quinta-feira, 27 de abril de 2023

"Rússia pode ter esperança de importar russos para áreas da Ucrânia"

© Reuters

Notícias ao Minuto  27/04/23 

O 'think thank' norte-americano Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês) reitera ainda que a ideia de "limpeza étnica" levada a cabo pela Rússia foi confirmada esta semana pela vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Malyar.

O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês) analisou, esta quinta-feira, a "campanha deliberada de despovoamento" que a Rússia parece estar a levar a cabo nas áreas ocupadas da Ucrânia.

De acordo com o 'think thank' norte-americano, tudo indica que Moscovo está também a tentar repovoar estas áreas com cidadãos russos.

"A Rússia pode ter esperança de importar russos para preencher as áreas despovoadas da Ucrânia, por forma a integrar as áreas ocupadas na Rússia, na medida social, administrativa, política e económica", escrevem os responsáveis do ISW num relatório publicado hoje.

Segundo os especialistas, esta estratégia pode "complicar as condições" para a eventual reintegração destes territórios na Ucrânia.

No relatório, o ISW reitera ainda que estas campanhas de despovoamento e repovoamento "podem ser equivalentes a um esforço de limpeza étnica deliberado e uma aparente violação da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio", adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, e em vigor desde o início de 1951.

O 'think thank' nota ainda que esta ideia da "limpeza ética foi confirmada ainda esta semana pela vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Malyar, que, na quarta-feira, referiu que Moscovo "estava a tentar mudar a composição étnica" levando a cabo uma transferência das pessoas mais pobres e que vivem em zonas remotas da Rússia para território ucraniano.

Ainda durante a sua análise, os os analistas referem que comentários feitos por alguns oficiais russos nos últimos tempos continuam a mostram uma "ansiedade generalizada sobre potenciais ações contraofensivas ucranianas".

"A retórica cada vez mais desanimada e em pânico de fugiras proeminentes sugere que o espaço de informação russo ainda não estabelecer uma linha sobre como abordar preocupações significativas e crescentes sobre o futuro", remataram.


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Bissau e Cabo Verde reafirmam vontade de reforçar cooperação na agricultura

© Nações Unidas Cabo Verde / United Nations Cabo Verde

POR LUSA  27/04/23 

Os primeiros-ministros da Guiné-Bissau e de Cabo Verde reafirmaram hoje a vontade de reforçar a cooperação bilateral em diversas áreas, com destaque para a agricultura, onde Bissau vai oferecer terrenos à Praia para a prática dessa atividade.

A vontade foi manifestada pelos dois chefes de Governo em intervenções durante a cerimónia de abertura da segunda Conferência Internacional de Parceiros de Desenvolvimento, que está a decorrer na ilha da Boa Vista.

"Pelos laços históricos que unem os povos da Guiné e de Cabo Verde, pela identidade de desafios partilhados ao longo dos anos pelos dois países irmãos, pela necessidade do reforço de cooperação Sul-Sul, quer a nível da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental], quer a nível da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], a Guiné-Bissau reconhece a necessidade do reforço de cooperação", afirmou Nuno Nabian.

O primeiro-ministro guineense, que participa no evento a convite do seu homólogo cabo-verdiano, considerou que, em "áreas como turismo, agricultura, economia digital, transportes marítimos, transição energética e transportes aéreos", a Guiné-Bissau "terá muito a ganhar nesta relação de partilha de experiências".

Relativamente ao projeto no setor agrícola, Ulisses Correia e Silva reafirmou o "interesse e compromisso" do seu país para que seja "uma grande referência" na cooperação Sul-Sul, e disse que a ideia é Cabo Verde aproveitar aquilo que a Guiné tem e que o seu país não tem, que são terrenos férteis, chuvas e água.

"Nós estamos a desenvolver algo muito interessante, com a participação do BAD [Banco Africano de Desenvolvimento], relativamente à produção de cereais, e fazer com que, a partir dessa produção, possamos ter a economia dos dois países a funcionar", disse o primeiro-ministro cabo-verdiano, que está "expectante" para concretizar esse "grande projeto".

Relativamente à cooperação nas outras áreas, o primeiro-ministro cabo-verdiano prometeu fazer com que possa acontecer e "ser o mais fortificado possível".

Na semana passada, a secretária de Estado das Comunidades da Guiné-Bissau, Salomé Allouche, manifestou, na Praia, a disponibilidade do seu país em oferecer terrenos a Cabo Verde para a prática da agricultura.

"É uma possibilidade muito boa, temos terrenos para isso, estamos abertos para isso", admitiu a governante, em conferência de imprensa, no primeiro de dois dias de visita a Cabo Verde e após um encontro de trabalho com o ministro das Comunidades cabo-verdiano, Jorge Santos.

A secretária de Estado disse que, ao chegar a Bissau, a primeira coisa que iria fazer seria falar com o ministro da Agricultura para mostrar o interesse de Cabo Verde em querer criar essa parceria na agricultura.

"E nós estamos abertos a empresários de Cabo Verde poderem ir trabalhar nas terras como querem, porque, uma vez que nós temos terras e empresários aqui talvez não tenham terra suficiente para trabalharem, nós estamos disponíveis", insistiu.

"Porque, na verdade, nós somos irmãos e porque não ajudar com o espaço, se nós não podemos fazer, os nossos irmãos têm condições de fazer e nós estamos disponíveis para dar terra para eles cultivarem e trabalharmos em conjunto", completou Salomé Allouche.

O ministro das Comunidades cabo-verdiano disse que a cooperação na agricultura já está a ser discutida entre os dois governos e é um processo que vai envolver a CEDEAO e o BAD, no âmbito do "Corredor Rodoviário Dacar-Abidjan".

Neste sentido, Jorge Santos entendeu que implica o desenvolvimento de empresas de transformação agroalimentar, mas também de transportes, dando conta que já existem iniciativas nesse sentido.

A Guiné-Bissau acolhe uma grande comunidade cabo-verdiana e a comunidade guineense continua a representar a maior comunidade estrangeira residente em Cabo Verde (33,7%), de acordo com os dados preliminares do primeiro inquérito sobre população estrangeira e imigrante em Cabo Verde, publicados em dezembro, que estima a existência de cerca de 11 mil imigrantes ou estrangeiros no país.

Em 24 de março, o parlamento de Cabo Verde aprovou a adesão ao tratado que em 2017 criou o "Corredor Rodoviário Dacar-Abidjan", projeto multimodal de 3.164 quilómetros, após a garantia da incorporação da componente marítima "Praia-Dacar", de 500 quilómetros.

O tratado com vista à implementação deste projeto foi adotado em junho de 2017, em Monróvia, por sete Estados-membros CEDEAO, casos da Costa do Marfim, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Serra Leoa e Senegal.


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Hoje, vai decorrer a entrega dos materiais para campanha eleitoral, nas diferentes Sedes do Círculo/28.

Por  Movimento Flor de Esperança de C/28   Bxo:27. 04.2023


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Quénia detém religioso suspeito da morte de dezenas de crentes

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POR LUSA  27/04/23 

Um influente líder religioso foi detido no Quénia por ser suspeito de várias mortes que ocorreram na sua quinta, que alberga também um centro religioso, anunciaram as autoridades quenianas.

O diretor do Centro de Oração e Igreja Nova Vida, Ezequiel Odero, foi detido na cidade costeira de Malindi por suspeita de "mortes ocorridas na sua propriedade", disse Rhoda Onyancha, a porta-voz da polícia regional, acrescentando também que "foram tomadas medidas e o centro de oração foi encerrado".

Odero foi detido vestido de branco e com uma Bíblia na mão, tendo sido levado para a sede da polícia regional, em Mombaça, para ser interrogado.

As autoridades não estão a estabelecer qualquer ligação com a detenção de Paul Mackenzie Nthenge, o líder da seita que defendia o jejum extremo como forma de aproximação a Deus, e cujos 98 seguidores foram encontrados mortos na floresta de Shakahola, perto de Malindi, desde a semana passada.

A maioria dos corpos exumados é de crianças e a polícia receia que o número de mortos possa aumentar ainda mais.

Pelo menos 22 pessoas foram detidas no âmbito deste caso e o Governo prometeu uma repressão mais rigorosa dos cultos que surgiram no país predominantemente cristão.

No entanto, os esforços para controlar os cultos falharam no passado, sobretudo em nome da liberdade religiosa num país onde existem mais de 4.000 igrejas no Quénia, um país com cerca de 50 milhões de habitantes.


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Gtape entrega a CNE cadernos e ficheiros eleitorais dos dados definitivos de 893 mil e 618 eleitores já recenseados.



Radio Voz Do Povo 

O Ministério da Saúde recebe apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros em materiais médicos.

 Radio Voz Do Povo


GTAPE divulga resultados definitivos do recenseamento eleitoral, cujos cadernos e ficheiros são entregues a Comissão Nacional das Eleições_ CNE.

 Radio Voz Do Povo 

FUMIO KISHIDA: Japão quer 30% de mulheres em cargos executivos em grandes empresas até 2030

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Notícias ao Minuto  27/04/23 

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, pediu hoje ao seu Governo que implemente um plano de trabalho para aumentar em pelo menos 30% a presença de mulheres em cargos executivos de grandes empresas até 2030.

"Queremos que a proporção de mulheres entre os executivos seja de 30% ou mais até 2030 nas principais empresas cotadas na bolsa de valores de Tóquio", disse Fumio Kishida durante uma reunião sobre igualdade de género.

De acordo com um estudo realizado por uma entidade governamental, as mulheres representavam 11,4% dos executivos das principais empresas cotadas na bolsa japonesa em 2022.

"Garantir a diversidade estimulará a inovação e a economia", argumentou Kishida.

O Japão apresenta uma forte desigualdade de género, especialmente na política e em cargos de liderança corporativa. A diferença salarial entre homens e mulheres também é muito significativa.

As mulheres japonesas têm acesso a níveis de educação muito altos e estão bem representadas na população ativa, mas o país ainda está mal classificado no Relatório Global de Diferença de Género do Fórum Económico Mundial. Em 2022, o Japão ficou em 116.º lugar entre 146 países.


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Brasil quer estar em África "onde Portugal estiver"

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POR LUSA  27/04/23 

O ministro da Defesa brasileiro afirmou hoje que "o Brasil voltou para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)" e "estará onde Portugal estiver", nomeadamente na área da cooperação na Defesa em África.

"O Brasil voltou" também para a CPLP, disse hoje José Múcio Monteiro, numa entrevista à Lusa em Lisboa, onde ficará até sexta-feira, depois de ter integrado a comitiva do Presidente Lula da Silva na sua visita oficial a Portugal.

Sublinhando que "faz anos" que o país estava fora "das conversas, das preocupações, na procura de soluções comuns" para aquela organização e os seus Estados-membros, lembrou que serão abertas algumas embaixadas abertas durante os primeiros governos de Lula da Silva.

"No mês que vem o Presidente vai ao Congo e nós vamos começar a abrir essas embaixadas" e voltar a conversar "com os nossos amigos, irmãos africanos", adiantou.

"A nossa participação na CPLP é fundamental e absoluta, para darmos assistência técnica, assistência militar, para ajudarmos a educar, a desenvolver o campo tecnológico. O Brasil tem todo o interesse e compromisso em fazer o que já fez", disse.

Segundo o ministro, o Brasil prevê ações de formação "na área militar, na área da agricultura e outras coisas" em África, como já fazia há alguns anos.

Mas o ministro brasileiro voltar à África também significa fazer parcerias e vender o que o Brasil produz.

Na área da Defesa, o Brasil tem parcerias em formação e o ministro disse ter já conversado com a sua homóloga portuguesa sobre as parcerias de assistência militar, para países da CPLP (que junta além do Brasil e Portugal, países como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).

Porque, neste setor da Defesa, "nós vamos estar onde Portugal estiver", prometeu.

Por último, o ministro também não escondeu a ambição de aumentar a parcela do orçamento para a Defesa, numa subida gradual num país em que boa parte da população tem problemas financeiros.


China envia navios da Marinha para retirar os seus cidadãos do Sudão

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POR LUSA  27/04/23 

O Exército chinês enviou navios da Marinha para retirar cidadãos chineses do Sudão, face aos combates que se desenrolam há 11 dias entre o exército e os paramilitares, anunciou hoje o Ministério da Defesa da China.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do ministério Tan Kefei explicou que a China procura proteger a vida e os bens dos seus cidadãos no país africano, onde as "condições de segurança continuaram a deteriorar-se" nos últimos dias.

Tan não especificou quantos navios vão ser enviados para o Sudão. A China começou esta semana a retirar grupos de cidadãos para os países vizinhos.

Segundo dados difundidos pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, mais de mil cidadãos chineses viviam no Sudão, na altura em que os combates começaram.

A China tem uma forte presença económica no Sudão, apesar da contínua turbulência política no país islâmico, desde que se dividiu em dois, em 2011, após a formação do Sudão do Sul, ao fim de décadas de guerra civil.

Mais de 130 empresas chinesas investem e operam no Sudão, que também abriga uma grande força de trabalho chinesa. A China é também o maior parceiro comercial do Sudão, com um volume de comércio total de 2,6 mil milhões de dólares (2,35 mil milhões de euros), em 2021.

As empresas chinesas no Sudão estão envolvidas na construção de infraestruturas, tendo uma participação de mercado de mais de 50% em contratos de obras.

De acordo com o Ministério do Comércio da China, foram assinados 40 novos contratos por empresas chinesas no Sudão em 2020.

Na última semana, vários países, como Estados Unidos, Japão, Espanha e Coreia do Sul, anunciaram o envio de aeronaves para Djibuti - um pequeno país a cerca de 1.700 quilómetros de Cartum e onde tanto os EUA como a China têm bases -, para coordenar a retirada.

A Índia também enviou um navio da Marinha, na segunda-feira, para transferir parte dos seus cidadãos no Sudão para um local seguro.

Questionado sobre a situação, um porta-voz da diplomacia chinesa, pediu, na semana passada, um cessar-fogo e a retoma do diálogo.

"A China espera que todas as partes no Sudão fortaleçam o diálogo e promovam em conjunto o processo de transição política", apontou.

Segundo o Sindicato dos Médicos do Sudão, pelo menos 512 pessoas foram mortas no país e mais de 4.000 ficaram feridas desde o início das hostilidades. A mesma fonte disse que o número pode ser muito maior devido à impossibilidade de acesso das equipas médicas às áreas onde os combates são mais intensos.

O país africano foi governado, antes do início dos combates, por uma junta liderada pelo general Abdelfata al Burhan, cujo "número dois" era o líder do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), Mohamed Hamdan Dagalo.

Os desacordos entre os dois sobre a integração das RFS num futuro exército unificado - um acordo anterior à formação de um novo governo de unidade liderado por civis - acabaram por degenerar neste conflito, que começou no dia 15 de abril.


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RELATÓRIO: Mudanças climáticas agravaram seca extrema no Corno de África

© Lusa

POR LUSA  27/04/23 

As mudanças climáticas, provocadas pela ação humana, não só tornaram muito mais provável como agravaram a atual seca extrema que afeta o Corno de África, concluiu uma equipa internacional de cientistas do clima.

"As mudanças climáticas causadas por atividades humanas tornaram a seca agrícola no Corno da África cerca de 100 vezes mais provável" do que antes, refere-se num relatório divulgado na quarta-feira pelo World Weather Attribution.

Esta rede global de cientistas perocura determinar rapidamente se certos eventos climáticos extremos foram influenciados pelas mudanças climáticas.

"As mudanças climáticas causaram a baixa precipitação na região", disse à agência de notícias Associated Press (AP) Joyce Kimutai, principal meteorologista do Departamento de Meteorologia do Quénia. "As mudanças climáticas tornaram a seca de nível excecional," acrescentou.

Kimutai foi uma de 19 cientistas de sete países que avaliaram como as mudanças climáticas afetaram as chuvas no Corno de África, levando à pior seca em 40 anos.

Os cientistas analisaram dados climáticos históricos, incluindo mudanças nos dois principais padrões de chuva na região, juntamente com simulações de modelos de computador que datam de 1800.

A conclusão foi que a longa temporada de chuvas, de março a maio, está a ficar mais seca e a curta temporada de chuvas, normalmente de outubro a dezembro, a ficar mais húmida, devido às mudanças climáticas.

Friederike Otto, especialista do Imperial College London, no Reino Unido e líder do estudo, disse à AP que o relatório sublinha como os efeitos das mudanças climáticas "dependem fortemente de quão vulneráveis" é a população local.

Os cientistas reconheceram que fracas estações chuvosas no passado, elevadas temperaturas, conflitos, a fragilidade dos estados e a pobreza são também responsáveis pelos "impactos devastadores" da atual seca no Corno de África.

As Nações Unidas disseram que mais de 20 milhões de pessoas no Quénia, Etiópia, Somália, Uganda e Sudão do Sul foram afetadas pela seca, com mais de 2,2 milhões de deslocados na Somália e na Etiópia e graves riscos para centenas de milhares de grávidas ou lactantes.

Rod Beadle, chefe de assistência e assuntos humanitários da organização não-governamental Food for the Hungry, disse à AP que quase 15 milhões de crianças estão expostas à desnutrição aguda.

"Apesar das recentes chuvas no norte do Quénia, a pressão das anteriores temporadas perdidas cria uma situação terrível. A inundação afetou o gado e muitos pastores perderam os seus principais meios de subsistência", sublinhou.

"As condições de seca resultaram em solos severamente compactados, que não conseguem absorver a água; portanto, as inundações são mais severas. O país também está a enfrentar graves surtos de cólera e outras doenças à medida que mais refugiados chegam", disse Beadle.


UNICEF: 90% das mulheres jovens de países pobres sem acesso à Internet

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POR LUSA  27/04/23 

Cerca de 90% das adolescentes e das mulheres jovens de países mais pobres não acedem à Internet, indicou um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, na sigla em inglês).

Esta percentagem é mais elevada quando comparada com a dos rapazes e dos homens da mesma idade, referiu o documento do Fundo, que salienta o papel da educação nestas desigualdades, depois de analisar dados de utilização de inquéritos realizados em 54 países, principalmente de baixos rendimentos e alguns de rendimentos médios.

"Nos países de baixo rendimento, 90% das adolescentes e mulheres jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos (cerca de 65 milhões de pessoas) não estão 'online', em comparação com 78% dos adolescentes e homens jovens da mesma idade (quase 57 milhões) que não utilizam a Internet", de acordo com o estudo, divulgado na quarta-feira.

Em 2020, a UNICEF e a União Internacional das Telecomunicações estimaram que apenas 37% dos jovens entre os 15 e os 24 anos em todo o mundo tinham acesso à Internet em casa.

Mas esta estimativa "esconde disparidades de género impressionantes no acesso ao hardware [equipamento], na utilização da Internet e nas competências digitais dentro de casa", salientou a a agência da ONU.

"Diminuir o fosso digital entre raparigas e rapazes não é apenas proporcionar acesso à Internet e à tecnologia", disse o diretor de educação da UNICEF, Robert Jenkins, num comunicado.

"Trata-se de capacitar as raparigas para se tornarem inovadoras, criadoras e líderes", sublinhou.

O relatório indicou que, embora as raparigas tenham geralmente melhores competências básicas de leitura, tal não se traduz na esfera digital.

Nestes países, "as raparigas adolescentes e as mulheres jovens são esquecidas e deixadas de fora do quadro da literacia digital", lamentou a UNICEF, destacando a importância do ambiente familiar e da educação nesta situação.

"Se quisermos combater a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, especialmente nas áreas da ciência, da tecnologia, da engenharia e da matemática, temos de começar agora por ajudar os jovens, especialmente as raparigas, a adquirirem competências digitais", afirmou Jenkins.

O relatório apontou também para uma grande lacuna no acesso aos telemóveis. Em 41 dos países inquiridos, as raparigas e as mulheres com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos estão "em grande desvantagem", com uma probabilidade média de 13% de possuírem um telemóvel, "limitando o acesso ao mundo digital", que é tão vital na economia do século XXI.


O Partido Africano para Paz e Estabilidade Social_PAPES empossa Diretoria Nacional da Campanha para as legislativas de 04 de Junho próximo.

 Radio Voz Do Povo

QUÉNIA: Mulher queniana comeu fígado da filha após esfaqueá-la até à morte... Os vizinhos testemunharam o terrível ataque através de uma janela.

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Notícias ao Minuto   26/04/23 

O tribunal queniano em Kajiado ordenou a permanência sob custódia durante mais 10 dias de Olivia Naserian, uma mulher de 24 anos acusada de esfaquear sua filha de dois anos até a morte antes de comer o seu fígado, no domingo.

Os vizinhos que testemunharam o terrível ataque através de uma janela dizem que viram a mãe a esfaquear a filha - Glory Njeri - várias vezes enquanto cantava músicas de embalar e recitava o alfabeto, segundo noticia o Daily Mail. De seguida, a mulher começou a comer o órgão da menina.

Nesse momento, os moradores do bairro residencial em Kitengela's Milimani Estate rapidamente alertaram as autoridades, que posteriormente chegou à residência da suspeita e a deteve.

Alguns deles tentaram arrombar a porta sem sucesso, e um deles conseguiu mesmo o desenrolar do terrível ataque. 

"A mulher comeu o fígado da filha enquanto observávamos. Também removeu outros órgãos internos do corpo, como intestinos e coração", contou um vizinho ao The Standard, um jornal diário do Quénia 

Naserian compareceu num tribunal de Kajiado esta quarta-feira, onde foi ordenada a permanência em prisão, enquanto a polícia continua a investigação do assassinato. Espera-se que Naserian volte a comparecer a tribunal a 8 de maio.

Os restos mortais da menina foram transferidos para o necrotério do hospital principal de Kitengela.


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"III Guerra Mundial está próxima". Wagner pede inscrição de novos membros

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Notícias ao Minuto   26/04/23 

O líder do grupo de mercenários tem vindo a alerta para a falta de munições para combater no leste da Ucrânia.

O líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, apelou, na terça-feira, à inscrição de novos combatentes no grupo paramilitar e alegou que a "Terceira Guerra Mundial está próxima".

"Inscrevam-se no Grupo Wagner. Ontem eles eram tipos comuns, mas hoje estão na defesa do nosso país, na defesa da justiça", afirmou o russa na plataforma Telegram, através do seu serviço de comunicação. "A Terceira Guerra Mundial está próxima".

O pedido de Prigozhin foi feito um dia antes de criticar bloqueios no envio de munições para as suas forças, que estão envolvidas na ofensiva russa em Bakhmut, leste da Ucrânia. Segundo o próprio, uma contraofensiva ucraniana "é inevitável". 

"As fileiras da Wagner estão a minguar, entre mortos, feridos e os que terminaram o contrato", afirmou, numa mensagem de áudio publicada no Telegram.

Sobre a contraofensiva ucraniana "inevitável", Prigozhin referiu que "a 2 de maio vão cair as últimas chuvas" e que "faltará uma semana para que o vento seque a terra, e depois o Exército ucraniano está preparado para começar".

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 14 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.


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quarta-feira, 26 de abril de 2023

Hoje, decorreu na região de Gábu a cerimónia de Lançamento da primeira pedra para a reabilitação das vias Urbanas de Gábu.

  Ministério Das Obras Publicas, Habitação e Urbanismo    MOPHU/26.04.2023 (quarta-feira) 

Descrição: 10km de Estrada 

Empresa: Areski 

Financiamento: Auto- financiamento " PPP- Parceria Público-Privado.

Participação feminina insuficiente na política guineense alerta Liga dos Direitos Humanos

Por: RTB/RTPÁfrica   Abril 26, 2023

Não se pode falar de democracia e desenvolvimento sem garantir a participação das mulheres na política e nos lugares de decisão, afirmou o vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos durante uma entrevista à RTP. Ele alertou para a reduzida presença de mulheres em lugares elegíveis nas listas apresentadas pelos partidos.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos revelou que há pouca participação feminina em posições elegíveis nas listas de candidaturas provisórias dos três principais partidos políticos depositadas no Supremo Tribunal de Justiça.

“O PAIGC tem apenas três mulheres nas primeiras posições, que chamamos cabeças de lista. O MADEM G-15 também tem três mulheres; o PRS não tem nenhuma mulher como cabeça de lista, o que significa que teremos um parlamento com uma representação feminina muito insignificante nas próximas eleições legislativas, marcadas para 4 de junho, em comparação com o que tínhamos após as últimas eleições.”

Em 2018, a Assembleia Nacional Popular aprovou a Lei da Paridade, que estabelece uma quota para as mulheres na esfera de tomada de decisão, com uma representação mínima de 36% na lista para os cargos eletivos.

O ativista dos direitos humanos enfatizou a urgência de rever a lei da paridade e concretizar os princípios que consagram a participação política das mulheres guineenses.

“Os partidos políticos devem adequar as suas ações às exigências da lei. Não só a lei escrita, mas também a própria Constituição da República, que consagra o princípio da igualdade entre homens e mulheres. Este princípio de igualdade já deve ser posto em prática. Já é hora de deixar de ser apenas formal e tornar-se material, o que significa que devemos levar em consideração homens e mulheres na constituição das listas eleitorais.”

As organizações e a sociedade civil têm defendido, recentemente, a adoção de uma agenda comum para garantir os direitos políticos das mulheres.

Este Idoso Paquistanês, de 82 anos de idade, é a pessoa mais parecida com o Companheiro do Profeta Muhammad, Abubakr Suiddiq R.T.A segundo vários meios de comunicação Saudita, e segundo vários Álimos da Arábia Saudita incluindo membros da família Real.

Fonte: Gazeta Árabe    26/04/23

Um vídeo de Abdul Qadir Bakhsh descalço e frágil, com um longo pano de musselina sobre o seu turbante, a vaguear pela Mesquita do Profeta em Madinah, tornou-se viral recentemente, levando Turki Al-Sheikh, Conselheiro do Príncipe Herdeiro Muhammad bin Salman, a tweetar perguntando como podia se encontrar com este idoso Paquistanês.

O vídeo que conta com mais de 1 milhão de visualizações, foi analisado com historiadores Islâmicos na Arábia Saudita e fora dela, e concluiu-se que este idoso é a pessoa mais parecida com o Companheiro do Profeta Muhammad e primeiro Khalifa do Isslam, Abubakr Suiddiq, que Allah esteja Satisfeito com ele.


Bakhsh economizou dinheiro por 15 anos para fazer a peregrinação, e a primeira vez que viu seu vídeo viral foi durante sua entrevista para o Arab News na sua cabana no domingo.

Ele disse: “Sinto que todas as minhas preocupações desapareceram. Meu coração está contente. Não estou nem com falta de sustento, estou feliz. Meu desejo de visitar o santuário do profeta, e Makkah, foi atendido.”

Usuários árabes de mídia social ficaram comovidos com sua aparência, com alguns comparando sua simplicidade e humildade com personalidades islâmicas famosas, como o Abubakr Suiddiq. 

Bakhsh de 82, é pastor de gado, e deseja realizar o Hajj, o seu maior sonho.


O Embaixador Raynor visitou a área de trabalho do Halo Trust no Suru Setor de Prabis e assistiu à Demolição de munições obsoletas desde a Luta da independência como parte dos esforços contínuos dos Estados Unidos para promover a paz, estabilidade e prosperidade para as comunidades locais na Guiné-Bissau.

O projeto de destruição de munições foi financiado pelo povo americano e implementado pelo Halo Trust em parceria com o governo da Guiné-Bissau.

 Representação da Embaixada dos Estados Unidos em Bissau 

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Como parte de sua viagem à Guiné-Bissau, o Embaixador Mike inaugurou um novo laboratório de língua inglesa financiado pelos Estados Unidos para as Forças Armadas da Guiné-Bissau. 


Durante a cerimônia ele enfatizou: “no complexo cenário de segurança que hoje vivemos, é mais importante do que nunca que nossas forças de segurança continuem a desenvolver competências e que encontremos novas maneiras de colaborar para enfrentar desafios comuns. 

Nossa crescente parceria de defesa está enraizada em valores comuns, e estou animado que este laboratório ajudará nossos soldados a trabalharem juntos mais de perto e nos ajudará a encontrar novas áreas para colaborar”. 

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 Representação da Embaixada dos Estados Unidos em Bissau 

Kyiv lança 'cluster' de tecnologia para aumentar poder militar

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POR LUSA   26/04/23 

O Governo ucraniano lançou hoje uma nova iniciativa destinada a agilizar e promover a inovação no desenvolvimento de 'drones' (aeronaves não-tripuladas) e outras tecnologias que têm sido essenciais na guerra com a Rússia.

Como parte da iniciativa, batizada como BRAVE1, o Governo espera reunir empresas estatais, militares e do setor privado que trabalham em equipamento de defesa num 'cluster' tecnológico que possa dar à Ucrânia uma vantagem no campo de batalha.

"Tendo em consideração o inimigo que está mesmo ao nosso lado e a sua escala, precisamos decididamente de desenvolver a tecnologia militar para podermos defender-nos", declarou o ministro da Transformação Digital ucraniano, Mykhailo Fedorov.

Antes do anúncio oficial de hoje, Fedorov disse à agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) que o Governo destinou mais de 100 milhões de hryvnias (cerca de 2,45 milhões de euros) para financiar projetos que tenham potencial para ajudar a Ucrânia a vencer o conflito que já dura há mais de 14 meses.

"Há agora no campo de batalha muitas pessoas da nova geração que sabem trabalhar com tecnologias e precisam delas", sublinhou.

O nome do 'cluster' tecnológico de defesa refere-se à bravura demonstrada pela Ucrânia desde a sua invasão pela Rússia, em fevereiro do ano passado, explicou o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, durante a apresentação do projeto.

Reznikov vincou que a Ucrânia está a esforçar-se por se tornar independente em matéria de poder militar e que a BRAVE1 pode ser um passo em frente nesse sentido.

Na semana passada, Reznikov reuniu-se na Alemanha com líderes da área da Defesa de todo o mundo para coordenar mais ajuda militar à Ucrânia.

"Não devemos estar dependentes da boa vontade dos nossos parceiros, temos de investir recursos na nossa independência para podermos defender-nos sozinhos", insistiu.

A apresentação do projeto do 'cluster' de tecnologia de defesa decorreu num parque de estacionamento subterrâneo incluiu a apresentação de algumas tecnologias ucranianas já em utilização no campo de batalha, tais como veículos terrestres não-tripulados, sistemas robóticos para identificar minas terrestres e sistemas aéreos não-tripulados.

Tanto Kyiv como Moscovo utilizam com frequência aeronaves não-tripuladas para reconhecimento e em ataques.

A Rússia usa sobretudo os 'drones' explosivos iranianos de longo alcance Shahed-136 para bombardear centrais elétricas ucranianas e causar pânico aos civis.

O Governo da Ucrânia lançou, no ano passado, uma campanha pública de angariação de fundos pedindo aos doadores estrangeiros para o ajudarem a construir "um exército de 'drones'".

Oleksandr Kviatkovskyi, elemento da administração da organização de inovação militar robótica e digital sem fins lucrativos Aerorozvidka, vê a BRAVE1 como uma plataforma que os militares podem usar para comunicar as suas necessidades de material de combate eletrónico e fornecer apoio estratégico à indústria de tecnologia militar.

No entanto, Kviatkovskyi não tem a certeza de que essa plataforma possa dar um impulso significativo ao desenvolvimento de tecnologias de batalha.

"Mesmo que dê, será mínimo -- poucas coisas podem ser mais eficazes que o impacto criado pelos tanques perto de Kyiv", observou, referindo-se a como as forças ucranianas impediram as tropas russas de irromperem pela capital nas primeiras semanas da guerra.

Fevzi Ametov, soldado ucraniano da Crimeia e cofundador da Drone.ua, uma companhia especializada em 'drones', indicou que as empresas e seus engenheiros já estão a ter em conta opiniões de militares no fabrico dos seus produtos.

"Qualquer ataque sem 'drones', agora, é como entrar às cegas num campo minado, sem saber o que nos espera ao virar da esquina", comentou, acrescentando: "As tecnologias ajudam a salvar vidas".

Por agora, a Ucrânia e a Rússia estão quase ao mesmo nível na sua capacidade de utilizar 'drones', mas, para enfrentar um inimigo com mais tropas e equipamento, a Ucrânia tem de esforçar-se por alcançar a superioridade eletrónica, segundo o ministro da Transformação Digital ucraniano.

"Sem ela, independentemente de quanto entusiasmo tenhamos para defender o nosso país, simplesmente não conseguimos fazê-lo", prosseguiu Mykhailo Fedorov.

"É por isso que é importante construir instituições, para que possamos transformar a energia de todos os voluntários, empresas e cidadãos ativos em grandes projetos concretos que continuarão a funcionar durante décadas", sublinhou.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 427.º dia, 8.574 civis mortos e 14.441 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


Guiné-Bissau é 1.º país fora da Europa a ratificar convenção de Aarhus

© Lusa

POR LUSA  26/04/23 

O ministro do Ambiente guineense, Viriato Cassamá, disse hoje que o país é o primeiro fora do continente europeu a ratificar a convenção de Aarhus, que dá direito à população a decidir sobre o meio ambiente.

Em conferência de imprensa, Cassamá reagia ao anúncio das Nações Unidas, que confirmaram a legalidade da documentação que o país depositou, no passado dia 04 de abril, para ratificar a convenção, em vigor desde 2021, enquanto 47.º Estado parte.

No global, notou o ministro que também tutela a Biodiversidade, a convenção de Aarhus permite a participação da população na tomada de decisões sobre o ambiente e ter acesso à justiça quando se sentir lesada nos seus direitos.

Questionado pela Lusa sobre se, com esta convenção, alguma comunidade guineense poderá recorrer à justiça para exigir, por exemplo, a paragem de um exercício no seu meio ambiente, o ministro respondeu que desde que os textos forem transpostos para o ordenamento jurídico nacional "é possível".

O governante assinalou que caso a justiça guineense não atue ou se a população não se sentir atendida, poderá recorrer, à luz da convenção ratificada pelo país, para instâncias internacionais.

Viriato Cassamá reconheceu que, presentemente, o ordenamento jurídico guineense "não trata bem os crimes ambientais".

"Temos tido uma pouca participação pública nas tomadas de decisões. É preciso fazer uma consulta pública em tudo quanto é infraestrutura, em tudo quanto são obras de grande envergadura", notou Cassamá.

O ministro notou que a Guiné-Bissau passará, com a convenção de Aahrus, a fazer parte de países onde vigora "a democracia ambiental", e em que a população ajuda os governantes a tomarem decisões sustentáveis.

"Uma comunidade não pode sentir que o seu ambiente está a ser agredido e não fazer nada", observou Viriato Cassamá, dando exemplo de cortes de florestas nas comunidades rurais.



Sudão: UA adverte contra "guerra civil" com interferência estrangeira

© Reuters

POR LUSA  26/04/23 

O comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da União Africana (UA), Bankole Adeoye, advertiu hoje que a eclosão de uma "guerra civil total" com interferência estrangeira no Sudão não beneficiará ninguém.

"Uma guerra civil total com interferência estrangeira no Sudão não será do interesse do Sudão, da região do Corno de África ou do continente como um todo", disse Adeoye numa conferência de imprensa 'online' em Adis Abeba, capital da Etiópia e sede da UA.

"Como UA, não toleraremos uma guerra por procuração em nenhuma região da África Oriental", sublinhou o diplomata nigeriano sobre um eventual apoio das potências internacionais às duas partes que mergulharam o Sudão no conflito que eclodiu em 15 de abril entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).

Adeoye insistiu "fortemente contra a internacionalização deste conflito" e condenou "qualquer interferência de outros atores".

O comissário admitiu que será uma "tarefa hercúlea garantir que o cessar-fogo seja mantido de forma permanente e que os instrumentos humanitários sejam também eficazes".

"Queremos reafirmar e apelar às partes para que respeitem a vontade política internacional para que o cessar-fogo se mantenha", sublinhou, frisando que a UA, em colaboração com os seus parceiros internacionais, procura "garantir que [as partes] vejam a necessidade de silenciar as armas imediatamente".

O responsável para os Assuntos Políticos, da Paz e da Segurança da Comissão da UA sublinhou a necessidade de "proteger os civis sudaneses".

"O bom povo do Sudão quer paz e estabilidade. O bom povo do Sudão tem vindo a clamar pela democracia há anos", afirmou.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou na terça-feira para o facto de o conflito poder desestabilizar toda a região e desencadear uma crise grave que se prolongará por vários anos.

Pelo menos 512 pessoas foram mortas e 4.193 ficaram feridas nos 11 dias de combates no Sudão entre o exército e o poderoso grupo paramilitar RSF, informou hoje o Ministério da Saúde sudanês.

Apesar de uma trégua de 72 horas mediada pelos Estados Unidos da América ter entrado em vigor na segunda-feira de manhã, combates de baixa intensidade continuaram.

Os combates entre as forças armadas, comandadas pelo líder de facto do país desde o golpe de Estado de outubro de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, chefiadas pelo general Mohamed Hamdane Daglo, conhecido como "Hemedti", seguiram-se a semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição.

Ambas as forças estiveram por trás do golpe conjunto que derrubou o executivo de transição do Sudão em outubro de 2021.


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