A Cimeira reúne representantes de 49 países africanos, incluindo 17 Chefes de Estado.🇬🇼🇷🇺
Presidência da República da Guiné-Bissau
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Presidência da República da Guiné-Bissau
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Notícias ao Minuto 28/07/23
A ministra dos Negócios Estrangeiros francesa disse hoje que a França não considera definitiva "a tentativa de golpe de Estado" no Níger, ocorrida na quarta-feira.
O Presidente francês falou várias vezes com o homólogo nigerino, Mohamed Bazoum, sequestrado em Niamey, que lhe disse estar "de boa saúde", afirmou Catherine Colonna aos jornalistas, à margem da visita de Emmanuel Macron à Papua Nova Guiné.
"Esperamos não só que seja libertado, mas também que ele e a família sejam libertados em total segurança, como condição prévia para o regresso à ordem constitucional", até porque "é o Presidente democraticamente eleito", sublinhou a ministra.
Os golpistas acusaram França, que tem 1.500 soldados destacados no Níger, de violar o encerramento da fronteira ao aterrar um avião militar no aeroporto internacional de Niamey e apelaram "de uma vez por todas para o cumprimento rigoroso das medidas" adotadas pela junta.
Também a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) exigiu "a libertação imediata do Presidente, Mohamed Bazoum, que continua a ser o Presidente legítimo e legal do Níger reconhecido pela CEDEAO".
De acordo com o chefe da diplomacia francesa, "a CEDEAO explicou-se muito claramente" e "irá provavelmente realizar uma cimeira no domingo".
"A França condena a tentativa de golpe de Estado nos termos mais fortes possíveis", reiterou Colonna. "Se me ouvem falar de uma tentativa de golpe de Estado, é porque não consideramos que as coisas sejam definitivas", acrescentou, referindo-se a "saídas possíveis se os responsáveis (...) ouvirem a mensagem da comunidade internacional".
Militares nigerinos anunciaram na quarta-feira à noite ter tomado o poder e derrubado o Presidente, Mohamed Bazoum, democraticamente eleito em 2021.
A junta militar golpista apresentou-se como Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP).
Os parceiros do Níger, incluindo os Estados Unidos, a França e a ONU, já condenaram o golpe de Estado.
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POR LUSA 28/07/23
A ameaça que a Coreia do Norte representa para o Japão é "mais séria do que nunca", indicou hoje o último "livro branco" sobre a defesa, referindo-se à alegada capacidade de Pyongyang para lançar mísseis nucleares.
O relatório anual do Ministério da Defesa japonês, que enumera as ameaças militares mais prementes e as formas de garantir a estabilidade do país, sublinha a importância do recente aumento significativo do orçamento de defesa, numa altura em que o mundo entra naquilo a que chama "uma nova era de crise".
Embora o documento se centre principalmente no crescente poder militar da China e na invasão da Ucrânia pela Rússia, Pyongyang também surge como uma grande preocupação para o Japão.
"As atividades militares da Coreia do Norte representam uma ameaça ainda maior e mais iminente do que nunca para a segurança do Japão", lê-se no relatório.
"Parte-se do princípio de que a Coreia do Norte tem capacidade para atacar o Japão com armas nucleares montadas em mísseis balísticos", acrescenta.
O "Livro Branco" foi aprovado pelo Governo do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, numa altura em que Pyongyang tem aumentado os testes de mísseis.
Na quinta-feira, os meios de comunicação social estatais norte-coreanos publicaram fotografias do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, a mostrar ao ministro da Defesa russo as armas mais avançadas do país, incluindo mísseis balísticos intercontinentais e novos drones militares.
Os recentes lançamentos de mísseis de Pyongyang, o último dos quais aconteceu na segunda-feira, ocorrem numa altura em que Tóquio, Seul e Washington intensificam a cooperação militar para contrariar as crescentes ameaças nucleares do regime norte-coreano e a influência da China na região.
O "Livro Branco" salienta que as atividades militares da China representam "um desafio estratégico sem precedentes" para o Japão, que também está preocupado com os exercícios militares russo-chineses.
"A comunidade internacional está a enfrentar o maior teste desde a Segunda Guerra Mundial e entrámos numa nova era de crise", afirmou o ministro da Defesa japonês, Yasukazu Hamada, citado no documento.
No documento reitera-se igualmente o empenho de Tóquio em aumentar as despesas e capacidades militares.
Durante décadas, o Japão limitou as despesas militares a cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), mas o Governo de Kishida aprovou um novo plano de segurança, no final de 2022, que inclui o aumento do orçamento da Defesa para 2% do PIB até 2027.
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POR LUSA 27/07/23
O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou hoje a disponibilidade da Rússia para oferecer toneladas de cereais a seis países africanos, alertando que esta ação não irá contribuir para baixar os preços dos alimentos no mundo.
O Presidente russo Vladimir Putin anunciou hoje, na sessão de abertura da cimeira Rússia-África, em São Petersburgo, que Moscovo poderá enviar gratuitamente entre 25.000 e 50.000 toneladas de cereais a seis países africanos nos próximos quatro meses: Burkina Faso, Zimbábue, Mali, Somália, República Centro-Africana (RCA) e Eritreia.
"Não é com um punhado de donativos que vamos corrigir o impacto dramático [da subida dos preços dos cereais] que afeta toda a gente em todo o lado", sublinhou Guterres, lamentando a saída da Rússia dos chamados acordos do mar Negro, que paralisou as exportações ucranianas de cereais.
"A remoção de milhões e milhões de dólares em cereais do mercado leva a preços mais altos do que ocorreria com o acesso normal dos cereais ucranianos ao mercado internacional. Esse impacto será pago pelo mundo inteiro e, especificamente, pelos países em desenvolvimento e pelas populações mais pobres e vulneráveis", alertou o diplomata português.
O porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, também criticou hoje a oferta russa a seis países africanos: "Vai ser bom para esses países, mas não substitui os milhões e milhões de cereais ucranianos e o impacto negativo que isso está a ter no mercado global de alimentos".
Moscovo suspendeu em 17 de julho o acordo para exportação de cereais da Ucrânia através do mar Negro, que estava a vigorar há quase um ano, justificando a decisão com o bloqueio das sanções ocidentais às exportações dos seus produtos e fertilizantes agrícolas.
A Ucrânia é origem de percentagem significativa dos cereais que chegam, por exemplo, a países em África, e a União Europeia e a NATO acusam Moscovo de colocar em causa a segurança alimentar em grande parte do mundo.
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POR LUSA 27/07/23
A Ucrânia reconquistou hoje às forças russas a vila de Staromayorske, na frente sul, onde as forças de Kiev intensificaram a sua contraofensiva nos últimos dias, adiantou a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Malear.
"Staromayorske na região de Donetsk foi libertada. Os nossos defensores estão atualmente a realizar operações de limpeza" das tropas russas, assegurou a governante, numa mensagem na rede social Telegram.
Este é um dos primeiros resultados apresentados na sequência da contraofensiva na frente sul.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, divulgou no Telegram um vídeo com soldados com uma bandeira ucraniana, perto de uma parede crivada de estilhaços, onde garantem ter "libertado a aldeia de Staromayorske".
"Nosso Sul, nossos rapazes, glória à Ucrânia!", sublinhou Zelensky na mensagem.
O Exército ucraniano lançou uma grande contraofensiva no início de junho para expulsar as forças russas dos territórios ocupados por Moscovo no sul e no leste.
Mas Kiev obteve apenas pequenos ganhos, com a conquista de várias localidades perto da devastada cidade de Bakhmut, o epicentro dos combates no leste da Ucrânia.
Várias fontes independentes que acompanham o desenrolar da guerra confirmaram os ataques na região de Zaporijia, anexada no ano passado pelo Kremlin e também o Presidente russo Vladimir Putin assumiu a ofensiva de Kiev.
Nesta nova vaga de contraofensiva, o Exército ucraniano procurar recuperar o controlo da central nuclear de Zaporijia, a maior da Europa, e, a longo prazo, da cidade de Melitopol.
O controlo de Zaporijia é considerado essencial para garantir o corredor terrestre estabelecido pela Rússia entre Donbass e a península anexa da Crimeia, ao longo do Mar de Azov.
Um dos objetivos desta nova contraofensiva é a cidade ocupada de Melitopol, que as forças ucranianas consideram ser um ponto fulcral para cortar a ligação das forças russas entre o leste e o sul.
Segundo o jornal norte-americano The New York Times, a Ucrânia estará também a procurar avançar noutras duas frentes, para leste, em direção a Bakhmut, e para sul, em direção a Berdiansk, uma cidade portuária a cerca de 100 quilómetros de Melitopol.
O Exército russo, por sua vez, garantiu na quarta-feira ter repelido um grande ataque ucraniano, envolvendo várias centenas de soldados, perto de Orikhiv, em outro setor da frente sul.
As tropas de Moscovo estão na ofensiva no nordeste, reivindicando ganhos territoriais na direção de Lyman nos últimos dias, onde anunciaram na terça-feira a captura da vila de Serguiyvka.
POR LUSA 27/07/23
Simões Pereira é presidente do parlamento guineense com larga maioria
O líder da coligação Plataforma da Aliança Inclusiva - Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, foi hoje eleito presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, com uma larga maioria.
Dos 92 deputados que hoje tomaram posse, 89 votaram a favor e três contra.
O antigo primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), obteve maioria absoluta nas eleições legislativas de 04 de junho, com 54 dos 102 deputados da Assembleia Nacional Popular (ANP).
Durante a campanha eleitoral, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse que recusaria indigitá-lo como primeiro-ministro, mas depois recuou nessa posição.
Para o cargo de primeiro vice-presidente da ANP foi escolhido Fernando Dias, líder do Partido de Renovação Social, e para o cargo de segunda vice-presidente Adja Satu Camará, do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15).
© Reuters
POR LUSA 27/07/23
A junta militar nigerina que tomou o poder na quarta-feira fez hoje um apelo à calma e recomendou à população que se abstenha de realizar atos de vandalismo, depois das manifestações violentas registadas na capital, Niamey.
O Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP) apela à população para ficar calma e abster-se de todos "os atos de vandalismo que destruam bens públicos e ou privados", lê-se num comunicado citado hoje pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).
De acordo com o texto, lido pelo coronel Amadou Abdramane, em nome da junta no poder, "constatou-se que houve comportamentos que afetam a integridade física de pessoas e dos seus bens através de manifestações".
Noutro comunicado, difundido hoje pela junta militar, informa-se que "os partidos políticos estão suspensos até nova ordem".
No terceiro dos seis comunicados emitidos desde quarta-feira, a CNSP acusa a França de ter feito aterrar um avião de transporte militar de tipo Airbus A400M no aeroporto internacional de Niamey apesar do fecho de fronteiras decretado pelos militares.
O apelo à calma surge depois de várias pessoas terem ficado feridas durante um protesto a favor dos golpistas, no qual os manifestantes invadiram a sede do partido do Presidente e queimaram cerca de 20 veículos.
Os parceiros do Níger, incluindo os Estados Unidos, a França e a ONU, condenaram o golpe de Estado que derrubou o Presidente democraticamente eleito Mohamed Bazoum, no poder desde 2021.
Mohamed Bazoum continuava hoje refém com a sua família na sua residência oficial em Niamey, mas está de boa saúde, de acordo com as pessoas que lhe são próximas.
A Rússia, que acolhe atualmente a segunda cimeira Rússia-África, apelou à sua "rápida libertação", pedindo a ambas as partes que "se abstenham do uso da força e resolvam todas as questões controversas através de um diálogo pacífico e construtivo".
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POR LUSA 27/07/23
Várias centenas de pessoas manifestaram-se hoje em duas cidades do Níger, agitando bandeiras russas e entoando slogans antifranceses, em apoio aos golpistas militares que derrubaram na quarta-feira o Presidente Mohamed Bazoum.
Uma manifestação de apoio aos golpistas reuniu várias centenas de pessoas na manhã de hoje na capital, Niamey, perto da Assembleia Nacional.
Numa multidão salpicada de bandeiras russas, os jovens gritavam: "Abaixo a França, viva a Rússia!"
"A França não foi capaz de gerir os nossos problemas, temos de tomar o nosso destino nas nossas próprias mãos", afirmou Issouf, proprietário de uma garagem.
A Rússia aproximou-se do Mali e do Burkina Faso, que são dirigidos por militares putativos e que exigiram a partida das tropas francesas, ainda presentes no Níger, com 1.500 homens.
À margem da manifestação, os jovens dirigiram-se à sede do Parti Nigérien pour la Démocratie et le Socialisme (PNDS), no poder, a poucos quilómetros do comício, onde incendiaram carros estacionados no parque de estacionamento.
Em Dosso, uma cidade a cerca de cem quilómetros a sudeste de Niamey, "centenas" de manifestantes pró-golpe saíram às ruas antes de realizar uma reunião, disse um dos organizadores, Hassane Bagué.
Os parceiros do Níger, incluindo os Estados Unidos, a França e a ONU, condenaram o golpe de Estado que derrubou o Presidente democraticamente eleito Mohamed Bazoum, no poder desde 2021.
Mohamed Bazoum continuava hoje refém com a sua família na sua residência oficial em Niamey, mas está de boa saúde, de acordo com as pessoas que lhe são próximas.
A Rússia, que acolhe atualmente a segunda cimeira Rússia-África, apelou à sua "rápida libertação", pedindo a ambas as partes que "se abstenham do uso da força e resolvam todas as questões controversas através de um diálogo pacífico e construtivo".
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POR LUSA 27/07/23
A junta militar nigerina acusou hoje a França de ter aterrado um avião de transporte militar Airbus A400M no aeroporto internacional de Niamey, apesar do encerramento da fronteira decretado pelos militares golpistas.
Uma declaração lida na televisão pública pelo coronel Amadou Abdramane, em nome da junta militar no poder que se autodenomina Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CLSP), afirma que o avião aterrou às 06:30 locais (mesma hora em Lisboa) e apela ao "respeito rigoroso" pelas novas determinações.
No comunicado afirma-se que "foi constatado que o parceiro francês ignorou" o encerramento da fronteira decretado pela junta militar e apela "de uma vez por todas ao respeito estrito" das decisões do CLSP.
O documento é assinado pelo "presidente do CLSP", cujo nome não é conhecido, e é o número 4 dos que foram lidos pelo grupo de militares, apoiados pelo exército do Níger, que fizeram um golpe de Estado em Niamey na quarta-feira e mantêm sob custódia o Presidente do país, Mohamed Bazoum.
Os outros três comunicados foram lidos na noite de quarta-feira pelo coronel Abdramane, nos quais a junta militar anunciava o derrube do Presidente, a suspensão das instituições da República, o encerramento das fronteiras terrestres e aéreas e o recolher obrigatório noturno.
Em abril de 2022, o parlamento nigerino aprovou o destacamento no seu território das forças francesas Barkhane e europeias Takuba, que operavam no Mali contra o terrorismo e que foram parcialmente deslocadas na sequência da rutura entre Paris e Bamaco.
O Governo francês redefiniu a sua cooperação antiterrorista com o Níger durante uma visita dos seus ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, em julho do ano passado, quando concordou em estabelecer uma base conjunta em Niamey para coordenar as operações militares no Sahel.
O Níger tem servido de base para as operações francesas na região, depois da saída da força Barkhane do Mali, na sequência do aumento da presença dos paramilitares do grupo russo Wagner, e perante a condenação internacional da preferência maliana pela ajuda russa em vez da ocidental.
A França, antiga potência colonial, tem agora 1.500 soldados no país, para além de cinco 'drones' [aparelhos aéreos não-tripulados] Reaper e pelo menos três caças Mirage, segundo a agência noticiosa francesa AFP, que dá conta da importância da manutenção da estabilidade neste país para a região do Sahel, uma extensa faixa de território em África que se estende desde o Senegal até à Eritreia.
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POR LUSA 27/07/23
O Centro para a Resistência Nacional (CRN), estabelecido pelas Forças de operações especiais ucranianas para promover atividades de subversão no outro lado da frente, disse hoje que o grupo Wagner pretende recrutar soldados bielorrussos dispostos a atacar a Polónia e Lituânia.
Estas tentativas de reforçar as fileiras do grupo paramilitar russo estão a decorrer no âmbito da instrução que os membros do Wagner estão a fornecer aos soldados da Bielorrússia em solo bielorrusso, onde se fixaram após a rebelião do seu chefe, Evegueni Prigozhin, contra as chefias militares do Exército russo.
De acordo com soldados bielorrussos que contestam o Presidente Alexander Lukashenko e que estarão em contacto com o CRN ucraniano e participam nos treinos, uma das condições para ser admitido no Wagner será "a disponibilidade de participar em ações militar no território de países vizinhos".
"Em particular, Polónia e Lituânia", indica o CRN ucraniano em comunicado publicado na sua página digital.
Em 23 de julho, Lukashenko assegurou durante um encontro em São Petersburgo com o seu homólogo Vladimir Putin que os paramilitares do grupo Wagner estacionados no seu país lhe pediram "autorização" para atacar a Polónia.
Estas declarações foram interpretadas apenas como uma forma de pressionar a Polónia, o principal país do flanco leste da NATO e um dos mais destacados apoiantes da Ucrânia.
Depois de liderar recentemente a captura de Bakhmut, província de Donetsk, no leste ucraniano, o grupo Wagner rebelou-se contra as lideranças militares russas na noite de em 23 para 24 de junho, após acusá-las de sabotar as atividades dos mercenários e até bombardear os seus acampamentos.
Depois de capturar sem resistência a cidade estratégica de Rostov, no sul da Rússia, o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, concordou em dar ordem aos seus soldados para fazer meia-volta quando as suas colunas já se encontravam a 200 quilómetros da província de Moscovo, num acordo obtido por mediação do Presidente bielorrusso, aliado do Kremlin, a troco de uma amnistia aos militares amotinados e possibilidade de incorporarem as forças armadas regulares russas ou instalarem-se na Bielorrússia.
A Bielorrússia faz fronteira com a Ucrânia a sul, e também com a Lituânia, Letónia e Polónia, o que suscita receios sobre possíveis ações dos elementos Wagner que para lá se deslocaram contra território ucraniano, em plena contraofensiva contra as forças invasoras russas, ou contra estes três países da NATO e da União Europeia.
Na semana passada, foi noticiado que mercenários do Grupo Wagner iniciaram exercícios conjuntos com tropas bielorrussas, levando a Polónia a aumentar a sua presença militar nas fronteiras.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
Objectivo; discutir sobre o possível entrada no Governo da coligação PAI-TERRA RANKA.
© Twitter / They Live
Notícias ao Minuto 27/07/23
Uma mulher em nu integral saiu do carro numa ponte da Califórnia, nos EUA, e começou a disparar contra os veículos que por lá passavam.
Conta a NBC que tudo aconteceu ao final da tarde de terça-feira, em hora de ponta, na ponte que liga San Francisco a Oakland, a Bay Bridge.
O alerta foi dado às autoridades por um condutor a quem a mulher apontou a arma.
Antes, a suspeita já tinha saído do carro com uma faca. Posteriormente, regressou ao veículo, conduziu durante mais uns metros e voltou a parar. Aí, saiu com uma pistola e começou a disparar ora para o ar, ora para alguns carros.
De acordo com o responsável da polícia Andrew Barclay, a mulher teve um "surto psicótico". Depois de detida, foi internada num hospital psiquiátrico e submetida a testes de álcool e drogas.
Apesar disso, vai ter de enfrentar a Justiça. "Devido à gravidade do incidente, há acusações criminais que devem ser feitas. Para já, o hospital está a fazer o seu trabalho. Depois de ela receber o tratamento que precisa, após ter alta, poderá, eventualmente, ser presa", realçou Andrew, acrescentando que, "felizmente, ninguém ficou ferido".
© Lusa
POR LUSA 27/07/23
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje que a Rússia poderá enviar gratuitamente entre 25.000 e 50.000 toneladas de cereais a seis países africanos nos próximos quatro meses.
"Nos próximos três a quatro meses estaremos prontos para fornecer gratuitamente entre 25.000 e 50.000 toneladas de cereais ao Burkina Faso, Zimbabué, Mali, Somália, República Centro-Africana e Eritreia", afirmou o líder russo na sessão de abertura da cimeira Rússia-África, em São Petersburgo.
Putin acrescentou que a Rússia também irá suportar o custo do transporte dos grãos.
As palavras do chefe de Estado russo, transmitidas pela televisão russa, surgem num contexto de preocupação entre os países africanos, na sequência da recente rescisão do acordo sobre a exportação de cereais ucranianos para o Mar Negro.
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POR LUSA 27/07/23
O presidente das Comores e presidente rotativo da União Africana (UA), Azali Assoumani, confrontou hoje o líder russo, Vladimir Putin, para as "consequências negativas" da guerra na Ucrânia no mundo, incluindo África.
"Estamos a assistir a consequências negativas que têm repercussões em todo o mundo, incluindo África", disse Assoumani ao chefe do Kremlin, numa reunião no âmbito da segunda cimeira Rússia-África, que decorre hoje e amanhã em São Petersburgo.
De acordo com o presidente da UA, os países africanos têm "relações de parceria" tanto com a Rússia como com a Ucrânia.
Assoumani afirmou que "o mundo está atualmente à beira da destruição" e que os Estados africanos estão a sofrer as consequências dessa situação.
Ao mesmo tempo, agradeceu a Putin a ajuda da Rússia ao continente africano, uma vez que os investimentos de Moscovo permitiram que "muitos países seguissem o caminho do desenvolvimento".
"Estamos sinceramente gratos por isso", sublinhou.
O líder do Kremlin, por seu lado, manifestou o desejo de que a União Africana se junte ao G20 como membro permanente.
"A Rússia foi uma das primeiras a responder à iniciativa do Presidente do Senegal, na qualidade de presidente rotativo da União Africana, de conceder a esta organização o estatuto de membro de pleno direito do G20. Esperamos que esta decisão seja tomada no início de setembro, durante a cimeira do grupo em Nova Deli", afirmou Putin.
A Rússia, segundo o seu Presidente, está disposta a fazer tudo o que for possível para "promover o reforço da soberania dos países africanos e ajudar África a tornar-se um dos principais parceiros no mundo multipolar", acrescentou.
Putin preside hoje ao primeiro dia da cimeira Rússia-África em São Petersburgo, que reúne cerca de 50 delegações africanas.
A cimeira Rússia-África arranca esta quinta-feira, com o Kremlin a dizer que os aliados ocidentais estão a tentar sabotar o encontro. Há líderes africanos que estão a preferir não participar para não ferir suscetibilidades.
"Do ponto de vista diplomático há aqui várias cautelas que todas as partes têm de assumir", começa por dizer André Matos, no CNN Novo Dia. "Mas não nos podemos esquecer de que não existirá, eventualmente, só esta pressão dos estados ocidentais ou dos aliados da Ucrânia sobre aqueles com os quais tenham relações mais próximas".
O especialista em relações internacionais explica ainda que "alguns desses estados são os mais vulneráveis e mais afetados pela crise dos cereais". Outros, "simplesmente não querem assumir uma posição, não querem ser, de alguma forma, relacionados com a Rússia".
POR LUSA 27/07/23
O líder da Coreia do Norte apresentou hoje ao ministro da Defesa russo as armas mais avançadas do país, como mísseis balísticos intercontinentais e novos 'drones' militares, noticiaram os meios de comunicação social estatais locais.
Em várias imagens publicadas, Kim Jong-un acompanha Serguei Shoigou através de uma vasta exposição de defesa, na qual se contam os mísseis nucleares de Pyongyang e que o site especializado NK News, baseado em Seul, identificou como novos aparelhos aéreos sem piloto (UAV, na sigla em inglês).
Chegadas na quarta-feira, as delegações russa e chinesa, liderada pelo membro do Politburo Li Hongzhong, são os primeiros visitantes estrangeiros conhecidos em Pyongyang, desde o encerramento das fronteiras em 2020, devido à pandemia da covid-19, indicou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
A Coreia do Norte celebra, neste dia, o 70.º aniversário da assinatura do armistício da Guerra da Coreia, a 27 de julho de 1953, que pôs fim aos combates, iniciados em 1950, comemorado no Norte como o Dia da Vitória.
Kim e Shoigou visitaram a "Exposição de Armas e Equipamentos 2023", de acordo com a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA, que publicou fotografias, nas quais é possível ver os mísseis Hwasong-17 e o Hwasong-18, um ICBM (míssil balístico intercontinental) de combustível sólido.
A Rússia, aliada histórica da Coreia do Norte, é um dos poucos países com os quais Pyongyang mantém relações amistosas.
Kim e Shoigu "discutiram questões de interesse comum no domínio da defesa e segurança nacionais e do ambiente de segurança regional e internacional", ao mesmo tempo que lembraram a "histórica amizade" entre os dois países, disse a KCNA, acrescentando que o responsável russo entregou ao líder norte-coreano "uma carta" do Presidente russo, Vladimir Putin.
O encontro "representa uma oportunidade importante para desenvolver as relações estratégicas e tradicionais, tal como exigido pelo novo século" entre os dois aliados, assegurou a KCNA.
O líder norte-coreano apoiou a invasão da Ucrânia por Moscovo, nomeadamente através do fornecimento de mísseis e foguetes, de acordo com Washington.
Durante a sua visita, Kim falou com Shoigou sobre "as armas e o equipamento inventados e produzidos", no âmbito do plano de defesa da Coreia do Norte, indicou a KCNA.
Especialistas disseram à AFP que os ministros da Defesa russos não visitam Pyongyang com regularidade desde o colapso da antiga União Soviética.
Para Vladimir Tikhonov, professor de estudos coreanos na Universidade de Oslo, na Noruega, "a Rússia poderá precisar do potencial da indústria militar norte-coreana no domínio das armas convencionais, enquanto a Coreia do Norte poderá estar interessada em transferências de tecnologia de mísseis da Rússia".
Já Park Won-gon, professor da Universidade de Ewha, na Coreia do Sul, afirmou que, apesar da cobertura mediática da visita de Shoigou, a Coreia do Norte devia ter "muito cuidado" antes de fornecer a Moscovo armas para a guerra na Ucrânia.
"Se isso for confirmado publicamente, os países europeus também se tornarão adversários", disse Park, acrescentando que a Coreia do Norte devia preferir não enfrentar sanções adicionais.
"Por conseguinte, será prudente, mas é possível que a Rússia procure obter mais ajuda em segredo", observou o investigador.
Kim Jong-un encontrou-se igualmente com uma delegação chinesa chefiada por Li Hongzhong, membro do Politburo. Pequim é o principal aliado da Coreia do Norte.
Imagens de satélite indicam que a Coreia do Norte está a preparar um desfile militar em grande escala para as celebrações do aniversário, possivelmente com um desfile na praça Kim Il-sung, na capital norte-coreana, ao fim do dia, indicou a Yonhap.
Desde a guerra de 1950-53, que terminou com um armistício, sem que até à data tenha sido assinado um tratado de paz, as duas Coreias continuam tecnicamente em guerra.
Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, chega ao aeroporto de Pulkovo, para a Cimeira Rússia-África em São Petersburgo. 26 julho 2023
Por Lassana Cassamá voaportugues.com julho 27, 2023
Especialista em política internacional aponta possíveis benefícios e riscos para Bissau.
BISSAU — O Presidente da Guiné-Bissau é um dos dois Chefes de Estado de países africanos de língua portuguesa que vão participar na Cimeira Rússia–África, que começa nesta quinta-feira, 27, em São Petersburgo.
Moçambique também estará representado ao mais alto nível.
Umaro Sissoco Embaló não deu detalhes da sua participação no evento organizado pelo Governo russo que denunciou o que chamou de pressões sem precedentes dos países ocidentais sobre os líderes africanos para não participarem no evento.
Citado pelo jornal O Democrata, no dia 21, ele lembrou, no entanto, que participou na reunião da União Europeia e África, bem como dos Estados Unidos e África.
Entretanto, Sissoco Embaló afirmou ser do "grupo que se posiciona contra este tipo da reuniões. Serão 54 chefes de Estado da África a reunirem-se com apenas um chefe de Estado".
Ele acrescentou que "estamos a analisar a possibilidade de no futuro, apenas o presidente em exercício da União Africana e os presidentes em exercício das nossas organizações sub-regionais, a CEDEAO SADC, CEAC, entre outros passarem a participar nestas reuniões”.
Riscos e benefícios
Em conversa com a Voz da América, Fernando da Fonseca, especialista em política internacional, considera que a participação da Guiné-Bissau na Cimeira não vai ter qualquer implicação.
"No âmbito do sistema internacional, a Guiné-Bissau é um actor insignificante. Quando se é um actor insignificante, a posição, a voz ou o seu discurso não têm impacto significativo para alterar ou gerar algum tipo de implicações no sistema internacional", diz Fonseca.
Aquele analista, entretanto, afirma que Bissau pode ter o "beneficio de que a Rússia passará a ter a Guiné-Bissau como um amigo que esteve presente no momento mais conturbado da existência do Estado russo".
"Os benefícios também podem ampliar o fortalecimento da cooperação existente entre a Rússia e a Guiné-Bissau, nomeadamente no domínio da formação de quadros e de reforço de capacidade das nossas forças armadas", sustenta Fonseca.
No que tange a eventuais riscos, aquele especialista aponta que Bissau pode ser criticada pelos "países da União Europeia e dos Estados Unidos, que hoje são uma oposição a essa guerra e pode ser visto por estes países do Ocidente como um traidor – neste caso – que não se junta aos países democráticos para lutar contra Vladimir Putin".
O Governo russo anunciou que 47 dos 54 países africanos estarão presentes, mas apenas 17 Presidentes confirmaram a sua presença, ao contrário dos 40 que estiveram na primeira Cimeira, em Sochi, em 2019.
Amadou Abdramane, ao centro, falou ao país na quarta-feira à noite REUTERS/ORTN
Por PÚBLICO 27 de Julho de 2023
Revoltosos justificam deposição de Bazoum com a “deterioração da situação de segurança” no país africano. Presidente deposto diz que as conquistas democráticas serão “salvaguardadas”.
Um grupo de militares do Níger deteve o Presidente Mohamed Bazoum e anunciou através da televisão nacional, na noite de quarta para quinta-feira, a suspensão da aplicação da Constituição e de todas as instituições do Estado, o encerramento das fronteiras do país e a imposição de recolher obrigatório em todo o território.
O anúncio televisivo teve lugar poucas horas depois de o chefe de Estado ter denunciado uma tentativa de golpe, que parece estar agora a ser consumada.
“Nós, as forças de segurança e defesa, decidimos pôr termo ao regime que conhecem devido segue-se à continuada deterioração das condições de segurança e à má gestão económica e social”, proclamou o major-coronel Amadou Abdramane, ladeado por outras figuras militares. “Pedimos a todos os parceiros externos para não interferirem”, acrescentou.
Depois de várias horas em silêncio, o Presidente Bazoum publicou esta quinta-feira uma mensagem no Twitter a dar conta de que todas as “conquistas” alcançadas pela antiga colónia francesa – que o elegeu em 2021, no culminar de um longo processo de transição democrática – serão “salvaguardadas” e que todos aqueles que “amam a democracia e a liberdade” se “encarregarão disso”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Hassoumi Massoudou, também recorreu à mesma rede social para apelar a “todos os democratas e patriotas” para ajudarem a pôr fim a esta “perigosa aventura”.
Segundo o Guardian, o golpe terá sido liderado pelo chefe de um grupo político e securitário regional, que terá tido o apoio de alguns membros da guarda de Bazoum. Os revoltosos, acrescenta a Reuters, bloquearam a entrada principal do palácio presidencial, em Niamei, com veículos militares, e também limitaram o acesso a vários ministérios próximos do local.
O golpe mereceu a condenação de grande parte da comunidade internacional, nomeadamente dos países ocidentais que têm no Níger um aliado-chave na luta contra o terrorismo islâmico na África Ocidental.
O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, apelou à libertação imediata do Presidente Bazoum, e António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, disse ter falado com Bazoum durante o dia e que lhe reiterou o apoio da ONU. Também a União Africana condenou o que, horas antes do anúncio do golpe, qualificou como tentativas de “minar a estabilidade das instituições democráticas” do país.
O Níger, independente desde 1960, é uma nação multiétnica de maioria muçulmana e de língua oficial francesa. O país, que faz fronteira com a Nigéria, Burkina Faso, Benim, Mali, Argélia, Líbia e Chade, ocupa uma parte estratégica do deserto do Sara, sendo um importante exportador de urânio. É, contudo, um dos países mais pobres do mundo, dependendo em grande medida de assistência financeira internacional.
A ser consumado, este será o sétimo golpe militar na África Central e Ocidental desde 2020. A queda de Bazoum e a instabilidade política pode ter repercussões imprevisíveis no combate ao terrorismo.
“Bazoum tem sido a única esperança do Ocidente na região do Sahel”, sublinha Ulf Laessing, director do programa Sahel no think tank alemão Konrad-Adenauer-Stiftung, citado pela Reuters. “França, EUA e UE têm gasto muitos dos seus recursos na região para desenvolver o Níger e as suas forças de segurança.”