quinta-feira, 7 de março de 2019
Guiné-Bissau/Eleições: Líder do PAIGC pede unidade nacional contra discursos étnicos
O líder do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau (PAIGC) apelou hoje à unidade nacional contra o discurso étnico fomentado por outras formações, a três dias das eleições legislativas.
"Um partido diz que é de um sítio, outro é de outro sítio ou de outra religião. Mas no PAIGC cabe tudo, somos de todos. E a Guiné-Bissau é de todos, de todas as etnias, clãs ou religiões", afirmou Domingos Simões Pereira numa reunião numa tabanca no interior do país, em Madina Gambiel.
Rodeado das autoridades locais, Domingos Simões Pereira mostrou-se confiante numa vitória eleitoral "clara", que "não tenha dúvida nenhuma", no próximo domingo, numa aposta na maioria absoluta.
"Os outros partidos estão a correr, mas sabem quem vai ganhar", disse o líder do PAIGC, que foi afastado de primeiro-ministro há três anos pelo atual Presidente da República, criando uma crise política que só terá clarificação com as eleições de domingo.
À Lusa, Domingos Simões Pereira recordou que tem insistido durante a campanha no discurso nacional contra os "argumentos divisionistas", como a religião ou as etnias.
A Guiné-Bissau conta contra dezenas de etnias e convivem em quase todos os lugares muçulmanos, evangélicos, católicos e animistas.
"O PAIGC tem a responsabilidade de desanuviar esse ambiente. Estamos a falar de partidos que estão interessados em fragmentar a sociedade guineense e tem de haver alguém responsável, consciente dos riscos que isso aporta", justificou o líder do PAIGC.
O objetivo é "chamar a atenção para o problema e colocar o sentimento nacional acima de tudo", explicou Domingos Simões Pereira.
"O povo guineense é um povo muito tolerante, é um povo de inclusão que sempre aceitou o outro como é", disse recordando que muitas das crises políticas recentes foram associadas a discursos divisionistas na sociedade.
"Já deveríamos ter aprendido com esse erros e por isso é que insistimos em campanha para os riscos desses discursos", acrescentou.
DN.PT
"Um partido diz que é de um sítio, outro é de outro sítio ou de outra religião. Mas no PAIGC cabe tudo, somos de todos. E a Guiné-Bissau é de todos, de todas as etnias, clãs ou religiões", afirmou Domingos Simões Pereira numa reunião numa tabanca no interior do país, em Madina Gambiel.
Rodeado das autoridades locais, Domingos Simões Pereira mostrou-se confiante numa vitória eleitoral "clara", que "não tenha dúvida nenhuma", no próximo domingo, numa aposta na maioria absoluta.
"Os outros partidos estão a correr, mas sabem quem vai ganhar", disse o líder do PAIGC, que foi afastado de primeiro-ministro há três anos pelo atual Presidente da República, criando uma crise política que só terá clarificação com as eleições de domingo.
À Lusa, Domingos Simões Pereira recordou que tem insistido durante a campanha no discurso nacional contra os "argumentos divisionistas", como a religião ou as etnias.
A Guiné-Bissau conta contra dezenas de etnias e convivem em quase todos os lugares muçulmanos, evangélicos, católicos e animistas.
"O PAIGC tem a responsabilidade de desanuviar esse ambiente. Estamos a falar de partidos que estão interessados em fragmentar a sociedade guineense e tem de haver alguém responsável, consciente dos riscos que isso aporta", justificou o líder do PAIGC.
O objetivo é "chamar a atenção para o problema e colocar o sentimento nacional acima de tudo", explicou Domingos Simões Pereira.
"O povo guineense é um povo muito tolerante, é um povo de inclusão que sempre aceitou o outro como é", disse recordando que muitas das crises políticas recentes foram associadas a discursos divisionistas na sociedade.
"Já deveríamos ter aprendido com esse erros e por isso é que insistimos em campanha para os riscos desses discursos", acrescentou.
DN.PT
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quinta-feira, março 07, 2019
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“Bó tchikinim pa n’ri, si ka sim n’na tchora!
Por: Jorge Herbert
Ouvi atentamente o discurso da Nazaré Pina a apelar o voto no PAIGC! É caso para dizer, “Bó tchikinim pa n’ri, si ka sim n’na tchora!
É a confirmação daquilo de que venho alertando. DSP é a esperança de uma Diáspora falhada e sofrida, desejosa do regresso à pátria, nunca como classe trabalhadora, mas sim como uma pseudoelite que viverá à custa de subsídios, resgates e esquemas de subsistência...
Não posso deixar de realçar dois dos denominadores comuns dessa Diáspora apoiantes do PAIGC. Primeiro é o apelo ter sido feito num português com requintado sotaque “abacalhoado”, de adormecer os “pretos” e segundo, o discurso repetitivo de o atual líder do PAIGC ser o único inteligente e capaz naquela terra, pese embora até hoje não ter feito nada que justifique esse título, que considero ofensivo a todos os quadros guineenses muito capazes que continuam a laborar e a produzir nas suas áreas, lá dentro do país...
Não sei se é verdade ou não, mas reza a história que o malogrado Kumba Yalá uma vez disse à sua esposa que ela não era a primeira-dama. Que a primeira-dama era a esposa de Luís Cabral, a segunda-dama a esposa de Nino Vieira e a sua esposa seria a terceira-dama.
Com todo o respeito, de acordo com essa lógica, onde se situa a Sra. Nazaré Pina na história oficial da Guiné-Bissau, para se sentir com relevância para emitir um apelo de voto aos guineenses!? N’punta nam. N’pensa punta mati també na ess eleiçom!
Ouvi atentamente o discurso da Nazaré Pina a apelar o voto no PAIGC! É caso para dizer, “Bó tchikinim pa n’ri, si ka sim n’na tchora!
É a confirmação daquilo de que venho alertando. DSP é a esperança de uma Diáspora falhada e sofrida, desejosa do regresso à pátria, nunca como classe trabalhadora, mas sim como uma pseudoelite que viverá à custa de subsídios, resgates e esquemas de subsistência...
Não posso deixar de realçar dois dos denominadores comuns dessa Diáspora apoiantes do PAIGC. Primeiro é o apelo ter sido feito num português com requintado sotaque “abacalhoado”, de adormecer os “pretos” e segundo, o discurso repetitivo de o atual líder do PAIGC ser o único inteligente e capaz naquela terra, pese embora até hoje não ter feito nada que justifique esse título, que considero ofensivo a todos os quadros guineenses muito capazes que continuam a laborar e a produzir nas suas áreas, lá dentro do país...
Não sei se é verdade ou não, mas reza a história que o malogrado Kumba Yalá uma vez disse à sua esposa que ela não era a primeira-dama. Que a primeira-dama era a esposa de Luís Cabral, a segunda-dama a esposa de Nino Vieira e a sua esposa seria a terceira-dama.
Com todo o respeito, de acordo com essa lógica, onde se situa a Sra. Nazaré Pina na história oficial da Guiné-Bissau, para se sentir com relevância para emitir um apelo de voto aos guineenses!? N’punta nam. N’pensa punta mati també na ess eleiçom!
Guiné-Bissau - Embaixadora em França fala no "pior" recenseamento de sempre
A embaixadora da Guiné-Bissau em França, Filomena Mascarenhas Tipote, afirmou hoje à Lusa que as dificuldades no recenseamento para as eleições legislativas de domingo tornaram o processo no "pior" jamais visto no país, posição partilhada pela comunidade guineense.
"Eu acho que na história do multipartidarismo do país [desde 1994], este foi o pior recenseamento jamais visto. Em todos os sentidos, não só na diáspora, mas também dentro da própria Guiné-Bissau", afirmou Filomena Mascarenhas Tipote, apontando que não falhou apenas a organização do processo de recenseamento, mas também a forma como foi coordenado a partir de Bissau.
Para a embaixadora em Paris, o sinal que mais óbvio de que algo não correu bem prende-se com o total de guineenses recenseados em França, que passou dos mais de 4.000 guineenses nas últimas eleições, para apenas 800 nomes nas listas oficiais para a votação de domingo.
"Normalmente, aquilo que está consagrado na lei, quando se fala da diáspora, a quem cabe organizar e decidir onde as pessoas se devem recensear, é a embaixada, mas desta vez não foi o caso. Então, isso trouxe todo o problema. Foi um recenseamento seletivo com a intenção de recensear certas pessoas e deixar outras", disse ainda a diplomata.
Junto da comunidade, a impressão é a mesma. "Não sei como foi feita essa campanha para o recenseamento. Deu polémicas, porque me desloquei duas vezes à embaixada, mas nunca me consegui recensear. Deu-me a impressão que há uma má vontade em fazer as coisas", afirmou Nú Barreto. Artista plástico guineense, instalado há vários anos em Paris, Nú Barreto não vai conseguir votar no próximo domingo.
A falta de `kits` de recenseamento biométrico, na Guiné-Bissau e nas representações diplomáticas, foi uma das dificuldades deste processo, que obrigou ao adiamento das eleições, inicialmente previstas para 18 de novembro.
Também o cantor Sidónio Pais, conhecido como Sidó, igualmente radicado em França e que conseguiu recensear-se, explicou à Lusa que a comunidade guineense foi chamada a mediar problemas entre a administração central e a embaixada. "Houve um desentendimento entre quem veio da Guiné e a embaixada e a comunidade interveio no problema, fazendo mediação", explicou o músico, esperando ainda que "tudo se passe na calma".
Rui Quaresma, guineense residente em França e que dirige uma associação de ajuda às crianças da ilha de Jeta, assegurou, por seu turno, que se podiam ter recenseado mais guineenses: "Houve muitos problemas, mas não me vou pronunciar sobre isso. Podia-se ter recenseado mais gente. Há muitas pessoas com nacionalidade senegalesa que são guineenses de origem e essas pessoas também têm direito ao voto".
A embaixadora Filomena Mascarenhas Tipote explicou que os esforços financeiros em França para garantir o processo de recenseamento, a formação dos representantes das mesas de voto e o estabelecimento das mesmas tem sido, até agora, arcado na íntegra pela Embaixada. A diplomata espera que a representação em França seja ressarcida o mais breve possível.
Com as eleições legislativas já no domingo e após vários anos de instabilidade política, a comunidade da Guiné Bissau em França diz-se cansada do impasse em que o país tem vivido.
"Espero que o povo faça uma boa escolha porque estamos fartos da situação de impasse. [O país] Precisa de paz e estabilidade, assim é mais simples governar e nos próximos tempo é ver também a situação da educação e da saúde", disse Rui Quaresma.
Nú Barreto diz identificar não só no povo do seu país, mas também na comunidade que residente em França, uma clara vontade de mudança. "A vontade de mudança é flagrante, porque desde há quatro anos é uma sucessão de inconstâncias e incompetências e isso, por mais que o povo seja cego, chega a uma determinada altura que se apercebem da realidade", afirmou.
Ao mesmo tempo, a frustração junto da comunidade guineense com a situação política no país de origem tem-se agravado. "Já não suportamos ver o nosso país assim, sobretudo nós, na diáspora, que temos investido tanto para que as coisas melhorem. É mesmo essa a definição do emigrante, vir aqui para fora, trabalhar e criar melhores condições para os seus mais próximos e, consequentemente, também para todo o país. Mas o país não avança", desabafou Sidó.
Em França, haverá quatro mesas de voto para os guineenses recenseados, casos de Paris, Lille, Mantes-la-Jolie e Évry.
No domingo, concorrem nas eleições legislativas 21 partidos políticos, um ato eleitoral que tenta pôr fim a uma crise política que dura desde 2015, depois de o Presidente, José Mário Vaz, e o líder do PAIGC se terem incompatibilizado.
Fonte: RTP.PT
"Eu acho que na história do multipartidarismo do país [desde 1994], este foi o pior recenseamento jamais visto. Em todos os sentidos, não só na diáspora, mas também dentro da própria Guiné-Bissau", afirmou Filomena Mascarenhas Tipote, apontando que não falhou apenas a organização do processo de recenseamento, mas também a forma como foi coordenado a partir de Bissau.
Para a embaixadora em Paris, o sinal que mais óbvio de que algo não correu bem prende-se com o total de guineenses recenseados em França, que passou dos mais de 4.000 guineenses nas últimas eleições, para apenas 800 nomes nas listas oficiais para a votação de domingo.
"Normalmente, aquilo que está consagrado na lei, quando se fala da diáspora, a quem cabe organizar e decidir onde as pessoas se devem recensear, é a embaixada, mas desta vez não foi o caso. Então, isso trouxe todo o problema. Foi um recenseamento seletivo com a intenção de recensear certas pessoas e deixar outras", disse ainda a diplomata.
Junto da comunidade, a impressão é a mesma. "Não sei como foi feita essa campanha para o recenseamento. Deu polémicas, porque me desloquei duas vezes à embaixada, mas nunca me consegui recensear. Deu-me a impressão que há uma má vontade em fazer as coisas", afirmou Nú Barreto. Artista plástico guineense, instalado há vários anos em Paris, Nú Barreto não vai conseguir votar no próximo domingo.
A falta de `kits` de recenseamento biométrico, na Guiné-Bissau e nas representações diplomáticas, foi uma das dificuldades deste processo, que obrigou ao adiamento das eleições, inicialmente previstas para 18 de novembro.
Também o cantor Sidónio Pais, conhecido como Sidó, igualmente radicado em França e que conseguiu recensear-se, explicou à Lusa que a comunidade guineense foi chamada a mediar problemas entre a administração central e a embaixada. "Houve um desentendimento entre quem veio da Guiné e a embaixada e a comunidade interveio no problema, fazendo mediação", explicou o músico, esperando ainda que "tudo se passe na calma".
Rui Quaresma, guineense residente em França e que dirige uma associação de ajuda às crianças da ilha de Jeta, assegurou, por seu turno, que se podiam ter recenseado mais guineenses: "Houve muitos problemas, mas não me vou pronunciar sobre isso. Podia-se ter recenseado mais gente. Há muitas pessoas com nacionalidade senegalesa que são guineenses de origem e essas pessoas também têm direito ao voto".
A embaixadora Filomena Mascarenhas Tipote explicou que os esforços financeiros em França para garantir o processo de recenseamento, a formação dos representantes das mesas de voto e o estabelecimento das mesmas tem sido, até agora, arcado na íntegra pela Embaixada. A diplomata espera que a representação em França seja ressarcida o mais breve possível.
Com as eleições legislativas já no domingo e após vários anos de instabilidade política, a comunidade da Guiné Bissau em França diz-se cansada do impasse em que o país tem vivido.
"Espero que o povo faça uma boa escolha porque estamos fartos da situação de impasse. [O país] Precisa de paz e estabilidade, assim é mais simples governar e nos próximos tempo é ver também a situação da educação e da saúde", disse Rui Quaresma.
Nú Barreto diz identificar não só no povo do seu país, mas também na comunidade que residente em França, uma clara vontade de mudança. "A vontade de mudança é flagrante, porque desde há quatro anos é uma sucessão de inconstâncias e incompetências e isso, por mais que o povo seja cego, chega a uma determinada altura que se apercebem da realidade", afirmou.
Ao mesmo tempo, a frustração junto da comunidade guineense com a situação política no país de origem tem-se agravado. "Já não suportamos ver o nosso país assim, sobretudo nós, na diáspora, que temos investido tanto para que as coisas melhorem. É mesmo essa a definição do emigrante, vir aqui para fora, trabalhar e criar melhores condições para os seus mais próximos e, consequentemente, também para todo o país. Mas o país não avança", desabafou Sidó.
Em França, haverá quatro mesas de voto para os guineenses recenseados, casos de Paris, Lille, Mantes-la-Jolie e Évry.
No domingo, concorrem nas eleições legislativas 21 partidos políticos, um ato eleitoral que tenta pôr fim a uma crise política que dura desde 2015, depois de o Presidente, José Mário Vaz, e o líder do PAIGC se terem incompatibilizado.
Fonte: RTP.PT
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quinta-feira, março 07, 2019
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LOGÍSTICA GARANTIDA: CNE garante que já estão reunidas todas as condições logísticas para realizar eleições no domingo
A Comissão Nacional de Eleições acaba de anunciar que estão criadas todas as condições logísticas para a realização das eleições legislativas, no próximo domingo, apesar de ainda faltar dinheiro para cobrir algumas despesas. Uma fonte da CNE garante que da parte da Comissão Nacional de Eleições tudo está pronto para o próximo domingo.
“Temos tudo sob controle, só falta pagar algumas dívidas porque ainda não temos na nossa posse a totalidade da verba financeira. Mas o assunto está a tratado e será resolvido”.
radiojovem.info
“Temos tudo sob controle, só falta pagar algumas dívidas porque ainda não temos na nossa posse a totalidade da verba financeira. Mas o assunto está a tratado e será resolvido”.
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quinta-feira, março 07, 2019
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ÚLTIMA HORA: CNE não tem 100% de meios financeiros e logísticos garantidos para assegurar o ato de votação no domingo. À saída hoje de uma audiência com o Presidente da República, José Mário Vaz, o presidente da CNE, José Pedro Sambú comentou a polémica em volta das deliberações da comissão nacional de eleições.
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quinta-feira, março 07, 2019
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Militares e paramilitares da zona leste, votam hoje em antecipação as legislativas 2019
Comissões Regionais de Eleições de Bafatá e Gabú, CREs, através dos Comandos Operacionais da Zona Militar Leste, Comissariado Provincial da Policia de Ordem Pública e Guarda Nacional, iniciou hoje em Bafatá e Gabú, dia 7 de março, a votação antecipada do pessoal da classe castrense nas suas respetivas regiões.
Total de 338 é o número previsto de militares e paramilitares da zona leste que devem votar hoje, através de duas assembleias de voto instaladas na sede regional da Comissão Regional de Eleições em Bafatá e uma em Gabú, com o objetivo de poder garantir a segurança das suas localidades durante o processo de votação marcada para o dia 10 de março.
ONU na Guiné-Bissau
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quinta-feira, março 07, 2019
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Guiné-Bissau/Eleições: Líder do PAIGC acusa Presidente de comprometer a democracia
O líder do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau (PAIGC) acusou hoje o Presidente guineense de estar a forçar a sua presença na campanha eleitoral e a "comprometer o exercício democrático".
Falando à Lusa à margem de um comício em Pitche, no interior do país, perto da fronteira com o Senegal, Domingos Simões Pereira disse que o Presidente, José Mário Vaz, está a tentar condicionar o voto em favor de um dos partidos que concorrem às eleições de domingo, 10 de março.
“Quando o Presidente da República força a sua presença numa eleição que é legislativa está a comprometer o exercício democrático”, disse Domingos Simões Pereira, a dois dias de terminar a campanha no país, que tenta pôr fim a uma crise política de três anos.
A campanha tem corrido perfeitamente bem como é tradição na Guiné-Bissau”, mas “infelizmente há muita distração, muita interferência completamente desnecessária”, dando como exemplo as ações do Presidente durante estes dias.
José Mário Vaz “promove visitas, vai acompanhado de ministros sempre do mesmo partido, distribui arroz, distribui cadeiras de rodas e agora temos a informação de uma reunião com autoridades locais a apelar ao voto num determinado partido”, disse Domingos Simões Pereira, sem nunca referir o nome do Partido da Renovação Social, a segundo maior formação política do país.
O PAIGC estabelece agora como prioridade a vitória com maioria absoluta, de modo a impedir as interferências do Presidente, como sucedeu em 2015, abrindo caminho a uma série de governos de iniciativa presidencial e à intervenção da comunidade internacional, que impôs estas eleições.
“Há três anos, quando eu fui demitido e criou-se uma situação de potencial crise e conflito interno, eu fiz uma opção e convidei a população guineense a aceitar essa decisão. Tínhamos que aceitar que era um jogo político e que tínhamos de usar os meios democráticos”, recordou Domingos Simões Pereira.
E por isso, na história do país, “pela primeira vez a demissão de um governo nessas condições não levou a conflito nenhum. Nós fomos capazes de enfrentar essa batalha e fazer essa luta utilizando meios exclusivamente democráticos”, acrescentou.
Instantes antes do comício, que chegou a estar agendado para as 14:00 locais e só começou depois das 22:00, o ‘speaker’ leu o currículo do líder do PAIGC e disse várias vezes que “desde Amílcar Cabral, o Domingos é o primeiro guineense que Portugal respeita”.
Acusado várias vezes de ser apoiado pela comunidade internacional, Domingos Simões Pereira considerou que essas acusações acabam por beneficiá-lo.
No passado da Guiné-Bissau, “a retórica defensiva tem sido recorrentemente usada ara instrumentalizar a opinião publica no sentido da defesa da soberania e dos valores nacionais, mas hoje os valores nacionais que eu reclamo coincidem os valores universais e o (cidadão) guineense vê-se numa situação de conforto porque não precisa de confrontar a comunidade internacional para poder apoiar quem lhe apresenta um programa credível”, afirmou.
No domingo, 21 partidos políticos concorrem em eleições legislativas que tentam pôr fim a uma crise política que dura desde 2015, depois de o Presidente e o líder do PAIGC se terem incompatibilizado.
interlusofona.info
Falando à Lusa à margem de um comício em Pitche, no interior do país, perto da fronteira com o Senegal, Domingos Simões Pereira disse que o Presidente, José Mário Vaz, está a tentar condicionar o voto em favor de um dos partidos que concorrem às eleições de domingo, 10 de março.
“Quando o Presidente da República força a sua presença numa eleição que é legislativa está a comprometer o exercício democrático”, disse Domingos Simões Pereira, a dois dias de terminar a campanha no país, que tenta pôr fim a uma crise política de três anos.
A campanha tem corrido perfeitamente bem como é tradição na Guiné-Bissau”, mas “infelizmente há muita distração, muita interferência completamente desnecessária”, dando como exemplo as ações do Presidente durante estes dias.
José Mário Vaz “promove visitas, vai acompanhado de ministros sempre do mesmo partido, distribui arroz, distribui cadeiras de rodas e agora temos a informação de uma reunião com autoridades locais a apelar ao voto num determinado partido”, disse Domingos Simões Pereira, sem nunca referir o nome do Partido da Renovação Social, a segundo maior formação política do país.
O PAIGC estabelece agora como prioridade a vitória com maioria absoluta, de modo a impedir as interferências do Presidente, como sucedeu em 2015, abrindo caminho a uma série de governos de iniciativa presidencial e à intervenção da comunidade internacional, que impôs estas eleições.
“Há três anos, quando eu fui demitido e criou-se uma situação de potencial crise e conflito interno, eu fiz uma opção e convidei a população guineense a aceitar essa decisão. Tínhamos que aceitar que era um jogo político e que tínhamos de usar os meios democráticos”, recordou Domingos Simões Pereira.
E por isso, na história do país, “pela primeira vez a demissão de um governo nessas condições não levou a conflito nenhum. Nós fomos capazes de enfrentar essa batalha e fazer essa luta utilizando meios exclusivamente democráticos”, acrescentou.
Instantes antes do comício, que chegou a estar agendado para as 14:00 locais e só começou depois das 22:00, o ‘speaker’ leu o currículo do líder do PAIGC e disse várias vezes que “desde Amílcar Cabral, o Domingos é o primeiro guineense que Portugal respeita”.
Acusado várias vezes de ser apoiado pela comunidade internacional, Domingos Simões Pereira considerou que essas acusações acabam por beneficiá-lo.
No passado da Guiné-Bissau, “a retórica defensiva tem sido recorrentemente usada ara instrumentalizar a opinião publica no sentido da defesa da soberania e dos valores nacionais, mas hoje os valores nacionais que eu reclamo coincidem os valores universais e o (cidadão) guineense vê-se numa situação de conforto porque não precisa de confrontar a comunidade internacional para poder apoiar quem lhe apresenta um programa credível”, afirmou.
No domingo, 21 partidos políticos concorrem em eleições legislativas que tentam pôr fim a uma crise política que dura desde 2015, depois de o Presidente e o líder do PAIGC se terem incompatibilizado.
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quinta-feira, março 07, 2019
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Eleições na Guiné-Bissau. Líder do PRS visita sede do PAIGC e do Madem-G15 em Farim
PRS disputa as legislativas de domingo com o PAIGC. Jovens mostram-se confiantes na vitória no PRS, partido que consideram ser "bom para os guineenses" por se "preocupar com as pessoas do campo".
O líder do Partido da Renovação Social (PRS), Alberto Nambeia (na fotografia), visitou esta quarta-feira as sedes de campanhas do Madem e do PAIGC
PAULO CUNHA/LUSA
O líder do Partido da Renovação Social (PRS), Alberto Nambeia, visitou esta quarta-feira, em Farim, norte da Guiné-Bissau, as sedes de campanhas do Madem e do PAIGC, partido com quem vai disputar as eleições legislativas de domingo.
Acompanhado de dezenas de jovens, vestidos com camisolas do PRS e pelos candidatos a deputado em Farim, Alberto Nambeia entrou antes na sede do Movimento de Alternância Democrática (Madem) e de seguida na do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), para depois se dirigir ao local onde presidiu a um comício.
“Independentemente de quem ganhar, somos todos guineenses e este país pertence-nos a todos”, disse à Lusa o líder do PRS, antes de dar abertura a ação de campanha em Farim, terra natal de Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC.
Ao comício de Alberto Nambeia assistiram sobretudo jovens que se mostravam confiantes na vitória no partido, que todos consideram ser “bom para os guineenses”, por se “preocupar com as pessoas do campo”.
Se o PRS ganhar, Mariama Seidi quer que o parido fundado por Kumba Ialá “faça coisas”, nomeadamente construa escolas, hospitais e que faça com que Farim deixe de ter energia elétrica só das 19h00 às 20h00, como tem acontecido desde “há muitos anos a esta parte”.
Bubacar Sonco, jovem com 19 anos que vai estrear-se no ato de votar, pede emprego para a juventude e ainda espera que Alberto Nambeia “faça paz na Guiné-Bissau”. Nambeia é apresentado nos cartazes do seu partido como homem de paz.
A conversa com os jovens entusiastas na vitória do PRS decorria ao lado da sede do partido, junto ao cais do porto de Farim que aguarda por um financiamento de cerca de 18 milhões de dólares para ter uma ponte a ligar as duas margens do rio, separadas por cinco minutos de uma travessia que é assegurada por uma barcaça ou por canoas com motor fora de borda.
É essa ponte que um grupo de adolescentes, Mariama Turé, 14 anos, Seni Sano, 17 e Fatu Sadjo, de 15, clamam pela construção “para tirar Farim do isolamento”. As três jovens não têm idade para votar — a lei guineense só o permite a partir dos 18 — mas confiam na vitória eleitoral do PRS.
Todas são habitantes do popular bairro de Morcunda, que fica no centro de Farim, mas esta quarta-feira decidiram descer até a zona do porto para ver o PRS em ação. Além das três adolescentes, a sede do partido estava literalmente inundada de bicicletas, motos e carros novos com cartazes e bandeiras do PRS.
Braima Baldé, 38 anos, não recebeu nenhum meio de transporte do partido e nem tem a certeza sobre o vencedor das eleições de domingo, mas espera que o próximo governo “cumpra com o que prometeu” ao povo, que disse, “sempre fez a sua parte”. De boné dos renovadores na cabeça e olhar determinado, Baldé diz que desconfia das promessas de campanha que têm sido feitas por todos os partidos que chegam a Farim para comícios por estes dias.
Militante convicto na vitória no domingo, Lamine Candé, 43 anos, disse seguir as pisadas do pai de quem “tomou o lugar” após este ter falecido. “Gosto do PRS. O meu pai foi do PRS, morreu há cinco anos eu tomei o lugar dele no partido”, afirmou Candé que tem a esperança de ver um dia Farim com hospital, banco, escolas, ponte sobre o rio e eletricidade, frisou.
Siren Banora, que não sabe a idade, foi contratada para cozinhar pelos militantes do partido de Alberto Nambeia. Ela é de Farim, mas fez questão de salientar não ser militante do PRS, mas quer que o próximo governo construa a ponte, que espera ver de pé antes de morrer, e que as estradas da vila sejam alcatroadas “como no tempo do tuga” (na era colonial). Banora e outras mulheres cozinham, em panelas gigantes, a céu aberto, debaixo de uns mangueiros mesmo ao lado de muro de vedação do Clube Recreativo e Desportivo de Farim.
Jovens militantes comem em pratos de plástico. Bebem vinho de palma (seiva da palmeira), dançam ao som da música que sai das caixas do som na sede do partido de Alberto Nambeia que fica ali ao lado. Um jovem animador apelava os militantes para que se dirigissem para o local do comício, um descampado, a escassos 10 metros da sede do partido.
Sem dar cavaco aos apelos do animador, um outro grupo de mulheres militantes cozinha diante das instalações da antiga central elétrica, com muito fumo a sair debaixo das enormes panelas aquecidas a lenha.
Já o comício decorria, com Nambeia a informar aos habitantes de Farim e arredores o que o PRS vai fazer se for governo, rapazes jogam a bola bem ao lado das duas cozinhas improvisadas e algumas mulheres, que não tinham nada que ver com a festa partidária, tentavam atravessar, na velha barcaça, o outro lado do rio, transportando muita hortaliça.
“Nós vamos vender tomates em Bissau, é daqui que tiramos o nosso sustento, não queremos saber da política para nada”, enfatizava Djuma Mandjan, numa conversa com a Lusa.
observador.pt
O líder do Partido da Renovação Social (PRS), Alberto Nambeia (na fotografia), visitou esta quarta-feira as sedes de campanhas do Madem e do PAIGC
PAULO CUNHA/LUSA
O líder do Partido da Renovação Social (PRS), Alberto Nambeia, visitou esta quarta-feira, em Farim, norte da Guiné-Bissau, as sedes de campanhas do Madem e do PAIGC, partido com quem vai disputar as eleições legislativas de domingo.
Acompanhado de dezenas de jovens, vestidos com camisolas do PRS e pelos candidatos a deputado em Farim, Alberto Nambeia entrou antes na sede do Movimento de Alternância Democrática (Madem) e de seguida na do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), para depois se dirigir ao local onde presidiu a um comício.
“Independentemente de quem ganhar, somos todos guineenses e este país pertence-nos a todos”, disse à Lusa o líder do PRS, antes de dar abertura a ação de campanha em Farim, terra natal de Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC.
Ao comício de Alberto Nambeia assistiram sobretudo jovens que se mostravam confiantes na vitória no partido, que todos consideram ser “bom para os guineenses”, por se “preocupar com as pessoas do campo”.
Se o PRS ganhar, Mariama Seidi quer que o parido fundado por Kumba Ialá “faça coisas”, nomeadamente construa escolas, hospitais e que faça com que Farim deixe de ter energia elétrica só das 19h00 às 20h00, como tem acontecido desde “há muitos anos a esta parte”.
Bubacar Sonco, jovem com 19 anos que vai estrear-se no ato de votar, pede emprego para a juventude e ainda espera que Alberto Nambeia “faça paz na Guiné-Bissau”. Nambeia é apresentado nos cartazes do seu partido como homem de paz.
A conversa com os jovens entusiastas na vitória do PRS decorria ao lado da sede do partido, junto ao cais do porto de Farim que aguarda por um financiamento de cerca de 18 milhões de dólares para ter uma ponte a ligar as duas margens do rio, separadas por cinco minutos de uma travessia que é assegurada por uma barcaça ou por canoas com motor fora de borda.
É essa ponte que um grupo de adolescentes, Mariama Turé, 14 anos, Seni Sano, 17 e Fatu Sadjo, de 15, clamam pela construção “para tirar Farim do isolamento”. As três jovens não têm idade para votar — a lei guineense só o permite a partir dos 18 — mas confiam na vitória eleitoral do PRS.
Todas são habitantes do popular bairro de Morcunda, que fica no centro de Farim, mas esta quarta-feira decidiram descer até a zona do porto para ver o PRS em ação. Além das três adolescentes, a sede do partido estava literalmente inundada de bicicletas, motos e carros novos com cartazes e bandeiras do PRS.
Braima Baldé, 38 anos, não recebeu nenhum meio de transporte do partido e nem tem a certeza sobre o vencedor das eleições de domingo, mas espera que o próximo governo “cumpra com o que prometeu” ao povo, que disse, “sempre fez a sua parte”. De boné dos renovadores na cabeça e olhar determinado, Baldé diz que desconfia das promessas de campanha que têm sido feitas por todos os partidos que chegam a Farim para comícios por estes dias.
Militante convicto na vitória no domingo, Lamine Candé, 43 anos, disse seguir as pisadas do pai de quem “tomou o lugar” após este ter falecido. “Gosto do PRS. O meu pai foi do PRS, morreu há cinco anos eu tomei o lugar dele no partido”, afirmou Candé que tem a esperança de ver um dia Farim com hospital, banco, escolas, ponte sobre o rio e eletricidade, frisou.
Siren Banora, que não sabe a idade, foi contratada para cozinhar pelos militantes do partido de Alberto Nambeia. Ela é de Farim, mas fez questão de salientar não ser militante do PRS, mas quer que o próximo governo construa a ponte, que espera ver de pé antes de morrer, e que as estradas da vila sejam alcatroadas “como no tempo do tuga” (na era colonial). Banora e outras mulheres cozinham, em panelas gigantes, a céu aberto, debaixo de uns mangueiros mesmo ao lado de muro de vedação do Clube Recreativo e Desportivo de Farim.
Jovens militantes comem em pratos de plástico. Bebem vinho de palma (seiva da palmeira), dançam ao som da música que sai das caixas do som na sede do partido de Alberto Nambeia que fica ali ao lado. Um jovem animador apelava os militantes para que se dirigissem para o local do comício, um descampado, a escassos 10 metros da sede do partido.
Sem dar cavaco aos apelos do animador, um outro grupo de mulheres militantes cozinha diante das instalações da antiga central elétrica, com muito fumo a sair debaixo das enormes panelas aquecidas a lenha.
Já o comício decorria, com Nambeia a informar aos habitantes de Farim e arredores o que o PRS vai fazer se for governo, rapazes jogam a bola bem ao lado das duas cozinhas improvisadas e algumas mulheres, que não tinham nada que ver com a festa partidária, tentavam atravessar, na velha barcaça, o outro lado do rio, transportando muita hortaliça.
“Nós vamos vender tomates em Bissau, é daqui que tiramos o nosso sustento, não queremos saber da política para nada”, enfatizava Djuma Mandjan, numa conversa com a Lusa.
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quinta-feira, março 07, 2019
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ELEIÇÕES: CPLP enviou 18 observadores eleitorais
A Missão de Observação Eleitoral da CPLP às Eleições Legislativas na Guiné-Bissau, agendadas para o próximo domingo, está no terreno!
A Missão é chefiada pelo embaixador brasileiro, Luíz Eduardo Villarinho Pedroso - embaixador do Brasil em Adis Abeba e Representante Permanente brasileiro junto da União Africana.
"Constituída, à data, por dezoito observadores designados pelos Estados-Membros da CPLP, funcionários do Secretariado Executivo e, igualmente, observadores nomeados pela Assembleia Parlamentar da CPLP", informa a fonte oficial da organização lusófona.
Braima Darame
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quinta-feira, março 07, 2019
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