terça-feira, 20 de maio de 2014

JOMAV VENCE ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS COM 61,9% CONTRA 38,1% DO ENG.º NUNO GOMES NABIAM.


O candidato do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, José Mário Vaz, foi eleito Presidente da República da Guiné-Bissau, de acordo com os resultados provisórios anunciados esta terça-feira pelo Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

De acordo com Augusto Mendes da CNE, José Mário Vaz obteve 61.9 por cento dos votos, na segunda volta das eleições presidenciais contra 38.1 por cento do seu adversário, o candidato independente Nuno Gomes Nabiam.

Com a eleição de José Mário Vaz, o PAIGC vence tanto as eleições, como as legislativas que tiveram lugar no último mês de Abril, quando elegeu 57, dos 102 deputados na Assembleia Nacional Popular (ANP).

Estas eleições marcam o final do período de transição na Guiné-Bissau, depois do golpe militar de 12 de Abril que surgiu na sequência das eleições presidenciais antecipadas de 2012, após o falecimento do então Presidente da República, Malam Bacai Sanhá.

Mas, a segunda volta que deveria colocar frente à frente Carlos Gomes Jr. do PAIGC e o recentemente falecido líder do PRS, Kumba Ialá, nunca chegou de acontecer, devido à rejeição dos resultados da primeira volta. O desentendimento e o clima de mal-estar consequente acabaram por resultar no golpe de estado de 12 de Abril.

Na altura, a classe militar guineense justificou o golpe de estado com a presença das tropas angolanas, através da missão que ficou a ser conhecida pela MISSANG.

Com os resultados anunciados hoje, as autoridades nacionais e a comunidade internacional esperam a conclusão do período de transição na Guiné-Bissau.

Resta saber se o candidato derrotado, Nuno Gomes Nabiam, vai reconhecer os resultados anunciados pela CNE.

Mas, ainda esta terça-feira, o Presidente da República promoveu encontros separados com os dois candidatos presidenciais para apelar o reconhecimento dos resultados eleitorais.

Deus Abençoe a Guiné Bissau ! Deus Abençoe José Mário Vaz!

Estudo Guiné e Angola entre os dez países mais perigosos para se nascer


A Guiné-Bissau e Angola estão entre os dez países mais perigosos para se nascer, com taxas de mortalidade neonatal superiores a 45 recém-nascidos por cada mil nascimentos, revela um estudo hoje publicado pela revista The Lancet.

Numa série especial sobre a mortalidade neonatal, que reúne o contributo de 54 especialistas de 28 instituições em 17 países, a revista científica diz apresentar o quadro mais claro de sempre sobre as hipóteses de sobrevivência de um recém-nascido e os passos que devem ser tomados para reduzir as mortes de bebés.

A tabela dos países mais arriscados para recém-nascidos é liderada pela Serra Leoa, com 49,5 bebés em cada mil a morrerem antes dos 28 dias.

Nos nove países que se seguem há oito africanos -- Somália, Guiné-Bissau, Angola, Lesoto, República Democrática do Congo, Mali República Centro Africana e Costa do Marfim - e o Paquistão.

Com 45,7 recém-nascidos mortos em cada mil nascimentos em 2012, a Guiné-Bissau é o terceiro país mais perigoso para se nascer, seguido de Angola, com uma taxa de mortalidade neonatal de 45,4.

A diferença entre os dois países está nos progressos alcançados, já que a Guiné-Bissau reduziu a sua taxa de mortalidade neonatal em 22% entre 1990 e 2012, enquanto em Angola a taxa apenas caiu 12% no mesmo período.

Há a acrescentar que 29,6 em cada mil partos na Guiné-Bissau foram de nados-mortos, enquanto em Angola a taxa de nados-mortos é de 23,9 em cada mil.

Moçambique é outro país lusófono entre os 30 piores de 162 países classificados, com uma taxa de mortalidade neonatal de 30,2 por cada mil nascimentos e uma taxa de nados-mortos de 28,1.

Ainda assim, o país reduziu a sua taxa de mortalidade neonatal em 44% entre 1990 e 2012.

Timor-Leste surge na 117.ª posição dos 162 países analisados, com 24,4 em cada mil bebés a morrerem antes de completarem quatro semanas de vida e 13,2 em cada mil a nascerem sem vida.

Segue---se São Tomé e Príncipe, que tem uma taxa de mortalidade neonatal de 19,9 em cada mil nascimentos e onde 21,9 em cada mil nascimentos resulta num nado-morto.

Com uma taxa de mortalidade neonatal de 10 e 14,5 nados mortos em cada mil nascimentos, Cabo Verde é o país africano lusófono com melhores resultados, embora, tal como São Tomé e Príncipe, não surja classificado no ranking global.

Cabo Verde é também o país lusófono africano com maiores progressos, já que a taxa de mortalidade neonatal caiu 53% entre 1990 e 2012.

Finalmente, o Brasil tem uma taxa de mortalidade neonatal de 9,2, taxa que registou uma queda de 68% desde 1990.

No estudo, os investigadores lamentam também que muitos dos bebés que morrem até às 28 semanas não chegam a ser registados, o que reflete "a aceitação do mundo de que estas mortes são inevitáveis".

"Este fatalismo, falta de atenção e falta de investimento são os motivos por detrás do lento progresso na redução da mortalidade neonatal e de um progresso ainda mais lento na redução dos nados mortos. Na realidade, estas mortes são quase todas evitáveis", diz a coordenadora da investigação, Joy Lawn, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

Segundo os dados divulgados, a Guiné-Bissau está entre os dez países onde é menos provável que uma criança esteja registada ao chegar ao primeiro aniversário.

Com efeito, apenas 14% dos bebés guineenses são registados antes de completarem um ano de idade. Em Angola, a percentagem de bebés com menos de um ano registados é de 21%, enquanto em Moçambique é de 29%.
noticiasaominuto.com

Declaração do porta-voz da Alta Representante da União Europeia


Declaração do porta-voz da Alta Representante da União Europeia, Sra. Catherine Ashton, na sequência da segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau.

No âmbito da segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, o Porta-voz da Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e Vice-Presidente da Comissão, Sra. Catherine Ashton, fez hoje a seguinte declaração:
«Felicitamos o povo da Guiné-Bissau, que demonstrou, mais uma vez, o seu sentido de responsabilidade e o seu empenho na democracia votando de forma pacífica e em número elevado, durante a segunda volta das eleições presidenciais em 18 de Maio.

Todos os actores políticos e militares devem respeitar a vontade do povo. O processo eleitoral tem de decorrer com total transparência e equidade. A Alta Representante está confiante de que qualquer contestação dos resultados será resolvida através das vias legais adequadas. A missão de observação eleitoral da União Europeia, liderada pelo deputado do Parlamento Europeu, Sr. Krzysztof Lisek, apresentará brevemente a sua declaração preliminar sobre o processo eleitoral.

Estas eleições constituem um marco fundamental na via da democracia e da estabilidade, pois só com a existência de um Governo legítimo, reconhecido pelo povo, se pode proporcionar a estabilidade necessária para relançar o desenvolvimento do país. A Alta Representante apela a todos os partidos a trabalharem em conjunto a fim de de prosseguir as transformações necessárias para reconstruir o país e colocá-lo na senda do progresso.

A União Europeia está empenhada em apoiar os cidadãos da Guiné-Bissau a prosseguir este objetivo. A União Europeia reafirma o seu pleno apoio à CEDEAO, às Nações Unidas, à União Africana, à CPLP e a outros parceiros internacionais, para a continuação dos esforços no intuito de ajudar o país a avançar para a estabilidade política e a normalidade constitucional.»

Guiné-Bissau: Organizações internacionais destacam civismo nas eleições presidenciais

Os guineenses votaram ontem na segunda voltas das eleições presidenciais entre José Mário Vaz e Nuno Gomes Nabiam.

Enquanto se espera pelo anúncio dos resultados por parte da Comissão Nacional de Eleições, as reacções já começaram a surgir.

Depois de um dia de votação, de modo geral, caracterizado por civismo dos eleitores, mas atraiçoado pelas agressões físicas e ameaças registadas em Bafatá, no leste do país, contra activistas políticos do PAIGC, a nossa intervenção de hoje vai centrar-se nas avaliações preliminares das entidades nacionais e internacionais envolvidas no processo.

A UEMOA, União Económica e Monetária Oeste Africana, pela voz do seu Chefe de Missão de Observação Eleitoral, Lancina Dosso, destacou a importância do acto, sobretudo pela forma ordeira como os eleitores afluíram as urnas. Em análise, estima que o escrutinio apresentou um quadro total de transparência e serenidade.

Falando ainda de reacções, o Movimento Nacional da Sociedade Civil disse hoje, em comunicado, que as eleições decorreram num clima de tranquilidade, civismo e no respeito de lei, tendo registado uma participação significativa dos eleitores. A Sociedade Civil guineense confirma que o povo guineense, mais uma vez, demostrou a sua maturidade e responsabilidade. Apela, por conseguinte, a todos os atores políticos e cidadãos no sentido de contribuírem na manutenção de um clima de paz, tanto assim que exortar aos concorrentes e seus apoiantes para a aceitação dos resultados eleitorais a serem proclamados pela Comissão Nacional de Eleições.

Caso existirem situações possíveis de reclamações, conclui o Movimento Nacional da Sociedade Civil guineense, que sejam feitas através de mecanismos e órgãos competentes. Condenar também o acto de violência registada na região de Bafatá. E a propósito exige que seja instaurado inquérito por forma a identificar os autores da referida acção e consequente responsabilização dos mesmos, fim de citação.
VOA

Guiné-Bissau expectante quanto ao desfecho da segunda volta

O apuramento dos resultados da segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau poder-se-á prolongar por vários dias. Entretanto as missões de observação eleitoral começam os respectivos pronunciamentos acerca da forma como decorreu a votação. Esta globalmente terá sido ordeira e com menor mobilização do eleitorado do que na primeira volta.

Os incidentes denunciados por ambas as candidaturas em Bafatá, no leste da Guiné-Bissau, não deveriam beliscar a credibilidade do escrutínio, de acordo com os observadores presentes no terreno.

A UEMOA, nomeadamente, a Organização económica e monetária da África ocidental, considerou hoje que as eleições foram livres, transparentes e credíveis.

António Mascarenhas Monteiro, líder da missão de observação da Organização internacional da francofonia, e antigo presidente cabo-verdiano, felicita a forma como os guineenses se comportaram ao longo do processo eleitoral.

A CEDEAO, Comunidade económica dos Estado da África ocidental, deu também nota positiva a esta segunda volta e admitiu, mesmo, melhorias na organização relativamente à primeira.

Paulo Lima, responsável pela comunicação da representação da comissão da CEDEAO em Bissau, elogiou a alegada maior eficácia observada no escrutínio de ontem.

Liliana Henriques, enviada especial às eleições guineenses, ouviu também a análise de Fafali Koudawo, reitor da Universidade Colinas do Boé e de Rui Jorge, dirigente da organização "Acção cidadã".

Os guineenses escolhiam o seu futuro presidente entre os dois finalistas desta segunda volta: José Mário Vaz, antigo ministro das finanças, apoiado pelo PAIGC, Partido africano para a independência da Guiné e Cabo Verde, e o independente Nuno Nabian, engenheiro do sector da aviação, apoiado pelo PRS, Partido da renovação social.

Estas eleições devem marcar o regresso à ordem constitucional, após o golpe de Estado de 12 de Abril de 2014 que derrubou o governo de Carlos Gomes Júnior.

Ele fora, por sinal, o candidato mais votado na primeira volta das eleições presidenciais da altura, um golpe que inviabilizou, assim, a segunda volta desse escrutínio.

A CEDEAO instaurou desde então autoridades de transição para preparar-se as eleições actuais, autoridades não reconhecidas por vários dos parceiros internacionais do país, caso da União Europeia.

A organização de integração regional e Timor Leste foram dois actores principais para viabilizar as eleições guineenses que agora ocorreram.
RFI