O apuramento dos resultados da segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau poder-se-á prolongar por vários dias. Entretanto as missões de observação eleitoral começam os respectivos pronunciamentos acerca da forma como decorreu a votação. Esta globalmente terá sido ordeira e com menor mobilização do eleitorado do que na primeira volta.
Os incidentes denunciados por ambas as candidaturas em Bafatá, no leste da Guiné-Bissau, não deveriam beliscar a credibilidade do escrutínio, de acordo com os observadores presentes no terreno.
A UEMOA, nomeadamente, a Organização económica e monetária da África ocidental, considerou hoje que as eleições foram livres, transparentes e credíveis.
António Mascarenhas Monteiro, líder da missão de observação da Organização internacional da francofonia, e antigo presidente cabo-verdiano, felicita a forma como os guineenses se comportaram ao longo do processo eleitoral.
A CEDEAO, Comunidade económica dos Estado da África ocidental, deu também nota positiva a esta segunda volta e admitiu, mesmo, melhorias na organização relativamente à primeira.
Paulo Lima, responsável pela comunicação da representação da comissão da CEDEAO em Bissau, elogiou a alegada maior eficácia observada no escrutínio de ontem.
Liliana Henriques, enviada especial às eleições guineenses, ouviu também a análise de Fafali Koudawo, reitor da Universidade Colinas do Boé e de Rui Jorge, dirigente da organização "Acção cidadã".
Os guineenses escolhiam o seu futuro presidente entre os dois finalistas desta segunda volta: José Mário Vaz, antigo ministro das finanças, apoiado pelo PAIGC, Partido africano para a independência da Guiné e Cabo Verde, e o independente Nuno Nabian, engenheiro do sector da aviação, apoiado pelo PRS, Partido da renovação social.
Estas eleições devem marcar o regresso à ordem constitucional, após o golpe de Estado de 12 de Abril de 2014 que derrubou o governo de Carlos Gomes Júnior.
Ele fora, por sinal, o candidato mais votado na primeira volta das eleições presidenciais da altura, um golpe que inviabilizou, assim, a segunda volta desse escrutínio.
A CEDEAO instaurou desde então autoridades de transição para preparar-se as eleições actuais, autoridades não reconhecidas por vários dos parceiros internacionais do país, caso da União Europeia.
A organização de integração regional e Timor Leste foram dois actores principais para viabilizar as eleições guineenses que agora ocorreram.
RFI
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