sexta-feira, 10 de maio de 2019

Foi descoberta uma câmara secreta com 2.000 anos no Palácio de Ouro do Imperador romano Nero

Uma equipa de arqueólogos descobriu acidentalmente a câmara por baixo de uma colina junto ao Coliseu. As paredes estavam pintadas com frescos de animais e figuras mitológicas.

O espaço data do período entre 65 e 68 d.C e pertence ao palácio do Imperador Nero, um dos mais infames governantes da História
EPA

Milhares de anos depois, o império romano continua envolto em mistérios. Uma equipa que trabalhava no restauro do palácio do Imperador Nero encontrou uma sala secreta que estava debaixo de terra há 2.000 anos, noticia a CNN.

O espaço, totalmente desconhecido até à data, pertence à Domus Aurea (Palácio de Ouro), o enorme palácio de 40 hectares que Nero construiu depois do incêndio que destruiu Roma no ano 64 d.C e que cobria três das sete colinas da cidade. As paredes estavam imensamente decoradas com frescos de animais e figuras mitológicas.

Figuras mitológicas, como o centauro, compõem grande parte dos frescos

A equipa deparou acidentalmente com a câmara, enquanto montava andaimes para trabalhar num espaço adjacente. Os arqueólogos detetaram uma abertura num dos cantos do espaço e, com recurso a luz artificial, conseguiram ver o interior da câmara. As paredes da sala estavam decoradas com frescos coloridos de panteras, flores, plantas, a deusa Pan e uma esfinge “muda e solitária”. Por isso, a equipa batizou o espaço com o nome “A Câmara da Esfinge”.

Alfonsina Russo, diretora do Parque Arqueológico do Coliseu, onde fica o palácio, descreveu a descoberta como algo “excecional e entusiasmante”.

Segundo o The Telegraph, a câmara fica localizada por baixo de uma colina junto ao Coliseu romano. A imponente decoração inclui ainda pinturas de figuras aquáticas, árvores e pássaros. Os frescos terão sido elaborados por artesãos romanos, disse Alessandro D’Alessio, responsável do Palácio de Ouro.

Neste fresco, é possível observar um homem armado a lutar com uma pantera

A equipa iniciou um processo de recuperação e restauro da câmara. “Esperamos terminar os trabalhos no final deste ano”, disse a professora e líder da exploração. “A sala está bem preservada, mas precisa de ser limpa e restaurada”, continuou. Contudo, o espaço está enterrado em toneladas de areia e terra e a equipa teme que os trabalhos possam comprometer a estabilidade de todo o palácio.

Alfonsina Russo disse ainda que a “Câmara da Esfinge” revela “a atmosfera do período de governação de Nero”.

Conhecido como um dos mais infames imperadores de sempre, Nero assumiu o trono com apenas 17 anos depois da morte do seu pai adotivo. Ficou conhecido por cantar no topo do seu palácio enquanto Roma ardia e por ter matado a própria mãe e duas das suas mulheres, entre outros assassinatos políticos. Apaixonado por música e arte, historiadores relatam que terá sido o próprio Nero a atear fogo à cidade de Roma com o intuito de limpar o terreno e reconstruir a cidade. Governou Roma e todo o império até 68 d.C, ano em que, com 31 anos, se suicidou.

observador.pt

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