quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Bill Gates foi à China com uma jarra de fezes e mostrou a sanita do futuro

Bill Gates levou a Pequim um recipiente com fezes humanas para dizer que desenvolveu uma sanita que as transforma em fertilizante. Não é preciso água ou sistemas de esgotos. Ainda não está no mercado.


Bill Gates diz que nunca imaginou vir a “saber tanto sobre cocó”. Mas sabe. Também nunca pensou que a mulher, Melinda Gates, tivesse de lhe pedir para “parar de falar de sanitas e de lodos de fezes à mesa de jantar”, à hora da refeição. Mas teve — e talvez tenha valido a pena.

Esta terça-feira, Bill Gates presentou uma sanita futurista numa exposição realizada em Pequim, precisamente dedicada às sanitas. Depois de 200 milhões de dólares investidos em pesquisa durante sete anos (que alguns analistas criticam por terem sido dirigidos a universidades de países desenvolvidos, não estando ainda totalmente definido que aplicação prático irão na realidade ter), a Fundação do casal Gates conseguiu desenvolver este ambicioso projeto que vem revolucionar o mercado, na medida em que a sanita agora apresentada não precisa de água nem de um sistema de esgoto para funcionar.

O fabrico da sanita resultou de uma colaboração internacional entre especialistas da China dos Estados Unidos e da Tailândia, entre outros países, e utiliza produtos químicos para transformar os dejetos humanos em fertilizante.

O El Mundo avança que Gates afirma que, após anos de desenvolvimento desta tecnologia, o produto está pronto para ser comercializado. O magnata, inventor e fundador da Microsoft garante que existem vários desenhos do produto e que o processo químico utilizado na tecnologia desfaz os dejetos humanos, não sendo necessário o uso de água para escoá-los. No entanto, admitiu, deverá demorar “pelo menos uma década” até que as novas sanitas cheguem em massa às regiões mais pobres do globo, sendo que as invenções têm ainda de se provar práticas e económicas. Um “ainda” que não é de menosprezar.



Uma apresentação com… cocó

A apresentação da inovação aconteceu numa feira que serviu para lançar o que o presidente chinês Xi Jinping considera ser uma das prioridades do seu país para os próximos anos: uma “revolução sanitária”. Em palco, Bill Gates quis mostrar “uma pequena coisa” que tinha ali “para mostar”: uma jarra de vidro (ou como lhe chamou simplesmente Bill Gates “um recipiente”) com fezes humanas.

Porquê trazer uma jarra de vidro com fezes humanas? Porque, explicou Bill Gates, aquele pequeno recipiente poderia conter “até 200 mil milhões de rotavirus” — tipo de vírus que causa diarreias graves em crianças e jovens e um dos vírus que causa a infeção da gastroentrite  –, “20 mil milhões de bactérias Shigella” — que podem originar doenças infecciosas que têm como possíveis consequências diarreia, febre e cólicas de estômago — e “cem mil ovos de vermes parasitas”. O contacto com estas bactérias e as infeções resultantes desse contacto (em locais onde não há sistemas de esgotos devidamente funcionais) resultam todos os anos na morte de meio milhão de crianças.
É a isto que a toda a hora tantas crianças, quando estão a brincar na rua, são expostas. “, alertou Bill Gates, citado pelo site Business Insider.
Em 2o15, Organização Mundial de Saúde estimou que apenas 39% das pessoas tivessem acesso a instalações sanitárias a casas de banho ou latrinas devidamente limpas. Bill Gates acha que é preciso mudar isso: “Quando pensamos em coisas que são básicas, no topo das prioridades além do acesso à saúde e de ter algo para comer, deveria estar ter acesso a uma sanita razoável, em minha opinião”.

Durante a apresentação da sanita, em Pequim, Gates despejou as fezes humanas na sua nova invenção para demonstrar a eficácia do produto, advertindo para os problemas de saúde relacionados com a falta de higiene em países subdesenvolvidos, tendo em conta que meio milhão de crianças morre anualmente por falta de condições sanitárias.

Este novo modelo, que não precisa de estar ligado a um sistema de saneamento ou de água e transforma os dejetos humanos em fertilizante, está a ser testado na cidade sul-africana de Durban, onde também estão a ser testados outros modelos, que se alimentam de energia solar, explicou Gates.

O multibilionário explicou que a rápida expansão destes novos produtos e sistemas de saneamento que não necessitam de estar conectados a nenhuma rede poderá reduzir drasticamente o número de mortos e o impacto da falta de higiene na saúde da população nos países mais pobres.



“Os maiores avanços sanitários em quase 200 anos”

Hoje, já não se discute “se podemos reinventar as sanitas e outros sistemas sanitários”, afirmou Bill Gates, em entrevista à estação britânica BBC. “É uma questão de quão rápido esta nova categoria de soluções autónomas, que não estão ligadas a uma rede, poderão escalar”. As várias inovações apresentadas em Pequim — entre as quais, a sua — trazem “os avanços mais significativos no sistema sanitário em perto de 200 anos”.
Nos países ricos temos esgotos que levam com água limpa, limpam e tiram alguma da água suja… em quase todos os casos há instalações de tratamentos. À medida que formamos  novas cidades em que vivem muitas pessoas menos ricas, esses esgotos não foram construídos e, na verdade, não é provável que o venham a ser. Portanto, a questão é: podes fazê-lo tu? Podes tu processar os dejetos humanos sem esse sistema de esgotos?”, explicou Bill Gates.
Segundo a Unicef, quase 900 milhões de pessoas não têm escolha senão fazer as suas necessidades ao ar livre. Só na Índia, estima-se que sejam 150 milhões.

A mesma fonte estima que 480.000 de crianças com idade inferior a cinco anos morrem todos anos de diarreia, muitas vezes por beberem água ou comerem comida contaminada pelos esgotos.

O Presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, destacou que o saneamento é uma das prioridades para a sua organização, que se vai aliar com a Fundação Bill e Melinda Gates para levar instalações sanitárias seguras a todas as partes do mundo.

“Os sistemas que se podem difundir com rapidez e proporcionar um saneamento seguro e sustentável às comunidades são fundamentais para a qualidade de vida e desenvolvimento do capital humano”, afirmou Jim, citado no comunicado.

observador.pt

GUINÉ-BISSAU ENTRE 13 ÚLTIMOS PAÍSES DO ÍNDICE DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

O relatório do Índice de Desenvolvimento Humano 2018 apresentado esta quarta-feira em Bissau pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), coloca a Guiné-Bissau entre os 13 últimos na lista dos países da categoria “desenvolvimento humano baixo”

No relatório apresentado, a Noruega, a Suíça, a Austrália, a Irlanda e a Alemanha encontram-se nas primeiras posições do ranking dos 189 países e território do mais recente Índice de Desenvolvimento Humano divulgado no passado mês de Setembro pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento.

Em quanto isso, o Níger, a Republica Centro Africana, o Sudão do Sul, o Tchad e o Burundi ocupam os últimos lugares com o pior desempenho nos sectores da saúde, educação e rendimento.

Segundo o representante residente do PUND na Guiné-Bissau, David McLachlan-Karr, embora o país situa nesta posição mas houve “alguns” progressos em diversas áreas importantes para o desenvolvimento humano.

“Isso faz com que o índice do Desenvolvimento Humano aumentasse de 0,424 em 2016 para 0,455 em 2017”, sustenta.

No que se refere ao domínio do rendimento, apesar de ainda ser baixo, em comparação a outros países avaliado David McLachlan-Karr, afirmou que a Guiné-Bissau registou um crescimento do PIB de cerca de 3,8% em média nos últimos três anos.

“A Guiné-Bissau registou igualmente evoluções importantes no que toca à redução da mortalidade infantil e ao aumento do acesso à educação, principalmente no nível primário. De acordo com o último inquérito aos Indicadores Múltiplos (MICS 2014), na Guiné-Bissau morrem 55 crianças por cada 1000 nascidos vivos”, explica.

O representante diz ainda que a Guiné-Bissau deve melhorar alguns aspectos para potenciar o desenvolvimento humano na Guiné-Bissau que passa por uma maior estabilidade política e institucional, a consolidação do Estado de Direito democrático, um maior e melhor investimento na saúde materna e nos jovens que ainda têm acesso à educação ou ao emprego.

“Na população que vive em zonas mais remotas são áreas que podem potenciar o desenvolvimento humano na Guiné-Bissau. Neste contexto a agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável proporciona a todos os países uma oportunidade ímpar para alcançar progressos significativos no desenvolvimento humano e todos”, diz.

O relatório apresentado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) demonstra que a Guiné-Bissau é o segundo país de expressão portuguesa na categoria de desenvolvimento "baixo".

Moçambique é o nono país com menor índice de desenvolvimento humano (IDH) do mundo e é considerado de exemplo. 

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Braima Siga

radiosolmansi.net

DECORRE NESTE MOMENTO A REUNIÃO DOS COMISSÁRIOS POLÍTICOS DO PRS.

As Irregulariedades do Processo de Recenseamento Eleitoral ; a Apresentação , Debate e Aprovação do Programa Eleitoral do PRS.....




 





Joaquim Batista Correia

Dez mortes em Espanha e 11 casos em Portugal. Cinco respostas para entender a restrição de Nolotil a turistas

Dez britânicos morreram em Espanha enquanto tomavam Nolotil. Não foi estabelecida qualquer associação direta com o analgésico. A venda do medicamento, porém, foi restringida. E em Portugal?


“Disseram-me que os meus glóbulos brancos tinham desaparecido completamente e, a seguir, chamaram um padre ao hospital para me dar a extrema-unção“. Aconteceu em 2016. Hugh Wilcock, de 81 anos, estava a passar férias em Espanha. Uma forte dor de costas levou os médicos a receitar-lhe Nolotil, que, defende, “pode ser letal”. Apesar das graves complicações que acredita terem sido motivadas pelo medicamento, Wilcock sobreviveu.  Tal não aconteceu com, pelo menos, dez turistas britânicos que morreram enquanto estavam a tomar Nolotil, um dos analgésicos mais consumidos em Espanha, revelou o The Times, numa investigação publicada em agosto deste ano.

Uma das mortes foi a de Mary Ward. A viver com o marido em Marbella, no sul de Espanha, Ward morreu, em 2006, na sequência de complicações quando estava a tomar Nolotil, analgésico que lhe tinha sido receitado numa clínica privada, em Alicante. “As provas de que os britânicos estão a ser envenenados por este medicamento são esmagadoras. Estes medicamentos são receitados como se fossem doces, mas os espanhóis não parecem estar afetados”, disse ao The Times o marido, Graeme Ward, de 75 anos, que organizou uma campanha pelo fim da prescrição deste analgésico.

Em agosto deste ano, o The Times revelou que a Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários estava a investigar as mortes dos turistas britânicos (Foto: Cristina Garcia del Campo/Facebook)

Houve, de facto, dez turistas britânicos a morrer — e mais de uma centena com complicações e partes do corpo amputadas — enquanto estavam a tomar Nolotil , embora não se tenha concluído que a morte foi motivada pelo analgésico. O medicamento, que já não era autorizado em países como os Estados Unidos da América, Reino Unido e Suécia, viu agora a sua venda ser restringida em Espanha. Afinal, podemos continuar a tomar Nolotil?

1. O que é o Nolotil e quais os efeitos secundários?

O metamizol — comercialmente conhecido como Nolotil — é um analgésico indicado para dores intensas e febres altas, só pode ser vendido com prescrição médica. “Nolotil está indicado na dor aguda e intensa, incluindo dor espasmódica e dor tumoral, e na febre alta, que não responde a outras terapêuticas antipirética”, pode ler-se na bula do medicamento, aprovada em maio de 2017 pelo Infarmed.

Um dos efeitos secundários mais frequentes incluem a hipotensão, de acordo com o documento. Entre os efeitos secundários muito raros — que “afetam menos de 1 utilizador em 10 mil”, refere a bula –, está a agranulocitose, que terá provocou a morte dos dez turistas britânicos. Trata-se de uma alteração do sangue provocada devido à falta ou acentuada redução de glóbulos brancos. A reação pode levar à morte do paciente, devido à redução de defesas e, em consequência, ao desenvolvimento de sépsis ou de múltiplas infeções.

O medicamento em questão é vendido em Portugal e, há mais de 50 anos, em Espanha. A sua venda duplicou nos últimos dez anos, com o aumento mais significativo a ocorrer nos últimos cinco. Não é licenciado em vários países, como os EUA, Reino Unido e Suécia.

2. O medicamento provocou a morte dos dez britânicos?

Preocupada com a morte de vários turistas britânicos com alterações no sangue depois de terem tomado o Nolotil, na região sul de Espanha, Cristina Garcia del Campo, uma tradutora médica da província de Alicante, fez campanha para promover a realização de uma investigação às mortes. “Alguns [turistas] tiveram partes do seu corpo amputadas e sobreviveram. Outros morreram. Os britânicos não devem tomar este medicamento. Alguns pessoas ficaram bem, mas o risco é muito elevado”, disse, na altura, ao jornal.

Em agosto deste ano, o The Times revelou que, face aos alertas, a Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários (AEMPS) tinha lançado uma investigação para determinar se pessoas oriundas do norte da Europa estão ou não mais expostas aos efeitos colaterais do Nolotil.


"Alguns [turistas] tiveram partes do seu corpo amputadas e sobreviveram. Outros morreram. Os britânicos não devem tomar este medicamento. Alguns pessoas ficaram bem mas o risco é muito elevado"                                 Cristina Garcia del Campo, tradutora médica
Mas, já em 2009, um estudo espanhol alertava para o perigo de medicar britânicos com Nolotil. O estudo, publicado na Revista Clínica Española e intitulado “Agranulocitose vinda do metamizol: um potencial problema para os britânicos”,  “No nosso meio, a agranulocitose vinda do metamizol é um efeito adverso que ocorre com maior frequência nos britânicos, portanto, o seu uso deve ser evitado”, podia ler-se na conclusão do estudo realizado por investigadores da Unidade de Medicina Interna do Hospital Costa del Sol, em Marbella.

Esta segunda-feira, a agência que regula os medicamentos em território espanhol divulgou os resultados desta investigação e não reconheceu oficialmente os casos de morte dos cidadãos britânicos como consequência do medicamento. A farmacêutica Boehringer Ingelheim, que produz o medicamento Nolotil, disse, citada pelo The Times, que não há “evidência científica de que populações específicas sejam propensas a desenvolver efeitos colaterais”. “Não se pode nem descartar nem confirmar um maior risco em populações com características étnicas específicas”, alertaram em comunicado. Ao Observador, fonte do laboratório em Portugal reforçou que “não foi estabelecida qualquer associação direta entre o Nolotil e a morte dos turistas”.

3. A venda de Nolotil foi restringida ou proibida em Espanha?

Apesar de não reconhecer que as mortes estão relacionadas com o Nolotil, o que a AEMPS fez foi atualizar a ficha técnica do metamizol — comercialmente conhecido como Nolotil — e colocar um comunicado no site com o objetivo de prestar esclarecimentos ao público, na sequência da investigação, e reforçar que os medicamentos devem ser tomados de uma forma responsável.

De acordo com o comunicado, emitido a 30 de outubro, a agência espanhola recorda que o fármaco em questão apenas deve ser usado para tratamentos de curta duração, vendido com receita médica e, antes de esta ser emitida, devem ser realizadas análises detalhadas ao sangue, de maneira a despistar fatores de risco de agranulocitose. Outra recomendação remete para a não utilização de metamizol em pacientes “nos quais não é possível a realização de controles”, como por exemplo a “população flutuante”. O El Espanõl esclarece: na prática, isto traduz-se na proibição de venda de Nolotil aos turistas.

O Infarmed não vai, para já, proibir a venda de Nolotil em Portugal (Foto: JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR)

O Infarmed considerou que o comunicado da AEMPS veio apenas “reforçar algumas das indicações de uso que já estão previstas no resumo das características do medicamento”. “Apenas no caso dos doentes para quem não seja possível efetuar este controlo periódico, como é o caso das populações migrantes, é que a AEMPS recomenda a não utilização deste medicamento”, esclareceu fonte daquela autoridade ao Observador.

4. Há casos de mortes associadas ao medicamento em Portugal?

Não. Em Portugal, foram notificados um total de 11 casos de agranulocitose potencialmente associados à utilização de metamizol, entre o período de 2008 a 2018, confirmou fonte do Infarmed ao Observador. Nenhum dos casos teve consequências graves para o doente e os efeitos secundários detetados foram aqueles que já estavam discriminados na bula informativa. “Verifica-se que a frequência de notificação desta associação entre agranulocitose e metamizol tem estado limitada a cerca de 1 a 2 casos por ano“, explicou fonte daquela autoridade, adiantando que esses valores encontram-se “dentro do padrão expectável do risco de utilização deste medicamento”.

5. O analgésico vai ser proibido em Portugal?

Para já, não. Como o número de casos está dentro do padrão expectável do risco de utilização deste medicamento, “não se considera necessário efetuar qualquer ação no imediato“, adiantou fonte do Infarmed. A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde alerta que as mortes ocorridas em Espanha dizem respeito a uma “situação local muito específica”. “Para mais de 85% destes casos, não havia dados sobre a existência de outros fatores de risco ou da utilização de outra medicação simultaneamente. Também não foi identificada qualquer variante genética que possa estar associada a esta situação”, justificou a mesma fonte.

Também o laboratório Boehringer Ingelheim, que produz o Nolotil, confirmou que não vai tomar medidas relativamente ao medicamento, uma vez que não considera que exista qualquer relação entre o analgésico e as mortes. A farmacêutica garantiu ao Observador que vai, ainda assim, acompanhar a situação. O mesmo fará o Infarmed: “Tal como para os restantes medicamentos, o Infarmed irá continuar a avaliar a situação, em coordenação com os restantes parceiros europeus e com a Agência Europeia do Medicamento.”

[Atualizado às 00h20 de dia 7 de novembro com a informação de que, em 2009, um estudo espanhol já alertava para o perigo de medicar britânicos com Nolotil]

Carolina Branco  
Ana Cristina Marques
observador.pt

Estudo revela as modalidades que nos permitem viver por mais anos

Independentemente do que treine, um estilo de vida saudável que inclua prática de exercício físico estará garantidamente associado a uma vida mais longa e livre de problemas, já que é na prevenção que assenta a segurança de que as lesões e desenvolvimento de inúmeras doenças ficarão longe.
   

Mas o ser humano procura respostas para todas as questões e quanto mais específica for a resposta, melhor, um grupo de cientistas publicou na Mayo Clinic Proceedings um estudo onde expõe as conclusões acerca da análise a uma amostra de 8500 adultos, nomeadamente o tipo de exercício que pratica e o seu estado de saúde ao longo dos anos.

Corrida e ténis. Foram estas as modalidades mais associadas a uma esperança média de vida mais longa, cujo aumento se deve justamente à prática de exercício físico.

Relativamente à prática de corrida, dizem os investigadores do estudo que esta é uma prática que “nos faz mais felizes” e ‘só’ isto é suficiente para que o tempo de vida aumente. O motivo prende-se com as endorfinas, hormonas associadas ao prazer e bem-estar que são libertadas durante a corrida que beneficiam o bem estar mental (maior confiança e combate ao stress, por exemplo) e, por consequência, físico (diminui o risco de doenças como a diabetes ou problemas cardiovasculares).

Quanto ao ténis, a resposta foi mais específica. Cita a espanhola Hola que “este desporto pode alargar a nossa vida em 9,7 anos”. Tal como o badminton, capaz de alargar a vida em 6,2 anos, além de nos por a mexer esta é uma modalidade comummente associada a brincadeiras praticadas durante a infância, ou seja, é uma prática que desperta a criança interior de qualquer um e por isso traz vários benefícios para a saúde.

A complementar, o ténis é praticado ao ar livre e sempre acompanhado (sendo a componente social de grande importância), ou seja, tudo aspetos que afastam as ideias de isolamento e depressão.

NAOM

CÓDIGO DA ESTRADA - Esperar pela polícia para tirar um carro acidentado da estrada? Dá multa

Se acha que deve deixar o veículo acidentado no local até à chegada das autoridades, condicionando o trânsito, está equivocado.
   

Perante um acidente rodoviário sabe o que deve fazer? Se é titular de habilitação legal de condução, recordar-se-á das normas básicas a respeitar perante uma colisão, por exemplo.

Colocar o triângulo de emergência e vestir o colete refletor são regras que não podem ser negligenciadas para sua segurança e para a dos restantes utilizadores da via. Mas o que fazer ao veículo acidentado se for possível movê-lo? Deve mantê-lo no local até que cheguem as autoridades? Ou deve antes tentar direcioná-lo para a berma?

A resposta, à luz do Código da Estrada, é simples: o veículo acidentado deve ser removido para a berma da estrada mesmo antes da chegada das autoridades. O objetivo é que não impacte a normal circulação do trânsito. 

Prevê o artigo 87.º, 1 do mesmo diploma legal que, "em caso de imobilização forçada de um veículo em consequência de avaria ou acidente, o condutor deve proceder imediatamente ao seu regular estacionamento ou, não sendo isso viável, retirar o veículo da faixa de rodagem ou aproximá-lo o mais possível do limite direito desta e promover a sua rápida remoção da via pública". 

Em caso de infração, ao condutor do veículo pode ser aplicada uma coima que pode ir de 60 a 300 euros, ou ainda uma coima que pode variar entre os 120 e os 600 euros, quando esta "for praticada em autoestrada ou via reservada a automóveis e motociclos" (art. 87.º, 5). 

Por isso, em caso de acidente, não espere pela chegada das autoridades para remover o veículo acidentado, já que esta atitude poderá repercutir-se numa coima. Para efeitos de prova em caso de aferição do culpado do acidente, poderá proceder à recolha de fotografias de vários ângulos do local para entregar posteriormente às seguradoras.

A aplicação deste artigo do Código da Estrada à questão foi confirmada ao Notícias ao Minuto pelo Comando Metropolitano da Polícia de Segurança Pública de Lisboa. 

NAOM

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Grupo espanhol adquire CICER, única cervejeira da Guiné-Bissau

O grupo espanhol Santy vai investir 25 milhões de euros na reconstrução da CICER, única cervejeira da Guiné-Bissau, mas inativa desde a década de 1990, que adquiriu em 2016, anunciou hoje o administrador do grupo, Santiago Hanna.

O grupo espanhol pretende recuperar a CICER, voltar a produzir a própria cerveja, o Djumbai, para os mercados guineenses e de países vizinhos, assinalou Hanna, que referiu que as obras da recuperação da cervejeira arrancaram na semana passada.

Além da cerveja Djumbai - a única marca guineense - a CICER passará a produzir água, refrigerantes e sumos, afirmou ainda Santiago Hanna.

O administrador da Santy notou igualmente que o seu grupo já investiu na Guiné-Bissau cerca de 160 milhões de euros, nomeadamente na construção do "único hotel verdadeiramente cinco estrelas", uma fábrica da transformação da amêndoa do caju, sendo a única certificada para exportar o produto para Europa e Estados Unidos da América.

O grupo, que está na Guiné-Bissau há quatro anos, também possui uma pedreira, assinalou Santiago Hanna, que quer ajudar no desenvolvimento do país africano.

No total, a Santy dá emprego direto a cerca de 600 pessoas, disse.

"O grupo não vai desistir da Guiné-Bissau, porque quer ajudar a desenvolver" o país, disse o administrador, quando procedia ao balanço do primeiro fórum de negócios entre empresários guineenses e espanhóis, organizado entre 01 a 03 deste mês, em Bissau, sob o patrocínio da Santy.


Segundo Santiago Hanna, várias empresas espanholas querem apostar no mercado da Guiné-Bissau, que consideram o "último segredo do Atlântico", nos setores do turismo, energia, indústria, entre outras áreas.

DN.PT

Assunto: Remessa de nota de protesto



Dauda Sanó

ELEIÇÕES: Alta tensão em Conacri ?

Alta tensão na embaixada da Guiné-Bissau em Conakry. Brigada do GTAPE em confronto com o embaixador Muntaga Djalo.

Na base da disputa, apurou o DC, está uma ordem dada pelo embaixador ao guarda, para impedir a entrada dos membros da brigada no recinto da Embaixada, obrigando estes a forçarem a entrada no recinto, onde se encontram neste momento em plena discussão. A seguir no DC. 

Fonte: ditaduraeconsenso

C O N V O C A T Ó R I A

O PRESIDENTE DO PARTIDO DA RENOVACAO SOCIAL SR. ALBERTO MBUNHE NAMBEIA, CONVOCA COM CARACTER DE URGENCIA A REUNIAO DA COMISSAO POLITICA NACIONAL, A TER LUGAR NESTA QUARTA- FEIRA DIA 07 DE NOVEMBRO DE 2018 NO HOTEL CEIBA, AS 09 HORAS.

DEVIDO A IMPORTANCIA DE QUE A MESMA SE REVESTE, TORNA- SE INDISPENSAVEL A PRESENCA DE TODOS OS MEMBROS DO REFERIDO ORGÃO.

BISSAU, 06 DE NOVEMBRO DE 2018.

SR. ALBERTO MBUNHE NAMBEIA
O PRESIDENTE




Prs Bissau 

CEDEAO PERDEU COM O NORTE

Se não vejamos esses pontos : 

1. E atrevimento dizerem decisão da cimeira de chefes de Estado 
Ao que chegamos face a um Presidente eleito democraticamente? 

2 . Dia 17 ANP e Governo caducam e depois como será?

3 Sem ANP e sem duas partes do Acordo de Conacry no Governo como será?

4. Como é que vai-se aumentar a transparência do processo se não se respeitam os prazos legais, designadamente, o prazo das reclamações ate a fixação definitiva das listas, o prazo de 60 dias para a apresentação das candidaturas que inclui os 30 dias de não alteração das listas e os 21 dias de campanha eleitoral?

5. Quais os mecanismos de acompanhamento do processo que foram criados, por forma a garantir a participação de todos os partidos políticos legalizados no processo de seguimento? 

Temos que ser realistas e objectivos, não existem condições para a realização de eleições legislativas no que resta do ano. Pelo menos se pensa que as mesmas devem ser justas e transparentes. 

Portanto, o presidente da república deve esperar até dia 18 e derrubar esse governo convocando eleições gerais e não será o CEDEAO como vem atrevendo. 

Definitivamente à CEDEAO perdeu o rumo.


Fonte: Estamos a Trabalhar

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

CEDEAO quer eleições legislativas na Guiné-Bissau ainda este ano

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Geoffrey Onyeama, afirmou hoje em Bissau que a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) quer que as eleições legislativas na Guiné-Bissau se realizem ainda este ano.


No final de uma visita de algumas horas a Bissau, o chefe da diplomacia nigeriana, que liderava uma delegação da qual faziam parte, entre outros, o presidente da comissão da CEDEAO, Jean-Claude Brou, disse ter transmitido aos responsáveis políticos e da administração eleitoral e aos representantes da comunidade internacional que as eleições devem ter lugar antes do final de 2018.

A delegação da CEDEAO reuniu-se, por duas vezes, com o Presidente guineense, José Mário Vaz, com o primeiro-ministro do país, Aristides Gomes, partidos políticos e ainda com representantes do P5, espaço de concertação entre as Nações Unidas, União Africana, CEDEAO, Comunidade de Países de Lígua Portuguesa e União Africana.

As eleições legislativas na Guiné-Bissau estavam inicialmente marcadas para dia 18 deste mês, mas dificuldades na preparação do processo, nomeadamente atrasos no recenseamento eleitoral, levam a que o escrutínio seja adiado para uma data ainda por marcar.

Os atores políticos ainda não alcançaram um entendimento quanto à nova data, com alguns a pedirem mesmo a mudança do atual Governo, que acusam de incapacidade para organizar as eleições.

A posição quanto à necessidade das eleições se realizarem este ano foi também vincada no comunicado final da visita da CEDEAO ao qual a agência Lusa teve acesso.

No documento lê-se que a CEDEAO saúda a decisão das autoridades eleitorais em prolongar o recenseamento eleitoral até dia 20 deste mês, mas convida os atores políticos a uma abertura para permitir que as legislativas tenham lugar antes do final do ano.

"Uma nova data [das eleições] será proposta às autoridades em concertação com a CEDEAO", sublinha o comunicado.

No documento, a organização sub-regional africana promete desencadear diligências para que os equipamentos de registo biométrico de potenciais eleitores cheguem à Guiné-Bissau no mais breve prazo, sem, contudo, indicar uma data exata.

A CEDEAO exorta ainda as autoridades a tudo fazerem para que as eleições decorram num clima de total transparência e credibilidade.

O comunicado felicita, igualmente, o Presidente e o primeiro-ministro guineenses pelos esforços desenvolvidos para que as eleições tenham lugar em 2018, conforme decisão saída da última cimeira de líderes da CEDEAO.

O comunicado final da missão ministerial da CEDEAO 05 Nov 2018





Aliu Cande

ÚLTIMA HORA: CEDEAO decidiu falar apenas com o presidente da República, a GTAPE e a CNE. Depois dirão de sua justiça.

ditaduraeconsenso

ALIMENTAÇÃO - "Não vamos ter alternativa se não reduzir o consumo de carne"

Daqui a uma década, vamos comer menos e melhor, mas vamos ser mais felizes à mesa. Esta não é uma mera opinião, é o resultado de um estudo sobre tendências agroalimentares para 2027, do IPAM. Para já, ficam alguns sérios alertas, nomeadamente sobre os gases efeito de estufa que os animais de grande porte libertam. "Isto é dramático! Os países e as economias desenvolvidas vão ter de reduzir o consumo de carne", vaticina Rui Rosa, coordenador do estudo.


Quantas e quantas vezes já pensou ‘se soubesse o que sei hoje', lamentando a impossibilidade de voltar atrás no tempo com o conhecimento que tem hoje?

Pois bem, no que toca à forma como nos alimentamos, os próximos dez anos vão ser uma espécie de regresso ao passado mas com muito mais consciência e informação sobre os alimentos. Quem o assume é Rui Rosa, especialista em indústria agroalimentar que liderou o estudo sobre as tendências do consumidor português para 2017.

No futuro próximo, o consumidor português vai ser “muito mais consciencioso” do e no ato da compra, da escolha que faz do ponto de vista alimentar, não só do ponto de vista nutricional e naquilo que diz respeito à sua saúde, mas também do ponto de vista do impacto ambiental e climático que essas opções têm.

A origem do alimento é um atributo que o consumidor passará a ter em conta. E quando se fala em origem, está implícito o local, o produtor e a matéria-prima, explica Rui Rosa.

Na próxima década, os portugueses vão ter mais atenção a estes aspetos do que propriamente nas promoções das grandes marcas. 

"Os próprios fogos são consequência de uma má opção alimentar"

O especialista não tem dúvidas (poucos as têm) de que o ritmo acelerado em que vivemos contribui para as alterações climáticas que já são visíveis, com temperaturas extremas, estações do ano trocadas e fenómenos climatéricos que já acontecem com alguma frequência. “Os próprios fogos são uma consequência, também, de uma má opção alimentar”, atirou, em conversa com o Notícias ao Minuto, elucidando que o exagero para o qual se caminhou, a nível alimentar, contribui para o aumento do efeito de estufa e, consequentemente, para as alterações do clima.

Em 2027, o consumidor vai ser “mais informado” e “menos iletrado”, ao ponto de deixar de comprar alimentos apenas pelo preço e/ou influenciado pela comunicação das grandes indústrias o convencem a ter determinados comportamentos. “O consumidor já se questiona, é mais habilitado a perceber o impacto da compra do produto alimentar em todas as componentes: social, ambiental e económica”, refere Rui Rosa.

Quer isso dizer que não nos vamos importar de pagar mais para comer melhor? “Vamos pagar mais e consumir menos”, responde, para de seguida concretizar que “o consumidor vai ter de reduzir o consumo per capita”. E vai fazê-lo por duas vias: por um lado, pela redução do desperdício alimentar, por outro, “vamos alimentar-nos em menor quantidade, mas em melhor qualidade”.

E é aqui que entram os produtos biológicos. Se hoje em dia o consumo destes alimentos per capita ronda os 4,5 euros (o que representa um volume de negócios, em Portugal, de 45 milhões de euros), em 2027, esse consumo vai mais do que duplicar, situando-se nos 10, 11 euros per capita. Atualmente, lembra o especialista, 90% dos produtos biológicos são importados, pelo que “Portugal tem aqui um caminho enorme do ponto de vista agrícola para fazer crescer este segmento com produtos nacionais”.

Até porque, o consumidor da próxima década vai valorizar a origem do produto. Ou seja, entre “ter à mesa do pequeno almoço uma manga ou uma papaia que circulou milhares de quilómetros, que não é do nosso território, ou ter outras frutas, com muita riqueza também, e que são nacionais, que privilegiam o produtor nacional, fixam pessoas no território e que criam biodiversidade”, o consumidor, mais consciencioso, vai preferir a última.

Verdade acima de tudo 

Do estudo em causa também se conclui que o consumidor português “quer, mais do que tudo, que lhe falem a verdade” e, lembrando que nos últimos 50 anos os governos, em Portugal, desejaram tornar a alimentação mais barata possível, o especialista lamenta que as políticas governamentais tenham ido "atrás das economias de escala, tentando fazer uma réplica daquilo que foi a revolução industrial”, onde faltou verdade.

Neste momento, apesar de o conhecimento sobre o alimento, a sua origem e as matérias-primas ter aumentado, a verdade é que há todo um caminho a percorrer. “Portugal tem um caminho enorme também para consciencializar, do ponto de vista das políticas agroalimentares e florestais, o consumidor e o cidadão para uma cidadania alimentar”, avisa.

Na hora da compra, o português já exige e “já percebeu que não podemos continuar a ter os mesmos consumos”. E isso passa, inevitavelmente, por reduzir o consumo de carne, o que não é nenhuma novidade.

“Não vamos ter alternativa. Os gases efeito de estufa que os animais de grande porte, nomeadamente os bovinos, quer seja para leite, quer seja para produção de carne, é algo dramático”, assinala, destacando o facto de a indústria da pecuária contribuir mais para as alterações climatéricas do que o setor dos transportes".

"Isto é dramático!  Os países e as economias desenvolvidas vão ter de reduzir o consumo de carne", reforça, ressalvando que tal não significa que se deva parar de consumir carne, até porque Portugal tem raças autóctones que devem ser protegidas e valorizadas.

A  chave está no equilíbrio:  "O mundo animal tem que conviver com o mundo digital e é esse o equilíbrio do ecossistema (...) Não podemos é supervalorizar o consumo da carne como a única fonte de proteína animal, temos compensações no campo da proteína vegetal". As alternativas que vão emergir, e que de resto já fazem parte da alimentação em alguns países, passam pelo consumo de insetos. Portanto, não se espante quando, nos menus dos restaurantes, lhe surgirem ingredientes como larvas e grilos, de forma direta ou indireta, em bolachas e snacks. 

"Não vamos deixar de comer animais, evidentemente, mas vamos ter de reduzir o que desperdiçamos, reduzir o que consumimos per capita, e, portanto, reequilibrar a nossa dieta alimentar sem ferir o gosto e a felicidade à mesa", resume Rui Rosa.

'Slow food' e a felicidade à mesa

Pode não parecer, para já, com vidas a mil à hora e com tantas distrações, mas em 2027 vamos valorizar mais o estar à mesa, o alimento, quem o produz, vamos valorizar, no fundo, a gastronomia regional portuguesa como um património a ser registado na UNESCO de uma gastronomia com influências mediterrânicas mas também atlânticas. "Temos de saber tirar partido disso". 

E é aqui que surge o conceito ou movimento 'slow food', que segue num carril distinto e oposto ao do fast food. Slow food significa valorizar as refeições, respeitar o alimento, a origem, os povos que o produzem.

"É, no fundo, recuperar e proteger um património histórico e milenar que as povoações têm e que se foi perdendo tudo no caminho das economias de escala, de uma agroindústria que se tornou numa monocultura devastando a biodiversidade do planeta, quer vegetais quer animais". Um exemplo da devastação da biodiversidade, referido por Rui Rosa, é o caso da banana, o fruto mais antigo do mundo e que há meio século tinha mais de 100 variedades mas que hoje vê 96% do seu comércio reduzido a duas variedades. 

"Está em causa aqui uma soberania alimentar, a felicidade alimentar, as opções de escolha", sublinha, considerando o modelo de uma economia competitiva, limitando espécies e opções, "faliu" e "trouxe-nos infelicidade à mesa". 

O 'slow food', explica, parte do território e das pessoas e assenta em três princípios: o alimento deve ser bom (prazer, felicidade, aspetos sensoriais e saúde), limpo (modos de produção, indústria, distribuição e consumo) e justo (políticas governamentais, economia agroalimentar, culturas e tradições).

Além disso, baseia-se numa filosofia agroalimentar, de espiritualidade e conhecimento do alimento. Em última instância, "é um regresso ao passado com mais consciência, com mais informação e com mais tecnologia que nos permite perceber que o meio faz o homem e o meio faz o alimento". E, admitamos, nos últimos tempos, temos estragado o meio e o homem.

O estudo em números

  • 86,1% dos especialistas consideram que as políticas governamentais deverão conseguir reduzir o desperdício alimentar em 15% e 84,7% acreditam que o consumo per capita de produtos biológicos aumentará para 10 euros;
  • 88,6% destes especialistas preveem ainda a inclusão da gastronomia regional portuguesa na reserva gastronómica mundial;
  • Em termos de produção associada ao conceito limpo, o crescimento da agricultura sintrópica (sistema que respeita o equilíbrio e preservação de energia no ambiente) e dos produtos de excelência é identificado por 87,5% dos especialistas como uma forte tendência. Enquanto, relativamente à indústria e distribuição, 86% afirma que o canal Horeca (setor da restauração e hotelaria) português apostará na certificação 'slow food';
  • No conceito bom, associado ao prazer e felicidade, a Portuguese Confort Food [refeições de conforto] passará a estar incluída na opção de menu de acordo com 86,4%. Já no que diz respeito à saúde, as embalagens privilegiarão informação clara e objetiva sobre o grau de dependência que o produto pode provocar, garantem 81,5% dos especialistas.;   
  • Na filosofia agroalimentar e socialização, a promoção e valorização da figura de 'gastrónomo regional' será uma realidade para 86% assim como a maior valorização do 'estar à mesa' relativamente à tecnologia como eixo educacional geracional, de acordo com 78,2%;


  • Em relação à espiritualidade, 78,9% preveem que será considerado o jejum, ramadão e outras práticas ancestrais vistas mais como opção de purificação do corpo e da alma. A verdade agroalimentar possível com base na cocriação é outra tendência indicada por 80,6% dos especialistas, no âmbito da filosofia agroalimentar e do conhecimento.

Referir por fim que o estudo foi coordenado por Rui Rosa Dias, Mafalda Nogueira e Sandra Gomes, professores e investigadores do IPAM que desafiaram os 24 especialistas do setor académico, público e privado, nomeadamente investigadores, professores, jornalistas, ex-governantes, empresários e chefes de cozinha, entre outros.

POR MELISSA LOPES

NAOM

domingo, 4 de novembro de 2018

ELEIÇÕES: Delegação da CEDEAO chega amanhã a Bissau



ditaduraeconsenso

DIECTORIA NACIONAL DA CAMPANHA DO PRS - COMUNICADO À IMPRENSA

Ao tomar conhecimento através dos órgãos de comunicação social de mais uma paralisação, desta vez, durante quatro (4) dias, do processo de recenseamento no sector de Contubuel, na Região de Bafatá, a Diretoria Nacional da campanha do PRS faz saber ao povo Guineense e à comunidade internacional, em particular a CEDEAO e P5 sobre o ocorrido e vem reagir nos seguintes termos:

1- Sendo esta paralisação provocada pelo Governador da Região de Bafatá senhor DUNDU SAMBU, quando mandou apreender os KITS da brigada estacionada no sector de Contubuel por razões ligadas ao facto da supervisora da referida brigada ter recusado a absurda proposta apresentada na ocasião pelo Governador para a substituição ilegal dos elementos da brigada oficialmente constituída por militantes do PAIGC, com objetivo de continuar as praticas de fraude no processo de recenseamento;

2- Por o Governador não ter nenhuma competência para intervir direta ou indiretamente no processo de recenseamento, a Diretoria da Campanha Nacional do PRS vem congratular-se com a atitude corajosa e patriótica da supervisora da brigada de recenseamento do Sector de Contubuel e ao mesmo tempo, condenar publica e veementemente este mais um ato flagrante de tentativa de falsificação do processo de recenseamento levado a cabo pelo Governador da região de Bafatá senhor DUNDU SAMBU em colaboração com o Administrador e a Coordenadora da GTAPE, todos militantes do PAIGC, sob a orientação do líder deste partido Domingos Simões Pereira, que a todo o custo tenta adulterar o processo de recenseamento em curso, com consequências que podem por em perigo a paz e a estabilidade politica no pais.

3- Por esta razão, a diretoria Nacional da campanha do PRS determina a retoma imediata dos trabalhos de recenseamento da brigada do Sector de Conturbuel e responsabiliza o governador e a sua equipa pelos atrasos já verificados e por quaisquer outras anomalias que venham a ser registados, podendo por em causa um bom andamento dos trabalhos de recenseamento.

4- Outrossim, a Diretoria da campanha do PRS exorta a população a meter-se atenta e vigilante as manobras fraudulentas do PAIGC em relação ao processo de recenseamento em curso no país.

5- Também, a diretoria da campanha aproveita informar que registou com muita preocupação o naufrágio verificado na semana passada do Piroga que transportava os kits na ilha de Bubaque e lamenta os registos de recenseamento que se perderam na agua durante este acidente marítimo.

A Diretoria da campanha do PRS sabe que a Ministra de Administração territorial esteve na origem do naufrágio quando ordenou a viagem de pessoas em número superior a lotação do Bote colocando ainda em perigo vidas humanas. Uma atitude bastante irresponsável, não digna de quem exerce a função de governante.

6- A Diretoria da campanha responsabiliza também ao primeiro-ministro, Ministra da Administração territorial e o GTAPE pela paralisação do processo de recenseamento que se verifica neste momento um pouco por todo o país devido ao baicote dos brigadistas que exigem o pagamento dos seus subsídios em atraso e redefinição dos contratos.

7- Sobre os factos supracitados, em especial o ocorrido em Contubuel, apelamos ao GTAPE a imbuir-se da honestidade técnica e moral, ser capaz de vir ao público através dos órgãos da comunicação social a semelhança do que fez em relação aos cassos de Fulacunda e Biombo referenciados nas suas mais recetes conferencias de imprensa, para mais uma vez, manter informada a opinião publica nacional e estrangeira de que o processo de recenseamento tem sido até aqui um autentico falhanço tanto do ponto de vista técnico, como do ponto de vista administrativo.

8- A Diretoria da campanha apela ao Ministério publico e a todas outras entidades com poderes de investigação, no sentido de tomarem as providencias necessárias para o apuramento dos factos e consequentemente a responsabilização criminal dos seus autores materiais e morais.

Bissau, 03 de novembro de 2018

A Diretoria Nacional da Campanha Eleitoral



Prs Bissau

O Antigo Primeiro Ministro e 2° Vice Coordenador de MADEM-G15, UMARO SISSOCO EMBALO, recebeu hoje um prêmio de mérito pelo Centro de Análises de Previsão, Estratégia e Segurança de Sófia, Bulgária.

Esta distinção acompanhado de um troféu todo ele banhado em ouro maciço, foi-lhe entregue pelo antigo Ministro de Defesa e de Educação e atual Diretor daquele centro, o General Sinapov e quem lhe dirigiu o convite para assistir a uma palestra sobre assuntos estratégicos e segurança contra o terrorismo.

É de salientar que o USE tem formação na área de Segurança, feito em Israel e domina bem este assunto.




Umaro El Mokthar Sissoco Embalo

sábado, 3 de novembro de 2018

Movimento para a Alternância Democrática da Guiné-Bissau quer recenseamento justo e credível


O coordenador nacional do Movimento para a Alternância Democrática da Guiné-Bissau (Madem-G15), Braima Camará, defendeu hoje um recenseamento justo e credível para as eleições legislativas para que possa haver um clima de paz no país.

"Nós, enquanto Movimento para a Alternância Democrática, queremos um recenseamento justo, inclusivo, transparente para que possamos ter uma eleição credível na Guiné-Bissau. Nós não queremos constituir elementos que possam pôr em causa a paz e estabilidade no país", afirmou Braima Camará, antigo deputado do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que criou recentemente o Madem-G15.

Braima Camará disse, em entrevista à agência Lusa, também estar na posse de um conjunto de elementos que comprovam que o "recenseamento denuncia claramente os objetivos e a estratégia de um certo partido político que está a organizar o processo eleitoral".

"O país é pequeno, conhecemo-nos uns aos outros. O primeiro-ministro, que é o chefe do Governo, é o diretor do gabinete estratégico do PAIGC, a ministra da Administração Territorial é do PAIGC, o diretor-geral do GTAPE é do PAIGC", salientou Braima Camará.

O processo eleitoral para as legislativas, marcadas para 18 de novembro na Guiné-Bissau, tem sido bastante criticado pelos partidos políticos e pela sociedade civil, principalmente por causa do recenseamento, que começou atrasado a 20 de setembro.

Recentemente, o Governo anunciou que o recenseamento eleitoral se deveria prolongar até 20 de novembro e terminar dois dias depois da data marcada para a realização das legislativas, que deverão ter de ser adiadas.

Salientando que o Madem G-15 é um partido de paz e com sentido de responsabilidade, Braima Camará disse que tem apelado para que o recenseamento eleitoral possa ser revisto, porque "nasceu mal e corre o risco de terminar muito mal e isso não é bom para o país".

Questionado sobre as propostas do partido para acabar com o clima de desconfiança em relação ao recenseamento eleitoral, Braima Camará disse que passam pela "respeitabilidade das leis".

"Não há nada para inventar. O recenseamento eleitoral na Guiné-Bissau nunca consistiu um problema para os guineenses. Até fomos considerados um país moderno no processo de recenseamento e organização de eleições".

Se hoje existe um clima de suspeição e desconfiança é porque, sublinhou Braima Camará, "alguém tem segundas intenções, intenções maléficas, porque a lei eleitoral é clara".

"Normalmente quando se fala de eleições não se fala de partidos com assento parlamentar, mas o primeiro-ministro, contra o primado da lei, entendeu que tinha de organizar eleições e este processo só com os partidos com assento parlamentar. Portanto, se ele conseguir evoluir e primar pelo cumprimento escrupuloso da lei eleitoral, naturalmente não temos nada a apontar", explicou.

Questionado sobre o adiamento das eleições legislativas e qual a data defendida pelo Madem para a sua realização, Braima Camará disse que não recebeu qualquer cronograma.

O primeiro-ministro disse na terça-feira que entregou três cronogramas com datas possíveis para realizar legislativas ao Presidente guineense, José Mário Vaz, nomeadamente a 16 e 30 de dezembro e a 27 de janeiro.

"A lei é para cumprir, a lei existe e o Madem está disponível para participar nas legislativas mesmo que sejam amanhã, desde que se cumpram as leis", insistiu Braima Camará.

O coordenador nacional afirmou também estar disponível para dialogar e chegar a consensos com outras forças partidárias para a estabilidade e desenvolvimento do país, mas sempre no cumprimento da Constituição da República guineense.

MSE // JH

Lusa/Fim