos etc…, mas isso não significa que as pessoas não tenham cancro na Guiné-Bissau. Entre 5 pessoas, 3 já viveram ou conhecem alguém que passou e/ou passa ou morreu de cancro. Por isso é importante criar condições e políticas viradas às doenças oncológicas”, indicou.
Defendeu neste particular que é preciso apostar na comunicação e consciencialização sobre a doença, não só no mês de outubro, mas durante todo o ano, através de campanhas de sensibilização e de informação, organizar campanhas de rastreio, em grande escala. Tudo isso pode figurar num eventual plano estratégico do Ministério Nacional da Saúde Pública (MINSAP), porque vai ajudar a salvar muitas vidas.
“Para quem me conhece e segue as minhas andanças de doente oncológico, sabe que o meu maior anseio e desejo é que um dia haja um centro de diagnóstico e tratamento para doentes oncológicos na Guiné-Bissau, porque sei o quanto muitos sofrem por não termos isso”, afirmou.
Apesar de vários constrangimentos, disse que se hoje é uma mulher superada de uma doença que a traumatizou, superada em poder partilhar com outras pessoas para ajudar-lhes a enfrentar esse pesadelo com mais leveza, em fazer parte da primeira Organização Guineense virada especificamente ao cancro que é a LIGCCA-Liga Guineense contra o cancro, com a vontade de fazer muitas coisas ainda para os doentes oncológicos na Guiné-Bissau e superada em aceitar viver e ser feliz, apesar das adversidades.
“Sou uma mulher plena, mãe, esposa, filha e irmã. Estou bem, não paro de sonhar e continuo a realizar os meus sonhos. No cancro, os cuidados e a vigilância são constantes e permanentes. O cancro, sendo uma doença muito inteligente pelo seu silêncio, devemo-nos mostrar mais espertos e estarmos sempre atentos ao nosso corpo, pois com um diagnóstico precoce vamos sempre vencer”, aconselhou.
HAUA EMBALÓ: “DOENTE DE CANCRO OPERADO POR MÉDICO QUE ENTENDIA QUE ERA ABSCESSO NA MAMA”
A presidente da Mesa de Assembleia da Liga Guineense de Luta Contra o Cancro (LIGCCA), Haua Embaló, responsabilizou os sucessivos governos que acusou de continuarem indiferentes perante às mobilizações levadas a cabo pela sua organização para criar condições técnicas nos hospitais ou apoiar, com eficácia, a evacuação de doentes para o estrangeiro, razão pela qual persiste a falta de meios de diagnóstico do câncer no país.
“Infelizmente, em termos institucionais como no ministério da saúde, da educação ou o governo no seu todo, não avançamos em nada. Temos feito diligências para nos reunirmos com cada governo. Fizemos uma mobilização no Palácio do Governo, concretamente na primatura, aquando de uma reunião do Conselho de Ministros, mas até ao momento não temos tido ou conseguido os resultados esperados, porque até então não temos um aparelho de diagnóstico, nem especialistas para seguimento de doentes e tratamento dessa doença”, lamentou.
A ativista explicou que os casos de cancro na maioria são encaminhados para a junta médica e que muitas vezes por causa da morosidade do processo, os doentes em estado avançado da doença, acabam por morrer. Frisou que para a confirmação desta doença, exigem-se vários exames de que o país não dispõe de condições técnicas nos hospitais para fazê-los, por isso os doentes com condições financeiras recorrem ao hospital de Ziguinchor, região sul do Senegal.
Defendeu que é preciso que haja boa vontade das autoridades nacionais para combater a doença, também realçou a necessidade da promoção de uma campanha nacional ou campanhas de sensibilização sobre o auto exame das mamas para que as pessoas saibam se há algo de errado com os seus seios.
“Já temos relatos de vítimas mortais devido a falta de especialistas para tratá-las, porque uma paciente foi ao médico queixando de um abscesso no seio e o médico resolveu submetê-la à uma cirurgia. Esta situação faz-nos pensar que na Guiné, o médico atua só porque já lidou com a doença ou tem um certo conhecimento e experiência, mas não é especialista”, criticou, acrescentando que o cancro não se opera de qualquer forma, porque “corre-se maiores riscos de alastrar-se, reduzindo a esperança de vida da pessoa”, referiu.
Afirmou que a sua organização foi criada para lutar contra o cancro, visto que na altura, não havia nenhuma organização pela causa, desde o diagnóstico até à defesa das vítimas.
“A nível da nossa organização, constatamos que todos têm um histórico familiar com um caso de cancro, pode ser de mama, de colo de útero ou próstata, mas parece-nos que as nossas autoridades ainda não estão a enxergar isso. Não defendemos que sejam negligenciadas outras doenças, mas já chegou a hora de começarem a pensar na política face a esta doença que está a ganhar grandes proporções na Guiné-Bissau e na África”, disse.
Explicou que “outubro Rosa” é uma iniciativa de um grupo de pessoas nos Estados Unidos com o objetivo de despertar consciências sobre o cancro de mama, principalmente na sua prevenção e diagnóstico, porque “a doença era negligenciada na altura”. Recordou que a Guiné-Bissau aderiu à iniciativa apenas em outubro de 2016, após a criação da LIGCCA em julho do mesmo ano, contudo lamentou que não tenham conseguido nem cumprido os objetivos que estiveram na origem da criação da organização.
“No quadro da celebração do outubro Rosa, convidamos meninas e mulheres a fazer um autoexame apalpando as mamas com atenção, como também consciencializar a população e as autoridades governativas sobre a doença”, disse, avançando que a celebração do “outubro rosa” este ano vai ser feita através das redes sociais, devido às limitações financeiras da organização.
Informou neste particular que a Liga Guineense de Luta Contra Cancro, atualmente conta com 25 membros, uns por serem vítimas de cancro de mama e outros por terem familiares com ocancro, tanto de mama como de próstata e colo de útero.
ONG ENDA REGISTA CERCA DE QUATROCENTOS CASOS SUSPEITOS DE CÂNCER DE ÚTERO
A responsável de Programas da ONG ENDA, Katia Hermínia Ribeiro Barreto, revelou que de 2018 a 2023 a sua instituição rastreou 3 147 casos em todo o território nacional, dos quais 373 suspeitos de cancro de útero. Segundo a sua explicação, “é difícil acompanhar a situação de cancro de colo de útero no país, uma vez que não há ainda um acompanhamento sistemático dessa doença”.
“Iniciamos a formação dos técnicos, incluindo os técnicos locais designados pelo ministério da saúde em todas as regiões, de forma a poder fazer rastreio em todas as regiões. Também promovemos campanhas gratuitas de rastreio em colaboração com as associações juvenis”, disse, assinalando que um número considerável de mulheres detectadas com infeção genital pelo vírus do “Papiloma Humano” na fase inicial são tratadas no país, através de quimioterapia ou cirurgia.
“As que estão num estado avançado são encaminhadas para o Hospital Nacional Simão Mendes para junta médica para tratamento no exterior”, indicou e afirmou que as faixas etárias que aderem ao rastreio são de 25 aos 40 anos de idade e “são as mesmas que têm mais casos da doença.
Para Katia Hermínia Ribeiro Barreto, a despistagem da doença deve ser um engajamento de todos, tanto das autoridades como da população e a prevenção de cancro passa pelo autoexame das mamas, consultas frequentes com ginecologistas.
Disse ainda que para a inspeção utilizam três métodos, mas um dos mais utilizados é a “papanicolau”, tendo exortado as mulheres e as meninas a fazerem rastreio como forma de prevenção de cancro de colo e de útero e a realizaremautoexames de mama, apalpando-as com atenção. Contou que o rastreio e diagnóstico do câncer de próstata continua a constituir um dos desafios para a organização.
GINECÓLOGO AFIRMA QUE A INCIDÊNCIA DO CANCRO É ELEVADA NAS MULHERES DE MENOS DE 30 ANOS
O especialista em ginecologia e também diretor do serviço da maternidade do Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM), Elísio Júnior Baldé Ferreira, contatado pela repórter para falar dos cuidados a serem tomados para a prevenção desta doença bem como debruçar-se sobre o acompanhamento das pessoas diagnosticadas com esta doença no serviço da maternidade.
Elísio Júnior Baldé Ferreira explicou na entrevista que a incidência do cancro, principalmente de mama e de colo de útero é elevada nas mulheres de menos de 30 anos de idade, que não é comum em comparação a maioria dos países, mas não há nenhum centro oncológico no país.
“Recebemos pacientes com este problema e a maioria chega num estado muito crítico, não há um sistema de prevenção e promoção da saúde efetivo que permita à população recorrer regularmente a um médico. Muitas pessoas recorrem ao médico quando têm algum sintoma ou quadro clínico. No caso docancro de mama e de útero, quando se sentem os sintomas é porque já está num quadro avançado da doença e neste quadro não se pode fazer grande coisa. Já num estágio precoce todas elas têm maior possibilidade de cura”, indicou.
Explicou que o tratamento desses dois tipos de câncer é dividido por tratamento medicamentoso (quimioterapia e cirúrgica), e para o cancro de mama, depois da cirurgia necessita de mais outros tratamentos que não são fornecidos no país, por falta de um centro especializado em oncologia.
Revelou que por falta de meios materiais, a maternidade do Hospital Simão Mendes deixou de fornecer o serviço de rastreio para o diagnóstico precoce do câncer de colo de útero, bem como o estudo de papanicolau, mas disse que as mulheres que recorrem a esse serviço não vão simplesmente por vontade própria, mas sim em estado crítico e quando já se queixam de algum problema.
“Recomenda-se a todas as mulheres sexualmente ativas a fazerem exame papanicolau de forma a permitir um diagnóstico precoce das lesões pré-cancerígenas. Mas a maioria da nossa população que sofre dessa doença chega ao hospital muito tarde”, lamentou e afirmou que o cancro de mama tem fator hereditário e que os hábitos e estilos de vida, alterações hormonais são outros fatores que causam também essa doença.
“Já no cancro de colo, para além dos hábitos de estilo de vida sexual e reprodutiva, os métodos contraceptivos têm maior probabilidade de levar uma mulher a contrair doenças”, esclareceu e disse que uma mulher com cancro de mama não pode amamentar, mas do colo de útero tem a possibilidade de reprodução, porque “há grávidas que descobriram o câncer de útero no período da gestação”.
O serviço da maternidade do HNSM estima que até dezembro deste ano o país tenha um registro de 20 a 35 casos de cancro de colo de útero, mas ressaltou que pode ultrapassar este número e mais de 90% porcento estará numa fase da doença muito avançada.
Elísio Júnior Baldé Ferreira disse desconhecer de um serviço que faz a despistagem do cancro de mama às mulheres na fase de menopausa ou pessoas que têm um histórico familiar da doença de forma a prevenir-se e fazer exames de despistagem, no mínimo, uma vez por ano.
COMISSÃO DE JUNTA É CRITICADA PORQUE MUITOS NÃO CONHECEM OS PROTOCOLOS – PRESIDENTE DA COMISSÃO
Relativamente as críticas feitas a comissão de junta médica sobre a morosidade no processo, explicou que é verdade que a comissão da junta médica é alvo de várias críticas porque muitos não conhecem os protocolos e que os atrasos são alheios à vontade da comissão.
Explicou ainda que por falta de biópsias, vários casos suspeitos de cancro são submetidos a processo de junta médica para o exterior do país, concretamente a Portugal, o único país com o qual a Guiné-Bissau tem uma parceria para tratamento médico nos hospitais públicos.
O também presidente da Comissão da Junta Médica disse que se receberem pacientes com uma doença na fase inicial são de imediato priorizados como candidatos para evacuação.
“Qualquer paciente com elevada suspeita de cancro é candidato para ser tratado fora do país. Confrontamo-nos com vários casos com um quadro muito avançado da doença e que na maioria não é priorizada a sua evacuação, porque a chance de vida varia de três a seis meses de vida”, esclareceu.
Para Elísio Júnior Baldé Ferreira, mandar um doente em estado grave para junta médica sabendo que não tem chance de vida não faz sentido e porque também o processo de junta não depende apenas da comissão da junta, mas também do país com quem temos parceria para receber os doentes, de acordo com as vagas disponíveis.
“Mandamos para a junta médica doentes que têm um quadroclínico que pode ser solucionado, não faz sentido enviar um doente com um quadro irreversível. O que acontece é que nós elaboramos os processos e mandamos esses processos aos parceiros. São eles que marcam consultas de acordo com as vagas disponíveis lá, porque também eles têm compromissos, primeiro com as suas populações. Portanto tudo isso contribui para a morosidade na evacuação de doentes”, disse.
Disse que o acompanhamento dos pacientes com junta médica em Portugal é um dos estrangulamentos que a comissão enfrenta todos os tempos, razão pela qual está a trabalhar para reverter a situação, principalmente um feedback com os pacientes para poder ter bons resultados.
“Estamos a estudar a possibilidade de especialistas guineenses fazerem parte das equipas de bolsas da junta médica em Portugal para acompanhar melhor os nossos pacientes”, manifestou.
Para Elísio Júnior Baldé Ferreira, uma das estratégias para se prevenir de doenças passa pela promoção da saúde, como também pela criação de centros especializados.
O médico disse que o Estado deve disponibilizar a vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), para que seja dada na fase de adolescência e que as autoridades sanitárias devem estar mais empenhadas na luta contra cancros, sensibilizar a população e criar meios para que os diagnósticos sejam feitos a tempo.
Por: Epifânia Mendonça
Irão não quer que a guerra enter Israel e o Hamas se alastre, diz ministro dos Negócios Estrangeiros
r Hossein Amirabdollahian
WASHINGTON — O ministro dos negocios estrangeiros iraniano Hosseim Amirabdollahian disse hoje que o Irão não está interessado em que a guerra entre Israel e o Hamas se alastre.
“Nâo queremos que a guerra se alastre”, disse o chefe da diplomacia iraniana a cadeia de televisao CNN.
O ministro disse não terem qualquer fundamento as acusações de que o Irão sabia do planeado ataque do Hamas a Israel.
"Nunca escondemos que apoiamos os palestinianos”, acrescentou.
“Essa é a verdade mas no que diz respeito à operação chamada Tempestade Al Aqsa não houve nenhuma ligação entre o Irão e essa operação do Hamas com o meu goveno ou com qualquer parte do meu país”, acrescentou
Amirabdollahian rejeitou também acusações de que o seu país é responsável por recentes ataques de milícias apoiadas pelo Irão contra forças americanas no Iraque e Síria afirmando ainda que essas milícias “não recebem ordens de nós e actuam conforme os seus interesses”.
ISRAEL/PALESTINA: Manifestações em vários países contra bombardeamentos em Gaza
© Houssam Shbaro/Anadolu via Getty Images
POR LUSA 29/10/23
Milhares de pessoas manifestaram-se hoje no Líbano, Paquistão, Marrocos e Grécia contra os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza e apelaram à proteção dos palestinianos.
No centro de Beirute, no Líbano, milhares de pessoas concentraram-se hoje em frente à mesquita Mohamed al Amin com cartazes com 'slogans' como "Parem o genocídio em Gaza" ou "Salvem as crianças em Gaza".
O protesto de apoio à Faixa de Gaza foi organizado pelo movimento islamita palestiniano Hamas e pelo partido sunita Jamaa Islamiya, ligado à Irmandade Muçulmana.
Na praça da capital, foram agitadas bandeiras palestinianas, libanesas e de outras fações, enquanto uma bandeira israelita foi queimada em sinal de rejeição aos bombardeamentos e operações terrestres na Faixa de Gaza.
Também no Paquistão, milhares de apoiantes do partido radical Jamaat-e-Islami manifestaram-se na capital, Islamabad, contra os bombardeamentos de Israel em Gaza, entoando 'slogans' antiamericanos e acusando os Estados Unidos de "apoiarem o agressor".
O partido, que tinha anunciado uma marcha até à embaixada norte-americana, foi obrigado a alterar o programa e realizar a manifestação numa rua principal da capital longe do enclave diplomático de alta segurança.
Devido ao risco de violência, a embaixada norte-americana emitiu um aviso aos cidadãos que vivem na capital e arredores para durante o dia "limitarem as deslocações desnecessárias"
No sudoeste do Paquistão, na cidade de Quetta, outro partido religioso, o Jamiat Ulema Islam, organizou também um comício, onde o seu líder, Maulana Fazlur Rehman, manifestou solidariedade e apoio para com os habitantes de Gaza.
Em Casablanca, Marrocos, dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se também hoje, em solidariedade com os palestinianos e para se opor à normalização das relações entre o país norte-africano e Israel, constatou a AFP.
"Parem o genocídio em Gaza" e "Fechem o escritório de ligação sionista de Rabat", foram algumas das palavras de ordem durante esta marcha organizada ao apelo da Frente Marroquina para o Apoio à Palestina e Contra a Normalização, que reúne partidos de esquerda e islamistas.
Homens, mulheres e crianças afluíram em grande número, usando lenços 'keffieh' palestinianos ou empunhando bandeiras palestinianas, numa grande artéria da capital económica marroquina.
Já na Grécia, cerca de 5.000 pessoas manifestaram-se pacificamente em Atenas e apelaram ao "fim do massacre dos palestinianos em Gaza".
Segundo a agência noticiosa grega, Athens News Agency, os manifestantes, que marcharam até à embaixada israelita nos arredores de Atenas, acusaram Israel de ser um "Estado assassino" e denunciaram a abstenção do Governo grego numa votação da ONU sobre uma resolução da Jordânia que apela a um cessar-fogo humanitário em Gaza.
No sábado, também dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se em apoio aos palestinianos em Londres, França e Nova Iorque.
O grupo islamita palestiniano Hamas atacou Israel no dia 07 de outubro, provocando a morte de mais de 1.400 pessoas, principalmente civis, segundo as autoridades. Mais de 200 pessoas foram sequestradas e permanecem nas mãos do grupo islamita desde então.
Após o ataque, Israel respondeu com bombardeamentos e incursões terrestres na Faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas.
Desde o início da guerra, mais de 8.000 pessoas morreram em Gaza, devido aos bombardeamentos que Israel realiza há três semanas, segundo o Ministério da Saúde do grupo islamita palestiniano Hamas.
Um total de 34 camiões com ajuda humanitária entraram hoje na Faixa de Gaza através da passagem egípcia de Rafah, o maior comboio humanitário a entrar no enclave desde que Israel permitiu o acesso controlado, segundo a agência EFE.
Termo 'terrorista' passa a aplicar-se a pessoas e não só a organizações
© ANWAR AMRO/AFP via Getty Images
POR LUSA 29/10/23
O governo de Israel aprovou hoje uma modificação à lei contra o terrorismo, de 2016, para lhe dar uma aplicação mais ampla, permitindo a aplicação do termo 'terrorista' a uma pessoa, e não apenas uma organização, como até agora.
De acordo com a lei israelita, a alteração é sustentada pela necessidade de impedir o financiamento de pessoas em nome individual que operam em várias organizações e, em particular, as que estão vinculadas ao grupo islâmico palestiniano Hamas, autor dos ataques contra Israel no dia 07 de outubro, nos quais morreram 1.400 pessoas e mais de 200 foram raptadas.
"Esta emenda vai melhorar as medidas administrativas que podem aplicar-se contra indivíduos acusados de terrorismo e continuará a manter a pressão sobre organizações suspeitas de serem terroristas, abordando igualmente as questões do recrutamento, financiamento e transferência de fundos para fins terroristas", indicou o governo israelita, citado pela agência EFE.
Para entrar em vigor, a emenda proposta pelo Executivo terá de passar pelo parlamento, sendo que com o atual estado de guerra com o Hamas a lei pode ser aprovada numa questão de dias ou semanas, e não meses, como seria de esperar numa situação de normalidade, acrescenta a EFE.
A lei não deverá ter problemas em garantir a maioria necessária à aprovação, dado que a coligação no poder tem 64 dos 120 assentos no parlamento.
Leia Também: Mais 24 camiões de ajuda humanitária entraram na Faixa de Gaza
Chegada da Sua Excelência o Presidente da Repúblicas após a visita de Estado a Lisboa e a sua participação na Cimeira das 3 bacias em Congo Brazzaville.
Radio Voz Do Povo / Presidência da República da Guiné-Bissau
Leia Também: O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, pediu hoje autoestima aos guineenses e prometeu uma "surpresa" nas comemorações dos 50 anos da independência, a 16 de novembro.
Semana do cancro da mama em Lisboa arranca com duas tendas e conversas com especialistas
Segunda-feira é Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama. Em Portugal, todos os anos há sete mil novos casos desta doença e 1.800 mortes. Uma em cada sete mulheres poderá vir a ter cancro da mama ao longo da vida.
Para assinalar a "Semana do Cancro da Mama", foram montadas duas tendas na Alameda da Universidade, onde decorrem conversas com vários especialistas sobre o tema.
Cientistas alertam: a vida na Terra está "em estado de sítio" devido às alterações climáticas
Incêndios florestais no Canadá queimaram cerca de 10 milhões de hectares, deslocando 30 mil pessoas e piorando a qualidade do ar em grandes áreas do Canadá e dos EUA. Estes incêndios florestais extremos podem dever-se, em parte, às alterações climáticas, embora outros fatores estarão envolvidos. ETHAN SWOPE
Catarina Solano de Almeida sicnoticias.pt
Uma equipa internacional de cientistas afirma num artigo publicado esta semana que os sinais vitais da Terra pioraram além de tudo o que os humanos alguma vez viram, ao ponto de a vida no planeta estar em perigo.
Um grupo de eminentes cientistas climáticos de várias instituições do mundo emitiu (mais) um alerta sobre os perigos que pairam sobre nós: as alterações climáticas representam uma "ameaça existencial" para a vida na Terra.
O aviso é feito num relatório, publicado na revista BioScience, em que os cientistas analisaram os fenómenos meteorológicos extremos que aconteceram num espaço de menos de um ano - novembro de 2022 a setembro de 2023.
O estudo examinou 35 "sinais vitais" do planeta, incluindo a poluição por CO2, o consumo de energia e carne por habitante, a desflorestação causado por incêndios e os dias de calor extremo.
Chegaram à alarmante conclusão que 20 desses 35 indicadores atingiram níveis recorde em 2023, nunca antes vistos pela humanidade.
"Estamos genuinamente chocados com a ferocidade dos fenómenos meteorológicos extremos em 2023. Entrámos em território desconhecido que nos assusta", escreveram os cientistas.
Enquanto 2023 está a caminho de se tornar o ano mais quente já registado, regiões inteiras enfrentaram ondas de calor mortais, tempestades e inundações, às vezes sucedendo uma catástrofe após a outra.
No que diz respeito aos oceanos, as temperaturas "estão completamente fora dos padrões" há meses e os cientistas ainda não conseguem explicar completamente esse fenómeno, destaca Johan Rockström, diretor do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático (PIK).
Para estes cientistas, o diagnóstico é claro: "a vida no planeta Terra está em estado de sítio".
A humanidade pouco ou nada faz
Os cientistas declaram que a humanidade fez apenas "progressos mínimos" na redução das emissões de gases de efeito estufa: as concentrações atingiram níveis recorde e os subsídios aos combustíveis fósseis dispararam.
"Devemos mudar a nossa perspetiva sobre a urgência climática, que não é mais um problema ambiental isolado, mas uma ameaça sistémica e existencial", afirma o relatório, a um mês da 28ª conferência climática das Nações Unidas no Dubai.
O objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris - limitar o aquecimento a 1,5°C em relação à era pré-industrial - está em risco. Essa meta pode agora ser ultrapassada anualmente, adverte William Ripple, professor da Universidade de Oregon e co-autor do estudo, abrindo caminho para um círculo vicioso de agravamento do aquecimento: derretimento das calotas polares, desflorestamento, descongelamento dos depósitos de carbono no permafrost, extinção de corais, …
"Uma vez ultrapassados, estes pontos de inflexão podem alterar o nosso clima de uma maneira difícil, senão impossível, de reverter", alertam os cientistas..