O Governo dos Estados Unidos da América condenou no sábado o Presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, por não reconhecer a derrota nas eleições de 01 de dezembro e assim "ignorar a vontade do povo".
"Os Estados Unidos condenam fortemente a decisão do Presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, de ignorar a vontade do povo da Gâmbia apelando à anulação das eleições de 01 de dezembro", lê-se num comunicado do porta-voz do Conselho Nacional de Segurança norte-americano, Ned Price.
"Os Estados Unidos apelam a todos os cidadãos da Gâmbia para que rejeitem a violência e procurem uma solução pacífica", acrescenta o texto, que pede "uma Gâmbia mais livre, mais democrática e mais próspera".
Jammeh, há 22 anos no poder, admitiu inicialmente a derrota nas eleições, mas na sexta-feira à noite voltou atrás e recusou aceitar o resultado, alegando irregularidades na votação.
O volte-face suscitou reações de condenação e apelos para que reconheça a derrota, provenientes da União Africana, da União Europeia e do Senegal, único país com fronteira com a Gâmbia.
Também o Conselho de Segurança das Nações Unidas exigiu no sábado que o líder da Gâmbia entregue o poder ao presidente eleito.
Numa declaração unânime, os 15 membros do Conselho apelaram a que Yahya Jammeh "respeite a escolha do povo soberano da Gâmbia, que decidiu transferir, sem condições e sem atrasos, o poder para o presidente eleito, Adama Barrow".
Nesse sentido, os membros do Conselho de Segurança "condenaram fortemente" a decisão do Presidente, instando-o a "avançar com um processo de transição ordenado e pacífico".
O Conselho de Segurança pediu também que a segurança do Presidente eleito, Adama Barrow, e de todos os cidadãos da Gâmbia esteja "totalmente garantida".
Adama Barrow apoiado por grupos de oposição, pediu no sábado a Yahya Jammeh para aceitar a derrota e apelou à calma no país.
"Aconselho-o a mudar de posição e a aceitar de boa-fé o veredicto do povo", disse Adama Barrow à imprensa após uma reunião da oposição na sua residência, acrescentando que Jammeh não tem neste momento o poder constitucional de anular a eleições ou de convocar nova votação.
NAOM
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