O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, disse hoje em Bissau que as eleições presidenciais na Guiné-Bissau, marcadas para 24 de novembro, não vão condicionar a retoma dos programas de cooperação com Portugal.
Ao chegar a Bissau para uma visita de trabalho de dois dias, Santos Silva disse aos jornalistas que a realização de eleições nunca poderão ser um condicionalismo para qualquer país democrático, como são o caso da Guiné-Bissau e Portugal, que também terá eleições em outubro.
“Estou aqui com a certeza de que os programas de cooperação que estão em curso e as iniciativas novas que encontrarmos serão prosseguidas pelo próximo Governo português, qualquer que ele seja, porque isso é o povo que escolherá”, defendeu Augusto Santos Silva.
Para o ministro português, não haver eleições é que seria um condicionalismo, referindo que o sufrágio para a escolha do próximo chefe de Estado guineense “é um assunto exclusivamente interno da Guiné-Bissau” para o qual Portugal vai contribuir, enviando material da logística, em resposta a um pedido da Comissão Nacional de Eleições guineense.
Sobre a retoma dos programas de cooperação, que reiterou estarem aquém do potencial desejável pelos dois países, Augusto Santos Silva apontou vários setores, mas disse que o enfoque será sempre as áreas da educação (formação de professores) e saúde (comunitária e formação dos agentes sanitários).
O chefe da diplomacia portuguesa destacou ainda a necessidade de ser dado impulso à cooperação nas chamadas áreas de soberania (justiça, segurança interna e formação técnico-militar), bem como do desenvolvimento rural, que deverá ser acelerado.
Os programas que Portugal tem em curso em parceria com a União Europeia serão revisitados, além do projeto de desenvolvimento do atual Governo guineense, denominado ‘Terra Ranka’ (A terra arrancou), adiantou Augusto Santos Silva.
“É sempre possível conseguirmos resultados, desde que olhemos para a frente e na mesma direção”, disse o governante português ao ser questionado sobre a possibilidade de a Guiné-Bissau reaver as promessas de apoios financeiros da comunidade internacional.
Por interlusofona.info