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Notícias ao Minuto 15/08/23
Depois de Stian Jenssen, chefe de gabinete do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, vir dizer que a Ucrânia pode ter de concordar em abrir mão de parte do seu território para a Rússia se quiser ingressar na Aliança, eis que surgem as primeiras reações de Kyiv.
"Trocar território por um guarda-chuva da NATO? É ridículo. Isso significa escolher deliberadamente a derrota da democracia, encorajar um criminoso global, preservar o regime russo, destruir o direito internacional e passar a guerra para outras gerações", disse Mykhailo Podolyak, conselheiro presidencial ucraniano, na rede social X (antigo Twitter).
Na mesma publicação, Podolyak notou ainda que "se Putin não sofrer uma derrota esmagadora, o regime político na Rússia não mudar e os criminosos de guerra não forem punidos, a guerra definitivamente retornará com o apetite da Rússia por mais".
Falando em tentativa de "preservar a ordem mundial" e estabelecer uma "paz ruim", o conselheiro do presidente Zelensky defendeu que o "triunfo" do chefe de Estado russo "não trará paz ao mundo, mas trará desonra e guerra".
"Isso aplica-se a qualquer formato de uma nova 'divisão da Europa': inclusive sob o guarda-chuva da NATO", atirou.
Desta forma, Podolyak questiona porque está a ser proposto um cenário "desejado" por Moscovo em vez de "acelerar" o fornecimento de armas a Kyiv.
"Então, por que propor o cenário de congelamento, tão desejado pela Rússia, em vez de acelerar o fornecimento de armas? Assassinos não devem ser encorajados por indulgências terríveis...", rematou.
Note-se que as declarações de Stian Jenssen foram feitas, esta terça-feira, à imprensa norueguesa. O atual chefe de gabinete do secretário-geral da NATO admitiu que a adesão da Ucrânia à Aliança pode ser facilitada se Kyiv ceder parte do seu território - uma possibilidade que, segundo Jenssen, já foi abordadas pelos Estados-membros.
"Não estou a dizer que tem de ser assim, mas essa é uma solução possível", disse, referindo que "há um movimento significativo na questão da futura adesão da Ucrânia à NATO".
O responsável disse ainda que, neste momento do conflito, "parece irreal" que a Rússia possa "tomar novos territórios". "Agora é mais uma questão de saber o que a Ucrânia consegue recuperar", afirmou.
Recorde-se que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro do ano passado. O presidente russo, Vladimir Putin, justificou o sucedido com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.
O conflito tem sido condenado pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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