🇳🇪 🇳🇬 O comércio entre a Nigéria e o Níger foi interrompido devido às sanções impostas na sequência do golpe de Estado em Niamey. Na Nigéria, as autoridades dizem que poderão perder mais de 200 milhões de dólares em exportações. Isto está a causar algumas dificuldades económicas a muitas comunidades na fronteira
quinta-feira, 17 de agosto de 2023
Sanções afetam os meios de subsistência das comunidades fronteiriças entre a Nigéria e o Níger
Disputa por pedaço de terra em Cumura, sector de Prabis, entre a família Barai e a família Nhaga.
A família Barai chama a imprensa para apresentar os documentos da sentença do Ministério Público, que prova que a propriedade lhe pertence.
Radio TV BantabaSindicato de Base de Tribunal de Contas, exige demissão do seu presidente Amadu Tidjane Balde.
Tudo começou esta manhã com bloqueio da porta do acesso do edifício de Tribunal de Contas por um grupo de funcionários, exibindo dístico escrito "TIDJANE RUA, ABAIXO NEPOTISMO E TRIBALISMO".
Secretaria de Estado da Cultura sem edifício próprio e gasta um milhão mensal no pagamento de renda.
#REPORTAGEM: Moradores e Motoqueiros de bairro de DJOLO_GABU-SINHO arredores de Bissau lançam grito do socorro ao novo Governo para melhoramento das vias urbanas e urgente instalação de posto de segurança.
Niamey prepara-se para possível intervenção militar da CEDEAO
No Níger, alguns residentes de Niamey estão a mobilizar voluntários para apoiarem a Junta em caso de intervenção da militar da CEDEAO.
Alemanha quer que UE sancione autores do golpe de Estado no Níger
© Johannes Simon/Getty Images
POR LUSA 17/08/23
A Alemanha quer que a União Europeia (UE) imponha "sanções" aos autores do golpe de Estado no Níger, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.
"Na sequência da suspensão da cooperação para o desenvolvimento e segurança, queremos introduzir sanções da UE contra os golpistas", escreveu a diplomacia alemã, na rede social X (antigo Twitter).
Nos últimos dias, a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, manteve conversações com a sua homóloga francesa, Catherine Colonna, e com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, entre outros, sobre a questão do Níger, segundo o ministério.
Em visita à Nigéria, a ministra da Cooperação para o Desenvolvimento alemã, Svenja Schulze, manteve "conversações em Abuja para ver a melhor forma de apoiar os esforços da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental]", acrescenta.
"A Alemanha apoia os esforços africanos para resolver a crise no Níger", acrescentou.
Os chefes militares dos países da CEDEAO iniciaram hoje uma reunião de dois dias em Acra, no Gana, para discutir uma eventual intervenção militar na sequência do golpe de Estado no Níger.
A reunião tem lugar após os chefes de Estado e de Governo da CEDEAO terem ordenado, há uma semana, a "ativação" da "força de reserva" do bloco regional, embora também tenham garantido que continuariam a apoiar o diálogo para resolver a crise.
Até ao momento, a junta militar de Niamey ignorou as ameaças e, além de nomear um novo primeiro-ministro, formar um governo de transição, reforçar o seu aparelho militar e fechar o espaço aéreo, avisou que o uso da força será objeto de uma resposta "instantânea" e "enérgica".
Uma eventual ação militar dividiu a região, com os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal a confirmarem claramente a disponibilidade dos seus exércitos para intervir em território nigerino.
Em contrapartida, o Mali e o Burkina Faso -- países também liderados por juntas militares - opõem-se ao uso da força, enquanto a Guiné-Conacri, a Argélia, o Chade e Cabo Verde manifestaram igualmente a sua rejeição e preferência pelo diálogo.
O golpe de Estado no Níger foi conduzido em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria, que anunciou a destituição do Presidente, Mohamed Bazoum, e a suspensão da Constituição.
Leia Também: Níger. Líderes militares da CEDEAO debatem eventual intervenção militar
EUA: Mulher confessa que furou preservativos dos pais em criança. Ganhou irmã... Segredo foi revelado 25 anos depois.
© TikTok
Notícias ao Minuto 17/08/23
Um mulher norte-americana afirma que é a responsável por ter conseguido ter uma irmã quando era criança, um segredo que manteve durante 25 anos.
Keely conta que era apenas uma criança quando ela e uma amiga abriram a mesa de cabeceira do quarto dos pais.
Lá dentro encontraram uma caixa de preservativos. Quando a amiga lhe explicou para que serviam, Keely pegou numa agulha e furou-os.
"Mãe, sinto muito. Mas não me arrependo porque hoje temos a Sam", afirma a mulher.
O vídeo fez as delícias dos internautas que dizem agora querer ver a reação dos pais no momento em que lhes é revelada a verdade.
OUSMANE SONKO: Líder da oposição no Senegal nos cuidados intensivos devido a greve de fome
© Getty Images
POR LUSA 17/08/23
O líder da oposição no Senegal e anunciado candidato presidencial, Ousmane Sonko, deu entrada numa unidade de cuidados intensivos depois de 19 dias em greve de fome em protesto pela sua prisão preventiva em 31 de julho.
"Sonko está numa unidade de cuidados intensivos no Hospital Principal de Dacar, em consequência de um agravamento da sua condição, ontem [quarta-feira] à tarde", disse o Partido do Senegal pelo Trabalho, Ética e Fraternidade (PASTEF), num comunicado citado pela Europa Press.
O PASTEF, dissolvido desde 31 de julho pelo governo senegalês depois de acusado de insurreição, recordou que Sonko está no seu 19.º dia de greve de fome, iniciado para protestar contra a sua detenção.
"O Presidente Macky Sall, o seu ministro da Justiça, o seu ministro do Interior e todos os implicados nesta perseguição desumana, que acabaram de colocar em perigo a vida do líder da oposição, serão plenamente responsáveis por tudo o que ocorra", acrescenta-se no comunicado.
No texto, o PASTEF faz ainda um "apelo aos militantes, simpatizantes e a todo o povo senegalês para que se levante e exija a libertação imediata e incondicional do presidente Sonko, da sua família e de todos os detidos políticos".
No dia 6, o partido já tinha anunciado a hospitalização de urgência de Sonko e tinha responsabilizado Macky Sall e o seu regime.
Sonko foi detido em 28 de julho e encontra-se em prisão preventiva desde 31 de julho, dia em que o Ministério do Interior anunciou igualmente a dissolução do seu partido.
Desde a sua detenção que eclodiram tumultos em Dakar e noutras cidades do país entre as forças policiais e os jovens, que queimaram pneus, montaram barricadas e bloquearam estradas em sinal de protesto.
O popular líder da oposição denunciou a "instrumentalização" da justiça pelo Presidente senegalês, Macky Sall, para o impedir de concorrer às próximas eleições, previstas para 2024. Ousmane Sonko foi condenado em 01 de junho a dois anos de prisão por aliciamento de menores, um veredito que o torna inelegível para se candidatar a eleições, de acordo com os seus advogados e juristas.
Conhecido pelo seu discurso "antissistema", Sonko critica a má governação, a corrupção e o neo-colonialismo francês, e tem muitos seguidores entre a juventude senegalesa.
Leia Também: Autoridades do Senegal "sentem-se ameaçadas" por opositor Sonko
Níger. Líderes militares da CEDEAO debatem eventual intervenção militar
© Ecowas - Cedeao
POR LUSA 17/08/23
Os chefes de Estado-Maior das Forças Armadas da África Ocidental iniciaram hoje em Acra uma reunião de dois dias para discutir uma possível intervenção militar na sequência do golpe de Estado de 26 de julho no Níger.
"O objetivo da nossa reunião não é simplesmente reagir aos acontecimentos, mas traçar proativamente um caminho que conduza à paz e apoie a estabilidade", disse o chefe do Estado-Maior nigeriano, general Christopher Gwabin Musa, na abertura dos trabalhos dos chefes militares dos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
"A junta [militar do Níger] está a brincar ao gato e ao rato com a CEDEAO. Devem lembrar-se que desobedeceram à Constituição do seu país, bem como aos instrumentos da CEDEAO, especialmente o Protocolo sobre a Boa Governação, que fala de tolerância zero para golpes militares", afirmou o comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança do bloco, Abdel-Fatau Musah, no início da reunião.
A reunião em Acra surge depois de os chefes de Estado e de Governo do bloco de 15 nações da CEDEAO terem ordenado há uma semana a "ativação" da "força de reserva" da organização, embora tenham também garantido que continuariam a apoiar o diálogo para resolver a crise.
"A nossa sub-região enfrenta novamente crises que pensávamos terem desaparecido (...). A sub-região está a atravessar um dos seus piores momentos quando (...), recentemente, o flagelo dos grupos armados e dos grupos terroristas violentos atingiu a África Ocidental", referiu o ministro da Defesa do Gana, Dominic Nitiwul.
Os chefes de Estado-Maior da Nigéria, do Gana, da Costa do Marfim, do Senegal, do Togo, do Benim, da Serra Leoa, da Libéria e da Gâmbia participam na reunião, enquanto os seus homólogos de Cabo Verde e da Guiné-Bissau estão ausentes.
O Níger não está representado, nem o Burkina Faso, o Mali ou a Guiné-Conacri, países onde também ocorreram golpes de Estado entre 2020 e 2022 e que manifestaram a sua rejeição do uso da força.
Esta é a segunda reunião deste tipo desde o golpe de Estado, depois de os líderes militares se terem reunido no início de agosto em Abuja, a capital nigeriana e sede do bloco regional, onde começaram a elaborar um plano para uma eventual intervenção para "restabelecer a ordem constitucional" no Níger.
Uma eventual ação militar está a dividir os países da região, com os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal a confirmarem claramente a disponibilidade dos seus exércitos para intervir no Níger.
Em contrapartida, o Mali e o Burkina Faso -- países também liderados por juntas militares - opõem-se ao uso da força, enquanto a Guiné-Conacri, a Argélia, o Chade e Cabo Verde manifestaram igualmente a sua rejeição e preferência pelo diálogo.
Até agora, a junta militar golpista de Niamey ignorou as ameaças e, além de nomear um novo primeiro-ministro, formar um governo de transição, reforçar o seu aparelho militar e fechar o espaço aéreo, avisou que o uso da força terá uma resposta "imediata" e "enérgica".
O golpe de Estado no Níger foi liderado em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente, Mohamed Bazoum, e a suspensão da Constituição.
O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser governado por uma junta militar.
Leia Também: Níger. Ataques no sudoeste fizeram pelo menos 31 mortos entre os civis
We’ve Enough Military Resources To Counter Niger’s Junta – ECOWAS
Source: Native Reporters
The ECOWAS Commissioner for Political Affairs, Peace, and Security, Abdel-Fatau Musah, has emphatically defended the regional body’s stance on military intervention in Niger.
In response to calls urging a revocation of the decision for military action, Musah described such appeals as unjustifiable.
Addressing the Extraordinary Meeting of the ECOWAS Committee of Chiefs of Defence Staff convened in Accra, Ambassador Musah underscored the gravity of the situation in Niger.
The meeting is aimed to strategically outline an intervention plan for Niger, pending approval from ECOWAS leaders.
Ambassador Musah affirmed that if ongoing diplomatic dialogues fail to yield results, the standby force is prepared to act decisively. He added that the regional body’s commitment to maintaining peace and stability within Niger remains unwavering.
Highlighting the paramount importance of democratic governance, Ambassador Musah emphasized that all available strategies will be harnessed to facilitate Niger’s return to its rightful democratic path.
“Let no one be in doubt that if everything fails, the valiant forces of West Africa, both the Military and Civilian components are ready to answer the call of duty. Your valiance has been demonstrated time and time again,” Ambassador Musah said.
He added that “by all means available constitutional order will be restored in the country.”
Native Reporters
Níger. Ataques no sudoeste fizeram pelo menos 31 mortos entre os civis
POR LUSA 17/08/23
Pelo menos 31 civis morreram na sequência de uma série de ataques atribuídos ao grupo extremista Estado Islâmico do Grande Saara em várias aldeias no sudoeste do Níger, palco de recentes confrontos com as forças de segurança.
De acordo com o portal de notícias Actuniger, citado pela agência de notícias Europa Press, os homens armados do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) invadiram as aldeias de Tomare, Issile, Gaberi e Kodogoria, nos municípios de Dessa e Mehanna, em Tillabéri, provocando a morte de 31 civis, durante a tarde de terça-feira.
No mesmo dia, um grupo de homens armados atacou uma patrulha do exército entre Torodi e Boni, também em Tillabéri, matando pelo menos 17 soldados e ferindo outros 20, enquanto cerca de 100 terroristas foram mortos, de acordo com o Ministério da Defesa.
Nas últimas semanas, a região de Tillabéri, situada na zona das três fronteiras - Mali, Burkina Faso e Benim - tem sofrido um aumento da insegurança, com ataques aleatórios contra militares e civis, agravando a crise política que se avoluma desde o golpe de Estado de 26 de julho.
A União Europeia e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenaram o ataque, apelando à junta para devolver o poder ao Presidente deposto, Mohamed Bazoum.
Todos os esforços devem estar concentrados na manutenção da segurança do país, "que se tornou mais frágil desde a tentativa de golpe", disse a CEDEAO.
No Twitter, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, também criticou o ataque, escrevendo que "a UE condena veementemente os ataques perpetrados por grupos armados que causaram a morte de pelo menos 17 soldados nigerinos".
Borrell acrescentou que o "restabelecimento da ordem constitucional" é a "única maneira de restabelecer a segurança de um país muito enfraquecido por uma tentativa de golpe de Estado".
O Níger enfrenta uma situação cada vez mais precária, com a instabilidade político-social a agravar a de segurança, uma vez que há milícias que são ramificações de grupos extremistas como o Estado Islâmico e a Al-Qaida.
O país é o quarto na África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.
Leia Também: Níger. UE condena ataque de milicianos que matou 17 militares
quarta-feira, 16 de agosto de 2023
Investigadores transplantaram rim de porco num homem em morte cerebral. Mais de um mês depois, órgão continua a funcionar
Ao fim de 32 dias, o rim de porco geneticamente modificado “substitui todas as funções importantes desempenhadas por um rim humano"
O rim de um porco continua a funcionar 32 dias depois do transplante para um ser humano em morte cerebral, período recorde que pode contribuir para solucionar escassez de doações de órgãos.
O centro académico de medicina NYU Langone, em Nova Iorque, vincou, em comunicado, que os 32 dias representam “o período mais longo de funcionamento de um rim de porco geneticamente modificado num ser humano” e confirmou a intenção de prosseguir a experiência por mais um mês.
O transplante ocorreu em 14 de julho, num homem de 57 anos, Maurice Miller, que entrou em morte cerebral e foi colocado em suporte de vida após a família ter concordado doar o corpo para a investigação científica.
Os médicos substituíram os seus rins pelo rim de um porco geneticamente modificado, para que o órgão não fosse imediatamente rejeitado pelo organismo humano, e transplantaram ainda o timo do porco, uma glândula com funções imunitárias, cujo papel na experiência em curso vai ser ainda analisado.
O diretor do Instituto de Transplantes do NYU Langone, Robert Montgomery, afirmou que as biopsias e os testes renais não mostram “sinais de rejeição” ao fim de 32 dias e considerou que o rim do porco geneticamente modificado “substitui todas as funções importantes desempenhadas por um rim humano”.
A irmã de Maurice Miller, Mary Miller-Duffy, reconheceu que doar o corpo foi “uma decisão muito difícil de tomar”, mas considerou que ele teria “ficado orgulhoso de ajudar a vida de muitas pessoas” com a sua morte.
Os transplantes de órgãos de animais para humanos visam solucionar a escassez de doações de órgãos, sendo os Estados Unido um país com dezenas de milhares de pacientes na lista de espera para transplantes.
A instituição nova-iorquina realizou o primeiro transplante mundial de um rim de porco para um ser humano em setembro de 2021, antes de uma equipa da Universidade de Maryland, também nos Estados Unidos, ter realizado o primeiro transplante de coração de porco em 7 de janeiro de 2022, com o homem, então com 57 anos, a morrer em 9 de março de 2022.
Ataques a portos exportadores de cereais ameaçam alimentação global
© Roman Pilipey/Getty Images
POR LUSA 16/08/23
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que os bombardeamentos russos aos portos no sul do país, exportadores de cereais, constituem um ataque à segurança alimentar mundial e que nenhum terrorista, "exceto a Rússia", ameaçou tantas nações simultaneamente.
"Cada ataque russo a esses portos é um golpe nos preços mundiais dos alimentos, na estabilidade social e política em África e na Ásia", disse Zelensky na sua mensagem diária, transmitida nas redes sociais, após mais uma noite de bombardeamentos.
Depois de vários ataques desde o início de agosto, durante a última noite o exército russo voltou a atacar infraestruturas portuárias do Danúbio com 'drones'.
"Como resultado de ataques inimigos num dos portos do Danúbio, foram danificados armazéns de cereais", disse o governador da região de Odessa, Oleg Kiper, nas redes sociais.
Na sua mensagem, Zelensky elencou os ataques russos contra os portos de Reni, Izmail, Pivdennyi, Odessa e Chornomorsk, comentando que "as coisas básicas que dão a cada sociedade uma vida normal são a comida na mesa da família" e que "nenhum terrorista no mundo, exceto a Rússia, jamais atacou a segurança de tantas nações ao mesmo tempo de forma tão flagrante e deliberada".
"Precisamos responder a isso. Todos nós! Precisamos neutralizar isso - ativamente, com esforços conjuntos", declarou o Presidente ucraniano, que reiterou os agradecimentos e pedido de ajuda internacional, através de sistemas de defesa aérea, armas, sanções, pressão financeira e política sobre a Rússia, como "as principais coisas que garantem agora a segurança e o retorno da paz não apenas num país, mas no mundo inteiro".
A diplomacia norte-americana também reagiu nos mesmos termos aos recentes ataques russos e afirmou que o líder do Kremlin, Vladimir Putin, "não se importa" com o fornecimento de alimentos essenciais aos países em desenvolvimento.
"Isso é inaceitável. Putin não se preocupa com a segurança alimentar global", afirmou aos jornalistas em Washington o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel.
A Ucrânia também anunciou hoje a saída do primeiro cargueiro comercial do porto de Odessa pela nova rota no Mar Negro, desafiando a Rússia, que ameaça atacar estes navios desde que abandonou há um mês o acordo de exportação de cereais ucranianos.
"A Ucrânia acaba de dar um passo importante para restaurar a liberdade de navegação no Mar Negro. O primeiro navio civil passou pelo novo corredor humanitário ucraniano, partindo do porto de Odessa", afirmou no X (antigo Twitter).
Washington pediu hoje a Moscovo que regresse "imediatamente" à Iniciativa de Cereais do Mar Negro que vinculava a Rússia, a Ucrânia, a Turquia e Nações Unidas, tendo em vista a segurança alimentar global e a estabilização dos preços, no âmbito do conflito ucraniano, iniciado com a invasão russa em 24 de fevereiro do ano passado.
"O contraste é muito claro. Os nossos parceiros ucranianos estão a inspirar o mundo enquanto a Rússia está a matar o mundo de fome ao transformar alimentos em armas", disse Vedant Patel.
Crise política agrava a segurança alimentar no Níger, alerta ONU
© Getty Images
POR LUSA 16/08/23
As Nações Unidas alertaram hoje para o facto de a crise no Níger poder agravar a insegurança alimentar no país e apelaram a isenções humanitárias das sanções e do encerramento das fronteiras para evitar uma catástrofe.
O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA, na sigla em inglês), salientou que, mesmo antes do derrube do Presidente nigerino, Mohamed Bazoum, pelos militares, mais de três milhões de pessoas no país sofriam de insegurança alimentar aguda.
Mais de sete milhões de pessoas, atualmente consideradas em situação de insegurança alimentar moderada, "poderão ver a sua situação agravar-se em consequência da crise atual", advertiu o OCHA, citando um estudo preliminar do Programa Alimentar Mundial (PAM).
Por seu lado, o programa alimentar da ONU garantiu ao Níger que continuará a prestar ajuda, apesar da atual crise política.
"O nosso trabalho é vital para as pessoas mais vulneráveis no Níger e deve continuar, particularmente nas circunstâncias atuais", defendeu em comunicado Margot van der Velden, diretora regional adjunta do PAM para a África Ocidental.
A agência afirmou que, na primeira semana de agosto, tinha fornecido alimentos a 140.000 pessoas no país e tratamento vital para a desnutrição a 74.000 crianças.
O PAM alertou para o facto de as sanções regionais e o encerramento das fronteiras estarem a "afetar grandemente o fornecimento de alimentos e medicamentos vitais ao Níger".
"Apelamos a todas as partes para que facilitem as isenções humanitárias, a fim de permitir o acesso imediato às pessoas que necessitam de alimentos e de bens de primeira necessidade", afirmou Van der Velden.
O chefe da Guarda Presidencial nigerina, Abdourahmane Tiani, anunciou, em 26 de julho, a deposição de Mohamed Bazoum e o encerramento das fronteiras, devido à profunda crise económica e de segurança no país, que enfrenta um aumento das operações das ramificações do grupo extremista Estado Islâmico e da Al-Qaida.
O Níger é o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ameaçou com uma intervenção militar se não fosse reposta a legalidade constitucional.
President Tinubu releases Portfolio's of Minister's designate
Por Native Reporters
Nyesom Wike - FCT Minister
Festus Keyamo - Minister of Aviation
Adebayo Adelabu- Minister Of Power
Adegboyega Oyetola - Minister of Transportation
Dele Alake- Minister of Solid Minerals
Muhammed Idris - Minister of Information
Mohammed Badaru- Minister of Defence
Minister of State, Defense - Bello Mattawale
Minister of Agriculture and food security -Abubakar kyari
Minister of Youths- Abubakar Mohmoh
Minister of Communications and Digital Economy - Bosun
Minister of Foreign Affairs - Yusuf Tuga
Minister of Finance and Coordinating Minister of the Economy - Wale Edun
Minister of Works- Dave Umahi
Coordinating Minister of Health and Social Welfare - Ali Pate
Minister of Humanitarian affairs and poverty alleviation - Betta Edu
Minister of Sports - John Eno
Ministry of Marine and Blue Economy - Bunmi Tunji Ojo
Minister of Budget and Economic planning - Atiku Bagudu
Minister of Water resources and sanitation - Joseph utsve
Minister of Steel development - Shuaibu Audu
Minister of State, Agriculture - Sabi Abdullahi
Minister of Trade and investment - Doris Anieete
Minister of State, Petroleum Resources - Heineken Lokpobiri
Minister of Petroleum Resources - Yet to be allocated
Minister of Labor and employment - Simon Lalong
Native Reporters
Minister of Special duties - Zapahnnaih Gazzalo
Minister of Transportation- Adegboyega Oyetola
Minister of Tourism - Lola Adejo
Minister of Culture and creative economy - Hannatu Musawa
Minister of Justice and Attorney General of the Federation - Lateef Fagbemi
Minister of State, Health and Social Welfare - Tunji Alausa
Minister of Women Affairs - Uju Kennedy
Minister of Environment - (Kaduna slot)
Minister of State, FCT - Mairiga Mahmud
Empresa de telecomunicações MTN pretende abandonar a Guiné-Bissau
A empresa de telecomunicações sul-africana MTN anunciou ao Governo da Guiné-Bissau que pretende abandonar o país onde opera desde 2004, no âmbito de uma estratégia do grupo, disse hoje à Lusa fonte da Autoridade Reguladora Nacional (ARN).
De acordo com João Frederico de Barros, presidente do conselho de administração da ARN, há mais de três meses que a MTN comunicou à entidade a intenção de vender a empresa a um outro grupo, numa estratégia que abrange também a Guiné-Conacri e a Serra Leoa.
"A MTN pretende concentrar-se, nesta nossa costa ocidental da África, apenas no Gana e na Nigéria", observou o responsável da ARN.
Frederico de Barros considerou de "normal" a intenção da venda da empresa, mas salientou que a operação só poderá avançar se ocorrer dentro dos preceitos estipulados pela Lei de Bases do Sistema das Telecomunicações da Guiné-Bissau.
Atualmente, referiu, a MTN representa cerca de 30% da quota de mercado da rede de telefones móveis e só poderá ser vendida, entre outras obrigações, mediante o pagamento de "todas as responsabilidades perante o Estado guineense", representado pela ARN.
Dados da ARN apontam para mais de um milhão de utilizadores de telefones móveis na Guiné-Bissau, indicou João Frederico de Barros.
O responsável guineense explicou ainda que a reguladora do setor das telecomunicações "aguarda pelo normal desenrolar do processo" de venda da MTN e que a empresa prometeu comunicar caso não encontre um comprador.
A MTN e a francesa Orange, também operadora de telefones móveis, é das poucas multinacionais a operar na Guiné-Bissau.
MB // LFS
Lusa/Fim
Partido da Renovação sacial continua disponível para a estabilidade no país
Kim Jong Un inspeciona novamente as principais fábricas de armas
Por Agência Central de Notícias da Coreia
Kim Jong Un, Secretário-geral do Partido de Trabalho da Coreia e Presidente de Assuntos de Estado da República Popular Democrática da Coreia, recentemente inspecionou novamente grandes fábricas de armas, incluindo uma fábrica de mísseis táticos.
Visitando a fábrica de mísseis, ele perguntou detalhadamente sobre o status da produção de mísseis, aumentando a capacidade de produção e modernizando a fábrica.
Ele apreciou a fábrica que, enquanto continua a produzir mísseis táticos em massa, estabelece o processo de produção de mísseis táticos recém-desenvolvidos e está em constante atualização.
Ele estabeleceu o objetivo de elevar a capacidade de produção atual a um nível muito alto para atender às necessidades operacionais das unidades de linha de frente e unidades de mísseis expandidas e reforçadas.
Depois, ele inspecionou a fábrica de veículos da plataforma de lançamento de mísseis táticos.
Ele disse que realizar a capacidade multifuncional dos veículos de plataforma de lançamento se destaca como uma tarefa prioritária do ponto de vista tanto da tendência de desenvolvimento da ciência de defesa nacional quanto da eficácia nas circunstâncias de operação, enfatizando a melhoria constante do plano dos veículos e investir na modernização do processo de produção dos veículos.
Em seguida, ele inspecionou a fábrica de blindados para aprender sobre o desenvolvimento de blindados de combate multiuso, tarefa definida no 8º Congresso do Partido.
Ele elogiou os sucessos da fábrica em aumentar a capacidade de produção e modernizar o processo de produção de blindados.
Dirigindo ele mesmo um blindado de combate multiuso recém-desenvolvido, ele avaliou sua mobilidade e desempenho de combate e fixou as características táticas e técnicas para ter sucesso no desenvolvimento de blindados de combate multiuso de estilo coreano.
Ele também inspecionou a fábrica de foguetes dos lançadores múltiplos de foguetes de controle remoto de grande calibre para aprender sobre o status de atingir a meta definida pelo Partido e a modernização do processo produtivo.
Ele disse: Estabelecemos como uma tarefa importante a realização do controle remoto de precisão do vôo de foguetes de vários lançadores de foguetes e alcançamos um tremendo sucesso após grandes esforços; o sucesso do controle remoto dos foguetes dos lançadores de foguetes múltiplos dos calibres de 122 mm e 240 mm marca uma mudança significativa na preparação da guerra moderna e garante a máxima eficácia de aniquilação, é uma revolução no uso de campo de lançadores de foguetes múltiplos; como a nova técnica é bem aplicada, devemos todos nos concentrar na produção de foguetes e elevar a combatividade de nossa artilharia a um nível superior.
Nosso exército deve se dotar de uma capacidade militar infinitamente mais poderosa para enfrentar qualquer guerra, a qualquer momento, acrescentou antes de continuar: É garantir que os inimigos não ousem usar suas forças armadas e se ousam atacar, devem ser aniquilado com certeza.
ECOWAS CHIEFS OF DEFENCE STAFF MEET IN ACCRA ON THE DEPLOYMENT OF THE ECOWAS STANDBY FORCE TO THE REPUBLIC OF NIGER
Ecowas - Cedeao
As a follow-up to the directive of the ECOWAS Authority of Heads of State and Government at its Extraordinary Summit on the political situation in the Republic of Niger held on 10th August 2023 in Abuja, Nigeria, the ECOWAS Committee of Chiefs of Defence Staff (CCDC) has commenced the activation of the ECOWAS Standby Force for the restoration of constitutional order in the Republic of Niger.
To this end, the ECOWAS Committee of Chiefs of Defence Staff will be having an extraordinary meeting in Accra, Ghana from 17th to 18th August 2023 to finalise plans for the deployment of the Standby Force.
CEDEAO pede regresso à ordem constitucional após ataque no Níger... Abuja, 16 ago 2023 (Lusa) -- se na luta antiterrorista.
©Ecowas.Cedeao
POR LUSA 16/08/23
"A CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] apela aos chefes militares do CNSP - Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria - para que restabeleçam a ordem constitucional no Níger, a fim de concentrar a atenção na segurança do país, que foi ainda mais enfraquecida pela tentativa de golpe de Estado contra Mohamed Bazoum, o Presidente democraticamente eleito", afirmou o bloco em comunicado.
Este é o terceiro ataque contra as forças de segurança nigerinas na última semana, na fronteira próxima do Mali.
No domingo passado, uma patrulha da Guarda Nacional foi emboscada perto de uma aldeia no departamento de Abala, também na região de Tillabéri, matando seis soldados.
O chefe da Guarda Presidencial nigerina, Abdourahmane Tiani, anunciou, em 26 de julho, a deposição de Mohamed Bazoum e o encerramento das fronteiras, devido à profunda crise económica e de segurança no país, que enfrenta um aumento das operações das ramificações do grupo extremista Estado Islâmico e da Al-Qaida.
O Níger é o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.
AFEGANISTÃO: Talibãs oficializam proibição de partidos políticos no Afeganistão
© WAKIL KOHSAR/AFP via Getty Images
POR LUSA 16/08/23
O ministro da Justiça talibã, Abdul Hakim Sharie, oficializou hoje a proibição de partidos políticos no Afeganistão, medida que os radicais islâmicos mantiveram na prática desde que tomaram o poder em 15 de agosto de 2021.
"Todas as atividades dos partidos políticos são proibidas no país porque não têm base na lei islâmica, não trazem nenhum benefício e o país não as quer", disse Sharie em conferência de imprensa em Cabul.
Depois de assumirem o controlo de Cabul há dois anos, entre promessas de mudanças em relação ao seu primeiro regime entre 1996 e 2001, os talibãs anunciaram a formação de um governo interino criticado por excluir mulheres, partidos políticos e diferentes grupos étnicos.
O diretor de relações públicas do Ministério da Justiça, Ansarullah Ibrahimkhil, disse à agência EFE que os talibãs dissolveram os partidos políticos no Afeganistão "no início do Governo do Emirado Islâmico [como se autodenomina o governo talibã]", embora até agora nenhum líder radical tivesse sido tão claro quanto Sharie.
Antes da chegada dos talibãs, o Afeganistão tinha 73 partidos políticos oficialmente reconhecidos pelo Ministério da Justiça, mas nos últimos dois anos a maioria dessas formações permaneceu inativa, com seus líderes forçados ao exílio.
A perda dos direitos políticos imposta pelos talibãs foi acompanhada de uma série crescente de restrições e proibições aos afegãos, especialmente às mulheres.
Nos últimos dois anos, os talibãs impuseram numerosas restrições, desde a proibição do acesso à educação secundária e universitária para as afegãs a obstáculos no acesso ao trabalho das mulheres, incluindo a proibição de trabalhar para uma ONG ou a imposição de acompanhamento masculino em viagens longas.
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Alemanha aprova projeto para legalizar consumo recreativo de canábis
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POR LUSA 16/08/23
O Governo alemão deu hoje um passo no sentido da legalização controlada da canábis para fins recreativos com a aprovação de um projeto de lei que visa descriminalizar a posse e o consumo.
De acordo com o projeto de lei, que ainda tem de ser debatido e votado no parlamento, os jovens de 18 anos poderão comprar e possuir até 25 gramas de canábis (e até 50 gramas por mês).
O projeto prevê igualmente a possibilidade de cultivar até três plantas de marijuana para consumo próprio, segundo a agência francesa AFP.
A Alemanha terá, assim, um dos sistemas jurídicos mais liberais da Europa, seguindo os passos de Malta e do Luxemburgo, que legalizaram o consumo recreativo de canábis em 2021 e 2023, respetivamente.
O ministro da Saúde, Karl Lauterbach, descreveu o projeto como uma "mudança a longo prazo na política alemã em matéria de droga" e disse esperar que a aprovação parlamentar ocorra até ao fim do ano.
"Acredito que podemos fazer recuar o mercado negro", disse o ministro social-democrata numa conferência de imprensa em Berlim, citado pela agência espanhola EFE.
A coligação social-democrata de Olaf Scholz com os Verdes e os Liberais fez da legalização da canábis um dos projetos emblemáticos do mandato.
A reforma foi criticada pela oposição, sindicatos da polícia e juízes, que consideram que não vai acabar com o tráfico de droga.
A nova legislação prevê a criação de associações sem fins lucrativos, cujos membros adultos -- limitados a 500 -- poderão cultivar a planta para consumo próprio, sob o controlo das autoridades.
Também será lançada uma grande campanha de sensibilização para alertar para os perigos do consumo de THC (tetra-hidrocarbinol, o principal ingrediente psicoativo da canábis) em crianças e adolescentes, e serão alargados os programas de prevenção.
"Todos os jovens saberão: se eu consumir canábis regularmente, estou a danificar o meu cérebro, terei mais probabilidades de desenvolver surtos psicóticos, poderei ter perturbações de atenção não reversíveis", afirmou Lauterbach.
O ministro defendeu o plano como mais adequado do que o modelo dos Estados Unidos ou o dos Países Baixos para travar a incidência de misturas com substâncias tóxicas e doses elevadas de THC no mercado negro.
A Alemanha enfrenta também um aumento do consumo por menores e um aumento da criminalidade, tendo Lauterbach referido que 50% dos crimes relacionados com a droga no país estão atualmente ligados à canábis.
"Para os jovens [com menos de 18 anos], o consumo continua a ser proibido e para os jovens adultos [até aos 21 anos], é limitado", afirmou.
Lauterbach manifestou a expectativa de que os consumidores optem por abandonar o mercado negro, argumentando que as associações autorizadas a cultivar canábis irão disponibilizá-la praticamente ao preço de custo e garantir a qualidade.
De acordo com dados de 2021 do instituto estatal de estatística Destatis, 34,7% dos alemães já consumiram canábis em algum momento da vida, enquanto 8,8% consumiram-na no último mês.
Golpe no Níger: Porta-voz da Junta diz que Presidente deposto deve ser julgado por traição
O primeiro-ministro do Níger, nomeado pelos militares, fez uma visita não anunciada ao vizinho Chade, na terça-feira, numa altura em que os Estados da África Ocidental estão a preparar conversações para ponderar uma possível intervenção militar para inverter o golpe de Estado do Níger e em que os Estados Unidos e a Rússia apelam a uma solução diplomática.
População do Níger mobiliza-se para recrutamento contra eventual intervenção
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POR LUSA 16/08/23
Habitantes da capital do Níger, Niamey, estão a preparar-se para uma guerra contra os países da região que admitem intervir no país para repor a ordem constitucional, na sequência do golpe de Estado de julho.
De acordo com a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP), os residentes pedem uma ação de recrutamento em grande escala para angariar voluntários que possam ajudar as forças armadas a combater a possível ação militar do bloco regional da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para restaurar a presidência de Mohamed Bazoum, deposto em 26 de julho pela junta militar.
"É uma possibilidade, e precisamos de estar prontos se acontecer", disse um dos organizadores da ação de angariação de voluntários, Amsarou Bako, à AP, referindo-se à iniciativa que vai começar no sábado em Niamey, e que se destina a qualquer pessoa com mais de 18 anos.
As tensões regionais têm crescido desde que a CEDEAO aprovou a ativação da força de reação rápida e ainda esta semana deverá ser realizada uma reunião dos ministros da Defesa dos países da região para analisar a situação.
"Uma intervenção militar sem fim à vista arrisca-se a desencadear uma guerra regional, com consequências catastróficas para a região do Sahel, que já é afetada por insegurança, deslocações de pessoas e pobreza", comentou o analista da Verisk Maplecroft Mucahid Durmaz.
Apesar dos esforços diplomáticos dos países regionais e internacionais, muitos nigerinos estão convencidos que serão brevemente invadidos, escreve a AP.
Uma eventual ação militar dividiu os países da região, com os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal a confirmarem explicitamente a disponibilidade dos seus exércitos para intervir em território nigerino.
No outro extremo, os vizinhos Mali e Burkina Faso, governados por juntas militares, opõem-se ao uso da força e argumentam que qualquer intervenção no Níger equivaleria a uma declaração de guerra também contra os seus países.
Para além do Chade, a Guiné-Conacri, a Argélia e Cabo Verde também rejeitaram essa intervenção militar, defendendo antes o diálogo.
O Níger tornou-se o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.
EUA: Problemas legais do filho podem prejudicar Biden... mas Trump 'está pior'
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POR LUSA 16/08/23
Os problemas legais de Hunter Biden, cujo acordo judicial com procuradores foi revogado pelo Departamento de Justiça, acarretam riscos para a campanha do Presidente, apesar de menos graves que os de Donald Trump, disse à Lusa a analista Daniela Melo.
"A curto prazo, este caso tem ocupado a Casa Branca e a equipa de campanha de [Joe] Biden (pai de Hunter Biden) com controlo de danos e distraído o público dos temas que interessam à sua campanha, tal como a economia, o abrandamento da inflação, etc.", considerou a cientista política.
"A atenção mediática dada a este caso é sobretudo de uma natureza política, porque do ponto de vista legal trata-se, até agora, de uma acusação de crimes menores", sublinhou.
Em causa estão duas contravenções ('misdemeanors') fiscais relativas ao não-pagamento de 100 mil dólares em impostos entre 2017 e 2018, dívida que entretanto o filho do presidente saldou.
Hunter Biden tinha chegado a acordo com o procurador David Weiss, nomeado por Donald Trump e mantido na investigação por Joe Biden, segundo o qual se declararia culpado em troca de liberdade condicional e da suspensão de outra acusação relacionada com a posse de uma pistola Colt Cobra .38 durante 11 dias enquanto utilizou drogas.
As notícias do acordo inflamaram comentadores mais à direita, numa altura em que a maioria Republicana na Câmara de Representantes tem várias investigações em curso ao filho do Presidente.
Em julho, a juíza Maryellen Noreika, também nomeada por Trump, expressou dúvidas sobre o acordo e a audiência chegou ao fim sem resolução, com Hunter Biden a mudar para uma declaração de inocência nas contravenções fiscais.
A nomeação de Weiss como procurador especial num caso que já está a ser investigado há cinco anos aconteceu dois dias antes da quarta acusação a Trump, indiciado na Geórgia pela tentativa de subverter os resultados das eleições de 2020 com grandes eleitores falsos.
"O eleitorado que não segue os detalhes dos casos pode rapidamente chegar à conclusão de que é tudo 'farinha do mesmo saco'", apontou Daniela Melo.
Com o acordo desfeito, David Weiss pediu ao procurador-geral Merrick Garland para ser constituído procurador especial e este aceitou, estando em aberto novas acusações a Hunter Biden e a possibilidade de este ser julgado.
Para Daniela Melo, a substância do caso é pouca, mas a sua instrumentalização é séria.
"Este caso em nada se compara com a gravidade dos casos do qual Donald Trump é arguido", indicou a politóloga. No entanto, referiu, "quem vê Fox News todas as noites pode acreditar, e as sondagens apontam isso, que a investigação a Hunter Biden é tão grave que poderá levar ao 'impeachment' [destituição] do seu pai, o presidente Biden".
A professora da Universidade de Boston referiu que a forma como o caso está a ser tratado nos meios à direita faz lembrar a investigação de Benghazi, que durou dois anos, custou 7 milhões de dólares, obrigou Hillary Clinton a testemunhar durante horas, mas não teve resultados concretos.
"Este 'escândalo' tem ecos do caso Benghazi", afirmou. "Uma tentativa por elementos do Partido Republicano e de toda a estrutura de apoio à campanha presidencial de Donald Trump, incluindo PAC [comités de ação política, veículos de usados para financiar ações de campanha], com a ajuda de meios de comunicação afetos à direita, de transformar um caso que até à data é 'fogo de palha' num verdadeiro incêndio politico".
A 09 de agosto, os congressistas Republicanos publicaram um memorando renovando as suspeitas sobre a conduta de Hunter Biden em negócios internacionais.
Do outro lado, nos canais mais associados à esquerda norte-americana, o caso está a ser enquadrado "como uma caça às bruxas", continuou a analista.
Numa sondagem Reuters/Ipsos realizada em junho, antes da revogação do acordo extrajudicial, metade do eleitorado (50%) disse acreditar que Hunter Biden estava a receber tratamento preferencial por ser filho do Presidente. E apenas um terço (34%) indicou que a acusação tinha motivações políticas.
Com Weiss nomeado procurador especial, um artigo no jornal informativo on-line Politico indicou que os aliados do Presidente na Casa Branca criticam a pressão do Partido Republicano, que consideram pretender distrair das várias acusações a Donald Trump.
No entanto, também nos círculos Republicanos a nomeação de Weiss caiu mal, por considerarem que a intenção é proteger o Presidente e empatar as várias investigações conduzidas pela maioria Republicana na Câmara dos Representantes.
"O que não podemos saber ainda é que tipo de efeito esta pressão mediática à direita poderá ter sobre o eleitorado nas eleições nacionais de 2024", indicou Daniela Melo.
"Por exemplo, pode causar um efeito de falsa equivalência", aventou. "Ou seja, a campanha de Donald Trump para a presidência poderá beneficiar do facto de as suas investigações e julgamentos acontecerem ao mesmo tempo das de Hunter Biden".