domingo, 16 de julho de 2023

Moscovo acusa Kyiv de ataque mortal na cidade russa de Shebekino

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Notícias ao Minuto    16/07/23 

Não houve comentários imediatos da Ucrânia, que raramente reivindica publicamente a responsabilidade em território da Rússia, na sequência destas alegações.

O governador da região russa de Belgorod disse, este domingo, que as forças ucranianas terão bombardeado a cidade russa de Shebekino, perto da fronteira ucraniana, com mísseis Grad, matando uma mulher que andava de bicicleta, reporta a Reuters.

Não houve comentários imediatos da Ucrânia, que raramente reivindica publicamente a responsabilidade em território da Rússia, na sequência destas alegações.

Vyacheslav Gladkov, governador de Belgorod, referiu que os mísseis Grad atingiram uma área de mercado, danificando um edifício e dois carros.

"Para grande tristeza, uma pessoa foi morta - uma mulher que estava a andar de bicicleta no passeio na altura do bombardeamento. Os ferimentos causados pelos estilhaços eram incompatíveis com a vida", explicou a fonte citada na rede social Telegram.

Segundo Gladkov, o alegado bombardeamento ucraniano de duas outras povoações na região de Belgorod este domingo não causou vítimas, mas danificou três casas em Gorkovsky e armazéns, uma vedação, uma torre de água e uma linha elétrica numa empresa agrícola em Ilek-Penkovka.

O sistema de armas Grad (Hail) é um lançador múltiplo de foguetes montado em camião, utilizado pelas forças ucranianas, mas também pelas russas. A sua utilização contra zonas civis é considerada um crime de guerra pelos ativistas dos direitos humanos.

A cidade de Shebekino, situada a cerca de cinco quilómetros da fronteira ucraniana, tem sido repetidamente alvo de bombardeamentos indiscriminados por parte das forças armadas ucranianas, segundo a Rússia.

Kyiv também tem acusado as forças russas de bombardear indiscriminadamente as zonas civis no país. Ambas as partes negam ter como alvo, ainda assim, infraestruturas civis.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a guerra na Ucrânia, que começou a 24 de fevereiro do ano passado, tenha causado um número muito superior às nove mil vítimas mortais documentadas até ao momento.


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Global: "Se o que Putin queria era enfraquecer a NATO, o Ocidente e a Europa, conseguiu exatamente o contrário"

O Global deste domingo arranca com a análise de Paulo Portas à cimeira da NATO em Vilnius, na Lituânia, e à entrada da Suécia na aliança. 

O comentador observa que, um ano e meio depois da invasão da Ucrânia, o que Vladimir Putin conseguiu "foi que houvesse mais NATO, mais países na NATO, mais orçamento na NATO, mais peso do leste na Europa e na NATO e um maior vínculo entre os americanos e os europeus".

Serve-se ainda do exemplo dos mais de 100 mil soldados americanos nas fronteiras do leste europeu, "a proteger os países que estão próximos da Rússia". 

Centenas de de mercenários da Wagner chegaram à República Centro-Africana

Retirados emblemas do grupo Wagner, em São PetersburgoANTON VAGANOV
Por   sicnoticias.pt

Num comunicado de imprensa publicado no domingo, o COSI declarou que os seus instrutores estavam a treinar as forças de segurança centro-africanas há "mais de cinco anos" e que tinham assim ajudado a "melhorar o nível geral de segurança" no país.

Várias centenas de "experientes" combatentes do grupo de mercenários russo Wagner chegaram à República Centro-Africana para "garantir a segurança" antes do referendo de 30 de julho, anunciou este domingo um grupo ligado àquela formação paramilitar.

"Um outro avião chegou a Bangui com instrutores para trabalhar na República Centro-Africana (RCA). A rotação prevista prossegue. Várias centenas de profissionais experientes da companhia Wagner juntam-se à equipa que trabalha no país", declarou a Comunidade de Oficiais para a Segurança Internacional (COSI) na rede social Telegram.

"Os instrutores russos continuarão a ajudar os militares das Forças Armadas Centro-Africanas e as forças da ordem da RCA a garantir a segurança durante a preparação do referendo constitucional previsto para 30 de julho", lê-se no comunicado.

Juntamente com o comunicado, o COSI publicou uma fotografia que mostra pelo menos trinta pessoas mascaradas e com uniforme militar em fila, no que parece ser uma pista de aterragem de um aeroporto.

Segundo os Estados Unidos, a COSI é uma empresa de fachada do grupo Wagner na República Centro-Africana. É dirigida por um russo, Alexandre Ivanov, que se encontra sob sanções americanas desde janeiro.

Num comunicado de imprensa publicado no domingo, o COSI declarou que os seus instrutores estavam a treinar as forças de segurança centro-africanas há "mais de cinco anos" e que tinham assim ajudado a "melhorar o nível geral de segurança" no país.

No início de julho, várias fontes estrangeiras afirmaram que um número desconhecido de mercenários da Wagner estava a deixar a República Centro-Africana, uma afirmação firmemente negada pelo governo do país africano.

O estatuto da empresa paramilitar privada e a continuação das suas operações são incertos desde o seu motim abortado na Rússia, a 23 e 24 de junho.

Mas as suas intervenções no estrangeiro, nomeadamente na Síria e em vários países africanos (Sudão, República Centro-Africana, Mali), não foram até agora publicamente postas em causa.

Logo que foi anunciado o fim do motim, Bangui declarou que as atividades da Wagner "continuariam".

Putin diz que forças russas estão a anular a contraofensiva ucraniana

© ALEXEI BABUSHKIN/SPUTNIK/AFP via Getty Images

POR LUSA    16/07/23 

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou hoje que a contraofensiva do exército ucraniano, lançada em junho, não foi bem sucedida face à resistência das defesas russas no leste e no sul da Ucrânia.

"Todas as tentativas do inimigo para romper as nossas defesas (...), em particular através da utilização de reservas estratégicas, foram infrutíferas durante todo o período da ofensiva. O inimigo não teve sucesso", afirmou Putin.

Numa entrevista a um canal de televisão transmitida hoje, Putin descreveu a situação como "positiva" para as forças russas na frente.

"As nossas tropas estão a comportar-se de forma heroica. Inesperadamente para o inimigo, estão até a passar à ofensiva em certos setores e a capturar posições mais vantajosas", disse o líder russo.

Vladimir Putin acrescentou que os especialistas russos vão estudar o equipamento moderno capturado na Ucrânia para ver se "têm algo que possa ser utilizado" na produção nacional, sem deixar de enfatizar que o equipamento militar russo é "muito eficaz" e que o seu tanque T-90 é "o melhor do mundo".

Esta semana, o presidente russo salientou também que os tanques ocidentais ardem melhor do que os tanques do seu país e argumentou que, desde que a contraofensiva ucraniana começou, o exército russo destruiu centenas de tanques produzidos no Ocidente, incluindo os Leopard alemães.

Na sexta-feira, o chefe da administração presidencial ucraniana, Andriï Iermak, admitiu que a contraofensiva de Kyiv "não estava a progredir tão rapidamente", mas assegurou que os aliados ocidentais não estavam a pressionar Kyiv sobre esta questão.

Iniciada em junho com o apoio de armas pesadas fornecidas pelo Ocidente, a contraofensiva da Ucrânia está a progredir lentamente contra as tropas russas, que tiveram tempo para construir defesas sólidas, incluindo campos de minas, e que ainda têm poder de fogo para atacar as forças ucranianas.

No domingo, o Estado-Maior ucraniano declarou que as operações ofensivas em direção a Melitopol e Berdiansk, duas cidades ocupadas pela Rússia no sul da Ucrânia, estavam a prosseguir.

No início desta semana, na terça-feira, o Ministro da Defesa russo afirmou que as tropas russas tinham conseguido romper 1,5 km de profundidade numa secção da frente perto de Lyman, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.


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Papa recorda bombardeamento de Roma na II Guerra e compara-o a Ucrânia

© Grzegorz Galazka/Archivio Grzegorz Galazka/Mondadori Portfolio via Getty Images

POR LUSA   16/07/23 

O Papa Francisco lembrou hoje que se completam, por estes dias, 80 anos sobre o bombardeamento de alguns bairros de Roma na Segunda Guerra Mundial e lamentou que estas tragédias ainda se repitam, aludindo ao sofrimento dos ucranianos.

"Passaram 80 anos desde o bombardeamento de alguns bairros de Roma, especialmente o de San Lorenzo. O Papa, o venerável Pio XII, quis ir ao encontro das pessoas perturbadas", recordou Francisco durante a oração do Angelus, na Praça de São Pedro, em Roma.

Francisco afirmou ainda que o bombardeamento 19 de julho de 1943, realizado por aviões norte-americanos, causou mais de 3.000 mortos em Roma e arrasou áreas inteiras da cidade.

"Infelizmente, estas tragédias ainda hoje se repetem. Como é possível? Perdemos a memória. Que o Senhor tenha piedade de nós e liberte a família humana do flagelo da guerra. Em particular, rezemos pelo querido povo ucraniano, que está a sofrer tanto", disse o Papa Francisco.

Nas últimas semanas, o Papa Francisco enviou o cardeal Matteo Zuppi a Kiev, na Ucrânia, e Moscovo, na Rússia, para abrir uma via de diálogo para a paz e mediar o regresso das crianças ucranianas deportadas para a Rússia, sem resultados até agora.


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A demolição de cacifes no Campo de futebol de Afia terminou no confronto entre forças de ordem e populares desse bairro periférico de Bissau este domingo, 16 de julho.

 Radio TV Bantaba

Rússia denuncia forte ataque de 'drones' ucranianos a Sebastopol

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POR LUSA     16/07/23 

O ministério da Defesa da Rússia denunciou hoje um forte ataque de 'drones' (aparelhos voadores não tripulados) ucranianos contra a cidade de Sebastopol, na Crimeia, base da frota russa do Mar Negro, e afirmou que todos foram "neutralizados".

"Uma tentativa do regime de Kyiv de realizar um ataque terrorista com sete veículos aéreos não tripulados e dois semi-submersíveis não tripulados contra alvos no território da península da Crimeia, perto da cidade de Sebastopol, foi frustrada hoje de manhã", disse o departamento governamental russo, num comunicado.

Segundo a nota, dois 'drones' foram destruídos pela defesa aérea e cinco outros neutralizados por meios eletrónicos sem atingir os seus alvos.

Além disso, na parte norte do Mar Negro, duas embarcações não tripuladas das Forças Armadas ucranianas foram descobertas e eliminadas.

"Como resultado do ataque terrorista frustrado, não houve vítimas ou danos", disse o ministério russo.

Anteriormente, o governador de Sebastopol, Mikhail Razvozhaev, também já tinha dado conta do ataque, que descreveu como "maciço e prolongado".

Desde o ataque de outubro passado que danificou a ponte de Kerch, que liga a Crimeia à Rússia, a península anexada tem sido alvo de frequentes ataques com 'drones' e mísseis.

A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de quase 15 milhões de pessoas -- internamente e para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Atualmente, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kyiv e com a imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra mais de 8.000 civis mortos e cerca de 14.000 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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Azerbaijão acusa Rússia de não cumprir obrigações sobre Nagorno-Karabakh

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POR LUSA   16/07/23 

O Azerbaijão acusou hoje a Rússia de não cumprir as suas obrigações ao abrigo do acordo de cessar-fogo de 2020 que Moscovo patrocinou para pôr fim ao conflito pelo controlo da região de Nagorno-Karabakh.

"O lado russo não garantiu a implementação total do acordo no âmbito das suas obrigações", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Azerbaijão, acrescentando que Moscovo "não fez nada para impedir" a Arménia de entregar equipamento militar às forças separatistas no enclave.

No outono de 2020, Moscovo patrocinou um acordo de cessar-fogo após uma guerra de seis semanas, com a derrota das forças arménias, forçadas a ceder o território que controlavam há décadas.

A Rússia comprometeu-se a enviar soldados para garantir a livre circulação entre a Arménia e o Nagorno-Karabakh através do corredor de Latchine, a única estrada que liga a Arménia ao enclave separatista.

O corredor foi encerrado na terça-feira pelo Azerbaijão.

No sábado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo instou o Azerbaijão a reabrir o corredor.

O Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, e o primeiro-ministro arménio, Nikol Pachinian, reuniram-se em Bruxelas no sábado para conversações mediadas pela União Europeia.


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