O Presidente da Guiné-Bissau anunciou hoje que vai demitir o Governo por não ter conseguido aprovar no Parlamento o seu plano de ação e o Orçamento Geral do Estado (OGE), disseram fontes partidárias.
O chefe de Estado, José Mário Vaz, está a auscultar os partidos com assento Parlamentar e, nas audiências que já teve com o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e com Partido da Renovação Social (PRS), comunicou a sua decisão de demitir o executivo de Baciro Djá.
O Presidente "comunicou-nos que finalmente vai demitir este Governo", indicou aos jornalistas Carlos Correia, antigo primeiro-ministro e vice-presidente do PAIGC, sem, contudo, avançar o dia em que José Mário Vaz tomará a decisão.
"Esperamos que seja urgente, que seja imediato, mas não perguntámos ao Presidente quando é que vai demitir", disse ainda o veterano político de 84 anos.
Uma outra fonte do PAIGC precisou que José Mário Vaz justifica-se com o facto de o executivo não ter conseguido aprovar o seu plano de ação e o Orçamento de Estado para 2016 no Parlamento como manda a Constituição.
Divergências entre o PAIGC e o PRS levaram a que o parlamento esteja bloqueado ao ponto de ser a comunidade internacional a propor como saída para a crise a formação de um governo inclusivo que garante estabilidade até ao final da legislatura (2018).
Certório Biote, líder da bancada parlamentar do PRS, indicou igualmente aos jornalistas que o seu partido foi informado pelo chefe do Estado sobre a intenção de demitir o Governo, mas não obteve mais detalhes.
"Em princípio, o Presidente está a diligenciar sobre a nomeação de um novo primeiro-ministro", afirmou Biote, sublinhando que o PRS "aconselhou o Presidente da República" sobre a necessidade de nomear um primeiro-ministro que possa aprovar no Parlamento o seu plano de ação e o Orçamento Geral do Estado.
O líder guineense recebeu também hoje outros três partidos com assento parlamentar (Partido da Convergência Democrática, União para Mudança e Partido da Nova Democracia) e até final do dia deverá ainda convocar o Conselho de Estado.
MB // PJA
Lusa/Fim
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