sexta-feira, 28 de julho de 2023

Rússia/África. Declaração final critica "sanções unilaterais e chantagem"

© Lusa

POR LUSA   28/07/23 

A Federação Russa e Estados africanos criticaram hoje as sanções "unilaterais" e a "chantagem" sobre países terceiros, para que as apliquem, na declaração final da cimeira Rússia África, que decorreu em São Petersburgo.

Os participantes na reunião acordaram em "opôr-se ao uso de medidas restritivas unilaterais ilegítimas, incluídas as [sanções] secundárias, assim como prática de congelar as reservas soberanas de ouro e divisas" dos países afetados, segundo o documento, publicado pelo Kremlin.

Reafirmaram também a sua condenação da "chantagem política sobre os líderes de terceiros países para forçar a aplicação" de medidas restritivas.

Foi ainda acordada a continuação da luta "contra a prática do confronto nos assuntos internacionais, contra o desprestígio de Estados por motivos políticos e contra a introdução de medidas restritivas políticas ou económicas com o pretexto de [proteção de] direitos humanos".

Desta forma, a Federação Russa e os países africanos presentes na cimeira de São Petersburgo prometeram opor-se às intenções de outros usarem "acusações infundadas de violações de direitos humanos como pretexto para interferir nos assuntos internos" de países soberanos.

Durante a cimeira, que durou dois dias e reuniu meia centena de representantes de outros tantos países, Putin disse que a Federação Russa e África se opõem a sanções unilaterais que prejudicam países que seguem um "rumo independente", e que criam problemas a nível global.

Isolada na cena internacional desde que invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, Moscovo organizou a segunda cimeira Rússia/África reunindo este ano delegações de 49 países africanos, incluindo 17 chefes de Estado.

A declaração conjunta prevê o reforço da cooperação nos domínios do abastecimento alimentar, da energia e da ajuda ao desenvolvimento.

O texto sinaliza que Moscovo ajudará os países africanos a "obter a reparação dos danos económicos e humanitários causados pelas políticas coloniais ocidentais", incluindo a "restituição dos bens culturais saqueados".

Putin disse que ainda tinha de discutir a situação na Ucrânia com os "países africanos interessados" durante a noite.

Putin anunciou que a cimeira Rússia/África se irá realizar a cada três anos e que será criado um "mecanismo de parceria e diálogo" para "questões de segurança", incluindo a luta contra o terrorismo, a segurança alimentar e as alterações climáticas.

O Presidente russo abordou ainda a passagem progressiva para a utilização das moedas nacionais, incluindo o rublo, nas transações comerciais entre a Rússia e África.

No primeiro dia de trabalhos, na quinta-feira, Vladimir Putin comprometeu-se com entregas gratuitas de cereais a seis países africanos durante os próximos meses, num contexto de preocupação após o abandono por Moscovo do acordo sobre as exportações agrícolas ucranianas.

Desde há vários anos que a Rússia tem vindo a estreitar os seus laços com África, nomeadamente através dos serviços da utilização de mercenários ao serviço do grupo paramilitar Wagner, apresentando-se como um baluarte contra o "imperialismo" e o "neocolonialismo" ocidentais.


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Francisco Rosa Cá reage às acusações de ativista Feliciano Pinto, de ter recebido troncos de madeira por parte do ministro do Ambiente

 Radio TV Bantaba

Senegal. Sonko detido por confronto com agente da polícia, diz advogado

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POR LUSA   28/07/23 

O líder da oposição senegalesa, Ousmane Sonko, foi hoje detido pelo alegado envolvimento num confronto com um polícia, divulgou o seu advogado.

O político pode ser impedido de concorrer às eleições de 2024, devido a uma condenação anterior, situação que tem gerado tensões no país, noticiou a agência Efe.

Juan Bronco, advogado de Sonko, confirmou a detenção através da rede social Twitter.

O opositor tinha divulgado antes, através da rede social Facebook, que os agentes dos serviços secretos estacionados à porta de sua casa 24 horas por dia começaram a filmá-lo.

"Peguei no telefone deles e pedi à pessoa que gravava para desbloqueá-lo e apagar as imagens que tirou, algo que ele se recusou a fazer", frisou.

"Uma equipe da Gendarmaria [polícia militar] parece disposta a arrombar a porta da minha casa", acrescentou.

O incidente ocorreu hoje à tarde, na residência do opositor político no bairro de Keur Gorgui, em Dacar, de acordo com relatos dos órgãos de comunicação locais.

Ousmane Sonko foi condenado em 01 de junho a dois anos de prisão por aliciamento de menores, um veredito que o torna inelegível para se candidatar a eleições, de acordo com os seus advogados e juristas.

No entanto, este detenção não está relacionada com a sua condenação criminal.

O popular opositor denunciou a instrumentalização da justiça, por parte do Presidente senegalês Macky Sall, para impedi-lo de concorrer às próximas eleições, marcadas para 2024.

Depois de conhecer a sua sentença, as autoridades do país reprimiram duramente as manifestações a seu favor, o que resultou em pelo menos 16 mortos, segundo o Ministério do Interior senegalês, embora a organização de direitos humanos Amnistia Internacional (AI) tenha registado 23 mortes, incluindo três menores.

Conhecido pelo seu discurso antissistema, Sonko critica a má governação, a corrupção e o neocolonialismo francês e tem muitos seguidores entre os jovens no Senegal.

O porta-voz do governo senegalês, Abdou Karim Fofana, afirmou recentemente que a decisão de deter ou não o político da oposição cabia ao Ministério Público.

O ministro da Justiça tinha afirmado, logo após a sua condenação, que Sonko poderia ser detido "em qualquer altura".

O político da oposição, que foi nomeado pelo seu partido como candidato às próximas eleições presidenciais, foi também condenado a uma pena de prisão suspensa de seis meses, em 08 de maio, no âmbito de um recurso por difamação, uma sentença amplamente considerada como tornando-o inelegível para as eleições.

Sonko já tinha manifestado a intenção de se candidatar às eleições presidenciais do próximo ano.

A condenação ainda não transitou em julgado por Sonko ainda não ter esgotado os recursos para o Supremo Tribunal.


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Mulheres lisboetas vão passar a ter rastreios do cancro da mama gratuitos na Fundação Champalimaud a partir de setembro

 O comentador Rui Calafate esteve, esta sexta-feira no CNN Fim de Tarde, onde anunciou, em primeira-mão, que as mulheres lisboetas vão poder fazer o rastreio do cancro da mama gratuitamente, a partir de setembro, na Fundação Champalimaud.

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Putin anuncia acordo para "ordem mundial multipolar"

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POR LUSA     28/07/23 

O presidente russo anunciou hoje, no último dia da cimeira Rússia/África, em São Petersburgo, que Moscovo e os países do continente estão empenhados em promover uma "ordem mundial multipolar" e em combater o "neocolonialismo".

"O compromisso de todos os nossos Estados com a formação de uma ordem mundial multipolar justa e democrática (...) foi reafirmado", declarou Vladimir Putin no discurso de encerramento, referindo-se à "determinação comum de lutar contra o neocolonialismo" e as sanções "ilegítimas".

Isolada na cena internacional desde que invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, Moscovo organizou a segunda cimeira Rússia/África reunindo este ano delegações de 49 países africanos, incluindo 17 chefes de Estado.

No final da reunião, foi adotada uma declaração conjunta que prevê o reforço da cooperação nos domínios do abastecimento alimentar, da energia e da ajuda ao desenvolvimento.

A declaração apela "à criação de uma ordem mundial multipolar mais justa, equilibrada e sustentável, opondo-se firmemente a qualquer forma de confrontação internacional no continente africano", segundo o texto publicado no portal do Kremlin na Internet.

O texto sinaliza que Moscovo ajudará os países africanos a "obter a reparação dos danos económicos e humanitários causados pelas políticas coloniais ocidentais", incluindo a "restituição dos bens culturais saqueados".

Putin disse que ainda tinha de discutir a situação na Ucrânia com os "países africanos interessados" durante a noite.

"Os representantes dos Estados africanos demonstraram a sua vontade política, a sua independência e o seu interesse genuíno em desenvolver a cooperação com o nosso país", afirmou Putin, satisfeito.

Putin anunciou que a cimeira Rússia/África se irá realizar a cada três anos e que será criado um "mecanismo de parceria e diálogo" para "questões de segurança", incluindo a luta contra o terrorismo, a segurança alimentar e as alterações climáticas.

O Presidente russo abordou ainda a passagem progressiva para a utilização das moedas nacionais, incluindo o rublo, nas transações comerciais entre a Rússia e África.

No primeiro dia de trabalhos, na quinta-feira, Vladimir Putin comprometeu-se com entregas gratuitas de cereais a seis países africanos durante os próximos meses, num contexto de preocupação após o abandono por Moscovo do acordo sobre as exportações agrícolas ucranianas.

Desde há vários anos que a Rússia tem vindo a estreitar os seus laços com África, nomeadamente através dos serviços da utilização de mercenários ao serviço do grupo paramilitar Wagner, apresentando-se como um baluarte contra o "imperialismo" e o "neocolonialismo" ocidentais.


General Abdourahmane Tchiani é o líder da nova junta no poder do Níger

© dw.com

Notícias ao Minuto   28/07/23 

O general Abdourahmane Tchiani apresentou-se hoje, na televisão estatal do Níger, como o líder dos soldados amotinados que detiveram o Presidente eleito democraticamente e levaram a cabo um golpe de Estado neste país africano.

Tchiani dirigiu-se hoje à nação, dois dias depois do golpe de Estado contra o Presidente Mohamed Bazoum, e explicou que, como o país precisava de mudar de rumo para evitar a "gradual e inevitável morte", ele próprio e outros decidiram intervir.

Enquanto falava, a televisão estatal identificou-o com o líder do Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, o nome do grupo de soldados que fizeram, na quarta-feira, um golpe de Estado neste país da região do Sahel.

Havia uma "retórica política" que queria fazer crer que "tudo estava bem", mas havia "a dura realidade com mortos, deslocados, humilhação e frustração", disse o novo homem-forte do Níger, para quem "a abordagem atual em matéria de segurança não permitiu garantir a segurança do país, apesar dos pesados sacrifícios feitos pelo povo do Níger e do apoio apreciado e valorizado dos nossos parceiros externos".

Classificado pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), como um "discreto oficial superior", Tchiani é comandante da guarda presidencial desde a sua nomeação em 2011 por Issoufou Mahamadou, o antecessor de Mohamed Bazoum.

O general Tchiani estava ausente quando os golpistas anunciaram o golpe na televisão nacional, na quarta-feira à noite, mas foi representado pelo seu adjunto, o coronel Ibroh Amadou Bacharou.

O presidente deposto está detido desde a manhã de quarta-feira no palácio presidencial, na sua residência privada situada no interior do campo militar da Guarda Presidencial comandada precisamente pelo general Tchiani.

Depois do Mali e do Burkina Faso, o Níger, até agora aliado dos países ocidentais, tornou-se o terceiro país da região do Sahel, assolada por ataques de grupos ligados ao Estado Islâmico e à Al-Qaeda, a sofrer um golpe de Estado desde 2020.


Leia Também: Tentativa de golpe de Estado no Níger? "Luta contra os colonizadores"

VLADIMIR PUTIN: Rússia deu armas e treino a mais de 40 países em África

© Getty Images

POR LUSA   28/07/23 

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou hoje que já assinou contratos de armamento com mais de 40 países africanos, no âmbito da "cooperação militar e técnico-militar".

"Com o fim de fortalecer a capacidade defensiva dos países do continente, estamos a desenvolver a cooperação nos âmbitos militar e técnico-militar", disse Putin no discurso que proferiu perante dezenas de líderes africanos, no último dia da Cimeira Rússia-África, que terminou hoje em São Petersburgo.

Na intervenção, citada pela agência espanhola de notícias, a EFE, Putin destacou que parte dos fornecimentos foram feitos de forma gratuita, já que o derradeiro objetivo é garantir a soberania e a segurança nacionais.

"A Rússia assinou contratos de cooperação técnico-militar com mais de 40 países de África, aos quais fornecemos uma ampla diversidade de armas e equipamento de defesa", sublinhou o chefe de Estado russo.

Sem chegar aos níveis da antiga União Soviética, a Rússia assinou, desde a anterior cimeira com África, em 2019, contratos no valor de cerca de 10 mil milhões de dólares, o equivalente a perto de 9 mil milhões de euros.

No discurso, Putin disse também que que já perdoou cerca de 23 mil milhões de dólares aos países africanos, anunciando que quer conceder mais 80 milhões de euros para "reduzir o fardo económico" do continente.

"Até agora, a quantidade total de dívida que já cancelámos é de 23 mil milhões de dólares [21 mil milhões de euros] e, depois dos últimos pedidos dos países africanos, vamos alocar mais de 90 milhões de dólares [82 milhões de euros] para o desenvolvimento destes objetivos", disse o chefe de Estado em declarações à agência de notícias estatal russa, a TASS, citada pela homóloga espanhola, a EFE.

"A situação em muitos países africanos é instável, mas isso é o legado do colonialismo", disse o Presidente russo, durante o discurso.

O cancelamento de cerca de 20 milhões de euros surge na sequência de um aumento da dívida pública dos países africanos, confrontados ainda com os efeitos da pandemia de covid-19, mas também com a subida dos preços alimentares e da energia desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.

"A situação em muitos países de África é instável, mas isso é o legado do colonialismo", argumentou, vincando que o continente "está a tornar-se num centro de poder" e "uma realidade a ter em conta".

África "está preparada para resolver problemas e, isto, por si mesmo, diz muito, porque antes qualquer iniciativa de mediação estava monopolizada por países pertencentes às chamadas 'democracias desenvolvidas' e esse monopólio terminou", disse Putin, referindo-se à tentativa de mediação do conflito Rússia-Ucrânia por parte de sete países africanos, liderados pela África do Sul.

Passando em revista vários temas importantes para África, Putin disse que o continente devia ter uma voz mais poderosa nas Nações Unidas e garantiu que a Rússia é uma "garantia da segurança económica" do continente.


Leia Também: A Rússia concentrou cerca de 100.000 homens perto de Lyman e Kupiansk para obrigar a Ucrânia a redirecionar as tropas que pretendia colocar no sul para aquela parte nordeste da frente de combate, disse hoje uma fonte militar ucraniana.

YEVGENY PRIGOZHIN: Tentativa de golpe de Estado no Níger? "Luta contra os colonizadores"

© Mikhail Svetlov/Getty Images

POR LUSA   28/07/23 

Uma organização russa ligada ao grupo paramilitar Wagner difundiu uma mensagem alegadamente do seu líder, Yevgeny Prigozhin, afirmando que a tentativa de golpe de Estado no Níger é uma "luta contra os colonizadores".

A Comunidade de Oficiais para a Segurança Internacional (COSI), considerada pelos Estados Unidos como uma fachada para o grupo Wagner na República Centro-Africana (RCA), partilhou uma mensagem áudio atribuída a Yevgeny Prigozhin no Telegram, na noite de quinta-feira.

A voz e o tom característicos de Prigozhin são reconhecíveis, mas a agência AFP não pode confirmar a total autenticidade da mensagem, uma vez que o chefe do grupo Wagner não emitiu qualquer declaração oficial nas contas da sua organização desde 26 de junho, após a sua tentativa abortada de motim na Rússia.

"O que aconteceu no Níger não é outra coisa senão a luta do povo do Níger contra os colonizadores que estão a tentar impor-lhes as suas regras de vida", afirma alegadamente Prigozhin na mensagem.

"Para manter (os povos africanos) sob rédea curta, os antigos colonizadores estão a encher estes países de terroristas e de vários bandos armados, criando eles próprios uma enorme crise de segurança", afirma.

Segundo ele, os "antigos colonizadores" enviaram missões militares com "dezenas de milhares de soldados que não estão em condições de defender a população de Estados soberanos".

"A população está a sofrer. E é daí que vem o amor pela empresa privada Wagner e a eficácia de Wagner, porque mil combatentes Wagner são capazes de estabelecer a ordem e destruir os terroristas", diz Yevgeny Prigozhin.

Desde quarta-feira à noite, os militares golpistas raptaram o Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, um aliado francês neste país que é o último pivot das operações anti-terroristas da França no Sahel.

Os militares golpistas apelaram "à população para manter a calma" após os incidentes ocorridos durante uma manifestação em Niamey organizada para os apoiar, durante a qual foram hasteadas bandeiras russas e entoadas palavras de ordem antifrancesas.

As alegadas declarações de Yevgeny Prigozhin surgem no momento em que se realiza em São Petersburgo a segunda cimeira Rússia-África, na qual participam dezenas de delegações de países africanos e o Presidente russo, Vladimir Putin.


Campanha de Sensibilização sobre Violência Baseada no Gênero, promovida pela AGUIBEF (Associação Guineense para o bem estar Familiar).

Radio TV Bantaba

Ex-presidente Cipriano Cassamá entrega gabinete ao novo Presidente Domingos Simões Pereira _ Décima Primeira Legislatura da Assembleia Nacional Popular_ANP.

 Radio Voz Do Povo 


EAGB - COMUNICADO

A EAGB -Electricidade e Água da Guiné Bissau através da Direção Das Águas Urbanas vem pelo presente comunicar a todos os seu estimados clientes e a população em geral vai proceder a lavagem de todos os depósitos de água.

Em anexo: a programa de lavagem de depósitos de Águas.

 Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau - EAGB

Nações Unidas suspenderam operações no Níger devido ao golpe de Estado

© Shutterstock

POR LUSA   28/07/23 

O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) anunciou que as suas operações no Níger estão "suspensas", na sequência do golpe de Estado realizado na quarta-feira por um grupo de membros da Guarda Presidencial.

"As nossas operações humanitárias estão suspensas enquanto o país enfrenta uma situação humanitária complexa relacionada com o aumento da violência, os desafios socioeconómicos e as alterações climáticas", declarou a organização num comunicado publicado no seu sítio Web.

A organização afirmou que o número de pessoas que necessitam de assistência humanitária aumentou de 1,9 milhões em 2017 para 4,3 milhões em 2023 e destacou que "mais de 370 mil pessoas estão deslocadas dentro do país, que também acolhe mais de 250 mil refugiados, principalmente da Nigéria, Mali e Burkina Faso".

"A violência dos grupos armados, tanto no país como nos países vizinhos, aumentou as nossas preocupações sobre a proteção dos civis e agravou a insegurança alimentar", disse, referindo que 2,5 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar grave.

O OCHA sublinhou que "este número deverá atingir os três milhões durante a época de escassez, que vai de junho a agosto", e recordou que o apelo para angariar 584 milhões de dólares (cerca de 500 milhões de euros) para atividades humanitárias está financiado a 32%.

O porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, afirmou que todo o pessoal da ONU "está em segurança". "Como podem imaginar, pedimos aos nossos colegas que trabalhassem a partir de casa, se possível", afirmou.

"Temos alguns colegas no terreno que não podem deslocar-se devido a restrições de tráfego aéreo", disse Dujarric, que afirmou que a ONU tem cerca de 1.600 funcionários no país, dos quais 1.244 são nigerinos e 352 são estrangeiros.

O golpe começou na madrugada de quarta-feira, quando um grupo de membros da Guarda Presidencial - liderado por Oumar Tchaini desde 2011 - bloqueou as entradas do Palácio Presidencial. Nas primeiras horas da manhã de quinta-feira, anunciaram a demissão de Bazoum - que continua detido - e a suspensão da Constituição, uma declaração "endossada" horas mais tarde pelo Estado-Maior do Exército.

Estas ações provocaram uma avalanche de condenações por parte da comunidade internacional - Nações Unidas, União Africana (UA), Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), União Europeia (UE) e países como os Estados Unidos, Espanha e França - que apelaram à libertação de Bazoum e à preservação da ordem constitucional.

O Níger é um aliado fundamental de vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e a França, na luta contra o terrorismo e, até à data, tem conseguido evitar a instabilidade política que tem assolado outros países da região devido à insegurança causada pelo recrudescimento dos ataques da Al-Qaida, do Estado Islâmico e do Boko Haram.


Leia Também: Macron condena golpe de Estado no Níger e apela à libertação do Presidente

Iôio João Correia disse que as palavras do diretor do Hospital Nacional Simão Mendes, vem comprovar o quanto estavam certos sobre o assunto.

 Radio TV Bantaba

𝗥𝗘𝗣𝗥𝗘𝗦𝗘𝗡𝗧𝗔ÇÃ𝗢 𝗙𝗘𝗠𝗜𝗡𝗜𝗡𝗔 𝗡𝗢 𝗣𝗔𝗥𝗟𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢 𝗚𝗨𝗜𝗡𝗘𝗘𝗡𝗦𝗘 𝗗𝗔 𝗫𝗜 𝗟𝗘𝗚𝗜𝗦𝗟𝗔𝗧𝗨𝗥𝗔

Fonte: Rádio Jovem Bissau

𝗗𝗘𝗦𝗣𝗘𝗗𝗜𝗗𝗔 𝗗𝗢 𝗖𝗜𝗣𝗥𝗜𝗔𝗡𝗢 𝗖𝗔𝗦𝗦𝗔𝗠Á 𝗔𝗢 𝗗𝗦𝗣


O antigo presidente de Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, despediu-se do seu sucessor nas primeiras horas de hoje, antes do início da cerimónia oficial de abertura da XI legislatura.

© Rádio Jovem Bissau

China acusa Estados Unidos e NATO de serem a maior ameaça à paz mundial

© Getty Images

POR LUSA   28/07/23 

A China acusou hoje os Estados Unidos e a NATO de constituírem a "maior fonte de risco e instabilidade" para a paz e segurança internacional, em resposta ao comunicado divulgado durante a recente cimeira da Aliança Atlântica.

O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Tan Kefei, afirmou que a organização transatlântica é conhecida por ter o maior arsenal nuclear do mundo e por seguir a doutrina "uso primeiro", ao responder a uma questão, em conferência de imprensa, sobre o documento divulgado pela NATO, na cimeira de Vílnius.

O documento da NATO designa a China como um "desafio sistémico" e pede maior cooperação com os parceiros asiáticos.

O porta-voz considerou que, nos últimos anos, os Estados Unidos "promoveram a partilha de armas nucleares", sob o pretexto de "alegadas ameaças à segurança".

Tan lembrou que a China segue firmemente uma estratégia nuclear de autodefesa. A doutrina nuclear de Pequim é de 'não usar primeiro' armas atómicas. Em caso de conflito, o país usaria aquele tipo de armamento apenas como retaliação contra um ataque nuclear no seu território.

"Instamos a NATO a tomar medidas práticas para diminuir o papel das armas nucleares nas políticas de segurança de cada país e coletiva e manter efetivamente a estabilidade estratégica global", disse o porta-voz, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

Tan também criticou a NATO por "interferir nos assuntos internos da China" ao "questionar a soberania e integridade territorial" e "difamar o desenvolvimento pacífico" do país.

"A China não representa uma ameaça para nenhum país, mas não permitiremos que ninguém prejudique os nossos interesses centrais", alertou Tan.

A declaração da NATO, aprovada pelos líderes dos países-membros da organização, aponta que "as ambições declaradas e as políticas coercivas da China desafiam os interesses, a segurança e os valores" da Aliança Atlântica.

Eles acrescentaram que as "operações híbridas e cibernéticas maliciosas da China e a sua retórica de confronto e desinformação visam aliados e prejudicam a segurança da Aliança".

A organização instou Pequim a condenar a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia ou a abster-se de "apoiar de qualquer forma o esforço de guerra russo".


Leia Também: China opõe-se à venda de armas dos Estados Unidos a Taiwan

PRESIDENTE PARTICIPA NA CIMEIRA RÚSSIA-AFRICA

 O Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, participou na segunda Cimeira Rússia-África, Fórum Económico e Humanitário, que está a decorrer em São Petersburgo, Rússia, sob o tema "Paz, Segurança e Desenvolvimento".

A Cimeira reúne representantes de 49 países africanos, incluindo 17 Chefes de Estado.🇬🇼🇷🇺

#RussiaAfricaSummit

Presidência da República da Guiné-Bissau



Leia Também: O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo, condenou hoje "com maior severidade" o golpe de Estado no Níger, onde militares anunciaram terem destituído Mohamed Bazoum, eleito democraticamente líder daquele país, em 2021.

NÍGER: França não considera definitiva "tentativa de golpe de Estado" no Níger

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Notícias ao Minuto   28/07/23 

A ministra dos Negócios Estrangeiros francesa disse hoje que a França não considera definitiva "a tentativa de golpe de Estado" no Níger, ocorrida na quarta-feira.

O Presidente francês falou várias vezes com o homólogo nigerino, Mohamed Bazoum, sequestrado em Niamey, que lhe disse estar "de boa saúde", afirmou Catherine Colonna aos jornalistas, à margem da visita de Emmanuel Macron à Papua Nova Guiné.

"Esperamos não só que seja libertado, mas também que ele e a família sejam libertados em total segurança, como condição prévia para o regresso à ordem constitucional", até porque "é o Presidente democraticamente eleito", sublinhou a ministra.

Os golpistas acusaram França, que tem 1.500 soldados destacados no Níger, de violar o encerramento da fronteira ao aterrar um avião militar no aeroporto internacional de Niamey e apelaram "de uma vez por todas para o cumprimento rigoroso das medidas" adotadas pela junta.

Também a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) exigiu "a libertação imediata do Presidente, Mohamed Bazoum, que continua a ser o Presidente legítimo e legal do Níger reconhecido pela CEDEAO".

De acordo com o chefe da diplomacia francesa, "a CEDEAO explicou-se muito claramente" e "irá provavelmente realizar uma cimeira no domingo".

"A França condena a tentativa de golpe de Estado nos termos mais fortes possíveis", reiterou Colonna. "Se me ouvem falar de uma tentativa de golpe de Estado, é porque não consideramos que as coisas sejam definitivas", acrescentou, referindo-se a "saídas possíveis se os responsáveis (...) ouvirem a mensagem da comunidade internacional".

Militares nigerinos anunciaram na quarta-feira à noite ter tomado o poder e derrubado o Presidente, Mohamed Bazoum, democraticamente eleito em 2021.

A junta militar golpista apresentou-se como Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP).

Os parceiros do Níger, incluindo os Estados Unidos, a França e a ONU, já condenaram o golpe de Estado.


Leia Também: Níger. Angola condena golpe de Estado e exige libertação de PR nigerino

Japão considera ameaça da Coreia do Norte "mais séria do que nunca"

© Lusa

POR LUSA    28/07/23 

A ameaça que a Coreia do Norte representa para o Japão é "mais séria do que nunca", indicou hoje o último "livro branco" sobre a defesa, referindo-se à alegada capacidade de Pyongyang para lançar mísseis nucleares.

O relatório anual do Ministério da Defesa japonês, que enumera as ameaças militares mais prementes e as formas de garantir a estabilidade do país, sublinha a importância do recente aumento significativo do orçamento de defesa, numa altura em que o mundo entra naquilo a que chama "uma nova era de crise".

Embora o documento se centre principalmente no crescente poder militar da China e na invasão da Ucrânia pela Rússia, Pyongyang também surge como uma grande preocupação para o Japão.

"As atividades militares da Coreia do Norte representam uma ameaça ainda maior e mais iminente do que nunca para a segurança do Japão", lê-se no relatório.

"Parte-se do princípio de que a Coreia do Norte tem capacidade para atacar o Japão com armas nucleares montadas em mísseis balísticos", acrescenta.

O "Livro Branco" foi aprovado pelo Governo do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, numa altura em que Pyongyang tem aumentado os testes de mísseis.

Na quinta-feira, os meios de comunicação social estatais norte-coreanos publicaram fotografias do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, a mostrar ao ministro da Defesa russo as armas mais avançadas do país, incluindo mísseis balísticos intercontinentais e novos drones militares.

Os recentes lançamentos de mísseis de Pyongyang, o último dos quais aconteceu na segunda-feira, ocorrem numa altura em que Tóquio, Seul e Washington intensificam a cooperação militar para contrariar as crescentes ameaças nucleares do regime norte-coreano e a influência da China na região.

O "Livro Branco" salienta que as atividades militares da China representam "um desafio estratégico sem precedentes" para o Japão, que também está preocupado com os exercícios militares russo-chineses.

"A comunidade internacional está a enfrentar o maior teste desde a Segunda Guerra Mundial e entrámos numa nova era de crise", afirmou o ministro da Defesa japonês, Yasukazu Hamada, citado no documento.

No documento reitera-se igualmente o empenho de Tóquio em aumentar as despesas e capacidades militares.

Durante décadas, o Japão limitou as despesas militares a cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), mas o Governo de Kishida aprovou um novo plano de segurança, no final de 2022, que inclui o aumento do orçamento da Defesa para 2% do PIB até 2027.


quinta-feira, 27 de julho de 2023

Oferta de cereais a países africanos pela Rússia "não fará baixar preços"

© Reuters

POR LUSA   27/07/23 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou hoje a disponibilidade da Rússia para oferecer toneladas de cereais a seis países africanos, alertando que esta ação não irá contribuir para baixar os preços dos alimentos no mundo.

O Presidente russo Vladimir Putin anunciou hoje, na sessão de abertura da cimeira Rússia-África, em São Petersburgo, que Moscovo poderá enviar gratuitamente entre 25.000 e 50.000 toneladas de cereais a seis países africanos nos próximos quatro meses: Burkina Faso, Zimbábue, Mali, Somália, República Centro-Africana (RCA) e Eritreia.

"Não é com um punhado de donativos que vamos corrigir o impacto dramático [da subida dos preços dos cereais] que afeta toda a gente em todo o lado", sublinhou Guterres, lamentando a saída da Rússia dos chamados acordos do mar Negro, que paralisou as exportações ucranianas de cereais.

"A remoção de milhões e milhões de dólares em cereais do mercado leva a preços mais altos do que ocorreria com o acesso normal dos cereais ucranianos ao mercado internacional. Esse impacto será pago pelo mundo inteiro e, especificamente, pelos países em desenvolvimento e pelas populações mais pobres e vulneráveis", alertou o diplomata português.

O porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, também criticou hoje a oferta russa a seis países africanos: "Vai ser bom para esses países, mas não substitui os milhões e milhões de cereais ucranianos e o impacto negativo que isso está a ter no mercado global de alimentos".

Moscovo suspendeu em 17 de julho o acordo para exportação de cereais da Ucrânia através do mar Negro, que estava a vigorar há quase um ano, justificando a decisão com o bloqueio das sanções ocidentais às exportações dos seus produtos e fertilizantes agrícolas.

A Ucrânia é origem de percentagem significativa dos cereais que chegam, por exemplo, a países em África, e a União Europeia e a NATO acusam Moscovo de colocar em causa a segurança alimentar em grande parte do mundo.


Ucrânia alega ter recuperado localidade às forças russas na frente sul

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POR LUSA    27/07/23 

A Ucrânia reconquistou hoje às forças russas a vila de Staromayorske, na frente sul, onde as forças de Kiev intensificaram a sua contraofensiva nos últimos dias, adiantou a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Malear.

"Staromayorske na região de Donetsk foi libertada. Os nossos defensores estão atualmente a realizar operações de limpeza" das tropas russas, assegurou a governante, numa mensagem na rede social Telegram.

Este é um dos primeiros resultados apresentados na sequência da contraofensiva na frente sul.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, divulgou no Telegram um vídeo com soldados com uma bandeira ucraniana, perto de uma parede crivada de estilhaços, onde garantem ter "libertado a aldeia de Staromayorske".

"Nosso Sul, nossos rapazes, glória à Ucrânia!", sublinhou Zelensky na mensagem.

O Exército ucraniano lançou uma grande contraofensiva no início de junho para expulsar as forças russas dos territórios ocupados por Moscovo no sul e no leste.

Mas Kiev obteve apenas pequenos ganhos, com a conquista de várias localidades perto da devastada cidade de Bakhmut, o epicentro dos combates no leste da Ucrânia.

Várias fontes independentes que acompanham o desenrolar da guerra confirmaram os ataques na região de Zaporijia, anexada no ano passado pelo Kremlin e também o Presidente russo Vladimir Putin assumiu a ofensiva de Kiev.

Nesta nova vaga de contraofensiva, o Exército ucraniano procurar recuperar o controlo da central nuclear de Zaporijia, a maior da Europa, e, a longo prazo, da cidade de Melitopol.

O controlo de Zaporijia é considerado essencial para garantir o corredor terrestre estabelecido pela Rússia entre Donbass e a península anexa da Crimeia, ao longo do Mar de Azov.

Um dos objetivos desta nova contraofensiva é a cidade ocupada de Melitopol, que as forças ucranianas consideram ser um ponto fulcral para cortar a ligação das forças russas entre o leste e o sul.

Segundo o jornal norte-americano The New York Times, a Ucrânia estará também a procurar avançar noutras duas frentes, para leste, em direção a Bakhmut, e para sul, em direção a Berdiansk, uma cidade portuária a cerca de 100 quilómetros de Melitopol.

O Exército russo, por sua vez, garantiu na quarta-feira ter repelido um grande ataque ucraniano, envolvendo várias centenas de soldados, perto de Orikhiv, em outro setor da frente sul.

As tropas de Moscovo estão na ofensiva no nordeste, reivindicando ganhos territoriais na direção de Lyman nos últimos dias, onde anunciaram na terça-feira a captura da vila de Serguiyvka.


Leia Também: O apoio económico de Pequim à Rússia limitou o impacto das sanções ocidentais contra Moscovo decretadas após a invasão da Ucrânia, concluiu um relatório dos serviços secretos norte-americanos hoje divulgado.

Discurso do novo Presidente da ANP, Eng. Domingo S. Pereira

O Presidente do PAIGC e Líder da Coligação PAI Terra-Ranka, foi eleito hoje, 27-7-2023, pela maioria dos Deputados presidente da ANP para a XI Legislatura.

@Radio TV Bantaba  Jul 27, 2023

GUINÉ-BISSAU: O líder da coligação Plataforma da Aliança Inclusiva - Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, foi hoje eleito presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, com uma larga maioria.

POR LUSA   27/07/23 

Simões Pereira é presidente do parlamento guineense com larga maioria

O líder da coligação Plataforma da Aliança Inclusiva - Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, foi hoje eleito presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, com uma larga maioria.

Dos 92 deputados que hoje tomaram posse, 89 votaram a favor e três contra.

O antigo primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), obteve maioria absoluta nas eleições legislativas de 04 de junho, com 54 dos 102 deputados da Assembleia Nacional Popular (ANP).

Durante a campanha eleitoral, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse que recusaria indigitá-lo como primeiro-ministro, mas depois recuou nessa posição.

Para o cargo de primeiro vice-presidente da ANP foi escolhido Fernando Dias, líder do Partido de Renovação Social, e para o cargo de segunda vice-presidente Adja Satu Camará, do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15).

Assim está constituída a Mesa da XI Legislatura da Assembleia Nacional Popular-ANP.(+Secretarias).


 Radio Voz Do Povo

Níger. Junta militar apela à calma e defende fim dos atos de vandalismo

© Reuters

POR LUSA    27/07/23 

A junta militar nigerina que tomou o poder na quarta-feira fez hoje um apelo à calma e recomendou à população que se abstenha de realizar atos de vandalismo, depois das manifestações violentas registadas na capital, Niamey.

O Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP) apela à população para ficar calma e abster-se de todos "os atos de vandalismo que destruam bens públicos e ou privados", lê-se num comunicado citado hoje pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

De acordo com o texto, lido pelo coronel Amadou Abdramane, em nome da junta no poder, "constatou-se que houve comportamentos que afetam a integridade física de pessoas e dos seus bens através de manifestações".

Noutro comunicado, difundido hoje pela junta militar, informa-se que "os partidos políticos estão suspensos até nova ordem".

No terceiro dos seis comunicados emitidos desde quarta-feira, a CNSP acusa a França de ter feito aterrar um avião de transporte militar de tipo Airbus A400M no aeroporto internacional de Niamey apesar do fecho de fronteiras decretado pelos militares.

O apelo à calma surge depois de várias pessoas terem ficado feridas durante um protesto a favor dos golpistas, no qual os manifestantes invadiram a sede do partido do Presidente e queimaram cerca de 20 veículos.

Os parceiros do Níger, incluindo os Estados Unidos, a França e a ONU, condenaram o golpe de Estado que derrubou o Presidente democraticamente eleito Mohamed Bazoum, no poder desde 2021.

Mohamed Bazoum continuava hoje refém com a sua família na sua residência oficial em Niamey, mas está de boa saúde, de acordo com as pessoas que lhe são próximas.

A Rússia, que acolhe atualmente a segunda cimeira Rússia-África, apelou à sua "rápida libertação", pedindo a ambas as partes que "se abstenham do uso da força e resolvam todas as questões controversas através de um diálogo pacífico e construtivo".


Leia Também: Níger. Centenas de manifestantes pró-Rússia e antifranceses nas ruas

Níger. Centenas de manifestantes pró-Rússia e antifranceses nas ruas

© Getty Images

POR LUSA    27/07/23 

Várias centenas de pessoas manifestaram-se hoje em duas cidades do Níger, agitando bandeiras russas e entoando slogans antifranceses, em apoio aos golpistas militares que derrubaram na quarta-feira o Presidente Mohamed Bazoum.

Uma manifestação de apoio aos golpistas reuniu várias centenas de pessoas na manhã de hoje na capital, Niamey, perto da Assembleia Nacional.

Numa multidão salpicada de bandeiras russas, os jovens gritavam: "Abaixo a França, viva a Rússia!"

"A França não foi capaz de gerir os nossos problemas, temos de tomar o nosso destino nas nossas próprias mãos", afirmou Issouf, proprietário de uma garagem.

A Rússia aproximou-se do Mali e do Burkina Faso, que são dirigidos por militares putativos e que exigiram a partida das tropas francesas, ainda presentes no Níger, com 1.500 homens.

À margem da manifestação, os jovens dirigiram-se à sede do Parti Nigérien pour la Démocratie et le Socialisme (PNDS), no poder, a poucos quilómetros do comício, onde incendiaram carros estacionados no parque de estacionamento.

Em Dosso, uma cidade a cerca de cem quilómetros a sudeste de Niamey, "centenas" de manifestantes pró-golpe saíram às ruas antes de realizar uma reunião, disse um dos organizadores, Hassane Bagué.

Os parceiros do Níger, incluindo os Estados Unidos, a França e a ONU, condenaram o golpe de Estado que derrubou o Presidente democraticamente eleito Mohamed Bazoum, no poder desde 2021.

Mohamed Bazoum continuava hoje refém com a sua família na sua residência oficial em Niamey, mas está de boa saúde, de acordo com as pessoas que lhe são próximas.

A Rússia, que acolhe atualmente a segunda cimeira Rússia-África, apelou à sua "rápida libertação", pedindo a ambas as partes que "se abstenham do uso da força e resolvam todas as questões controversas através de um diálogo pacífico e construtivo".


Leia Também: Em declarações na sede das Nações Unidas, Guterres citou os numerosos casos de instabilidade na região a sul do Magrebe: "Regimes militares no Mali, Burkina Faso e agora no Níger, uma transição frágil no Chade e uma situação horrível no Sudão".

Níger acusam França de aterrar avião apesar de fecho do espaço aéreo

© Shutterstock

POR LUSA    27/07/23 

A junta militar nigerina acusou hoje a França de ter aterrado um avião de transporte militar Airbus A400M no aeroporto internacional de Niamey, apesar do encerramento da fronteira decretado pelos militares golpistas.

Uma declaração lida na televisão pública pelo coronel Amadou Abdramane, em nome da junta militar no poder que se autodenomina Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CLSP), afirma que o avião aterrou às 06:30 locais (mesma hora em Lisboa) e apela ao "respeito rigoroso" pelas novas determinações.

No comunicado afirma-se que "foi constatado que o parceiro francês ignorou" o encerramento da fronteira decretado pela junta militar e apela "de uma vez por todas ao respeito estrito" das decisões do CLSP.

O documento é assinado pelo "presidente do CLSP", cujo nome não é conhecido, e é o número 4 dos que foram lidos pelo grupo de militares, apoiados pelo exército do Níger, que fizeram um golpe de Estado em Niamey na quarta-feira e mantêm sob custódia o Presidente do país, Mohamed Bazoum.

Os outros três comunicados foram lidos na noite de quarta-feira pelo coronel Abdramane, nos quais a junta militar anunciava o derrube do Presidente, a suspensão das instituições da República, o encerramento das fronteiras terrestres e aéreas e o recolher obrigatório noturno.

Em abril de 2022, o parlamento nigerino aprovou o destacamento no seu território das forças francesas Barkhane e europeias Takuba, que operavam no Mali contra o terrorismo e que foram parcialmente deslocadas na sequência da rutura entre Paris e Bamaco.

O Governo francês redefiniu a sua cooperação antiterrorista com o Níger durante uma visita dos seus ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, em julho do ano passado, quando concordou em estabelecer uma base conjunta em Niamey para coordenar as operações militares no Sahel.

O Níger tem servido de base para as operações francesas na região, depois da saída da força Barkhane do Mali, na sequência do aumento da presença dos paramilitares do grupo russo Wagner, e perante a condenação internacional da preferência maliana pela ajuda russa em vez da ocidental.

A França, antiga potência colonial, tem agora 1.500 soldados no país, para além de cinco 'drones' [aparelhos aéreos não-tripulados] Reaper e pelo menos três caças Mirage, segundo a agência noticiosa francesa AFP, que dá conta da importância da manutenção da estabilidade neste país para a região do Sahel, uma extensa faixa de território em África que se estende desde o Senegal até à Eritreia.


Leia Também: Golpe de Estado num país democrático e pobre que luta contra o terrorismo

Kyiv diz que Wagner procura soldados bielorrussos para atacar a Polónia

© Reuters

POR LUSA  27/07/23 

O Centro para a Resistência Nacional (CRN), estabelecido pelas Forças de operações especiais ucranianas para promover atividades de subversão no outro lado da frente, disse hoje que o grupo Wagner pretende recrutar soldados bielorrussos dispostos a atacar a Polónia e Lituânia.

Estas tentativas de reforçar as fileiras do grupo paramilitar russo estão a decorrer no âmbito da instrução que os membros do Wagner estão a fornecer aos soldados da Bielorrússia em solo bielorrusso, onde se fixaram após a rebelião do seu chefe, Evegueni Prigozhin, contra as chefias militares do Exército russo.

De acordo com soldados bielorrussos que contestam o Presidente Alexander Lukashenko e que estarão em contacto com o CRN ucraniano e participam nos treinos, uma das condições para ser admitido no Wagner será "a disponibilidade de participar em ações militar no território de países vizinhos".

"Em particular, Polónia e Lituânia", indica o CRN ucraniano em comunicado publicado na sua página digital.

Em 23 de julho, Lukashenko assegurou durante um encontro em São Petersburgo com o seu homólogo Vladimir Putin que os paramilitares do grupo Wagner estacionados no seu país lhe pediram "autorização" para atacar a Polónia.

Estas declarações foram interpretadas apenas como uma forma de pressionar a Polónia, o principal país do flanco leste da NATO e um dos mais destacados apoiantes da Ucrânia.

Depois de liderar recentemente a captura de Bakhmut, província de Donetsk, no leste ucraniano, o grupo Wagner rebelou-se contra as lideranças militares russas na noite de em 23 para 24 de junho, após acusá-las de sabotar as atividades dos mercenários e até bombardear os seus acampamentos.

Depois de capturar sem resistência a cidade estratégica de Rostov, no sul da Rússia, o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, concordou em dar ordem aos seus soldados para fazer meia-volta quando as suas colunas já se encontravam a 200 quilómetros da província de Moscovo, num acordo obtido por mediação do Presidente bielorrusso, aliado do Kremlin, a troco de uma amnistia aos militares amotinados e possibilidade de incorporarem as forças armadas regulares russas ou instalarem-se na Bielorrússia.

A Bielorrússia faz fronteira com a Ucrânia a sul, e também com a Lituânia, Letónia e Polónia, o que suscita receios sobre possíveis ações dos elementos Wagner que para lá se deslocaram contra território ucraniano, em plena contraofensiva contra as forças invasoras russas, ou contra estes três países da NATO e da União Europeia.

Na semana passada, foi noticiado que mercenários do Grupo Wagner iniciaram exercícios conjuntos com tropas bielorrussas, levando a Polónia a aumentar a sua presença militar nas fronteiras.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.