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Por LUSA 25/01/22
O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, reuniu-se hoje com o líder do governo de transição do Mali, coronel Assimi Goita, e sublinhou a disponibilidade da organização em acompanhar o processo de devolução do poder aos civis.
Mahamat iniciou segunda-feira uma visita a Bamaco e reuniu-se, além de Goita - que liderou dois golpes militares, em agosto de 2020 e maio de 2021 - e com o primeiro-ministro de transição, Choguel Kokalla Maiga.
"Mobilizamos o continente e os seus parceiros para apoiar o Mali a ultrapassar a atual crise e estabelecer um Estado forte no interesse do povo maliano, da região e de todo o continente", disse à imprensa o dirigente africano no final do encontro com Goita.
Mahamat pediu a Goita que tenha em conta a situação de segurança "multidimensional e particular" que o Mali atravessa há uma década.
Relativamente às sanções impostas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) contra o Mali após o governo de transição ter decidido adiar as eleições marcadas para o próximo mês de fevereiro, Mahamat salientou que "o mais importante é ver como apoiar a transição no Mali".
O responsável da União Africana insistiu na importância de, "numa base consensual, se alcançarem entendimentos que preservem os interesses fundamentais" do Mali, "tendo em conta os textos que regem" a União Africana.
Por seu lado, o primeiro-ministro do Mali disse também à imprensa, após o encontro com Mahamat, que o seu país conta com a União Africana para sair da atual crise.
"Estamos convencidos de que com eles [União Africana] e com a CEDEAO encontraremos uma forma de entendimento para que o Mali ocupe o lugar que nunca deveria deixar na organização da CEDEAO", disse o primeiro-ministro do Mali, que tinha ao seu lado nas declarações à imprensa o presidente da Comissão da União Africana.
Maiga acrescentou que a prorrogação do período transitório até cinco anos foi decidida pelos malianos nos Encontros Nacionais de Refundação, o que, segundo o primeiro-ministro, permitiu ao governo de transição determinar os projetos prioritários.
"Pedimos à comunidade internacional que respeite a soberania do nosso país, respeite os interesses supremos do país", concluiu.
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