Depois do pequeno-almoço oferecido, esta sexta-feira, 10 de Maio, aos jornalistas e responsáveis dos órgãos de Comunicação Social, José Mário Vaz disse que não foi “tido nem achado”, aquando da recepção da segunda tranche do arroz oferecido pela República Popular da China.
“Participei na distribuição da primeira tranche do arroz oferecido à Guiné-Bissau, na presença dos jornalistas, andamos quase todas zonas do país. Foi criada a comissão de distribuição, na qual integram membros do meu gabinete, governo, governadores regionais, administradores sectoriais e poder tradicional.
O acto da recepção da segunda tranche foi presidido pelo primeiro-ministro, acompanhado pelo Ministro da Agricultura e a Presidência esteve representada por uma conselheira.
Mas depois da entrega do arroz por parte do embaixador da China, a Presidência não foi tida nem achada na criação da comissão de distribuição de arroz. Nós não fazemos parte da Comissão. Por isso, o assunto está reservado ao primeiro-ministro e ao ministro da Agricultura. Não é o presidente da República que recebeu o arroz e em nenhum momento participei na distribuição de arroz sem a presença dos jornalistas” disse o chefe de Estado.
José Mário Vaz pediu aos jornalistas para evitarem fazer a justiça na praça pública de assuntos judiciais, sublinhando que não se deve fragilizar a justiça no país, numa clara alusão a mediatização do caso de suposto desvio de arroz oferecido a Guiné-Bissau pelo governo chinês.
“Não devemos fragilizar o poder judicial. Todos nós queremos ver o nosso poder judicial forte. Como há tantos conflitos na Guiné-Bissau e até conflitos entre o Ministério Público e a Polícia Judiciária, espero que vão encontrar uma solução para o assunto em causa. E mais triste no país é pegar um assunto judicial para fazer o julgamento na praça pública. Julgamento na praça pública traz ódio, magoa” disse, chamando atenção aos jornalistas: “Vocês são novos. Evitem de fazer o julgamento na praça pública, porque hoje, fazem o julgamento na praça, amanhã podem ocupar a mesma função”.
Presidente da República prometeu nomear Domingos Simões Pereira primeiro-ministro, se a sua nomeação for a proposta do PAIGC.
Na mesma conferência o Presidente da República prometeu nomear chefe do Governo Domingos Simões Pereira, Presidente do PAIGC, se a sua nomeação for a proposta do PAIGC, porque, segundo José Mário Vaz, enquanto chefe de Estado é obrigado a trabalhar com a figura indicada pelo partido vencedor das eleições legislativas.
Questionado sobre a não marcação da data das eleições presidenciais, uma vez que o seu mandato vai terminar a 23 de Junho, José Mário Vaz respondeu que marcará a data das presidenciais assim que for apresentada uma proposta de possíveis datas por parte da Comissão Nacional de Eleições (CNE), deixando tudo em aberto sobre a sua recandidatura.
Relativamente à comercialização da castanha de caju, o chefe de Estado demarcou-se, afirmando que não tem nada a ver com a matéria para evitar a acusação de ser responsável pelo fracasso da campanha, como aconteceu no ano passado, quando anunciou o preço de mil francos cfas a quilo. Contudo, José Mário Vaz diz que a população guineense voltará a viver na miséria, devido ao baixo preço da castanha de caju.
A castanha de caju está a ser comprado, neste momento, em algumas regiões da Guiné-Bissau, entre 200 a 250 francos CFA a quilo, violando assim o preço de 500 francos CFA fixado pelo governo, no início da campanha do caju.
Tiago Seide
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