quarta-feira, 16 de agosto de 2023

ONU defende mais utilização das cadeias de valor em África

© Lusa

POR LUSA   16/08/23 

A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) defendeu hoje o aproveitamento das cadeias de valor em África, considerando que os abundantes recursos naturais podem colocar o continente como um participante fundamental.

"As economias africanas podem tornar-se grandes participantes nas cadeias de fornecimento globais através da utilização dos seus vastos recursos de materiais necessários para os setores de alta tecnologia e para os seus próprios mercados de consumo cada vez maiores", lê-se no comunicado que acompanha a divulgação do relatório desta agência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento em África.

A edição deste ano, lançada hoje em Nairobi, defende que o continente africano deve ser o destino de investimento de muitas indústrias, conseguindo assim tornar-se um "destino proeminente de produção manual para as indústrias de tecnologia intensiva e uma ligação fundamental nas cadeias de fornecimento globais".

Para a secretária-geral da UNCTAD, Rebeca Grynspan, "este é o momento de potenciar a posição global de África nas cadeias de fornecimento globais, num contexto de continuação dos esforços de diversificação, e é também o momento de fortalecer as suas indústrias emergentes, potenciar o crescimento económico e criar milhões de empregos para os africanos".

O relatório aponta que a abundância de minerais e metais críticos para a transição energética colocam o continente numa boa posição para ser o destinatário de mais investimento internacional, tentando compensar "a turbulência comercial, os eventos geopolíticos e a incerteza económica que forçou os produtores a diversificarem os seus locais de produção".

Entre as vantagens para os grandes investidores internacionais, a UNCTAD aponta também "a rapidez de acesso a matérias-primas, uma força de trabalho adaptável e sensível à tecnologia e uma crescente classe média, conhecida pela sua crescente procura de bens e serviços mais sofisticados".

Até agora, 17 países, incluindo os lusófonos Angola e Moçambique, já implementaram legislação sobre utilização de conteúdo local para apoiar o crescimento das indústrias locais de fornecimento, aumentar a transferência de tecnologia, criar empregos e valor dentro das suas fronteiras, nota a UNCTAD.

Para a agência das Nações Unidas, os países africanos devem "garantir melhores contratos mineiros e licenças de exploração para os metais usados nos produtos de elevada tecnologia, o que fortaleceria as indústrias domésticas, permitindo que as empresas locais desenhem, contratem, produzam e forneçam os componentes necessários".


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Ucrânia reclama conquista de Urozhaine e afirma estar a avançar na região de Donetsk

 
Na manhã desta quarta-feira, houve também novos ataques russo com drones, mas foram todos neutralizados pelo sistema de defesa antiaéreo da Ucrânia.

 O enviado especial da CNN Portugal, Sérgio Furtado, dá-nos mais pormenores sobre estes últimos desenvolvimentos da guerra...

Ucrânia acusa Rússia de novo ataque a armazéns de cereais

© Scott Peterson/Getty Images

 POR LUSA  16/08/23 

As autoridades ucranianas acusaram hoje a Rússia de novos ataques noturnos com 'drones' na região de Odessa, que provocaram danos em armazéns de cereais num dos portos do Danúbio, na região do Mar Negro.

O exército russo atacou com 'drones' por duas vezes o porto de Odeshchyna, disseram fontes regionais citadas pela agência de notícias ucraniana Ukrinform.

Segundo esta fonte, os armazéns e celeiros ficaram danificados, embora os serviços de emergência tenham conseguido apagar rapidamente os incêndios.

Os ataques não provocaram vítimas ou feridos, de acordo com a Ukrinform.

No início de agosto, Kyiv já tinha acusado a Rússia por uma série de ataques contra um armazém de cereais em Izmail [região de Odessa], no Danúbio, o que viria a afetar o transporte destes produtos alimentares pela Roménia.

Segundo as autoridades ucranianas, os sucessivos ataques lançados pela Rússia contra as infraestruturas portuárias e industriais da região de Odessa começaram a afetar a rota alternativa através do Danúbio.

Os ataques russos na região sul da Ucrânia aumentaram com o fim do acordo de exportação de cereais ucranianos pelo Mar Negro, em julho, que é crucial para o abastecimento alimentar mundial.


Leia Também: "Solução pode ser Ucrânia ceder território" em troca de "adesão à NATO"


Haiti. Milhares de pessoas fogem de bairro da capital atacado por gangue

© Lusa

POR LUSA   16/08/23 

Milhares de moradores carregados com sacolas e malas fugiram na terça-feira a pé, em motocicletas ou amontoados em automóveis, de um bairro da capital do Haiti, Porto Príncipe, atacado por um grupo de crime organizado.

"Vivemos uma situação extremamente difícil. Não sei nem para onde ir. Tive de fugir de casa", disse à agência de notícias France-Presse (AFP) Elie Derisca, morador do bairro Carrefour-Feuilles, no sul da capital do Haiti.

De acordo com moradores e agentes policiais, o bairro está a ser atacado por um grupo de crime organizado liderado por Renel Destina -- também conhecido como Ti Lapli e procurado pela Polícia Federal dos Estados Unidos (FBI, na sigla em inglês).

"Eles saquearam e queimaram casas" e "causaram várias mortes", disse Derisca. "As autoridades não fizeram nada para vir em nosso socorro", lamentou o morador, acrescentando que membros do grupo ocuparam algumas casas.

As autoridades haitianas tinham confirmado na segunda-feira que casas foram incendiadas no bairro e que tinham também recebido relatórios sobre mortes, que não puderam ser verificadas até ao momento.

Pelo menos 3.120 pessoas fugiram do bairro Carrefour-Feuilles, de acordo com um relatório provisório do departamento de proteção civil do Haiti. Este número pode continuar a subir, disse uma fonte da instituição à AFP.

Na segunda-feira, muitos moradores do bairro manifestaram-se contra a insegurança e a Polícia Nacional do Haiti interveio para restaurar a ordem na área.

Num comunicado, a polícia prometeu "continuar a mobilizar todos os meios para afastar os bandidos que querem semear problemas nas comunidades".

O Haiti está a enfrentar uma grave crise humanitária, política, judicial e de segurança, segundo um relatório divulgado na segunda-feira pela Human Rights Watch, referindo que o país necessita de proteger os direitos humanos.

Cerca de 150 grupos criminosos operam em Porto Príncipe e na sua região metropolitana, muitos deles sob duas das principais alianças criminosas, a federação G-Pèp e a aliança G9, disse a organização não-governamental.

Nos próximos dias, o secretário-geral da ONU, António Guterres, deverá apresentar ao Conselho de Segurança opções para o envio de uma força internacional para ajudar a restaurar a segurança no Haiti.

A iniciativa surgiu em resposta a um apelo do primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, que lidera o país desde o assassínio em julho de 2021 do então Presidente, Jovenel Moise.

A ONU estimou que grupos criminosos no Haiti mataram mais de duas mil pessoas na primeira metade de 2023, sequestraram mais de mil e usaram violência sexual para aterrorizar a população.

As Nações Unidas acreditam que quase 60% da população haitiana de 11,5 milhões de pessoas vive abaixo da linha da pobreza. Quase 195 mil pessoas foram deslocadas internamente devido à violência desde 2022 e dezenas de milhares tentaram fugir do país.



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terça-feira, 15 de agosto de 2023

Chefes militares da CEDEAO debatem eventual intervenção no Níger

© -/AFP via Getty Images

POR LUSA  15/08/23 

Chefes militares da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) reúnem-se pela segunda vez esta semana para preparar uma eventual intervenção militar destinada a restabelecer a ordem constitucional no Níger, segundo fontes próximas do bloco.

"A reunião decorrerá, em princípio, entre 17 e 19 de agosto", afirmou à agência de notícias espanhola EFE uma fonte próxima da Cedeao, que preferiu manter o anonimato.

De acordo com a mesma fonte, o encontro decorre na capital do Gana, Acra, depois de os chefes de Estado e de Governo da Cedeao terem ordenado, na passada quinta-feira, a "ativação" da "força de reserva" do bloco regional, apesar de também terem assegurado que continuarão a apoiar o diálogo para resolver a crise.

Esta será a segunda reunião dos chefes de Estado-Maior dos países da Cedeao, depois da realizada no início de agosto em Abuja, a capital nigeriana e sede da organização, onde começaram a elaborar um plano para um eventual uso da força no Níger.

Até agora, a junta militar que tomou o poder pela força em Niamey tem ignorado as ameaças e, para além de nomear um novo primeiro-ministro, formar um governo de transição, reforçar o seu aparelho militar e fechar o espaço aéreo, avisou que o uso da força terá uma resposta "imediata" e "enérgica".

A eventual ação militar dividiu a região, onde os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal advertiram que o recurso à força será objeto de uma resposta "imediata" e "enérgica".

Uma eventual ação militar dividiu a região, com os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal a confirmarem claramente a disponibilidade dos seus exércitos para intervir em território do Níger.

No outro extremo, o Mali e o Burkina Faso opõem-se ao recurso à força, enquanto a Guiné-Conacri, a Argélia, o Chade e Cabo Verde manifestaram igualmente a sua rejeição e preferência pelo diálogo.

O golpe de Estado no Níger foi conduzido a 26 de julho pelo autodenominado Conseil National de Sauvegarde de la Patrie (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente Mohamed Bazoum e a suspensão da Constituição.

O Níger tornou-se o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.


Guiné-Bissau: Sissoco Embaló nega ter criado Governo-sombra

Umaro Sissoco Embaló 

Lassana Cassamá  voaportugues.com   15/08/23

BISSAU, 15 DE AGOSTO — Presidente da Guiné-Bissau, Úmaro Sissoco Embaló, empossou hoje, 15, alguns dos seus mais recentes Conselheiros, tendo afirmado que não fazem parte de nenhum Governo-sombra, mas analistas dizem que a motivação é política.

A lista de Conselheiros inclui o antigo ministro da Defesa, Marciano Silva Barbeiro, com direitos e regalias inerentes ao cargo de Ministro de Estado; e Nuno Gomes Nabiam, que vai continuar a usufruir dos direitos e regalias inerentes ao cargo de Primeiro-ministro, funções que acabou de deixar a favor de Geraldo Martins.

“Este não é um Governo-sombra. É uma estrutura do Presidente da República. É bom deixar isso claro, porque, às vezes, gostamos de deturpar [os factos]”, disse Sissoco Embaló.

Ele argumentou que “se lembrarem bem, em 2006 ou 2007, o Presidente “Nino” Vieira nomeou Fadul [Francisco José Fadul] e Alamara N’Tchia Nhassé como seus Conselheiros e com regalias inerentes ao cargo de Primeiro-ministro, porque foram Primeiros-ministros. À luz da lei, é o Presidente [da República] quem nomeia e dá a ‘estrutura’ que quiser. O Decreto do Presidente da República é uma lei”.

Mas o analista político Rui Jorge Semedo julga problemática a intenção de Sissoco Embaló.

“O Presidente da República pode até não reconhecer que criou um Governo-sombra, mas, politicamente, observando, vê-se que o objectivo é político e vai perturbar não só a estabilidade governativa, mas também vai perturbar o Governo do ponto de vista financeiro”, diz o analista político Rui Jorge Semedo.

Acompanhe:

PRIMEIRO DESPACHO DE MUNIRO CONTÉ, AUTORIZA A RETOMA DA RÁDIO CAPITAL FM

Por Rádio Jovem Bissau

As novas autoridades nacionais através do Secretário de Estado de Comunicação Social, Francisco Muniro Conté,  autorizaram esta terça-feira (15.08.2023), a retoma das emissões da Rádio Capital FM, encerradas desde Outubro do ano passado pelo governo liderado por Nuno Gomes Nabiam.

De acordo com a justificativa do executivo no poder, a decisão tem é a ver com "a necessidade de salvaguardar" os direitos e as liberdades fundamentais (de imprensa e de expressão), no país.

Ainda no despacho número 001/2023, daquela instituição na posse da Rádio Jovem, o executivo considera a decisão anterior como um ato de "atentado contra os pilares da Democracia e do Estado de Direito".



Situação no Níger? EUA dizem-se "concentrados na via diplomática"

© Reuters

POR LUSA    15/08/23 

O chefe da diplomacia norte-americana garantiu hoje que ainda é possível pôr um fim ao golpe de Estado em curso no Níger pela via diplomática, numa altura em que alguns países da África Ocidental reforçam a pressão sobre Niamey.

"Continuamos concentrados na via diplomática para obter os resultados que queremos, nomeadamente o regresso da ordem constitucional, e acredito que continua a existir uma margem para obter esse resultado pela via diplomática", declarou Antony Blinken aos jornalistas, numa conferência de imprensa em Washington.

De acordo com o secretário de Estado norte-americano, "a pressão exercida por vários países, nomeadamente por intermédio da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental], nos dirigentes militares responsáveis pela desestabilização da ordem constitucional no Níger é cada vez mais forte".

"Penso que eles devem ter isso em conta, assim como o facto de as suas ações os isolarem do resto da região e do mundo", acrescentou.

Também hoje a Rússia e o Mali defenderam uma solução exclusivamente pacífica para a crise no Níger, numa nova rejeição da eventual intervenção militar sugerida pela CEDEAO.

O apelo da Rússia e do Mali seguiu-se à decisão da CEDEAO de ativar a força de prontidão do bloco regional para uma eventual intervenção militar no Níger.

Os 15 países da organização regional asseguraram, contudo, que continuariam empenhados no diálogo com a junta militar do Níger.

Os militares que tomaram o poder no Níger avisaram que o uso da força será objeto de uma resposta "imediata e enérgica".

A junta no poder no Mali, criada na sequência de uma nova revolta do exército em 2021, insurgiu-se contra qualquer intervenção militar no Níger.

O golpe de Estado no Níger de 26 de julho foi liderado pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Nação (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente Bazoum e a suspensão da Constituição.

O Níger tornou-se o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também sofreram golpes de Estado entre 2020 e 2022.


Ceder território para entrar na NATO? "É ridículo"... Kyiv reage a declarações feitas pelo chefe de gabinete do secretário-geral da NATO.

© Emin Sansar/Anadolu Agency via Getty Images

Notícias ao Minuto   15/08/23 

Depois de Stian Jenssen, chefe de gabinete do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, vir dizer que a Ucrânia pode ter de concordar em abrir mão de parte do seu território para a Rússia se quiser ingressar na Aliança, eis que surgem as primeiras reações de Kyiv. 

"Trocar território por um guarda-chuva da NATO? É ridículo. Isso significa escolher deliberadamente a derrota da democracia, encorajar um criminoso global, preservar o regime russo, destruir o direito internacional e passar a guerra para outras gerações", disse Mykhailo Podolyak, conselheiro presidencial ucraniano, na rede social X (antigo Twitter).

Na mesma publicação, Podolyak notou ainda que "se Putin não sofrer uma derrota esmagadora, o regime político na Rússia não mudar e os criminosos de guerra não forem punidos, a guerra definitivamente retornará com o apetite da Rússia por mais".

Falando em tentativa de "preservar a ordem mundial" e estabelecer uma "paz ruim", o conselheiro do presidente Zelensky defendeu que o "triunfo" do chefe de Estado russo "não trará paz ao mundo, mas trará desonra e guerra".

"Isso aplica-se a qualquer formato de uma nova 'divisão da Europa': inclusive sob o guarda-chuva da NATO", atirou.

Desta forma, Podolyak questiona porque está a ser proposto um cenário "desejado" por Moscovo em vez de "acelerar" o fornecimento de armas a Kyiv.

"Então, por que propor o cenário de congelamento, tão desejado pela Rússia, em vez de acelerar o fornecimento de armas? Assassinos não devem ser encorajados por indulgências terríveis...", rematou.

Note-se que as declarações de Stian Jenssen foram feitas, esta terça-feira, à imprensa norueguesa. O atual chefe de gabinete do secretário-geral da NATO admitiu que a adesão da Ucrânia à Aliança pode ser facilitada se Kyiv ceder parte do seu território - uma possibilidade que, segundo Jenssen, já foi abordadas pelos Estados-membros.

"Não estou a dizer que tem de ser assim, mas essa é uma solução possível", disse, referindo que "há um movimento significativo na questão da futura adesão da Ucrânia à NATO". 

O responsável disse ainda que, neste momento do conflito, "parece irreal" que a Rússia possa "tomar novos territórios". "Agora é mais uma questão de saber o que a Ucrânia consegue recuperar", afirmou.

Recorde-se que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro do ano passado. O presidente russo, Vladimir Putin, justificou o sucedido com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. 

O conflito tem sido condenado pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


RÚSSIA/COREIA DO NORTE : Acordo de armas de Moscovo com Pyongyang "violaria" resoluções da ONU

© Celal Gunes/Anadolu Agency via Getty Images

POR LUSA    15/08/23 

Os Estados Unidos disseram hoje que a Rússia estaria a violar as resoluções da ONU se chegasse a um acordo de armas com a Coreia do Norte, depois de Moscovo e Pyongyang pedirem maior cooperação.

"Qualquer tipo de cooperação de segurança ou acordo de armas entre a Coreia do Norte e a Rússia sem dúvida violaria uma série de resoluções do Conselho de Segurança da ONU", afirmou aos repórteres o porta-voz do departamento do Estado americano, Vedant Patel.

Na manhã de hoje, o presidente russo, Vladimir Putin, pediu uma cooperação mais estreita com Pyongyang numa mensagem ao líder norte-coreano Kim Jong Un.

Kim Jong Un "sublinhou a necessidade de continuar o desenvolvimento da cooperação estratégica e tática entre os dois países no domínio da segurança e defesa", segundo uma mensagem do ministro da Defesa Kang Sun Nam lida aos participantes do encontro, um fórum perto de Moscovo citado por agências de notícias russas.

Os Estados Unidos suspeitam que Moscovo esteja a tentar obter armas do seu aliado norte-coreano.

Estas promessas de maior cooperação surgem num momento em que está prevista, para sexta-feira, uma cimeira entre os líderes da Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão em Washington, com o objetivo de fortalecer a sua cooperação de segurança diante uma Coreia do Sul com uma Coreia do Norte cada vez mais ameaçadora.


Leia Também: O ministro de Defesa da Coreia do Norte, Kang Sun-nam, acusou hoje os Estados Unidos da América de estarem a colocar a península coreana numa guerra nuclear iminente e descartou a possibilidade de solucionar o conflito com negociações.

O serviços de Educação do setor autónomo de Bissau, exige a câmara municipal a retirada do lixo acumulado no espaço Verde



 Radio TV Bantaba

Presidente da Républica, Umaro Sissoco Embaló, desloca-se a Marrocos, em visita privada.


 Presidência da República da Guiné-Bissau

Ocidente a "aumentar" ameaça de "confronto entre potências nucleares"... Acusação é de Lavrov, que fala num "confronto militar direto entre potências nucleares".

© Reuters

Notícias ao Minuto   15/08/23 

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia voltou, esta terça-feira, a criticar o Ocidente, acusando os países da NATO de continuarem a enviar armas a Kyiv, ignorando os alertas de Moscovo para uma "disseminação descontrolada" do armamento. O diplomata russo foi mesmo mais longe e disse que o Ocidente está a "a aumentar" a "ameaça de um confronto militar direto entre potências nucleares".

"Hoje, os Estados Unidos e a NATO, bem como a União Europeia, para salvar o seu próprio projeto geopolítico de conter a Rússia e dividir o mundo russo, estão a bombardear armas cada vez mais sofisticadas para a Ucrânia, alimentando assim o conflito e provocando uma disseminação descontrolada [de armas] em todo o mundo", disse Lavrov, na 11.ª Conferência de Moscovo sobre Segurança Internacional, citado pela agência estatal russa TASS.

"Todos os nossos sinais preocupantes estão a ser ignorados ou grosseiramente distorcidos para fins de propaganda (...) foram apresentados alguns factos que ilustram isso. [O Ocidente] está a aumentar de forma irresponsável e significativa a ameaça de um confronto militar direto entre potências nucleares", acrescentou.

Recorde-se que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro do ano passado. O presidente russo, Vladimir Putin, justificou o sucedido com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. 

O conflito tem sido condenado pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


Leia Também: A Rússia admitiu hoje que poderá reconsiderar a decisão de não utilizar munições de fragmentação face ao fornecimento deste tipo de armamento à Ucrânia pelos Estados Unidos.

TOMADA DE POSSE DOS CONSELHEIROS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Realizou-se hoje a cerimónia de tomada de posse dos seguintes Conselheiros do Presidente da República, nomeados por Decreto Presidencial n.º 50/2023 de 12 de agosto de 2023: Senhor Nuno Gomes Nabiam, Senhor Marciano Silva Barbeiro, Senhor Fernando Henrique Vaz Mendes.


 Tomada de Posse dos Novos Conselheiros da Sua Excelência Presidente da República👇

Presidência da República da Guiné-Bissau  15.8.2023

Recursos militares ucranianos estão "praticamente esgotados", diz Moscovo

© Getty Images

POR LUSA   15/08/23 

O ministro da Defesa russo afirmou hoje que os recursos do exército ucraniano estão quase esgotados, numa altura em que Kyiv está a realizar uma contraofensiva, iniciada em junho, para retomar territórios ocupados por Moscovo.

Ao intervir numa conferência internacional de segurança em Moscovo, Serguei Shoigu disse que Kyiv não está a conseguir "quaisquer resultados", apesar do "apoio total" do Ocidente.

"Os recursos militares ucranianos estão praticamente esgotados", afirmou Shoigu citado pela agência francesa AFP.

Os aliados ocidentais têm fornecido armamento à Ucrânia para combater a invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.

Shoigu disse que as armas ocidentais não têm "nada de único ou invulnerável" para as tropas de Moscovo.

"Estamos prontos a partilhar as nossas avaliações sobre os pontos fracos do equipamento ocidental", disse a uma plateia de líderes militares de vários países.

A 11.ª Conferência de Moscovo sobre Segurança Internacional, organizada pelo exército russo perto da capital, recebe oficialmente mais de 800 convidados de 76 países, mas nenhum do Ocidente.

Shoigu acusou o Ocidente de provocar conflitos em todo o mundo, agravando a situação em torno do conflito entre a China e Taiwan, recorrendo a métodos que utilizou na questão da Ucrânia.

Moscovo tenciona reforçar ainda mais a cooperação militar com os países da região Ásia-Pacífico, incluindo a Coreia do Norte, disse Shoigu, citado pela agência oficial russa TASS.

A Rússia vai também expandir a cooperação militar com países africanos, que "devem ter forças armadas modernas, treinadas e bem equipadas, capazes de responder de forma independente aos desafios e ameaças à sua própria segurança", afirmou.

Shoigu também acusou a Ucrânia de usar o acordo de exportação de cereais através do Mar Negro como cobertura para armazenar equipamento militar nas zonas portuárias, tese que justificaria os recentes bombardeamentos contra cidades como Odessa.

Shoigu afirmou que os aliados ocidentais estavam conscientes destes factos e lamentou que a ONU não os tenha sequer considerado ao pedir a extensão do pacto de exportação, segundo a agência espanhola Europa Press.

Em meados de julho, a Rússia rompeu o acordo, que estava em vigor há mais de um ano, e desde então tem efetuado vários bombardeamentos em zonas que estavam protegidas há meses.

As Nações Unidas, que negociaram os acordos com a Ucrânia, a Rússia e a Turquia, têm apelado para a renovação dos pactos para evitar os efeitos da guerra na segurança alimentar.

O ministro da Defesa admitiu que a ofensiva na Ucrânia se revelou um "teste duro" para o exército russo, mas referiu que a Rússia conseguiu aumentar significativamente a produção de veículos blindados.

A conferência insere-se numa feira da indústria da defesa da Rússia que se realiza até domingo.

A empresa estatal Rostec disse que o fórum apresentará os mais recentes sistemas de artilharia russos, que tiveram em conta a experiência da guerra na Ucrânia e as características do equipamento da NATO apreendido às forças ucranianas.

Moscovo antecipou que serão assinados no fórum contratos no valor de mais de 433 mil milhões de rublos (4,1 mil milhões de euros, ao câmbio atual).


Leia Também: Ministro da Defesa chinês de visita à Rússia e Bielorrússia (esta semana)

Nova vaga de bombardeamentos russos causa três mortos em Lutsk

© Lusa

POR LUSA    15/08/23 

Pelo menos três pessoas morreram esta madrugada na cidade de Lutsk, em Volyn, região do oeste da Ucrânia, num novo ataque com mísseis russos que afetou outras cidades do país.

Além das vítimas mortais, o ataque, que teve como alvo várias empresas da cidade, causou ainda vários feridos que tiveram de ser hospitalizados, disse o chefe da Administração Militar de Volyn, Yuri Pogulyajko, citado pela agência de notícias ucraniana Ukrinform.

O bombardeamento russo afetou outras cidades e o alerta de ataque aéreo foi ativado em todo o país por volta das 04:00 locais (02:00 em Lisboa).

Um míssil russo atingiu uma fábrica em Dnipro, no centro da Ucrânia, ferindo pelo menos duas pessoas, incluindo um homem de 70 anos que foi transportado para o hospital, e causando um incêndio numa área industrial com cerca de 800 metros quadrados, que já foi extinto, disse o chefe da Administração Militar do Dnipro, Sergey Lysak.

Também houve ataques em Lviv, no oeste da Ucrânia, um dos quais causou "grande destruição" num bairro com mais de cem casas, disse o autarca da cidade.

"Felizmente não há vítimas", disse Andrey Sadovy, na plataforma de mensagens Telegram, acrescentando que quatro pessoas receberam atendimento médico, embora nenhuma corra perigo de vida.

De acordo com fontes militares, citadas pela Ukrinform, durante a noite passada as forças russas dispararam cerca de 28 mísseis de cruzeiro, dos quais 16 foram intercetados pelas defesas antiaéreas da Ucrânia.

Os mísseis foram disparados de aviões bombardeiros russos que estão a operar na região do Mar Cáspio e a partir de uma fragata no Mar Negro.

No final da tarde de segunda-feira também houve ataques na cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, que deixaram dois mortos e um ferido.


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A carne criada em laboratório já chegou à alta cozinha. Mas é mesmo a opção mais amiga do ambiente? Talvez. E da carteira? Nem por isso

Carne de laboratório 

Por  cnnportugal.iol.pt  15/08/23

É uma técnica cara que ainda não caiu nas graças de todos os reguladores (sobretudo europeus), mas há quem defenda que o futuro - ou parte dele - passe por comer animais que nascem em laboratórios, sem sofrimento e morte à mistura. A carne de cultivo chegou à alta cozinha dos Estados Unidos, mas por cá o caminho ainda é longo

Comer carne sem matar ou causar sofrimento a animais. E, com sorte, sem pesar ainda mais na fatura ambiental, já ela elevada e em dívida constante. É em laboratórios com o ambiente controlado e com toda uma logística que ainda custa milhões que nascem pedaços de carne criados in vitro - a chamada carne de laboratório. 

O primeiro hambúrguer-proveta nasceu em 2013, mas dez anos depois a carne de cultivo continua a dividir opiniões e é muito a conta-gotas que começa a chegar aos restaurantes.

Nos Estados Unidos, por exemplo, só em junho é que duas empresas - a Upside Foods e a Good Meat - foram autorizadas a vender carne de frango criada com células animais. E desde há mês que o restaurante com três estrelas Michelin Bar Crenn, em São Francisco, já coloca esta carne na ementa. A carne de frango feita em laboratório está incluída num menu de degustação de seis pratos. Com um custo a rondar os 150 euros por pessoa, um dos pratos é composto por cerca de 30 gramas de frango in vitro, explica o VOX.

Mas esta é já uma realidade em Singapura desde 2020. Aliás, durante a COP27, o Governo de Singapura colocou a carne cultivada no menu, de modo a trazer para o debate as vantagens deste tipo de produção face à convencional. O governo da Índia está a financiar estudos sobre carnes criadas em laboratório.

Na Europa, o tema está ainda em debate - a Comissão Europeia diz que o continente está preparado para acolher uma nova forma de produção alimentar, mas ainda está longe de datas, financiamentos e regras. Mas há quem já tenha colocado um travão ao assunto: em Itália, o governo de Giorgia Meloni deu luz verde a um projeto de lei que pretende proibir a carne produzida em laboratório e outros alimentos sintéticos. O objetivo, conta a Reuters, é preservar a herança alimentar italiana e proteger a saúde.

Vai a Europa alinhar neste avanço alimentar? “Essa é pergunta de um milhão de euros”, diz Miguel Mourato, professor auxiliar com agregação no Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.

Na Europa é tudo muito mais complicado, até mesmo para os organismos geneticamente modificados, depende muito das lideranças europeias. Mas se for um processo aceite nos outros países do mundo, vai haver uma grande pressão, sobretudo pelas vantagens ambientais, para que seja aceite na Europa”, crê Miguel Mourato.

O custo de produção é, para já, um dos grandes entraves. Em 2030 espera-se que um quilo custe 63 dólares (Getty Images)

Como se cria carne em laboratório?

“Há vários processos, mas a técnica mais utilizada é pegar numa célula e reproduzi-la num ambiente artificial, tentar simular o que se passa no organismo vivo, onde as células se reproduzem e o crescem, dando origem uma peça muito parecida com o músculo do animal”, explica Miguel Mourato.

Trocando por miúdos, primeiro dá-se o chamado input, que é quando se retira células de um animal vivo ou de um óvulo fecundado. Depois, dá-se início à fase da proliferação, em que as células crescem em biorreactores - sendo colocadas em tanques de aço onde são alimentadas com nutrientes idênticos aos que os animais comeriam. 

A terceira fase é a diferenciação das células e a maturação das mesmas, dois processos que são induzidos com a mudança das condições de cultura. A quarta fase é aquela em que nasce a 'carne' - células diferenciadas são colhidas, preparadas e embaladas, como explica o 2022 State of Industry Report - Cultivated meat and seafood.

E, sim, “em teoria”, diz o investigador, este processo pode ser aplicado em carne de mamíferos, aves ou peixes.

Já o tempo entre a célula se transformar em carne é variável, diz-nos Miguel Mourato. “Depende muito dos processos, mas implica sempre deixar as células reproduzirem-se, formarem uma massa com uma quantidade razoável para depois ser transformada num produto”, explica.

Nutricionalmente falando: a carne de cultivo é igual?

“Não há razão para não ser idêntica, no fundo o que estamos a fazer é que as células cresçam, mas em vez de ser no animal são num biorreactor”, diz o docente da Universidade de Lisboa, destacando que “as características” da carne de cultivo “podem ser as mesmas” da carne dita natural. “O desafio é conseguir a textura e o sabor idênticos à carne, mas a composição nutricional é semelhante”, continua, destacando que, no caso da produção laboratorial, há ainda a vantagem de não haver “problemas de contaminantes”. “Aqui há uma grande vantagem”, atira.

E é isso mesmo o que se lê num estudo publicado em 2022 na revista Environmental Advances diz que “a carne produzida em laboratório é mais sustentável e segura de consumir do que a carne convencional”, apontando a legislação como um dos entraves à sua produção e consumo. 

Também a investigação O Mito da Carne Cultivada: uma revisão, publicado em 2020 na revista Frontiers in Nutrition defende o mesmo: “ao contrário da carne convencional, as células musculares cultivadas podem ser mais seguras, sem quaisquer órgãos digestivos adjacentes”. No entanto, o mesmo estudo aponta para um aspeto negativo: “com esse alto nível de multiplicação celular, é provável que haja alguma desregulação, como acontece nas células cancerígenas”, embora esta questão tenha de ser analisada com maior profundidade noutros estudos.

No entanto, e como as técnicas de produção variam e este é ainda um processo em análise e desenvolvimento - não esquecer que a primeira carne em laboratório nasceu apenas há dez anos -, nem sempre o resultado é o desejado, pelo menos à primeira. Um artigo do cientista Young-Hwa Hwang analisou as características nutricionais e o sabor carne de frango e vaca criada em laboratório e encontrou diferenças substanciais na composição de aminoácidos quando comparada com a carne ‘natural’, “destacando a necessidade de otimização da composição de meios e protocolos de diferenciação/maturação para carne cultivada”, lê-se no 2022 State of Industry Report - Cultivated meat and seafood.

Sobre este ponto, Miguel Mourato diz que é tudo uma questão de se ir testando e aprimorando o processo, defendendo que as carnes em laboratório “podem ser tornadas melhores, como estamos a manipular o produto, podemos construir com determinadas características”, incluindo nutricionais, tornando a proteína, por exemplo, mais completa a nível de micronutrientes (vitaminas e minerais).

Impacto ambiental: a grande dúvida do sucesso laboratorial

É a carne de cultivo mais amiga do ambiente do que a produção convencional de animais, seja gado ou aviário? Ora, esta é a derradeira questão e nem mesmo a ciência tem conseguido encontrar um consenso: há quem acredite que, sim, será menos impactante para o ambiente, mas não agora. Está no futuro a resposta? Sim.

Para Miguel Mourato, a carne de cultivo tem várias vantagens ambientais, sendo a possibilidade de reduzir a produção e desperdício de animais para consumo uma delas.

“A quantidade de animais mortos em todo o mundo para consumo alimentar é surreal”, diz, defendendo que, se a carne de cultivo conseguir reduzir estas mortes, isto poderá até chamar a atenção de novos consumidores: “há pessoas que são vegan por causa da questão do bem-estar animal” e, diz, “se conseguirmos substituir parcialmente” o consumo de carne de animais por esta carne de laboratório, podem ganhar-se novos ‘clientes’.

Mas o especialista destaca outras vantagens ambientais: “terá vantagens do ponto de vista ambiental por necessitar de menos área de solo” e por “não haver gases com efeito de estufa”. Mas nem tudo é tão verde quanto parece e o próprio docente destaca que o impacto no ambiente apenas será amigo quando forem usadas energias renováveis.

"A energia necessária para ‘alimentar’ os reatores que protegem as células à medida que crescem envolve ainda o uso de combustíveis fósseis”, podendo, no entanto, as energias renováveis ser uma realidade num futuro mais ou menos próximo.

E essa é também a visão apresentada por um estudo que projeta o cultivo de carne em laboratório em 2030. “A carne de cultivo tem o potencial de ter um impacto ambiental menor do que as ambiciosas produções convencionais de carne, para a maioria dos indicadores ambientais, mais claramente no que diz respeito ao uso da terra agrícola, poluição do ar e emissões relacionadas ao nitrogénio”, segundo o referido estudo.

Mas a própria técnica em si é um dos pontos negativos a nível ambiental apontados pelo estudo da Universidade da Califórnia, ainda a aguardar publicação por não ter sido revisto pelos pares, e que tem estado nas bocas do mundo. 

A investigação defende que o impacto ambiental da carne cultivada em laboratório provavelmente será maior do que a produção convencional de carne bovina, sobretudo quando a produção não é ainda massificada.

Segundo os investigadores, o facto de ser necessário usar meios de crescimento altamente refinados ou purificados para ajudar as células animais a multiplicarem-se faz com que o processo de cultivo se assemelhe ao da produção de medicamentos, uma abordagem que segundo os autores do estudo requer “mais recursos, o que aumenta o potencial de aquecimento global”. Na prática, e depois de analisarem as emissões conhecidas de CO2 do processo de purificação em laboratório, os cientistas concluíram que o potencial de aquecimento global da carne cultivada é entre quatro e possivelmente 25 vezes maior do que o da carne bovina produzida convencionalmente.

Segundo o MIT, “as emissões de gases de efeito estufa dos animais que comemos (principalmente vacas) representam quase 15% do total global, uma fração que deve aumentar nas próximas décadas”. E há contas que ajudam a perceber o impacto: “um quilo de carne bovina pode representar emissões equivalentes a 100 quilos de dióxido de carbono.

“Tem de se ir atualizando o processo com o tempo”, defende Miguel Mourato, que se mantém otimista: “é uma técnica que vai ter futuro”.

Nos Estados Unidos, por exemplo, só em junho é que duas empresas - a Upside Foods e a Good Meat - foram autorizadas a vender carne de frango criada com células animais (Getty Images)

E custos?

O primeiro hambúrguer-proveta do mundo, feito com células estaminais de vaca, custou nada mais, nada menos do que 298 mil euros - e falamos apenas de 140 gramas de ‘carne’. E agora?

“Neste momento é muito caro”, lamenta Miguel Mourato, mas apressa-se a dizer que “o custo tem estado a baixar” e a tendência é para que continue a baixar, sobretudo se os reguladores aceitarem a comercialização deste tipo de alimentos.

“Estou convencido que é uma técnica que vai ter futuro, e se for aceite pelos reguladores, o custo vai baixar, ainda está a ser feita numa escala muito pequena, mas se produzir a escala maior, pode ser mais económica e competir mesmo com a carne normal”, adianta o professor auxiliar com agregação no Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.

“Nos Estados Unidos já fazem experiências com chefs de restaurantes com estrela Michelin e mesmo assim estão a perder dinheiro. Por enquanto, não é vantajoso, o primeiro [produto] que surge é sempre mais caro, mas é uma técnica que tem futuro, mas nunca conseguimos prever o futuro, mas creio que se vai conseguir produzir a preços mais vantajosos, até porque há questão do consumo de energia”, que tende a ser menor com a implementação das renováveis.

Segundo a CE Delft, estima-se que até 2030 os custos de produção da carne cultivada possam cair para apenas 5,73 euros por quilo, mas, segundo a organização não governamental Good Food Institute Europe, “para conseguir isso, os setores público e privado precisarão investir quantias significativas em pesquisas e desenvolvimento”.

Mas o mais certo é que estes valores tão cedo não aconteçam. O estudo Quanto custará a produção em larga escala de carne cultivada?, publicado este ano na revista Journal of Agriculture and Food Research, defende que o custo de produção da carne cultivada em células “é projetado com otimismo para ser tão baixo quanto 63 dólares por quilo”, cerca de 56 euros. E quanto é que isso poderá custar ao consumidor? Cerca de 18 dólares [16 euros] por um hambúrguer de 140 gramas, o que os próprios autores dizem que “impedirá a adoção” deste tipo de alimentos por parte do consumidor.

Mas se não fosse o preço, o certo é que as pessoas até testariam a carne de laboratório, como têm dado conta alguns estudos feitos junto da população africana, da população chinesa e até portuguesa: sim, por cá também há essa curiosidade, como diz uma pesquisa feita pela Lantern, que diz que “23% dos consumidores estão abertos à compra de carne de laboratório, aumentando para 32% no caso dos veggies”.

Explosão em posto de combustível na Rússia faz mais de 30 mortos

REUTERS TV

Sicnoticias.pt   15/08/23

Explosão em posto de combustível na Rússia faz mais de 30 mortos

Há mais de 100 feridos na explosão num posto de combustível no Daguestão, república russa no Cáucaso.

Pelo menos 30 pessoas morreram e 75 ficaram feridas na segunda-feira à noite, na sequência de uma explosão num posto de combustível no Daguestão, república russa no Cáucaso.

O governador do Daguestão, Sergei Melikov, confirmou o número de vítimas e disse que três dos mortos eram crianças.

"Um total de 105 pessoas ficaram feridas como resultado do incidente no posto de combustível, das quais 30 morreram", disse hoje o Ministério para Situações de Emergência da Rússia, na plataforma de mensagens Telegram.

Um balanço inicial, feito pelo ministério esta madrugada, apontava para 12 mortos e mais de 60 feridos.

Um avião médico Il-76 foi enviado para a capital do Daguestão, Makhachkala, pelas autoridades russas para transportar os feridos graves para a capital do país, Moscovo, para tratamento, disse o ministério.

O incêndio nos arredores de Makhachkala, localizada no mar Cáspio, atingiu uma área de cerca de 600 metros quadrados, ainda segundo o Ministério para Situações de Emergência.

A mesma fonte acrescentou que 260 bombeiros combateram as chamas, que já foram extintas.

O incêndio começou numa oficina mecânica, onde se encontravam carros estacionados, e propagou-se até à bomba de gasolina, referiu a RIA Novosti, citando o ministério.

De acordo com o Ministério do Interior do Daguestão, dois dos oito tanques de combustível do posto explodiram.

"Depois da explosão, caiu tudo sobre a nossa cabeça, não conseguimos ver nada", relatou uma testemunha, cujo nome não foi mencionado, citada pelo diário russo Izvestia.

Um vídeo publicado no Telegram pela RIA Novosti mostra chamas a saírem de um prédio, seguindo-se uma gigantesca explosão, que causou uma profunda cratera.

As autoridades russas anunciaram a abertura de uma investigação criminal ao incidente.

As famílias das vítimas mortais irão receber um milhão de rublos (cerca de 9.500 euros) cada, disseram as autoridades do Daguestão, e os feridos entre 200 mil a 400 mil rublos (entre 1.900 e 3.700 euros).

A república russa no Cáucaso, vizinha da Chechénia e que faz fronteira com a Geórgia e o Azerbaijão, declarou hoje um dia de luto.

Também na segunda-feira à noite, outra explosão, numa exploração de petróleo na região de Khanty-Mansiysk, no oeste da Sibéria, causou dois mortos e feriu cinco pessoas, disseram as autoridades locais.


Leia Também: Número de mortos nos fogos do Havai sobe para 99 e pode duplicar

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Cerca de 100.000 migrantes chegaram a Itália desde o início do ano

© Lusa

POR LUSA   14/08/23 

A organização não-governamental (ONG) Mediterranea Saving Humans adiantou hoje que cerca de 100.000 migrantes chegaram a Itália este ano, números já esperados por esta plataforma que pediu também uma "política de receção séria".

"Em Itália, vamos já em 100.000 chegadas, que já prevíamos. Mas não são números incontroláveis. O verdadeiro problema é que falta uma política de receção séria", sublinhou o responsável da plataforma, Luca Casarini.

O líder desta ONG falava desde Trapani, Sicília, onde o seu navio de resgate Mare Jónio está ancorado à espera de inspeções, marcadas para 22 de agosto.

"Depois, estaremos preparados para começar de novo", apontou.

Quase 20.000 homens, mulheres e crianças morreram a tentar chegar a Itália este ano.

Os mais recentes dados do Ministério do Interior italiano, divulgados na semana passada, apontavam que quase 94.000 migrantes desembarcaram na costa italiana este ano, mais do dobro em relação aos 45.000 registados no mesmo período do ano passado.

Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), o Mediterrâneo Central -- entre o norte da África e a Itália -- é atualmente a rota migratória mais perigosa do mundo. Desde 2014, a OIM contabilizou mais de 20.000 mortes.

No final de julho, ONG que conduzem operações de busca e salvamento no Mediterrâneo relataram à Lusa que estão a enfrentar dificuldades acrescidas este ano face ao endurecimento da política anti-imigração do novo governo italiano, queixando-se de restrições no acesso humanitário.

As ONG debatem-se com as dificuldades acrescidas impostas pela legislação adotada no início do ano pelo Governo de extrema-direita liderado por Giorgia Meloni, que restringe as atividades das organizações humanitárias e já levou à detenção de vários navios de busca e salvamento.


Candidaturas abertas ao Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLISBOA

Estão a decorrer as candidaturas para a nona edição do Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLisboa - Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa, até ao dia 5 de novembro de 2023.

O Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLisboa tem como objetivo estimular a produção de obras literárias, nos domínios da prosa de ficção (romance, novela, conto e crónica) e da poesia, em língua portuguesa, por escritores que nunca tenham publicado uma obra literária e que procuram uma oportunidade de visibilidade e reconhecimento no cenário literário.

São admitidas candidaturas de concorrentes que sejam pessoas singulares, de qualquer nacionalidade, fluentes na língua portuguesa, com idade não inferior a 16 anos. No caso dos menores de 18 anos, a atribuição de prémios ficará sujeita à entrega de declaração de aceitação pelos respetivos titulares do poder paternal.

A participação na presente iniciativa deverá ser feita até às 24h00 do dia 05-11-2023, por correio eletrónico, para o endereço premioliterario@uccla.pt nos termos previstos no Regulamento.

Este prémio foi criado em 2015, conjuntamente com o Movimento (2014) 800 Anos da Língua Portuguesa. Em 2020 foram estabelecidas duas parcerias: uma com a editora Guerra e Paz, que passará a responsabilizar‐se pela edição da obra premiada e outra com a Câmara Municipal de Lisboa, no âmbito do Festival Literário de Lisboa ‐ 5L.

Constituição dos membros do júri, que integra reconhecidas personalidades do mundo literário e cultural de língua portuguesa:

Domício Proença - Brasil

Germano Almeida - Cabo Verde

Hélder Simbad - Angola

Inocência Mata - São Tomé e Príncipe

José Pires Laranjeira - Portugal

Luís Carlos Patraquim - Moçambique

Luís Costa - Timor-Leste

Tony Tcheka - Guiné-Bissau

Yao Jing Ming - Macau

Rui Lourido - Representante da UCCLA

João Pinto de Sousa - Representante do Movimento 800 Anos de Língua Portuguesa

Regulamento, Declaração de Conformidade (Anexo 1) e Regras relativas à edição da obra premiada (Anexo 2) - https://www.uccla.pt/sites/default/files/regulamento_2023-2024.pdf

Por Anabela Carvalho

Assessora de Comunicação