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POR LUSA 15/08/23
O chefe da diplomacia norte-americana garantiu hoje que ainda é possível pôr um fim ao golpe de Estado em curso no Níger pela via diplomática, numa altura em que alguns países da África Ocidental reforçam a pressão sobre Niamey.
"Continuamos concentrados na via diplomática para obter os resultados que queremos, nomeadamente o regresso da ordem constitucional, e acredito que continua a existir uma margem para obter esse resultado pela via diplomática", declarou Antony Blinken aos jornalistas, numa conferência de imprensa em Washington.
De acordo com o secretário de Estado norte-americano, "a pressão exercida por vários países, nomeadamente por intermédio da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental], nos dirigentes militares responsáveis pela desestabilização da ordem constitucional no Níger é cada vez mais forte".
"Penso que eles devem ter isso em conta, assim como o facto de as suas ações os isolarem do resto da região e do mundo", acrescentou.
Também hoje a Rússia e o Mali defenderam uma solução exclusivamente pacífica para a crise no Níger, numa nova rejeição da eventual intervenção militar sugerida pela CEDEAO.
O apelo da Rússia e do Mali seguiu-se à decisão da CEDEAO de ativar a força de prontidão do bloco regional para uma eventual intervenção militar no Níger.
Os 15 países da organização regional asseguraram, contudo, que continuariam empenhados no diálogo com a junta militar do Níger.
Os militares que tomaram o poder no Níger avisaram que o uso da força será objeto de uma resposta "imediata e enérgica".
A junta no poder no Mali, criada na sequência de uma nova revolta do exército em 2021, insurgiu-se contra qualquer intervenção militar no Níger.
O golpe de Estado no Níger de 26 de julho foi liderado pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Nação (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente Bazoum e a suspensão da Constituição.
O Níger tornou-se o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também sofreram golpes de Estado entre 2020 e 2022.
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