sábado, 19 de julho de 2025

Braima Camará : A assunção da Presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pela Guiné-Bissau e por Vossa Excelência, General Úmaro Sissoco Embaló, presidente da República da Guiné-Bissau, representa um momento de prestígio e responsabilidade para o nosso país e para todos os guineenses...

Por Braima Camará 

A assunção da Presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pela Guiné-Bissau e por Vossa Excelência, General Úmaro Sissoco Embaló, presidente da República da Guiné-Bissau, representa um momento de prestígio e responsabilidade para o nosso país e para todos os guineenses. 

Saúdo este marco com orgulho patriótico, reconhecendo nele uma oportunidade para afirmar o lugar da Guiné-Bissau no seio das nações que promovem a cooperação, o diálogo e o desenvolvimento sustentável.

A centralidade atribuída ao tema da soberania alimentar nesta Cimeira é, a meu ver, um sinal claro de que o futuro da nossa Nação está intrinsecamente ligado à valorização dos nossos recursos, à proteção da nossa terra e ao fortalecimento das capacidades produtivas do nosso povo. A segurança alimentar é hoje um imperativo de soberania, dignidade e paz social.

Neste contexto, reafirmo o meu compromisso firme e inabalável com o futuro da Guiné-Bissau, e com a construção de uma agenda política assente na responsabilidade, na inclusão e na reconciliação. O MADEM-G15, enquanto força política patriótica, está consciente dos grandes desafios que se avizinham, e é neste espírito que continuamos a trabalhar para a sua união e coesão, num momento crucial que antecede as eleições presidenciais e legislativas.

A reconciliação da família guineense representa, neste quadro, um novo sinal de maturidade e uma oportunidade renovada para que o Chefe de Estado continue a promover a reconciliação entre os guineenses, a estabilidade institucional e a coesão nacional.

O futuro exige de todos nós coragem, espírito de unidade e sentido de Estado. A Guiné-Bissau precisa de estabilidade, instituições fortes e lideranças capazes de colocar os interesses do país acima das disputas pessoais. É esse o caminho que me proponho a seguir — com humildade, mas também com determinação.

Desejo que esta Presidência da CPLP seja aproveitada com inteligência estratégica, para abrir portas, criar parcerias e mobilizar os recursos necessários ao nosso desenvolvimento sustentável.

A Guiné-Bissau tem pela frente uma oportunidade única. Ao assumir a presidência da CPLP, está sob os olhos da comunidade internacional. Pode, se quiser, transformar esta visibilidade em alavanca de reformas internas.

Chegou o momento de fazer convergir a diplomacia com a Constituição, e o prestígio internacional com o retorno pleno à legitimidade constitucional.

Juntos, com coragem e visão, construiremos uma Guiné-Bissau mais próspera, mais justa e mais respeitada.

Viva a Guiné-Bissau! Viva a CPLP! Viva o povo guineense!

Lisboa, 18 de Julho de 2025

Braima Camará

Coordenador Nacional do MADEM-G15

"Se os estrangeiros forem embora, o Japão não tem gente para trabalhar"

Por LUSA 

A extrema-direita fez da imigração um dos temas da eleição para a câmara alta do parlamento, no domingo, mas vários residentes lusófonos alertaram que o Japão precisa de estrangeiros para enfrentar o envelhecimento populacional.

"Se os estrangeiros forem embora daqui, o Japão já não tem para trabalhar. A mão-de-obra, até aqui, para nós também faltam pessoas", disse hoje à Lusa Rogério, de 43 anos, que trabalha num restaurante brasileiro em Osaka (centro-sul).

Nas últimas duas décadas, o número de trabalhadores no ativo diminuiu em cerca de três milhões. Até 2040, o Japão deverá enfrentar um défice de mão-de-obra de 11 milhões de pessoas, de acordo com uma estimativa do Recruit Works Institute.

"Sem estrangeiros, o Japão para. Japonês não quer trabalhar em qualquer serviço", explicou à Lusa outro brasileiro, Gilberto, que vive em Toyama, no centro do país.

No final de 2024, o Japão tinha 3,76 milhões de residentes estrangeiros, um máximo histórico, mas que apenas representa 3% da população. De acordo com a legislação em vigor, nenhum deles tem direito de voto nas eleições de domingo.

Mas isso não impediu a extrema-direita de apostar numa retórica abertamente xenófoba, ligando a criminalidade à imigração e prometendo regras mais apertadas para a atribuição de residência e excluir os estrangeiros dos benefícios sociais.

De acordo com dados oficiais, em 2024, estrangeiros, incluindo residentes e pessoas em situação irregular, cometeram 2,2% dos crimes registado no Japão.

"Claro que estamos tendo problemas hoje em questões de segurança. Tem muitos estrangeiros que estão vindo para o Japão e estão fazendo muitas coisas erradas", admitiu Rogério.

"Mas isso de mandar estrangeiro embora, tem tanta coisa na Internet, mas eu acho que é muito 'fake news' [notícias falsas]", sublinhou o brasileiro.

Fundado em 2020, o partido de extrema-direita Sanseito tem usado redes e plataformas sociais para disseminar teorias da conspiração e desinformação xenófoba, observou Jeffrey J. Hall.

O especialista da Universidade de Estudos Internacionais de Kanda explicou que as emissoras japonesas "são legalmente obrigadas a manter a neutralidade política durante as eleições, pelo que a sua cobertura é muitas vezes bastante monótona".

"Em contraste, os canais do YouTube demonstram um extremo alinhamento político e podem obter enormes visualizações quando promovem mensagens sensacionalistas contra estrangeiros", disse Hall.

"Os estrangeiros são usados como alvos para expressar descontentamento", disse Yu Uchiyama, professor de ciências políticas na Universidade de Tóquio, que estabeleceu um paralelo com a ascensão da extrema-direita na Europa e nos Estados Unidos.

Em 08 de julho, oito organizações de defesa dos direitos dos estrangeiros e refugiados denunciaram a inclusão de mensagens xenófobas na campanha eleitoral e sublinharam que os imigrantes não recebem tratamento preferencial no Japão.

Uma opinião confirmada por Rogério, que destaca ainda "a barreira da língua", que torna alguns estrangeiros vulneráveis à exploração.

As sondagens sugerem que o Sanseito, atualmente com dois lugares na Câmara dos Conselheiros, poderá conquistar mais de dez dos 125 lugares em disputa nas eleições de domingo para a câmara alta do parlamento, composta por 248 membros.

Com a coligação do primeiro-ministro Shigeru Ishiba em risco de perder a maioria na Câmara dos Conselheiros, o partido no poder adotou parcialmente o discurso anti-imigração.

Na terça-feira, Ishiba inaugurou um gabinete especial para tratar de questões relacionadas com residentes estrangeiros, dizendo que irá ouvir as preocupações dos japoneses, incluindo alegados abusos do sistema de segurança social.

Ironicamente, diz Rogério, que vive no Japão desde os 14 anos, "antigamente até que, sim, tinha 'bullying', tinha preconceito", porque o país "antes era muito mais fechado".

Daniel, um angolano que vive há 14 no Japão, admitiu o peso do choque cultural: "O povo japonês é muito severo e vais ter que deixar algumas coisas que estás habituado a fazer, porque aqui tens que seguir mesmo a linha dos japoneses".

Rogério, casado com uma japonesa e com filhos, sublinhou que atualmente as escolas japonesas "ajudam as crianças [de estrangeiros] a falar e a escrever o japonês".

"Eu hoje não vejo discriminação", garantiu o brasileiro. Quanto aos apelos anti-imigração, "o japonês não quer isso, ele é aberto aos estrangeiros", acrescentou.

O Chefe de Estado, recebeu hoje as Cartas Credenciais da Embaixadora Emília Fábián, representante extraordinária e plenipotenciária da Hungria junto à Guiné-Bissau. A diplomata transmitiu os cumprimentos do Primeiro-Ministro húngaro, Viktor Orbán, e reiterou o compromisso do seu país em aprofundar as relações de amizade e cooperação com o nosso Estado.

A Embaixadora, residente em Portugal, garantiu deslocações frequentes à Guiné-Bissau, com o objectivo de reforçar os laços bilaterais entre os dois países.


 Presidência da República da Guiné-BissauRadio Voz Do Povo

EUA rejeitam mudanças da OMS para combater pandemias: "Direito soberano"

Por LUSA 

O Governo de Donald Trump anunciou na sexta-feira que os Estados Unidos rejeitam as alterações adotadas em 2024 pelos países da Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater pandemias, alegando que estas violam a soberania norte-americana.

Os países-membros da OMS adotaram em 2024 emendas ao Regulamento Sanitário Internacional, um quadro juridicamente vinculativo para responder a emergências de saúde pública, que mostrou limitações durante a pandemia da covid-19.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu assim que voltou ao poder, em janeiro, retirar os Estados Unidos desta agência da ONU. Mas, de acordo com o Departamento de Estado, essas alterações continuam a ser obrigatórias para o país.

"Estas alterações podem prejudicar indevidamente o nosso direito soberano de elaborar a nossa política de saúde", afirmaram, em comunicado, o secretário da Saúde norte-americano, Robert Kennedy Jr., conhecido pelas posições antivacinas, e o secretário de Estado do país, Marco Rubio.

"Colocaremos os americanos em primeiro lugar em todas as nossas ações e não toleraremos nenhuma política internacional que prejudique a liberdade de expressão, a privacidade ou as liberdades individuais dos americanos", acrescenta-se na nota.

As alterações introduzem os conceitos de "emergência pandémica" e "mais solidariedade e equidade", de acordo com a OMS.

Estas foram adotadas depois de, no ano passado, a organização não ter conseguido chegar a um acordo global mais ambicioso na luta contra as pandemias. Em 2025, esse acordo foi finalmente concluído, mas sem os Estados Unidos.

"Lamentamos a decisão dos Estados Unidos de rejeitarem as alterações", reagiu o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, num comunicado publicado na sexta-feira à noite na rede social X.

O responsável salientou que as alterações "são claras sobre a soberania dos Estados-membros", acrescentando que a OMS não pode decidir sobre confinamentos ou medidas semelhantes.

Washington, sob a presidência de Joe Biden, participou nas negociações em 2024, mas não conseguiu chegar a um consenso. Os Estados Unidos exigiam mais proteções em relação aos direitos de propriedade intelectual sobre as vacinas norte-americanas.

O antecessor de Marco Rubio, Antony Blinken, saudou posteriormente as alterações, classificando-as como um progresso.

"Elas [alterações] também não tratam adequadamente a vulnerabilidade da OMS à influência política e à censura, especialmente por parte da China, durante epidemias", acrescentaram os dois secretários norte-americanos para justificar a rejeição.

Sessão de Abertura da XV Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), no dia 18 de julho de 2025, em Bissau. Intervenção de boas-vindas de Umaro Sissoco Embaló, Presidente da República da Guiné-Bissau e Presidente em exercício da CPLP.

Mutação em plantas de Cabo Verde sugere como culturas agrícolas podem resistir ao sal... A insularidade de Cabo Verde é um dos fatores que contribui para a sua biodiversidade e que tem despertado interesse científico em diversos domínios.

Por sicnoticias.pt

Um estudo científico sobre amostras de plantas recolhidas em Cabo Verde dá novas sugestões para desenvolvimento de culturas agrícolas em solos onde haja muito sal, por influência da água do mar, lê-se num artigo publicado na revista científica Science Advances.

"As nossas descobertas revelam um método baseado no conhecimento para desenvolver culturas resistentes ao sal, o que pode ser atraente tanto para a agricultura convencional como para a agricultura biológica", indicam os cientistas, ao detalhar as experiências laboratoriais realizadas.

O trabalho "Evolução paralela da tolerância à salinidade" em amostras da planta Arabidopsis thaliana recolhida em Cabo Verde foi publicado na última edição da revista Science Advances.

O artigo é partilhado por 15 autores de universidades e centros de investigação de França e Espanha e, embora não seja a primeira vez que a resistência de plantas à salinidade seja estudada, o estudo oferece provas genéticas e bioquímicas que podem fundamentar novas abordagens biotecnológicas.

"A salinização dos solos representa uma ameaça relevante à agricultura" e, no caso, as Ilhas de Cabo Verde "localizam-se a 600 quilómetros da costa de África e caracterizam-se por ambientes áridos e solos de elevada salinidade", assinalam os autores.

"Descobrimos que as plantas Arabidopsis thaliana nativas destas ilhas acumulam 'glucuronil-manose', que as protege do stress salino", um composto cuja produção os cientistas ligam a um gene específico, designado GH38cv.

As plantas portadoras de mutações de GH38cv "não apresentam defeitos de crescimento, nem de aptidão ou de resistência biótica em condições laboratoriais padrão, mas apresentam melhores taxas de germinação, raízes mais longas, melhor estado hídrico e maior aptidão do que as plantas não mutadas quando expostas ao stress salino".

Segundo o artigo, as mutações "evoluíram independentemente em duas ilhas distintas dentro do arquipélago de Cabo Verde", Santo Antão e Fogo, "ilustrando um exemplo de evolução paralela para a tolerância ao sal neste ambiente".

"As nossas descobertas podem ter implicações práticas para a agricultura (...). Em resumo, tanto a síntese como a aplicação de 'glucuronil-manose', bem como a edição genética dirigida de GH38cv, oferecem estratégias promissoras inspiradas na natureza para aumentar a tolerância ao sal em culturas e plantas ornamentais através de abordagens biotecnológicas", concluem.

A insularidade de Cabo Verde é um dos fatores que contribui para a sua biodiversidade e que tem despertado interesse científico em diversos domínios.

Em março, um outro grupo de cientistas indicou que um tipo de tamareira que se supõe já só existir em Cabo Verde pode ajudar árvores semelhantes a adaptarem-se às mudanças climáticas e outros problemas.


Tiroteio em mina de ouro na RCA gerida pelo grupo Wagner faz 11 mortos

Por LUSA 

Um tiroteio numa mina na República Centro-Africana (RCA), controlada pelo grupo russo de mercenários Wagner, matou pelo menos 11 pessoas, disseram hoje moradores e trabalhadores humanitários.

As vítimas foram mortas na noite de quarta-feira na mina de ouro em Ndassima, a cerca de 450 quilómetros a leste da capital do país, Bangui, disseram os residentes e os trabalhadores humanitários à agência de notícias Associated Press.

Os habitantes das aldeias vizinhas estão proibidos de aceder à mina controlada pela Wagner.

O morador Serge Pounematchi, cujo filho estava entre os mortos, disse que as vítimas estavam no local à procura de resíduos de ouro e cascalho quando foram sumariamente mortas, juntando-se a outros aldeões nos funerais das vítimas.

"É uma pena que o direito à vida não exista", sublinhou Pounematchi.

As autoridades ainda não confirmaram quaisquer pormenores sobre a violência e as autoridades locais não responderam até agora às perguntas colocadas pelos jornalistas.

Dois trabalhadores humanitários, que falaram sob condição de anonimato por receio de serem visados, confirmaram que as vítimas eram jovens das aldeias vizinhas e que a maioria foi morta a tiro.

Constantin Pounoukouzou, um residente de Ndassima, disse que alguns aldeões ainda estão desaparecidos. "Os jovens desempregados não têm outra opção senão ir para este sítio à noite (para) a gravilha", adiantou Pounoukouzou.

O grupo Wagner é frequentemente acusado de cometer violações dos direitos humanos e execuções extrajudiciais com pouca ou nenhuma responsabilidade na República Centro-Africana, onde se comprometeu a lutar contra grupos rebeldes e a restabelecer a paz.

Os mercenários têm servido como guarda-costas pessoais do Presidente Faustin Archange Touadera, ajudando-o a vencer um referendo constitucional em 2023, que poderá prolongar o seu poder indefinidamente.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Epstein. Trump processa jornalistas do WSJ e Rupert Murdoch por difamação.... Em causa está um artigo do Wall Street Journal (WSJ) que dá conta da existência de uma mensagem de parabéns a Epstein, na qual Donald Trump terá desenhado uma mulher nua, assim como se referido a um "segredo maravilhoso."

Por LUSA 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avançou com uma ação judicial contra o empresário Rupert Murdoch, a Dow Jones, a News Corp e dois jornalistas do Wall Street Journal (WSJ). Em causa está um artigo que dá conta da existência de uma mensagem de parabéns a Epstein.

A queixa foi apresentada esta sexta-feira, ao abrigo da lei federal sobre difamação, segundo os registos do tribunal consultados pelas publicações internacionais.

De acordo com o que adianta a imprensa internacional, a ação foi entregue num tribunal federal de Miami, no estado norte-americano da Florida.

Depois de a notícia ser avançada pela imprensa norte-americana, Donald Trump recorreu à sua rede social, Truth Social, para confirmar que tinha avançado: "Esta ação judicial é intentada não só em nome do vosso residente favorito, EU, mas também para continuar a defender TODOS os norte-americanos que não toleram mais os atos abusivos dos Fake News Media. Espero que Rupert e os seus 'amigos' estejam ansiosos pelas muitas horas de depoimentos e testemunhos que terão de prestar neste caso. Obrigado pela vossa atenção a este assunto. Nós vamos FAZER A AMÉRICA GRANDE DE NOVO!"

Em causa está um artigo do WSJ que revela uma carta escrita, alegadamente, por Donald Trump em 2023. A missiva dirigida a Jeffrey Epstein, no âmbito do seu 50.º aniversário, acabava com uma frase de Trump onde se lia: "Feliz aniversário e que cada dia seja mais um segredo maravilhoso".

O artigo foi publicado na quinta-feira e hoje Donald Trump já ameaçava que ia processar o jornal. "A imprensa precisa de aprender a ser honesta e a não confiar em fontes que provavelmente nem sequer existem", defendeu ainda ontem.

Trump afirmava que a carta era falsa, recordava que já levou a tribunal as emissoras norte-americanas ABC e CBS, e garantiu que iria também "processar e responsabilizar o outrora grandioso Wall Street Journal."

O WSJ "tornou-se um jornal imundo e sujo" e "escrever mentiras como esta demonstra o seu desespero para se manter relevante", escrevia o chefe de Estado.

Note-se que o jornal explica que, após contactar o agora presidente dos EUA sobre o assunto, na terça-feira, este negou ser o autor da carta e ameaçou processar o jornal caso publicasse o artigo.

E para além do "segredo"?

De acordo com o WSJ, a ex-assistente de Epstein, Ghislaine Maxwell - que cumpre uma pena de 20 anos de prisão por ser cúmplice do magnata - recolheu cartas de Trump e de outros associados de Epstein para incluir num álbum de 2003 como presente de aniversário para o falecido.

Uma carta assinada por Trump e revista pelo jornal contém várias linhas de texto datilografado, contidas dentro do contorno de uma mulher nua, desenhada alegadamente pelo atual presidente com um marcador.

É ainda sublinhando que a assinatura do republicano surge rabiscada abaixo da cintura da mulher, "imitando pelos púbicos".

Recorde-se que Epstein morreu na prisão, em 2019, numa altura em que estava acusado de controlar um esquema de tráfico sexual e abuso sexual de menores, tendo, alegadamente, criado uma rede para abusar de dezenas de meninas na sua mansão de Nova Iorque e numa outra situada na Florida.

Na semana passada, os investigadores confirmaram a morte de Epstein por suicídio numa prisão de Nova Iorque em 2019.

Trata-se da primeira negação oficial sobre uma alegada lista de personalidades influentes associadas a Epstein e um possível assassinato para o silenciar.

Os adeptos do movimento Make America Great Again (MAGA) estão insatisfeitos com as conclusões destes inquéritos, uma vez que Trump, a Procuradora-Geral dos EUA, Pam Bondi, e o Diretor-Adjunto do FBI, Dan Bongino, prometeram revelar "a verdade" sobre o caso antes do início da atual administração dos EUA, em janeiro.

A pressão recebida levou o presidente a autorizar Bondi a divulgar quaisquer ficheiros adicionais "credíveis" sobre o assunto, mas não sem antes criticar os seus apoiantes por, na sua opinião, se terem deixado "enganar" pelos democratas.

A esta associação entre Donald Trump e Jeffrey Epstein junta-se ainda um outro nome: Elon Musk. O outrora 'braço direito' do chefe de Estado dos EUA também tem associado Trump aos ficheiros em causa, que cidadãos norte-americanos exigiam que se tornasse públicos até à informação de que a tal 'lista' não exista.

"Não vou entregar país de volta para esse bando de malucos", avisa Lula... O presidente brasileiro, Lula da Silva, disse hoje que, se estiver bem de saúde, será candidato às eleições presidenciais de 2026 para não "entregar esse país de volta para aquele bando de malucos"

Por LUSA 

"Se eu estiver com a saúde que eu estou hoje, com a disposição que eu estou hoje, você pode ter certeza que eu serei candidato outra vez para ganhar as eleições do ano que vem, porque eu não vou entregar esse país de volta para aquele bando de malucos, que quase destroem esse país nos últimos anos", disse o chefe de Estado brasileiro, num evento no estado do Ceará.

Lula da Silva aludia ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, alvo, hoje, de uma nova acusação da polícia brasileira, segundo a qual, com o seu filho Eduardo Bolsonaro, atuou junto do Governo dos Estados Unidos para impor sanções a "agentes públicos do Estado brasileiro" e forçar a justiça a arquivar o julgamento em que é acusado de tentativa de golpe de Estado.

Ainda assim, Lula da Silva assumiu que só tomará essa decisão no próximo ano.

"Porque eu tenho que conversar com a minha consciência e conversar com vocês", disse.

Estas declarações acontecem poucas horas depois de, por decisão do juiz do Supremo Tribunal Federal (STB) Alexandre de Moraes, a policia ter feito buscas e apreensões em domicílios ligados a Bolsonaro, por considerar haver indícios de que o ex-presidente e um dos filhos agiam para atrapalhar o julgamento da ação penal em que é acusado de tentativa de golpe de Estado.

Moraes, juiz relator desse caso no STF, concordou com as conclusões da Polícia Federal e considerou que, face à sua conduta, o ex-Presidente e o seu filho são autores de "atos claros e expressos de execução e confissões flagrantes de atos criminosos" que persistem ao longo do tempo.

O mesmo juiz considerou que "a soberania nacional [brasileira] não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida" e indicou que o ex-Presidente confessou uma tentativa de extorsão contra a Justiça brasileira ao condicionar o fim das tarifas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à sua própria amnistia.

Entre as medidas adotadas por ordem judicial contra Jair Bolsonaro estão o uso de pulseira eletrónica, proibição de usar redes sociais e de comunicar com o filho Eduardo Bolsonaro.

O ex-presidente deverá permanecer em casa no horário noturno, das 19:00 às 07:00, e nos fins de semana, e não poderá comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros nem aproximar-se de embaixadas.

Na semana passada, Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos alegando, numa carta publicada em redes sociais, que Bolsonaro sofria uma "caça às bruxas".

Trump acusou o Brasil pela "forma como tem tratado o ex-presidente Bolsonaro", com um processo em curso no Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022 para o atual chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva.

Putin diz que procura "solução diplomática" para fim da guerra na Ucrânia... O chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, agradeceu a disponibilidade ao seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, nas conversações de paz que têm decorrido entre Moscovo e Kyiv. Os líderes falaram ainda da escalada de violência na Síria.

Por LUSA 

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse, esta sexta-feira, que a Rússia está "empenhada na procura de uma solução política e diplomática para o conflito" com a Ucrânia.

De acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, as declarações foram feitas ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, com quem conversou ao telefone.

Segundo o que a agência estatal russoa explica, durante o telefonema Putin agradeceu ainda a Erdogan pela sua prontidão e por estar a disponibilizar-se para as conversações de paz entre Moscovo e Kyiv.

De acordo com a mesma nota, os dois líderes concordaram em manter-se em contacto, assim como discutiram outros assuntos, nomeadamente, a escalada de violência na Síria.

"Manifestaram a sua preocupação com a violência crescente no país, salientando que era fundamental a situação estabilizar o amis rapidamente possível através do diálogo", lê-se no comunicado, que dá ainda conta de "as duas partes sublinharam a necessidade de respeitar a soberania, a unidade e a integridade territorial da Síria."

O que se passa na Síria?

A província de Sweida, no sul da Síria, foi nos últimos dias palco de confrontos sangrentos entre tribos beduínas e fações drusas, cujas tensões são antigas. Sweida é controlada por uma maioria drusa, uma minoria religiosa que está presente na Síria, mas também no Líbano e em Israel.

As novas forças governamentais da Síria enviaram reforços para repor a segurança na região e assumiram o controlo de várias localidades, mas acabaram por se retirar após ataques aéreos israelitas (realizados sob o argumento da defesa da minoria drusa) e um cessar-fogo acordado na quarta-feira.

Do lado de Ancara, e após o telefonema com Putin, a presidência turca indicou que Erdogan reconheceu que estes novos confrontos armados ameaçam a paz na região.

Erdogan explicou a Putin que os combates, após a retirada das forças de segurança sírias de Sweida, "criam uma ameaça para toda a região", acrescentando que, na sua opinião, é essencial que Israel não viole a soberania síria.

Nos últimos dias, Ancara manifestou-se a favor do apoio ao envio de tropas oficiais do Governo sírio para Sweida, uma decisão a que os grupos drusos se opuseram no passado.

Após a queda do regime do presidente sírio Bashar al-Assad, em dezembro, surgiram preocupações quanto ao destino das minorias étnicas no país sob o novo Governo de transição sírio, liderado por Ahmad al-Sharaa, um antigo líder rebelde islamita.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados detalhou, esta sexta-feira, que elo menos 60 mil pessoas foram deslocadas na recente onda de violência em Al-Sweida, sendo impossível uma estimativa imparcial do número de mortos. A  Organização Internacional para as Migrações indica, no entanto, que são 80 mil as pessoas deslocadas desde domingo.

O ACNUR é a única organização internacional com presença direta naquela cidade síria, de maioria drusa, onde conta com 18 colaboradores, que tiveram, no entanto, de ser retirados da região devido à insegurança.

A organização já tinha conseguido reafetar mantimentos de emergência e estava a trabalhar na criação de centros de abrigo coletivo para pessoas que tiveram de fugir da violência na área.

"A situação é alarmante. É difícil operar e a nossa capacidade é limitada, enquanto as necessidades são consideráveis, especialmente para a assistência médica. Temos 'stocks' e esperamos distribuí-los assim que a situação de segurança o permita", disse o porta-voz do ACNUR em Genebra, William Splinder.

A violência começou no domingo entre grupos armados drusos e tribos beduínas, mas quando o governo interino em Damasco enviou forças militares, foi aberta uma frente adicional de confrontos.


Leia Também: Moscovo admite que comércio entre Rússia e UE deixe de existir

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo admitiu hoje que o comércio entre a Rússia e a UE pode cair para zero, devido ao novo pacote de sanções contra Moscovo.


O Presidente da República, encerrou os trabalhos da XVª Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa com uma mensagem de gratidão, união e compromisso. Reafirmou os avanços alcançados em cooperação política, económica, cultural e linguística, e destacou a importância de transformar os compromissos assumidos em ações concretas para os cidadãos da CPLP.

Que este espírito de solidariedade e ambição nos acompanhe rumo a uma CPLP cada vez mais forte, dinâmica e centrada nos povos.

O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, no seu primeiro acto como Presidente em exercício da CPLP, procedeu à entrega do Prémio José Aparecido de Oliveira a duas personalidades de destaque: o antigo Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, e a antiga Secretária Executiva da CPLP, Maria do Carmo Silveira.

No discurso de encerramento da XV Cimeira da CPLP, expressou a sua gratidão pela presença dos Estados-membros e destacou os avanços alcançados no reforço da Comunidade.

 Presidência da República da Guiné-Bissau

O Presidente da República, participou na XV Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP, onde foi alcançado consenso sobre as prioridades da Presidência guineense para os próximos dois anos e aprovada a Declaração de Bissau.

Durante a Cimeira, a Embaixadora angolana Maria de Fátima Monteiro Jardim tomou posse como nova Secretária Executiva da CPLP, sucedendo ao timorense Zacarias da Costa.

 Presidência da República da Guiné-Bissau

XV⁰ CIMEIRA DA CPLP: Declaração a Imprensa da Secretária de Estado da Cooperação Internacional, Fatumata Djaú na presença da nova Secretária Executiva da CPLP, Maria de Fátima Jardim.

📡 ACOMPANHE EM DIRETO OS TRABALHOS DA XV CIMEIRA DA CPLP - BISSAU 18 DE JULHO 2025 🇬🇼

PR Umaro Sissoco Embaló e Presidente em Exercício da Comunidade dos Países da Língua portuguesa (CPLP), confere posse a nova Secretária Executiva da CPLP, Maria de Fátima Jardim.


CONVOCATÓRIA PARA UMA REUNIÃO DOS SECRETÁRIOS NACIONAIS ALARGADA AOS PRESIDENTES DOS CONSELHOS REGIONAIS E SECTORIAIS DO PRS.

LEIA SE FAZ FAVOR O DOCUMENTO POSTADO EM BAIXO PARA CONHECER A DATA, HORA, LOCAL E A ORDEM DO DIA DA  REUNIÃO.  👇


BISSAU, 18 DE JULHO DE 2025  A DIREÇÃO DA COMUNICAÇÃO E IMAGEM DO PRS

Ucrânia lança ciberataque massivo contra a maior empresa energética russa... Fonte da Inteligência Militar da Ucrânia afirma que “a degradação dos sistemas de informação russos até à era tecnológica da Idade Média continua”.

Por LUSA 

A Ucrânia terá desencadeado um ciberataque de larga escala à maior infraestrutura energética russa, a Gazprom, que causou disrupções significativas.

A informação é avançada pelo Kyiv Independent que cita uma fonte da Inteligência Militar da Ucrânia. A operação terá acontecido esta quinta-feira, dia 17 de julho, e teve como alvo não só os sistemas usados pela Gazprom como também os das suas subsidiárias - empresas que a mesma fonte garante têm estado diretamente envolvidas nos apoios à ofensiva russa.

A Gazprom, detida pelo estado, é não só a maior empresa de energia na Rússia, como também é uma das maiores produtoras e exportadoras de gás do mundo.

O ciberataque terá destruído grandes volumes de dados e instalado um software criado especificamente para este cenário que irá causar ainda mais danos aos sistemas de informação da empresa energética.

A mesma fonte diz que os sistemas internos da Gazprom ficaram em baixo para mais de vinte mil administradoras e que foram destruídos ‘backups’ de bases de dados cruciais. Quanto às subsidiárias da empresa, terão sido atingidas cerca de 390.

Para além disso, os ‘hackers’ ucranianos terão ainda conseguido destruir conjuntos de servidores “extremamente poderosos” usados para gerir elementos-chave da operação da Gazprom.

“A degradação dos sistemas de informação russos até à era tecnológica da Idade Média continua”, afirmou a fonte citada pelo Kyiv Independent. E recomenda que os especialistas cibernéticos da Rússia “substituam gradualmente os seus ratos e teclados por martelos e tenazes”.

Nem as autoridades russas, nem a própria Gazprom ainda se pronunciaram sobre o ataque, nem há confirmação oficial da parte da Ucrânia.

PR de São Tomé e Príncipe saúda concertação na CPLP em quase 30 anos... O Presidente de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, saudou hoje a concertação e o diálogo político que tem marcado a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em quase 30 anos, desde a criação da organização.

Por LUSA 18/07/2025

No seu discurso de passagem da presidência pró tempore de dois anos ao Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, Carlos Vila-Nova afirmou que em cerca de 30 anos, a CPLP tem-se afirmado como "espaço privilegiado de diálogo político, de concertação política e cooperação e de solidariedade".

O Presidente são-tomense observou que a concertação e a solidariedade ocorrem entre povos "unidos por laços históricos e culturais fortemente estabilizados".

Na quinta-feira, os líderes da CPLP presentes em Bissau para participar na XV Conferência de Chefes de Estado e de Governo da organização, assinalaram, no palácio da presidência guineense, o 29º aniversário da comunidade.

"Que a data inspire a todos para o reforço com os compromissos fundadores da CPLP", disse hoje o Presidente cessante da organização que felicita os povos da comunidade "pela trajetória partilhada".

Sobre os dois anos da presidência são-tomense, Carlos Vila Nova disse terem sido um desafio que o seu país cumpriu "com dever, humildade e abnegação" perante desafios, "num mundo marcado por rápidas transformações".

O Presidente de São Tomé e Príncipe apontou para crises multidimensionais, incertezas geopolíticas, situações que, disse, obrigaram a CPLP a manter-se "firme nos seus propósitos, ativa nas suas ações e unida".

"A nossa presidência procurou convergir ainda mais com o reforço da coesão interna, da valorização da mobilidade e da cidadania de promoção da língua portuguesa, de ver o aprofundamento da solidariedade entre nós", afirmou Vila Nova.

O presidente cessante da organização lusófona, disse estar convicto de que, apesar das limitações de São Tomé e Príncipe, a liderança do seu país "imprimiu uma marca clara" numa presidência centrada no tema "juventude e sustentabilidade na CPLP".

"Uma escolha consciente que refletiu a necessidade de preparar o presente com os olhos postos no futuro", sublinhou Carlos Vila Nova.

Em relação à presidência guineense, o dirigente são-tomense disse estar com espírito de confiança e otimismo no trabalho a ser desenvolvido, nos próximos dois anos, por Umaro Sissoco Embaló, sob o lema: "CPLP e a soberania alimentar, o caminho para o desenvolvimento sustentável".

O presidente cessante da organização lusófona afirmou que o tema abre um novo capítulo e convoca a CPLP para um debate central para o presente e o futuro dos povos dos nove países num período, disse, em que a insegurança alimentar ameaça milhões de pessoas e em alguns países da comunidade.

"Falar da soberania alimentar é falar da dignidade de vida, é colocar o direito à alimentação como pilar fundamental da agenda de desenvolvimento", observou Carlos Vila Nova, destacando a importância do tema escolhido pela presidência guineense.

O Presidente são-tomense defende que o tema, além de urgente, oferece oportunidades para cooperação agrícola, valorização da produção local, intercâmbio técnico e fortalecimento de cadeias alimentares.

Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.


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O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, assumiu oficialmente a Presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), no momento alto da XV Cimeira realizada em Bissau.

A passagem de testemunho foi formalizada pelo Presidente da República Democrática de São Tomé e Príncipe, que cessou funções após dois anos à frente da organização, entregando os símbolos da liderança ao Chefe de Estado guineense.

No seu discurso de aceitação, o Presidente Umaro Sissoco Embaló agradeceu a confiança dos seus homólogos e comprometeu-se com uma presidência à altura dos desafios da Comunidade.

Depois de 19 anos, a Guiné-Bissau volta a assumir a Presidência da CPLP.

Presidência da República da Guiné-Bissau