quarta-feira, 7 de outubro de 2020
#Day 2
Hoje o palco teve presença dos falantes do português mas não se ouviu sons lusófonos por regras administrativas. O português não faz parte das línguas permitidas, mas Portugal e Brasil receberam elogios pela forma como têm acolhido os refugiados da síria e Venezuela respectivamente. A Angola preocupou se em garantir que está a criar condições para não produzir mais refugiados até porque minutos antes a Namíbia tinha mencionado que os refugiados que acolhe eram na sua maioria Angolanos.
Recebi no hotel, ao final da tarde, a visita do mandatário do Embaixador da Guiné-Bissau na Bélgica, residente na Suíça há mais de três décadas.
Tomei nota de todos os problemas expostos e comprometi levar à consideração da Senhora Ministra.
Mantenhas 🇬🇼 di tchom di chocolate 🇨🇭
Fonte: Dara Fonseca Ramos
GUINÉ-BISSAU - Ministério de Interior acusado de fazer “terrorismo de Estado”
Ministério do Interior da Guiné-Bissau
Braima Darame DW.COM 06.10.2020
A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) acusa o Ministério do Interior da Guiné-Bissau de promover o “terrorismo do Estado” supostamente por mandar raptar, espancar e prender dois ativistas políticos do MADEM-G15.
Para a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), o Ministério do Interior da Guiné-Bissau promove "terrorismo do Estado” e viola os princípios fundamentais de um Estado de direito e democrático ao mandar agentes de segurança raptar, espancar e prender dois ativistas políticos, pertencentes ao partido no poder, o MADEM-G15.
De acordo com as denuncias da organização, Carlos Sambú e Queba Sané estiveram detidos nas instalações prisionais do Ministério do Interior em Bissau, sem acesso a advogados, sem direito a cuidados médicos e nem podiam receber visitas, segundo confirmou à DW África o presidente da Liga, Augusto Mário da Silva.
Entretanto, os dois jovens foram restituídos a liberdade na tarde desta terça-feira (06.10), sem nenhuma explicação, de acordo com a ONG.
DW África: O que terá acontecido com os dois ativistas políticos do MADEM-G15, Carlos Sambú e Queba Sané?
Augusto Mário da Silva
Augusto Mário da Silva (AS): Os dois jovens pertencentes ao Movimento para Alternância Democrática da Guiné Bissau (MADEM-G15), foram raptados ontem (05.10) à noite, por volta da 22 horas e lavados para lugar incerto e posteriormente conduzidos o Ministério do Interior, concretamente para as celas da segunda esquadra. Segundo relatos de testemunhas, os jovens foram espancados no local do rapto e neste momento apresentam alguns hematomas e precisam de cuidados médicos. E nós já estamos na posse de receitas médicas pré-inscritas pelos serviços médicos do estabelecimento de detenção da segunda esquadra.
DW África: Qual é a reação da Liga Guineense dos Direitos Humanos perante estas duas detenções?
AS: Isto é intolerável. Não podemos compactuar com comportamentos do género. Nós queremos lembrar ao senhor ministro do Interior que a sua responsabilidade é de garantir a segurança das pessoas e permitir que os cidadãos gozem dos seus direitos fundamentais. Não podemos aceitar que homens fardados de uniforme do Ministério do Interior espanquem pessoas, que as raptem e depois as conduzam para as celas deste Ministério. Então, isto significa que o Ministério do Interior está ao corrente de tudo isto que está a acontecer e conforma-se com este comportamento. Isto é um ato de terror. Este Estado não pode ser terrorista.
A Guiné Bissau é um Estado de Direito. E num Estado de Direito o primado é a lei. O Ministério do Interior tem que conformar a sua atuação com os ditames legais. Não podemos continuar nesta situação de insegurança. O senhor ministro do Interior, o Sr. Botche Candé, tem a responsabilidade de garantir e exigimos dele a segurança de todos. Ninguem pode ser raptado no calar da noite, quer em casa, quer na rua, e levado para um lugar incerto para depois o Ministério do Interior receber esta pessoas e colocá-las nas celas.
DW África: Já tiveram um encontro com o Ministério do Interior para saber o porque desta atuação?
AS: Fizemos diligências esta manhã, e não conseguimos falar com o ministro. E os outros comandantes que estão lá na segunda esquadra disseram que não podem permitir-nos o acesso aos detidos, porque não têm instruções superiores nesse sentido. Portanto, ninguém tem acesso aos dois ativistas neste momento, nem o advogado, nem os familiares e muito menos as organizações humanitárias.
É uma situação de isolamento total e neste momento não podemos dizer nada sobre o estado físico dos dois e infelizmente não tivemos o contato com eles para saber se estão a precisar de algum cuidado.
DW África: O Governo disse alguma coisa sobre este assunto ou não?
AS: O Governo mantém-se em silêncio, e o ministro do Interior curiosamente ainda não se pronunciou. Estamos todos na expetativa de puder ouvir a explicação do Ministério do Interior sobre este ato cobarde e atentatório contra os direitos fundamentais e continuamos nesta incerteza.
Covid-19: Peregrinação de irmandade muçulmana junta milhares no Senegal
Por LUSA 06/10/20 22:40
O Senegal teve hoje a primeira grande concentração de pessoas desde a chegada do novo coronavírus ao país, com uma multidão de fiéis da irmandade muçulmana Mouride a acorrer à peregrinação anual do Grande Magal.
Aperegrinação do Grande Magal reúne, todos os anos, milhões de discípulos dos Mouride em Touba (mais de três milhões em 2011) e os fiéis voltaram a 'invadir', este ano, as estreitas ruas nos arredores da grande mesquita e dos mausoléus daquela cidade que consideram sagrada, no centro do país, conforme constatou um correspondente da France-Presse no local.
Máscaras, álcool gel e sacos de papel para envolver o calçado foram distribuídos à entrada dos edifícios para ajudar a conter a pandemia de covid-19, mas o fervor religioso prevaleceu sobre as medidas de distanciamento exigidas, conforme foi possível observar em imagens televisivas.
O grande 'Magal' (celebração) marca o aniversário, no calendário muçulmano, da partida para o exílio do fundador do Mouridismo, Cheikh Ahmadou Bamba (1853-1927), no final do século XIX.
Desde a chagada da pandemia de covid-19 ao Senegal, em março, nunca o país tinha tido um evento de tamanha magnitude, uma vez que todas as irmandades Sufi cancelaram as suas reuniões, respeitando as decisões das autoridades civis.
Recentemente, devido aos danos económicos e sociais, o governo senegalês levantou o recolher obrigatório e o estado de emergência, orgulhando-se, prudentemente, do sucesso da sua resposta sanitária que, segundo números oficiais, conteve a epidemia em cerca de 15.000 casos e 312 mortos no país.
Os Mouride são uma das quatro principais irmandades que continuam a desempenhar um papel primordial na sociedade senegalesa, muçulmana em mais de 90%, onde os seus chefes são figuras respeitadas e escutadas pelas forças políticas.
Outra grande irmandade, dos Tidianes, ainda não tomou uma posição sobre a realização da sua grande reunião, a "Gamou", no final de outubro, em Tivaouane, cerca de 90 quilómetros a este de Dakar.
OMS: "Há esperança que até ao final do ano possamos ter uma vacina"
© FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images
Por Notícias ao Minuto 06/10/20 21:19
Tedros Adhanom Ghebreyesus acredita que é possível ter uma vacina contra a Covid-19 até ao final deste ano.
Odiretor-geral da Organização das Nações Unidas (OMS) deu indicação, esta terça-feira, de que "há esperança" no surgimento de uma vacina contra a Covid-19 até ao final deste ano", ainda que não tenha prestado mais esclarecimentos.
"Vamos precisar de vacina e há esperança que, até ao final deste ano, possamos ter uma vacina", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, no final de uma reunião com a administração da organização de Saúde das Nações Unidas, segundo cita a Reuters.
Sublinhe-se que existem nove vacinas em fase experimental no projeto COVAX, patrocinado pela OMS, que pretende distribuir 2 mil milhões de doses até ao final de 2021. A farmacêutica AstraZeneca e o consórcio Pfizer BioNTech já anunciaram grandes progressos.
A OMS pediu também hoje aos governos europeus que combatam o cansaço crescente das pessoas diante da pandemia do novo coronavírus e das medidas de restrição impostas, que nalguns casos atinge 60% da população.
"Com base nos dados agregados na pesquisa dos países desta região, podemos notar, sem surpresa, que o cansaço dos entrevistados está a aumentar (...), estima-se agora que tenha atingido mais de 60% nalguns casos", disse o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, numa nota em que sublinha que as populações fizeram "imensos sacrifícios" durante oito meses e desde que foram detetados os primeiros casos de Covid-19.
Pelo menos 35.537.050 pessoas foram infetadas em todo o mundo com o novo coronavírus desde que este foi descoberto em dezembro na China, indicou hoje o balanço diário divulgado pela agência France-Presse (AFP). O número de mortes associadas à doença Covid-19 no mesmo período foi de 1.045.097 e pelo menos 24.571.900 pessoas foram dadas como curadas.